Santuário dos Ventos

Santuário dos Ventos George R. R. Martin




Resenhas - Santuário dos Ventos


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Clécio 03/04/2020

Primeiro livro do autor e foi uma experiência incrível...
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Thais.S 01/03/2020

Primeira experiencia com a escrita de George R.R. Martin
Santuário dos Ventos

Primeiro livro que leio do George e posso dizer que foi uma experiência de amor e ao mesmo tempo de ódio, digo isso pelo fato de ser muito frustrante você estar gostando do rumo da história e de uma hora para outra esse rumo se torna outro, ou seja, aquilo que estava sendo importante e necessário para o desenrolar da trama passa a ser deixado de lado, e além disso os autores não se aprofundam nas tramas trazidas por eles no decorrer da história, isso me deixou bem incomodada durante TODA a leitura. E isso não é algo que acontece apenas uma ou duas vezes durante a leitura, ela está ali presente a todo momento, principalmente quando temos a mudança de “capítulos”, entre aspas pois o livro é dividido em três partes, que na verdade se tornariam quatro, já que o epilogo é uma parte importante da vida de Maris, ou seja, é mais uma etapa da sua vida.

A história em si que estes autores criaram é maravilhosa, toda a trama, personagens e passagens de vida dos mesmos foi muito bem pensada, foi bem interessante acompanhar o crescimento e amadurecimento de Maris no decorrer das partes, mas realmente algumas pontas ficaram soltas e para mim algumas delas eram necessárias serem mais bem abordadas e desenvolvidas, principalmente na parte dois do livro, que aborda a aparição de Val uma – asa, e em algumas passagens da parte três. Essa falta de aprofundamento, e por ser um livro um pouco vago não foi uma boa primeira experiência com a escrita dos autores, mesmo assim futuramente pretendo dar mais uma chance ao George.
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Orlando 12/09/2018

O LIVRO É | SANTUÁRIO DOS VENTOS, POR LISA TUTTLE E GEORGE R.R. MARTIN
Antes de haver o Santuário dos Ventos, séculos atrás a raça humana ganhou as estrelas, mas uma de suas grandes naves se avariou e fez pouso forçado num planeta com muitos mares revoltos e ilhas espaçadas entre si.

Houve guerra, houve morte, mas ali a humanidade assentou uma nova morada e com o passar dos anos e décadas a tecnologia dos viajantes do espaço se perdeu e os descendentes destes viajantes criaram uma nova sociedade, quase do zero, pautada no cultivo da terra e na pesca. Voltamos ao que éramos na era artesanal e de arados.

Do que sobrou da antiga espaçonave os remanescentes tiraram de sua grande vela de metal flexível o material para construir suas asas e atravessar as grandes distâncias entre as muitas ilhas do chamado Santuário dos Ventos (veja nossa chamada de lançamento AQUI). O material é leve, flexível, quase indestrutível, já que era utilizado para impulsionar as viagens estelares através da força e energia dos ventos solares, se tornou primordial para a construção das asas necessárias para capturar os poderosos ventos do planeta e alçar aos ares os voadores.

Em um mundo com muitos ventos e baixa gravidade, os viajantes trataram de transformar as asas em um meio de transporte e comunicação entre as muitas ilhas do Santuário dos Ventos; os voadores acabaram se tornando uma elite de privilegiados, seu ofício uma honra hereditária passada dos pais para seus filhos mais velhos. E foi assim que começou a história dos povos do santuário.

Mas um dia a história de um povo, de um mundo inteiro e de um modo de vida acabou por se confundir com a história de alguns indivíduos e esses indivíduos acabaram pondo em movimento as engrenagens necessárias à revolução que mudou o Santuário dos Ventos.
No centro dessas histórias individuais está a história de Maris, filha de um pescador e de uma catadora das praias. Maris olhou encantada para os voadores e sonhou com o dia que estaria entre eles, mesmo não tendo direito algum de receber uma asa e ganhar os céus.

A sorte sorriu para a pequena garota, a sorte, o acaso e a bondade de Russ, um voador sem filhos a quem deixar suas asas. Adotada pelo bom homem, Maris foi treinada, preparada e viveu a alegria de se tornar uma voadora e de vivenciar a liberdade dos ventos e de conhecer muitas das ilhas do Santuário dos Ventos.

Entretanto, essa alegria não duraria muito, pois Coll, o filho tão aguardado por Russ, veio anos depois e, aos 13 anos de idade, o garoto teria o direito de reclamar as asas de seu pai, uma vez que era filho legítimo do voador. E, desse ponto em diante, a história doSantuário dos Ventos se entrelaça, se mistura, se confunde e iguala com a história da vida de Maris, que defenderia ano após ano seu amor ao ato de voar…

O MUNDO DO SANTUÁRIO DOS VENTOS E SUA SOCIEDADE E HIERARQUIAS
O livro escrito a quatro mãos por Lisa Tuttle e George R.R. Martin nos leva para um mundo distante da Terra, similar em alguns aspectos, mas com características bem marcantes em sua ecologia: os mares rebeldes predominam sobre a superfície do planeta e estão cheios de criaturas perigosas, as ilhas são esparsas e metais são valiosíssimos, a baixa gravidade permite o voo com auxílio das asas construídas com metal das velas de vento solar de uma antiga espaçonave colonizadora, a sociedade humana do Santuário dos Ventos lembra muito uma sociedade de aspecto medieval.

Essa sociedade é dividida bem claramente entre três grupos: os senhores da terra, título dado aos governadores das ilhas-cidade do santuário; os aterrados, que são os cidadãos comuns das ilhas e os voadores, cujos privilégios e status se equiparam aos dos próprios senhores da terra.

Os voadores gozam de uma série de privilégios e benefícios por seus serviços prestados ao Santuário dos Ventos; através deles mensagens de comércio, política, diplomacia são trocadas entre os senhores da terra de todas as ilhas. Com um conjunto de regras e leis próprias, os voadores se autorregulam, tendo em seu Conselho uma importante força coletiva para formulação de leis, penalidades e tomada de decisões que envolvem a coletividade dos voadores.

Por seus serviços e privilégios nas terras e mares do Santuário dos Ventos os voadores são admirados, respeitados e idolatradas por muitos, e por vezes odiados por uns poucos.

MARIS CONTRA O SANTUÁRIO DOS VENTOS
Com as asas do pai adotivo, Maris se tornou conhecida em todo o Santuário, tanto por seu talento quanto por sua condição de não ser uma voadora de nascimento.

Mas o inesperado ocorreu e Russ, seu pai adotivo, acaba por ganhar a dádiva da paternidade biológica e Coll vem ao mundo com todos os direitos necessários para receber as asas do pai quando chegar aos treze anos e, mesmo amando seu irmão adotivo, Maris passou todos os anos desde o nascimento do garoto sob o fantasma de perder as asas que tanto desejou.
Em Santuário dos ventos o leitor acompanha Maris em três momentos distintos de sua vida sempre ligada às lutas envolvendo a condição dos voadores na sociedade como um todo e de forma individual também.

Tuttle e Martin criam um mundo e uma narrativa pautados no constante confronto entre o “eu” e o “nós”, entre o indivíduo e o coletivo, entre tradição e ruptura. Questões políticas, culturais e de interesse estritamente particulares trazem à tona na história do Santuário dos ventos o fato de que o indivíduo, mesmo defendendo seus interesses, é capaz de mover o mundo em prol de outros indivíduos ao seu redor.

É assim que acompanhamos Maris ao longo dos anos saindo de suas zonas de conforto para entrar em lutas ideológicas e mudanças que ora compreendemos como puro egoísmo da garota, ora como revolta social e desejo por mudanças que criem um mundo mais igualitário, onde competência, habilidade e aptidão são itens mais essenciais à sobrevivência da sociedade quanto seus costumes enraizados e cristalizados de forma imutável.

A narrativa a quatro mãos de Santuário dos ventos alterna momentos de descrição e contextualização do mundo criado pela dupla de autores com momentos de real condução narrativa, aqueles cujas ações, escolhes e motivações dos personagens fazem as engrenagens do mundo fictício da obra se moverem no sentido da mudança.

Claramente dividido em três capítulos distintos – sobre os quais prefiro não dar detalhes para não estragar certas surpresas da obra – nos quais desfilam um belo e instigante elenco de personagens, a começar pela protagonista Maris e seu constante embate entre tradição e mudança.

Ao lado da jovem voadora estão ótimos coadjuvantes como seus alunos, amigos voadores e até mesmo os “antagonistas” como Val Uma Asa, de longe um dos melhores e mais interessantes personagens da trama, cuja percepção e entendimento da sociedade dos voadores rendem comentários mordazes e irônicos que trazem em si uma série de reflexões sobre as atitudes de Maris e suas motivações.

A narrativa de Santuário dos Ventos é bem direta, sem nenhuma experimentação cronológica, idas ou vindas no tempo; não, aqui é tudo uma linha reta bem delineada em seus três segmentos da adolescência, idade adulta e maturidade de Maris.

Como tal, a obra constrói esses três momentos dando ao leitor a densidade dessas três fases: o primeiro capítulo tem muita energia, momentos de descoberta, impulsividade, alegria, dúvidas, desejos de mudança, atitudes imprudentes, tal qual é a adolescência real. Nesse primeiro capítulo temos a nítida sensação de que Santuário dos Ventos será um livro Young Adult cheio dos vícios desse tipo de narrativa. O que seria desastroso…

Mas felizmente a versatilidade dos autores nos livra dessa amargura no segundo capítulo, onde a obra ganha uma densidade enorme e seus temas se ampliam, bem como a reação dos personagens diante de situações mais difíceis e cheias de nuances, dando à narrativa tons de cinza diversos e um prisma multifacetado de percepções e ideias. Nesse capítulo nos pegamos constantemente transitando entre concordar e discordar do mesmo personagem em situações diferentes e conforme suas ideias são desenvolvidas ou afetadas pela presença de outros personagens na trama.

A própria narrativa se torna mais obscura nessa “idade adulta” da cronologia do livro, as rivalidades se adensam e a perspectiva dos voadores e sobre eles sofre mudanças severas no mundo do Santuário dos Ventos e, o melhor de tudo, na visão do leitor também.

E, felizmente mais uma vez, a narrativa segue nessa densidade no terceiro e último tomo da obra, com questões ainda mais delicadas e decisões ainda mais cheias de facetas e desdobramentos, o que deu ao livro um fechamento diametralmente oposto ao seu começo que dava entender a entrega de uma obra pautada pelos delírios juvenis de uma adolescente egoísta e inconsequente.

Meu único ponto negativo sobre a obra é a “lentidão” da narrativa de Tuttle e Martin emSantuário dos Ventos; não sou um grande fã da narrativa do criador das Crônicas de Gelo e Fogo justamente por este aspecto excessivamente arrastado de seu texto, o que me dá uma sensação de algo enfadonho demais e aqui nessa obra em parceria com Tuttle parece que Martin imprime muito essa sua característica à obra. Santuário dos Ventos, a despeito de um livro sobre asas e voo, acaba por ser extremamente arrastado em muitos pontos.

Claro, não tem como diluir o que é feito por Martin e o que é feito por Tuttle no livro, mas acredito que as partes onde Maris conduz tudo e sua personalidade é trabalhada e lapidada na obra, seja a mão de Tuttle que puxa as cordinhas para que a protagonista seja não só mais uma personagem feminina, mas uma personagem feminina construída por uma escritora, o que é muito, muito importante.

A despeito do mundo criado pelos autores, o Santuário dos Ventos me lembra demais o mundo de Terramar, criando pela mestra Ursula K. Le Guin; não só isso, a própria narrativa de Tuttle e Martin me lembraram demais a obra de Le Guin que tem na trajetória de Jed, O Gavião e grande mago de Terramar, uma narrativa de crescimento, de autodescoberta, aprendizado e, por que não, redenção.

Em muitos momentos de Santuário dos Ventos percebi situações semelhantes no sentido de construção e crescimento de Maris iguais aos que Le Guin fez para Jed em O Feiticeiro de Terramar, não tenho dúvida alguma de que a grande obra de Le Guin seja fonte de inspiração para Santuário dos Ventos. Outro fator que me reforça essa grande influência é a semelhança entre os dois mundos: grandes extensões de mares revoltos, arquipélagos formando “vilarejos” e “regiões”, a navegação como método principal de transporte e uma casta que tem prestígio enorme na sociedade (em Terramar os magos, no Santuário os voadores).

SCI-FI OU FANTASIA? SCI-FAN!
Santuário dos ventos ocupa uma área de interseção entre fantasia e ficção científica, mas não põe definitivamente os pés em nenhum dos dois gêneros: não há magia, não há espadas, mas também não há tecnologia capaz de tirar as sociedades do planeta de uma longa era similar ao que foi nossa idade média. No entanto toda a origem do mundo do Santuário é pautada na chegada de colonizadores espaciais, inclusive advindo das velas de vento solar o material das quais as asas dos voadores são feitos.

Santuário dos ventos me parece um híbrido competente de uma fantasia fictícia, ou seria de uma ficção fantástica? Acho que a bem da verdade isso pouco importa, pois o leitor tem aqui uma ótima leitura que flerta com desdobramentos da Fantasia e da Sci-Fi.

Longe de ser o livro que vai mudar os rumos de qualquer desses gêneros, Santuário dos Ventos é uma narrativa inteligente, agradável e cheia de reflexões e análises que podem ter muito de suas proposições transportas para o mundo real, realizando com isso a competente função da boa obra literária: refletir sobre a realidade através de um mundo ou de uma história fictícia e fantástica.

Para os que querem uma leitura inteligente e ao mesmo tempo direta e sem peripécias narrativas, Santuário dos ventos é a pedida e, soma-se a isso a completude da obra em si mesma: nada de uma extensa saga de 10 livros cujos próximos volumes o leitor nem sabe se chegarão aqui ou se o autor estará vivo para escrever as continuações; não, aqui é abrir, ler, fechar e encerrar a história de Maris no Santuário dos Ventos.

Faço aqui, nesse fechamento, a ressalva aos que, inadvertidamente venham aoSantuário dos ventos em busca de grandes batalhas aladas regadas com sangue, espadas, magias ou armas laser: Santuário dos ventos passa longe, muito longe disso.

SANTUÁRIO DOS VENTOS | SOBRE OS AUTORES
George R.R. Martin nasceu em 1948 em Nova Jersey e é formado em jornalismo pela Northwestern University, em Chicago. Publicou sua primeira história de ficção científica, “O herói”, em 1971, e logo se firmou como escritor de rara qualidade, ganhando três Hugo Awards, dois Nebula Awards e o prêmio Bram Stoker.

Passou dez anos em Hollywood como roteirista e editor de histórias nos seriados de TVAlém da Imaginação e A Bela e a Fera – neste último como roteirista e produtor. Depois, iniciou sua série fantástica “As Crônicas de Gelo e Fogo”, que deu origem ao sucesso da HBO – Game of Thrones.

A série conta até agora com os títulos A guerra dos tronos, A fúria dos reis, A tormenta de espadas, O festim dos corvos e A dança dos dragões, todos publicados pela LeYa.

Lisa Tuttle ganhou o John W. Campbell Award de melhor escritora em 1974 e desde então escreveu vários contos e novelas, incluindo Lost Futures, que foi indicado ao Arthur C. Clark Award, e The Pillow Friend. Além disso, escreveu diversos livros infantis.

Nascida no Texas, atualmente mora com o marido e a filha numa área remota na costa ocidental da Escócia.

SANTUÁRIO DOS VENTOS | FICHA TÉCNICA
• Tradução: Luis Reyes Gil
• Páginas: 416
• ISBN: 978-85-441-0617-4
• Formato: (altura, largura e lombada) 16 x 23 x 2,1 cm
• Gênero: Ficção | Fantasia
• Peso: 700g
• Preço: R$ 49,90
• ISBN Ebook: 978-85-441-0618-1
• Preço Ebook: R$ 33,99

PREMISSA: - 90%
DESENVOLVIMENTO - 85%
PERSONAGENS - 90%
CONTEXTUALIZAÇÃO - 100%
PROCESSO NARRATIVO/ NARRATIVIDADE - 90%
CONCLUSÃO/ DESFECHO - 85%

site: https://www.pontozero.net.br/2018/08/23/o-livro-e-santuario-dos-ventos/
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Nick.Quarizimi 09/02/2021

"- Crescer pode ser doloroso - comentou Evan. - E toda cura leva tempo. Dê tempo ao tempo, Maris."

Eu fiquei em ressaca literária por causa desse livro mas também saí da ressaca por causa dele.
O começo é bom, o meio é extremamente arrastado, mas o final é simplesmente perfeito. Entrei em ressaca literária lendo ele e fiquei umas 3 semanas sem conseguir ler nada, Aí eu me forcei a terminar ele, mas conforme o final foi se aproximando e as coisas foram acontecendo eu não conseguia mais parar. Quando terminei tive que parar um pouco pra pensar no que eu tinha acabado de ler e o pq eu não tinha terminado antes. O capítulo 3 (final) foi o único que eu gostei.
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Bruno1041 12/03/2019

EM PARCERIA COM LISA TUTTLE, GEORGE R. R. MARTIN EXPLORA OS CÉUS EM SANTUÁRIO DOS VENTOS
SANTUÁRIO DOS VENTOS nos apresenta a humanidade em outro planeta onde no passado tiveram que vencer as adversidades ocasionadas por grandes ventos e animais marinhos hostis. Nasceu assim os voadores que eram humanos portando asas gigantes no intuito de fazer a comunicação entre uma ilha e outra, sendo pombos correios e enfrentando com graciosidade os ventos traiçoeiros.
Nossa protagonista nasceu nesse mundo mas do lado errado da história. Maris era uma confinada à terra, ou seja, humana que não nasceu na família de voadores e que nunca iria poder voar. Filha de pescador, ela foi adotada ainda na infância por um voador experiente chamado Russ que via nela uma voadora mesmo que nunca pudesse chegar a ganhar os céus. Por anos Maris usou as asas de Russ até que nasceu Coll, o seu primogênito, que deveria reivindicar as asas do pai quando chegasse na idade adequada.
Maris mesmo não sendo filha sanguínea da “casta” dos voadores era uma excepcional voadora. Ninguém negava que tê-la nos seus era uma dádiva. Entretanto, as leis dos voadores eram antigas e arcaicas. E Maris então ousou rompê-las.
A obra é divida em três grandes partes: TEMPESTADES, UMA-ASA e A QUEDA.
Não há capítulos e isso torna o ato de pausar a leitura no dia-a-dia frustrante visto que terão que fazê-los nas quebras de parágrafos, isso se vocês forem como eu que não consegue pausar enquanto não conclui um capítulo.
Acompanhamos Maris desde a infância até chegando a velhice onde seus olhos e ouvidos a traem e todos que conheceu morreram há tempos. Lemos sobre os seus feitos históricos, as rupturas causadas quando tentou ter as asas de seu pai Russ para si e as consequências desse ato a longo prazo na história dos voadores.
Foi muito bem construído o muro invisível que divide os voadores dos Senhores da Terra e confinados à terra. Existe uma hierarquia que parece nunca ser quebrada e junto dela os privilégios oriundos de um passado tão distante da história que é questionável a sua veracidade visto que tudo parece ser passado oralmente. Enquanto os voadores e Senhores da Terra são tratados como iguais, os confinados à terra já são um nível abaixo, é a massa que respeita os dois mais altos e o tratam quase como deuses chegando a acreditar que tocar na asa de um voador traz sorte. Saber que uma garota decidiu trazer questionamentos sobre isso me deixou muito empolgado, os autores deram um empoderamento a personagem que traduz bastante a mulher moderna da vida real que não aceita mais o que mundo antiquado dos homens dita.
Admito que não considerei uma leitura rápida, levei dias para terminar e ainda assim decidi retornar depois de meses para reler afim de avaliar se todo esse mundo fantástico criado por George R. R. Martin e Lisa Tuttle valia mesmo o tempo gasto lendo ou se eu havia somente consumido cegamente um material escrito pelo vô George e o aceitei como espetacular. Conclui que SANTUÁRIO DOS VENTOS é um enredo bom, faz um comparativo a nossa sociedade atual - e olha que a obra foi escrita lá na década de oitenta - onde se batalha para deixar no passado os costumes tradicionais arcaicos que são tão excludentes quanto preconceituosos. Só reconfirmei o meu amor pela mente de George R. R. Martin e passei a admirar Lisa Tuttle que até então desconhecia.
Os personagens secundários construídos são muito bem descritos, percebe-se o cuidado em criar as suas histórias personalidades, até os meros coadjuvantes em cenas tem pitadas das suas histórias pessoais apresentadas ao leitor que pode muito bem decidir se lhe é útil ou não conhecer.
E o que falar dos cenários... Ah, mesmo com as silas dando um baita medo me vi tentado a morar nas Ilhas do Oeste para desfrutar das tempestades constantes e seus efeitos na terra pois viver no calor não dá certo.
Na edição física a capa maravilhosa fica por conta do artista que admiro muito: Marc Simonetti. Há um mapa logo na terceira folha que contribui para nos situarmos nas localidades. As páginas são amareladas, e a fonte das letras e o espaçamento das linhas são em tamanho agradável aos olhos. LeYa arrasou na edição mesmo ela em seu miolo sendo muito semelhante aos livros lançados no passado da série As Crônicas de Gelo e Fogo.
Com narrativa em terceira pessoa, SANTUÁRIO DOS VENTOS é uma ótima pedida para os leitor que buscam um enredo fantástico e que não querem topar com aquele romance dramático clichê pois a protagonista Maris é tudo menos romântica.

site: https://www.refugioliterario.com.br/2019/03/em-parceria-com-lisa-tuttle-george-r-r.html
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Gramatura Alta 29/05/2018

http://www.gettub.com.br/2018/05/santuario-dos-ventos.html
Antes de George R.R. Martin dominar o mundo com os livros de GAME OF THRONES, ele se uniu com sua amiga escritora, Lisa Tuttle, e juntos criaram uma aventura fantástica, explorando um dos maiores sonhos de muita gente: voar.

A trama se passa num mundo apocalíptico e distante, onde os humanos vivem em uma série de ilhas, algumas próximas, outras distantes, no meio de um oceano perigoso. Os seus ancestrais eram conhecidos por possuírem naves, e quando essa civilização entrou em ruínas, os destroços das naves se tornaram tesouros. Com eles, foi possível confeccionar uma série de asas mecânicas, onde seria possível planar e viajar entre as ilhas de forma segura, já que navegar no oceano era muito arriscado. Os que possuíam as asas eram chamados de “Voadores” e se tornaram uma classe social muito poderosa e influente em todo o mundo. Eram extremamente necessários na comunicação entre os chefes das ilhas, que são conhecidos como “Senhores da Terra”. Os voadores levavam e traziam mensagens, como declarações de guerra ou novidades sobre clima/comércio e etc. Mas as asas eram limitadas e as que tinham disponíveis eram passadas de pai para filho, então não existia quase nenhuma chance de uma pessoa comum conseguir explorar os céus.

A nossa protagonista, Maris, é uma pequena fazendeira que deseja com todas as suas forças conseguir um dia ser uma voadora. E, felizmente, a menina consegue realizar seu sonho, quando um Russ, um voador solitário, a encontra numa praia e a adota. Logo a menina se torna uma excelente voadora e consegue até mesmo superar as habilidades do seu pai adotivo. Maris não poderia estar mais feliz, pois quando completar 13 anos, as asas serão suas oficialmente. Anos depois, seu pai acaba se casando e se torna pai pela primeira vez de um menino, seu primogênito. Segundo a lei, as asas agora são de seu irmão, mas por desejo do próprio irmão, ele decide abrir mão delas e passar para Maris, já que o menino tinha medo de voar e não possuía nenhuma habilidade. Mas o governo não quer aceitar essa medida e logo convoca um conselho, onde julgarão se passarão as asas para um voador de sangue nobre ou deixarão com Maris. Logo, a menina precisara lutar pelos seus sonhos e para a mudança definitiva dessa lei que não é justa para todos.

Originalmente o livro foi publicado nos anos 80 em forma de contos e aqui, nesta publicação, temos todos reunidos e de forma cronológica. A leitura é extremamente imaginativa e palpável. Todo o universo criado é extremamente interessante e acessível. O livro também conta com um mapa das ilhas, facilitando muito a imersão do leitor, tornando possível conferir onde um personagem está indo e qual será a distância percorrida. As asas são o bem de maior desejo de todos, são limitadas e não podem ser substituídas. O texto é cheio de descrições detalhadas de sua composição e funcionalidade, tão estimulante, que fica impossível não querer possuir uma também.

Como dito acima, o livro originalmente era uma coleção de contos, inéditos no Brasil, e este primeiro resumo acima descreve apenas o primeiro dos contos. O que mais enriquece o texto é a habilidade dos autores de criar personagens, desenvolverem tramas e injetar emoção nas palavras. Nós acompanhamos Maris desde pequena, até o fim de sua vida. Entre um conto e outro, os anos avançam com violência e, mesmo você lendo o livro rapidamente, parece que estamos nesse universo há muitos anos. A analogia de eu desejar algo, lutar por algo, possuir algo e perder algo é fortíssima e passa uma mensagem intensa para o leitor. Tudo o que você lutou para conquistar era isso mesmo que queria? Você é feliz com tudo o que possui?

Maris nunca entendeu as regras e lutou para modificar coisas em que não acreditava, mas nunca parou para pensar nas consequências. O desenvolvimento da jovem de longe é a melhor coisa de todo o livro, ela é forte, decidida e uma heroína. Mas ela é perfeita? Sempre faz as escolhas certas? E durante quatrocentas paginas, seguimos seus passos e seu crescimento, o apego é muito forte e no final chega a ser difícil dizer adeus. O primeiro conto acompanha sua luta, o segundo lida com as consequências da vitória e o terceiro vai por em cheque tudo em que Maris acreditava. Uma trama melhor que a outra, que se casam perfeitamente entre si e quase mal dá para notar que aconteceu um grande intervalo na escrita de um conto para o outro.

Um fato interessante envolvendo a leitura, é notar as referências que George R.R. Martin levou para os livros de GAME OF THRONES, as famosas “Crônicas de Gelo e Fogo”, lançadas no final dos anos 90. Para quem já leu anteriormente, vai notar na hora a importância da música em sociedades antigas, algo muito presente em ambos os livros. Vários nomes de personagens e castelos em GAME OF THRONES também foram inspirados em passagens de SANTUÁRIO DOS VENTOS.

E no encerramento, temos um epílogo emocionante em todos os sentidos. É quase como se estivéssemos vivendo nós mesmos tal fato. A vida é bela e todas as coisas que vem junto também, a trama mostra uma menina que se tornou lenda, não porque foi escolhida, mas, sim, porque lutou. Um belíssimo exemplo para as jovens que buscam inspiração, e uma personagem desenvolvida com paixão. SANTUÁRIO DOS VENTOS apresenta um mundo fantástico e traiçoeiro, com personagens fortes e uma trama emocionante. Uma jóia que precisa ser conferida!

site: http://www.gettub.com.br/2018/05/santuario-dos-ventos.html
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Anna 29/11/2020

Santuário dos Ventos
É um livro incrível, é cativante, a leitura rende a história te prende. Ele te ajuda em quesitos pessoais, ajuda a refletir sobre seus sonhos e ambições, uma experiência maravilhosa!
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Lívia Gusson 01/06/2018

Longa história
Infelizmente a leitura de Santuário dos Ventos não me surpreendeu. O começo se desenrolou bem, com a apresentação da protagonista e o seu contexto de vida. O livro se torna desinteressante na segunda parte e o desfecho é apenas razoável.
Maris e sua trama não conquistam, o que torna a leitura um pouco difícil.
O período em que a história se passa também é outro ponto que pode causar confusão. A contra capa fala de um suposto contexto de naves intergalácticas e elementos espaciais que desembarcam no universo de Santuário dos Ventos, porém, à este assunto, um único parágrafo é utilizado para descrê-lo, ou seja: faltou uma melhor contextualização. Da mesma maneira, ocorre com "monstros" citados nos resumos disponíveis.
Tento sempre ver um lado positivo em cada história, em cada livro, mas definitivamente este não foi o caso. Fiquei esperando algo grandioso, algo que exigisse mais da força que a personagem principal apresentava, também esperava que outros personagens pudessem ser melhor desenvolvidos e as relações pudessem ter mais força.
Para não falar que o livro todo ficou devendo, achei o desfecho dado à história até digno, sem tentativas de rodeios ou enrolações.
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Isabela | @readingwithbells 09/06/2018

Maris sempre quis ser voadora. Após ser adotada por Russ, um antigo Voador, ela teve a oportunidade de desfrutar das asas, apenas pelo período de seu irmão mais novo, Coll, completar 13 anos e pela linhagem, ficar com as asas.
Ao ver Coll, que tem o sonho de ser cantor, lhe tomar as asas, Maris surta. Ela sabe que o irmão não deseja as asas, e ela as quer desesperadamente.
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"Vocês não veem o que a tradição está fazendo conosco? As asas são uma responsabilidade, elas devem ser usadas por aqueles que amam o céu, que vão voar melhor e mantê-las da melhor maneira. O nascimento, não o talento."
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Maris tem as asas tomadas, mas não por muito tempo. Ela decide roubá-las, e assim, convocar um conselho entre os Voadores. Sua proposta é clara, ela deseja que qualquer pessoa tenha o direito de ter as asas pela habilidade, não pela linhagem.
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"Não por nascença ou por idade, mas pela única medida que realmente conta: a habilidade."
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Ela propõe uma academia onde qualquer pessoa possa entrar, e tendo a habilidade suficiente, após muito treino, possa vir desafiar outro Voador e usar suas asas pelo período de um ano.
Após desafiar a tradição de anos dos Voadores, Maris não faz ideia do que suas atitudes podem acarretar.
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Priscila Matos (@resenhasdamoca) 18/06/2018

Quem começa a leitura já lembra de GOT, sem dúvida não deixamos de comprar no começo as características com as duas obras. De certa forma, eu sempre fico com receio de uma obra ter feito tanto sucesso e ofuscar outra. A semelhança que posso citar nas obras de George Martin é pela maneira como ele não carrega uma estória somente com um drama. Junto com Lisa Tuttle esse livro está dividido em três partes e cada vez que imaginamos que já acabou e não tem mais onde nos levar os dois nos surpreende nos deixando com mais um drama que por mais diferentes que sejam sempre chegam ao problema central. Achei uma obra fantástica.

site: @resenhasdamoca
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Cathy 13/10/2019

Não há escolhas sem perdas. Não há escolhas sem ganho.
Vamos falar de uma obra que super conquistou meu coração? Santuário dos Ventos foi um livro que comprei após ler a sinopse na capa enquanto decidia com que livro iria gastar meu dinheiro na feirinha do shopping.
Na hora não prestei atenção em seus autores e após ler que o nome de George RR Martin constava fiquei meio receosa. Os fãs do autor que me perdoem, mas não aprecio a escrita do mesmo.
Porém, logo se nota que talvez a influência do autor de GoT na obra tenha sido pouca, o que me deixou extremamente feliz. Se pretende comprar o livro por causa do nome famoso que aparece na capa, não faça isso, será decepcionante para você. Se deseja conhecer a escrita fluída e simples da Lisa, COMPRE ESTE LIVRO.

A obra é dividida em três partes. Estas dizem respeito a estágios diferentes da vida da protagonista, Maris. E em cada etapa há um conflito distinto que nos deixa morrendo de raiva e angústia, isso devido ao fato da obra abordar temas bem interessantes como o enfrentamento de leis e a mudança de tradições onde as consequências disso vão surgindo aos poucos e você começa até a questionar se as ações da protagonista foram tão corretas e heróicas quanto parecia no início.

É uma obra sobre revoluções, crescimento pessoal e sobre aprender a lidar com perdas. Tem uma frase que li recentemente - e que não faz parte do livro -, mas que pode resumir bem a obra: "Não há escolhas sem perdas. Não há escolhas sem ganho."

Santuário dos Ventos é um livro especial e cheios de significados. Não foi um dos favoritos do ano, mas conseguiu um espaço no meu coração - ainda mais com o seu final e epílogo. Lisa Tuttle conte comigo pra tudo.
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Diogo Matos 17/07/2018

Excelente protagonista
Excelente leitura. Ótima protagonista. Recomendado!
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gagadiy 29/02/2020

Alerta de quebra de expectativa!
A história é envolvente e viciante, Maris é uma personagem bem construída e transformadora para a história, porém o desenvolvimento do texto peca em seguir um rumo duvidoso e ser pouco explorado. O autor não estabelece um rumo central para história, colocando Maris e sua vida neste universo IMPECÁVEL e a fazendo lidar com diversas questões, mas a forma como a história foi contada e as informações expostas me transmitiu um ar mega biográfico sem a questão central (Maris, Asas...?) - quebrou minhas expectativas? aham (mas que se fod*m minhas expectativas!)

Por fim, a infinidade e o potencial do universo que o narrador criou ao pensar no Santuário dos Ventos em contraste com o que ele apresentou como narrativa valem 4 estrelas? sei lá, leia e me fale!
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Lucas Rey 27/08/2018

Nostálgico.
Precisamos esclarecer uma coisa muito importante: vi muitas resenhas desse livro antes de comprá-lo. E a maioria dos blogs e canais de YouTube diziam que o livro ficava sombrio a partir da metade. Mas, sério, o livro não é nada sombrio, NADA! Trata-se quase de Young Adult. Veja, isso não é algo ruim, mas é bom não criar expectativas diante o que os blogs e outros canais dizem por aí... ;)

Visto isso...

O livro é constituído de 3 parte (além de prólogo e epílogo).

A história é simples e, pode-se dizer também, sem muitos momentos de clímax. São raras as partes da história que fazem você ficar com o coração na mão. Em geral, a história é bem regular nesse sentido. E esse é o único ponto fraco do livro ao meu ver.

Embora haja muitos personagens legais, a estrela do livro é a Maris, a personagem principal. O leitor acompanha a vida dela durante as três partes do livro, cada parte contando um momento e um desafio a ser superado pela protagonista. E é ela que te faz querer ler mais e mais.

Tecnicamente, o livro é perfeito. A premissa do mundo criado é muito boa, as regras desse mundo e suas leis são explicadas junto com o transcorrer da história, nada muito complexo e nem megalomaníaco. Os personagens são todos muito bem desenvolvidos, em poucas linhas o autor consegue de forma maravilhosa fazer o leitor entender quem é quem na história sem precisar de descrições super saturadas. Os desafios e problemas enfrentados pela protagonista são simples, mas nem por isso ruins. Eu, de certa forma, já estou um pouco cansado daquela prerrogativa que a maioria dos livros de fantasia seguem: salvar o mundo. Aqui, não! Aqui a coisa é simples e igualmente fantástica.

O meu sentimento durante maior parte da leitura do livro foi de nostalgia, e em certo ponto, até mesmo tristeza. Esses foram os dois sentimentos predominantes na minha leitura. A conexão que o autor faz com as 3 partes do livro e a forma como ele indica a passagem de tempo entre elas é realmente de dar um nó na garganta.

Santuário dos Ventos é a prova de que não é necessário uma trilogia ou grandes séries de livros para se fazer uma boa história.
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