Luiza Helena (@balaiodebabados) 13/08/2018Originalmente postada em https://balaiodebabados.blogspot.com.br/Se havia um livro aguardado por mim agora em agosto, esse livro era The Chase. Desde a primeira interação entre Summer e Fitz lááá em O Jogo, eu fiquei desejando que Elle escrevesse um livro protagonizando os dois. In Elle a gente confia para não nos decepcionar.
Summer Heyward-Di Laurentis é a típica padrão rich white girl: alta, loira, bonita, rica… Ou seja, aquele tipo de garota superficial. Passada essa primeira impressão, descobrimos que Summer é uma garota bem alto astral, determinada, leal, pé no chão e nada superficial. Justamente essa imagem que ela passa se torna a sua principal insegurança, principalmente pelo fato de ter déficit de atenção.
Summer sabe que as pessoas sempre vão pensar que ela só é uma garota festeira e superficial e é a partir daí que ela tira forças para mostrar que é totalmente o contrário. O que eu mais gostei na personagem é que ela não esconde seu amor por moda e estilo, entre outras coisas que mulheres ditas superficiais gostam. Faz parte de sua personalidade e autenticidade.
"Uma mulher não é definida por seus namorados. Ela é definida por suas conquistas. E os sapatos dela.*"
Quem vê Colin Fitzgerald todo trabalhado no seu 1,90 de pura massa muscular, mal imagina que o jogador de hockey também é um nerd de carteirinha. Quando não está treinando, jogando ou em aula, Fitzy curte ficar em casa, criando e programando jogos de videogame. Por conta de uma família bem mal estruturada, Fitz é um cara bastante reservado e introspectivo e possui uma grande dificuldade de expressar o que sente.
"Eu não quero estar com uma mulher que se esconde nas sombras comigo, porque isso me permite continuar me escondendo. [...] Eu quero alguém que me encoraje a sair da minha zona de conforto, Summer é esse alguém.*"
Apesar de ter gostado bastante da história, confesso que esperava um pouco mais da relação entre Summer e Fitz. Rola um certo disse-me-disse na história e isso me cansou um pouco. O que poderia ter resolvido com uma simples conversa, se estendeu um pouco mais do que eu queria, mas vamos seguindo o plot, né nom...
Summer nunca escondeu que sempre esteve interessada em Fitz, nem mesmo do próprio. Ela não deixa a indecisão de Fitz abalar sua confiança, jogando verdades na fuça dele quando necessário. Por mais que ela tenha sentimentos pelo cara, Summer sabe que não vale a pena ficar pressionando ou se lamentando por ele não tomar uma iniciativa
O sentimento de Fitz também é recíproco, mas com o buraco um pouco mais embaixo. Sim, ele admite seus sentimentos por Summer, mas por conta da sua personalidade extrovertida, ele se sente bastante intimidado. Por ter crescido em um ambiente tóxico, onde tudo que ele falava era usado contra pessoas que ele amava, Fitz aprendeu a não demonstrar seus sentimentos e pensamentos, praticamente se tornando invisível. Entretanto, quando Fitz se vê perdendo a mina que ele gosta para outro cara, ele tem que decidir se vai tomar uma iniciativa ou ficar chupando dedo.
Gostei muito do foco da Elle na questão de primeiras impressões. Como a Tami comentou na resenha dela (leia aqui), tanto Summer quanto Colin são julgados por suas aparências. Por mais que tentamos não fazer isso, é algo bastante involuntário. Quantas vezes você já teve uma má impressão de alguém e essa pessoa se tornou totalmente diferente? Euzinha já passei por várias situações assim. A maioria dos meus amigos já me falaram que, de primeira, tinham a impressão que eu era um tanto bem série metida nariz empinado. Logo eu, que estou cheia de boletos a pagar e não tenho nem onde cair morta?
Assim como a Tami também comentou, Fitz e Summer são bons juntos e separados. Ambos tem sua própria jornada para cumprir ao longo do livro e é bem legal ver o crescimento de ambos, principalmente no lado pessoal e no relacionamento dos dois.
Outro ponto legal da história foi como Elle abordou o déficit de atenção de Summer. Assim como Summer, eu também tenho esse déficit, não tão severo, mas o suficiente para me atrapalhar em certas situações. Então, super me identifiquei quando ela começava a divagar em certos momentos porque aquilo que estava acontecendo não lhe prendia atenção suficiente. Houve uma certa cena que eu senti na pele o que a Summer estava sentindo porque já tive algumas experiências assim na vida.
"Amar a si mesmo já é difícil o suficiente. Silenciar o crítico interior limita o impossível.*"
Além desses assuntos, Elle também aborda assédio, slut shaming, ambientes familiares tóxicos e por aí vai... Não pense que a história se tornou um tanto pesada, muito pelo contrário. Elle tem o dom de escrever sobre assuntos importantes de forma leve. Em O Acordo temos um grande exemplo. (Não vou falar porque é spoiler)
E se você está com saudades da galera de Amores Improváveis, vai poder matar um pouco. Como Elle já havia dito, eles fazem algumas participações durante a história, porém vou destacar a participação de Garrett. Gente do céu, esse homem protagonizou uma cena que me fez ter uma síncope de tanto rir.
Novos personagens são apresentados. Dou destaque para Breena Jensen. Ela sou eu e eu sou ela. Desde sua primeira aparição, eu me apaixonei pela garota e super me identifiquei com sua personalidade. Summer e ela se tornam bastante amigas e são responsáveis por diálogos super engraçados. Outro personagem interessante é Jake Connelly. Descrito por Summer como um jovem Clint Eastwood (o que faz dele um Scott Eastwood da vida) o cara é praticamente um Mbappé do ringue de hockey e promete arrancar muitos suspiros.
Hunter e Hollis são os outros dois habitantes da casa de Summer e Fitz. Hollis é aquele tipo de cara que é meio tapado e um tanto sem noção, principalmente quando se trata do sexo oposto, mas é até inofensivo e gente boa. Já Hunter, de início, também rola uma má impressão do seu estilo de vida, mas ele vai se mostrando um cara bem legal também. Só estou na espera para sua história porque ele também merece um final feliz. (JUSTICE FOR HUNTER!)
Elle continua com aquele jeito maravilhoso de escrever, que faz com que a leitura seja maravilhosa e rápida. Assim como os outros livros, The Chase é recheado de referências da cultura pop e, também, da moda. O próximo livro já tem nome: The Risk (O Risco, em português). Será protagonizado por Breena e Jake, então já prevejo altas farpas no ar e muita tensão sexual entre os dois.
* Traduções feitas por mim
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