O fim de Eddy

O fim de Eddy Édouard Louis




Resenhas - O fim de Eddy


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Shaykovisky 07/09/2018

Amostra de uma infância homofóbica - @shaybooksoficial
?É você o veado? - Quando a pronunciaram eles inscreveram em mim para sempre, como um estigma? Eu percebia a impossibilidade de me desfazer desse estigma?. (p.15)

Em - O fim de Eddy - um relato autobiográfico, o francês Édouard Louis, traz detalhes de sua infância e adolescência e os seus enfrentamentos homofóbicos e machistas na pequena cidade do interior da França.

Eddy, como ele se chamava, diariamente, no banheiro de sua casa repetia como uma prece ?Hoje eu vou ser durão?, tentando dessa forma se ver livre das humilhações na escola; das censuras no meio familiar; e dos olhares inquisidores da vizinhança por causa de seus trejeitos femininos.
Através de uma narrativa simples e objetiva, Édouard, narra episódios da sua  vida como Eddy, como o garotinho do interior tenta sobreviver aos constantes ataques na escola e como esconder isso dos pais a fim de tranquilizá-los.

?Eu sentia a necessidade de tranquilizá-los, de agir de modo que eles deixassem de se fazer perguntas que eu queria que desaparecessem?. (p.84)

Infelizmente, a história de Eddy, não é apenas um relato exclusivo da vida do Édouard, mas também a história de tantos outros meninos e meninas no mundo inteiro, que desde a infância tiveram e têm que enfrentar uma pressão social por apresentarem comportamentos diferentes do esperado. E que ainda passaram e passam pelo sofrimento de tentar ser igual aos outros.

?O fim de Eddy? é uma história de superação à homofobia, machismo e ao conservadorismo. Que nos faz refletir no sofrimento solitário de tantas pessoas, que por medo escondem o que são.
A história de ?O fim de Eddy?, é um livro mais que recomendado para se ter um pouco de ideia do sofrimento de uma infância homofóbica.
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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

O fim de Eddy, de Édouard Louis – Nota 8/10
Romance autobiográfico que fez bastante sucesso na França, “O fim de Eddy” retrata as dificuldades e conflitos internos vividos por um garoto que ainda questiona a sua sexualidade. A discriminação sentida desde a infância é ainda mais reforçada pelo ambiente em que Eddy nasceu: uma pequena cidade de operários no interior da França, ainda extremamente marcada pelo conservadorismo na década de 90.

Escolhi esse livro para o #desafiobookster2019 do mês de junho, cujo tema era LGBTfobia, e posso dizer que a leitura consegue, de uma maneira impactante, transmitir ao leitor o sofrimento de quem é vítima desse preconceito. A gravidade dessa questão social fica latente no livro quando percebemos que nem a própria família do autor conseguiu poupar a discriminação contra uma criança. A falta de empatia chega a incomodar. A escola também se tornou um pesadelo para o garoto, que era constantemente vítima de agressões físicas e psicológicas. Para tentar se enquadrar em uma sociedade que não aceita o diferente, Eddy segue sua vida orientado por uma frase: “hoje vou ser um durão” (“aujourd’hui je serai un dur”). É a esperança de que o esforço poderá transformá-lo naquilo que todos esperam dele. É a homofobia presente na cabeça de Eddy a todo momento e que norteia os seus passos e escolhas. E o leitor acompanha os sofrimentos desse garoto que está descobrindo sua sexualidade, mas que se vê obrigado a esconder - até de si mesmo - o que sente. Eddy faz sua vida com base no que os outros vão aprovar.

A escrita do autor é bem crua e rápida. A história é construída a partir de uma sucessão de eventos marcantes na infância e adolescência do autor e que tiveram inegáveis reflexos durante toda a sua vida. Confesso que em alguns momentos senti a escrita um pouco simples demais e talvez isso possa ter se dado por problemas da tradução. Até recebi mensagens de pessoas que leram no original e adoraram o tom poético da escrita. Isso, infelizmente, não consegui perceber na versão em português. Mas de qualquer forma, o livro possui diversas qualidades e consegue colocar o leitor na perspectiva de quem sofre rotineiramente pela LGBTfobia.

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Bruno 28/02/2020

Um fim necessário...
Sempre digo que o preconceito é fruto da ignorância. Com O Fim de Eddy reafirmo isso a cada página lida dos relatos sufocantes desse menino - sim, é o menino do interior que tira do peito e desabafa as dores do seu crescer - que nos tira de nossa zona de conforto e nos mostra como é difícil ser grande num mundo cheio de mentes pequenas.

Quantos meninos Eddy existem por aí? Por mais absurdo que possa parecer, ainda existem aos montes. Impossível não se identificar com ele em algum momento de sua narrativa. Reconhecemos os personagens. Percebemos o quanto as pessoas ainda precisam evoluir.

A escrita de Édouard Louis é objetiva, forte, tangível. Sentimos suas dores, suas mágoas, as dificuldades de suas relações com a família, amigos e consigo mesmo. Revivemos toda a violência pela qual ele teve que passar e que se expressou de diversas formas... Em palavras, nos olhares, fisicamente...

O fim se fez necessário para que houvesse um novo começo, de uma história mais leve, mais justa. Não existe um final feliz porque ainda não chegou ao final. Fugimos com Eddy e recomeçamos com ele.

Uma leitura que mexeu comigo e que certamente estará na lista dos melhores livros lidos desse ano. Super recomendo.
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Praxedes 23/07/2020

Por que "o fim"?
O fim de Eddy, romance autobiográfico, é um livro que mexe com nossas emoções. São poucas páginas, porém com muitos sentimentos, identifiquei-me com várias das partes desse livro. Eu tomei como "o fim" toda a trajetória infantil do Eddy, desde que nasceu sofre por ser quem ele é, sofre preconceitos, mesmo sem entender. O livro trata muito bem a questão da violência institucionalizada, como se formam as raízes para tais atos infames que rondam a sociedade. São palavras de ódio, olhares de desgostos lançados a uma criança que, sem entender o porquê daquilo, tenta ignorar e leva essa dor como uma simples brincadeira. Confesso que o capítulo "O depósito" foi uma coisa que achei bastante peculiar e impactante dentro da narrativa, é muito chocante, uma vez que toca em dois pontos importantes da história: a inocência e a descoberta, como o autor fala disso, dos desejos de uma criança de 11 anos é muito surpreendente. Nós acompanhamos essa jornada de uma criança que nasce em meio a uma vilarejo preconceituoso e muito limitado, que lida com esses preconceitos da pior forma e percebe que, ser quem ele é, é muito difícil e quase impossível. Deixo essa dica de leitura fantástica para vocês. Abraços.

site: https://www.instagram.com/let.tura/
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Emanuel 08/04/2020

A representatividade que dói
Durante minha vida, principalmente na infância e na adolescência, tive dificuldade em me ver representado nas expressões de arte. É uma tendência natural do ser humano, buscar em obras ficcionais nuances de nossa personalidade, anseios e temores. No entanto, a maioria dos filmes, músicas e livros que consumi representam pessoas distantes de quem eu era, sou e me tornei. Aqui, em "O Fim de Eddy", no entanto, Édouard Louis conseguiu colocar em suas páginas os sentimentos que permearam não só a minha, mas a vida de vários meninos gays que tentaram suprimir parte fundamental do que somos: a sexualidade.

A percepção dos trejeitos pelos outros, antes de que nós mesmos tenhamos consciência do que eles representam; o medo de se expressar livremente; a tendência de buscar um novo tom de voz, gestos mais contidos, interesses mais masculinos; as tentativas frustradas de se relacionar com meninas; e a esperança, sempre renovada e sempre fracassada, de recomeçar em um novo meio, onde ninguém consiga perceber o que está escondido no íntimo. São inúmeras as semelhanças que tornam a vida do autor e protagonista desse livro tão próxima das experiências de muitos de nós.

Ontem, ao terminar "O Fim de Eddy", senti aquilo que sempre tive dificuldade de encontrar: a representatividade. Mais dolorida e palpável do que eu gostaria, mas necessária e pungente.
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Mayandson 19/04/2020

"Da minha infância não guardo nenhuma lembrança feliz." (p.13)

Com essa frase, Eddy Bellegueule inicia a triste e emocionante história de sua infância, submetida as agressões, seja por sua sexualidade, seja pela subalterna vida que leva.

O Fim de Eddy, livro autobiográfico do autor Édouard Louis, é um romance francês ambientado num vilarejo ao norte do país, em seu período pós-industrial, nos fins dos anos 1990. Esse lugar, que deveria trazer memórias afetivas, traz apenas lembranças da vida miserável, dos insultos e das situações de extrema humilhação, motivadas pela sua fuga que não atendia a expectativa do homem másculo heterossexual.

Com um olhar maduro e sincero, Édouard consegue captar o que há de mais perverso do machismo, racismo e homofobia na sociedade. Através dessa percepção, mostra como a virilidade masculina é cobrada socialmente tanto em hábitos externos, como a forma de andar, falar, com quem ter amizades e que tipos de atividades ter afinidade, quando particularidades internas, com a demonstração de sentimento e até mesmo a idealização do sexo ideal e superdotado.
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Yago.CamurAa 07/05/2020

o livro retrata bem o que é viver no interior e se descobrir gay. acho que nunca li algo tão honesto e profundo sobre essa vivência. EXCELENTE LIVRO!
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Dilaine 31/05/2020

Belíssimo livro de estreia!
Uma auto biografia muito bem escrita e detalhada, muito bom saber como foi o interior da França. Além de ver como uma criança é tratada por ser diferente, todo o bullying por parte de outras crianças e todo o destrato por conta dos pais. ?Eddy? soube realmente contar a sua história de forma simples e maravilhosa!
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renanlp 24/06/2020

Bom livro
Me interessei pelo livro através de uma resenha numa rede social. O autor escreve de maneira crua e honesta sobre suas experiências de vida, focando principalmente em sua infância numa cidade pequena do interior da França, as relações construídas e os questionamentos acerca de sua sexualidade. Há momentos em que a leitura fica um pouco confusa, faltando desfechos ou por conta do acréscimo de informações repentinas, talvez seja algo relacionado à tradução. No geral, a leitura é rápida e interessante.
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Luciana - @minhaestantemagica 12/07/2020

Liberdade...
É impressionante como machismo e homofobia são práticas recorrentes em qualquer lugar do mundo. Seja em São Paulo, em Miami ou no interior da França, onde nasceu Eddy. Através desse relato autobiográfico, conhecemos toda a angústia de um menino que lutou bravamente contra seus instintos para tentar se encaixar. Em uma cidade pobre, com moradores ignorantes e miseráveis, onde os homens bebiam demais, arrumavam brigas, batiam em suas mulheres e faziam questão de dizer que eram caras durões, o pequeno Eddy já era chamado de "veado" muito antes de entender sua própria sexualidade. Sofreu bullying e violência física na escola durante anos. E em casa não era muito diferente: seu pai fazia questão de atormentá-lo e se divertia com seu sofrimento, apesar de, em alguns momentos, demonstrar que o amava. É o retrato de uma família, na verdade de uma vila inteira, amargurada por não ter tido um destino diferente do que seus antepassados tiveram. É como se eles estivessem presos àquele lugar e condenados a viver uma vida em looping por várias gerações. Mas Eddy, com muito custo, conseguiu sair desse círculo vicioso e sua salvação foi o teatro. Mas até isso acontecer, se obrigou a jogar futebol, beber, tirar notas baixas e namorar meninas, mesmo tendo asco ao corpo feminino, para tentar frear os boatos sobre ele. Foi violentado e se violentou para tentar ser igual a todo mundo da cidade. A história toda é muito real e muito triste. Eu realmente não consigo entender porque as pessoas se preocupam tanto com a sexualidade alheia e torturam os indivíduos que se desviam da heteronormatividade. A vida pessoal de cada um só diz respeito à própria pessoa. Ninguém tem nada a ver com isso! Recomendo bastante a leitura desse livro para aqueles que adoram xingar, fazer piadinhas ou bater em pessoas LGBTQI+! Quem sabe, através da literatura, vocês se sensibilizem com o sofrimento profundo e desnecessário que vocês causam a outros seres humanos...
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Felipe 18/07/2020

Romance auto-biográfico e primeiro livro escrito por Édouard Louis, O fim de Eddy retrata a infância e adolescência de um garoto durante as descobertas a respeito do seu verdadeiro eu. Nos mostrando, principalmente os conflitos internos do garoto, e o quanto as opiniões externas influenciam na formação dos jovens. Eddy foi obrigado a lidar com a homossexualidade, como algo ruim, num vilarejo em que todos tem o mesmo destino, conformados na mediocridade de suas vidas. Ele, porém, tenta se encontrar e descobrir o mundo além das limitações que lhe eram impostas. O estilo da escrita me lembra muito Pedro Juan Gutiérrez, e sua forma crua de não deixar dúvidas sobre o que ele está narrando, nada é subjetivo.
Além da questão central, a homofobia, o romance debate questões como o bullying, racismo, xenofobia e conflitos familiares. Fiquei curioso para ler mais livros do autor.
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Nicácio 21/07/2020

IDENTIFICAÇÃO
Uma história simplesmente comovente... uma vida que muitos gays vivenciaram.
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