O fim de Eddy

O fim de Eddy Édouard Louis




Resenhas - O fim de Eddy


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Thamiris.Treigher 13/05/2023

"A gente nunca se acostuma às ofensas"
Em "O Fim de Eddy", conhecemos a história do francês Édouard Louis, que nasceu em 1992, em uma comunidade pobre na zona rural francesa.

Em uma narrativa autobiográfica, Édouard faz um relato cruel e desesperador sobre como era ser um garoto homossexual, que não se sentia bem em seu corpo masculino, em uma comunidade pobre, conservadora, homofóbica e extremamente machista.

Na pequena cidade operária onde vivia, o que importava era ser um "macho durão" e, desde pequeno, Eddy sofria violências e ofensas por ser "diferente", ter trejeitos femininos, uma voz fina e um jeito de andar delicado. "E você é veado?" virou uma frase que o perseguiu, estigmatizou e devastou.

Eddy tentou de toda forma "virar homem", agradar seus pais, namorar garotas, engrossar a voz e mexer menos as mãos, tentando se tornar alguém inexistente em sua essência.

Descobrir sua sexualidade em meio a esse cenário opressor, ao bullying e à pobreza trouxe experiências amargas e sufocantes. Nesse relato emocionante e devastador, conhecemos toda a sua história durante a infância e adolescência. Eu tinha vontade, o tempo todo, de poder entrar na história para abraçar e acolher o pequeno Eddy, que não conhecia outra realidade a não ser a da violência e da ofensa.

"Eu parava e retomava a frase: Hoje eu vou ser um durão. Eu me lembro porque eu repetia exatamente aquela frase, como se faz com uma oração, com aquelas exatas palavras - Hoje eu vou ser um durão (e eu choro enquanto escrevo estas linhas: choro porque eu acho essa frase ridícula e horripilante, essa frase que, durante anos, me acompanhou e que de certa forma ocupou, não creio que haja exagero em dizer isso, o centro da minha vida)."

Um livro curto, real e muito necessário. Recomendo demais a leitura!
Michele Boroh 13/05/2023minha estante
Olhei logo ali nas estrelas e: ufa, ela gostou. ?


Thamiris.Treigher 14/05/2023minha estante
Hahahah como eu suspeitava, eu amei!! Amo suas indicações ??




Márlon 10/08/2021

Há em todo adulto que foi uma "criança viada" um quê de mágoa, de raiva, de dor, de medo... Quando penso em todas as violências que eu carrego da vida, das vezes que me gritaram "bicha" na escola, que me senti intimidado na rua, no trabalho, etcétera, foi em casa que eu me vi mais agastado e triste, sobretudo por não ter o acolhimento que gostaria. Quando me vejo afastado, sem querer muito me abrir sentimentalmente, interpretado como frio, como antissocial, penso que, foi em casa que minaram as minhas demonstrações de afeto. A rua só ratificou isso. O primeiro medo de ser quem eu sou, senti em casa. Quando Édouard nos fala das múltiplas vezes em que foi violentado - física e emocionalmente - eu consigo sentir a solidão que isso provoca. Uma solidão que nos acompanha sempre, porque, infelizmente, a gente não deixa de ser o que é nunca. Nem mesmo no fim.
Roberto 11/08/2021minha estante
!


eden¡! 20/07/2022minha estante
nossa, exatamente!!!!




San 04/07/2018

Problemas com a tradução.
Estava ansiosa para ler esse livro, o título é chamativo, a capa também, o tema é bem atual, mas no desenrolar do livro fui me decepcionando.
Acredito que a tradução tenha colaborado e comprometido o real sentido do livro.
O julgamento de Eddy com relação aos pais, a pobreza, e a sua própria condição, ao me ver, num época recente, não se justifica. Em alguns trechos me faz parecer até um filho ingrato, e de vítima passa a ser um chato. Acho que não era exatamente o que autor queria passar, e por isso acredito que a tradução seja a culpada. Várias passagens do livro se invertem, anos e idades não batem, enfim, esperava muito mais.
afonso 09/03/2019minha estante
Tb achei o texto desse livro um tanto esquisito




Patrick 16/02/2022

Reflexivo, provocador, incômodo... Uma leitura que poderia ser rápida, mas ao longo do processo é necessário parar pra pensar no que foi dito. Além disso é interessante a forma como o relato é contado.
Edu 16/02/2022minha estante
já quero ler ele há um tempo




Shanahan (Me Acabei de Ler) 25/06/2021

Excelente!
Relato extremamente relacionável (principalmente se você faz parte da comunidade LGBTQIA+) da vida do autor, desde a sua infância até a adolescência!

É um livro muito bom, mas não é necessariamente para todo mundo! A escrita é muito boa, mas as descrições de alguns acontecimentos podem afetar muito pessoas mais sensíveis por serem muito gráficas.
Altieris 21/03/2022minha estante
Eu estou lendo este livro seguindo uma recomendação sua e estou gostando mesmo entendendo que se trata de um relato sensível da infância do autor. Obrigado pela recomendação.




bobbie 09/06/2020

Uma leve decepção.
Encontrei este livro em uma de minhas "escavações" pela Amazon, em busca de mais um exemplar para ajudar a tornar meu isolamento social menos intolerável. Imediatamente me senti atraído por ele, pela série de elogios da crítica, a quantidade de exemplares vendidos estampada na capa, pela descrição da história, uma espécie de bildungsroman (romance de amadurecimento) de um menino homossexual francês. Ainda melhor, uma história baseada na vida do autor. Minha fome de pesquisador doutor em literatura com ênfase em sexualidade e estudos de gênero me fez comprar o livro imediatamente. Li-o em dois dias. Leitura fácil, fluída, porque rasa e mal escrita. O romance autobiográfico de estreia do autor é um caldeirão de assuntos e um misto de falhas narrativas e linguísticas. Começa focado na homofobia violenta sofrida pelo menino, já em tão tenra idade (aos 10 anos), mas de repente se perde num livro sobre as dificuldades financeiras de uma família de classe baixa num vilarejo da França. Eventos são introduzidos e esquecidos - do prego que furou o pé do protagonista e deu início a uma infecção potencialmente séria, alguém se lembra? - dados são apresentados de maneira confusa (num momento ele termina um malfadado relacionamento com Sabrine e, no parágrafo debaixo, a menina voltou a ser Laura, uma namorada anterior?), a cronologia do livro é confusa (Eddy parece ter 10 anos durante muitos anos), a configuração dos diálogos é confusa e de péssima formatação, o uso da língua é simplista, com orações coordenadas em sua maioria e, quando subordinadas, não parecem ser completadas. Há também tramas desnecessárias - o primo que foi preso, para quê? Apenas uma digressão absolutamente descartável. O valor da obra, contudo, está, em seu relato de ódio aos homossexuais, ao racismo do pai do menino, e da ainda mais grave homofobia internalizada. Quando criança, em um mecanismo de autodefesa, não são raras as vezes em que Eddy demonstra ódio e desrespeito por outros gays. Por fim, o próprio título do livro me parece confuso: O fim de Eddy é absolutamente misleading: leva a noções prévias que não se concretizam de maneira nenhuma, no desfecho do romance.
@diogodrr 01/02/2021minha estante
Concordo com você, Roberto. Tive o mesmo sentimento em relação a narrativa confusa em alguns (nem tão alguns assim), momentos.




Daniel 03/07/2018

A vida sem retoques
O livro parece ser uma autobiografia do autor. A pobreza e a falta de educação são os grandes vilões desta história. E não se trata apenas do relato de um menino gay, descobrindo sua sexualidade em meio à brutalidade de sua família e sua comunidade: ele também analisa o círculo vicioso da pobreza e da falta de oportunidades: os filhos "machos" que deixam de estudar e vão trabalhar cedo, começando a beber desde a infância, engravidando namoradas, perpetuando atitudes machistas, xenófobas e preconceituosas; as moças "de família" que acabam se tornando mães solteiras, infelizes e sem perspectivas em empregos frustrantes, repetindo a história de suas mães e avós. Este enredo que se passa no interior da França poderia perfeitamente se passar no Brasil ou em qualquer outro lugar do mundo carente principalmente de educação. O livro não tem qualidades literárias de um livro de uma Elena Ferrante, por exemplo... Mas é um retrato bastante fiel da realidade de muitas famílias menos favorecidas. Não achei cansativo, mas bastante triste.

Uma curiosidade: este livro foi adaptado para um filme chamado MARVIN. Vale a pena ver.
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suellen 28/03/2024

Um dos melhores livros que já li esse ano, uma verdadeira história nua e crua, que relato, triste porém essencial.
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Edu Ribeiro 27/07/2018

Triste, real, interessante
É um pouco pesado acompanhar a trajetória do menino Eddy, mas dá uma sensação de realidade, de percepção de que existem diferentes realidades dependendo do local onde se é criado, das perspectivas que se formam e como é difícil tentar encaixar-se em um perfil que não é o seu. Fala-se sobre a homossexualidade, mas poderia ser sobre qualquer característica que fosse fortemente contra aquilo que se espera de uma criança. Vale a leitura.
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Douglas 04/09/2018

Melhor leitura de 2018 até agora!
Até agora, só li livros maravilhosos em 2018. Mas este é, de longe, o melhor deles. Não passei nem pela metade do que ele passou, mas as semelhanças foram tantas (inclusive o autor também nascido em 92) que me fizeram chorar com lembranças horríveis de quando eu não sabia quem eu era e nem do que eu era feito e, infelizmente, outras pessoas também não sabiam, portanto nunca puderam me ajudar a descobrir. O tempo todo dessa leitura, fui tomado por um espírito de luta, de vontade de fazer diferente, de consolar e de mudar a história dessa pessoa. Acontece que a gente tem esse poder sim. A gente tem o poder de ensinar a uma criança que tudo bem ela ser como ela é, e assim poderemos dar refúgio a ela nos seus dias sombrios. E diminuir os pequenos traumas que elas carregam para a vida adulta. Queria que todo mundo lesse essa história.
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Shaykovisky 07/09/2018

Amostra de uma infância homofóbica - @shaybooksoficial
?É você o veado? - Quando a pronunciaram eles inscreveram em mim para sempre, como um estigma? Eu percebia a impossibilidade de me desfazer desse estigma?. (p.15)

Em - O fim de Eddy - um relato autobiográfico, o francês Édouard Louis, traz detalhes de sua infância e adolescência e os seus enfrentamentos homofóbicos e machistas na pequena cidade do interior da França.

Eddy, como ele se chamava, diariamente, no banheiro de sua casa repetia como uma prece ?Hoje eu vou ser durão?, tentando dessa forma se ver livre das humilhações na escola; das censuras no meio familiar; e dos olhares inquisidores da vizinhança por causa de seus trejeitos femininos.
Através de uma narrativa simples e objetiva, Édouard, narra episódios da sua  vida como Eddy, como o garotinho do interior tenta sobreviver aos constantes ataques na escola e como esconder isso dos pais a fim de tranquilizá-los.

?Eu sentia a necessidade de tranquilizá-los, de agir de modo que eles deixassem de se fazer perguntas que eu queria que desaparecessem?. (p.84)

Infelizmente, a história de Eddy, não é apenas um relato exclusivo da vida do Édouard, mas também a história de tantos outros meninos e meninas no mundo inteiro, que desde a infância tiveram e têm que enfrentar uma pressão social por apresentarem comportamentos diferentes do esperado. E que ainda passaram e passam pelo sofrimento de tentar ser igual aos outros.

?O fim de Eddy? é uma história de superação à homofobia, machismo e ao conservadorismo. Que nos faz refletir no sofrimento solitário de tantas pessoas, que por medo escondem o que são.
A história de ?O fim de Eddy?, é um livro mais que recomendado para se ter um pouco de ideia do sofrimento de uma infância homofóbica.
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Bookster Pedro Pacifico 26/02/2020

O fim de Eddy, de Édouard Louis – Nota 8/10
Romance autobiográfico que fez bastante sucesso na França, “O fim de Eddy” retrata as dificuldades e conflitos internos vividos por um garoto que ainda questiona a sua sexualidade. A discriminação sentida desde a infância é ainda mais reforçada pelo ambiente em que Eddy nasceu: uma pequena cidade de operários no interior da França, ainda extremamente marcada pelo conservadorismo na década de 90.

Escolhi esse livro para o #desafiobookster2019 do mês de junho, cujo tema era LGBTfobia, e posso dizer que a leitura consegue, de uma maneira impactante, transmitir ao leitor o sofrimento de quem é vítima desse preconceito. A gravidade dessa questão social fica latente no livro quando percebemos que nem a própria família do autor conseguiu poupar a discriminação contra uma criança. A falta de empatia chega a incomodar. A escola também se tornou um pesadelo para o garoto, que era constantemente vítima de agressões físicas e psicológicas. Para tentar se enquadrar em uma sociedade que não aceita o diferente, Eddy segue sua vida orientado por uma frase: “hoje vou ser um durão” (“aujourd’hui je serai un dur”). É a esperança de que o esforço poderá transformá-lo naquilo que todos esperam dele. É a homofobia presente na cabeça de Eddy a todo momento e que norteia os seus passos e escolhas. E o leitor acompanha os sofrimentos desse garoto que está descobrindo sua sexualidade, mas que se vê obrigado a esconder - até de si mesmo - o que sente. Eddy faz sua vida com base no que os outros vão aprovar.

A escrita do autor é bem crua e rápida. A história é construída a partir de uma sucessão de eventos marcantes na infância e adolescência do autor e que tiveram inegáveis reflexos durante toda a sua vida. Confesso que em alguns momentos senti a escrita um pouco simples demais e talvez isso possa ter se dado por problemas da tradução. Até recebi mensagens de pessoas que leram no original e adoraram o tom poético da escrita. Isso, infelizmente, não consegui perceber na versão em português. Mas de qualquer forma, o livro possui diversas qualidades e consegue colocar o leitor na perspectiva de quem sofre rotineiramente pela LGBTfobia.

site: https://www.instagram.com/book.ster/
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Bruno 28/02/2020

Um fim necessário...
Sempre digo que o preconceito é fruto da ignorância. Com O Fim de Eddy reafirmo isso a cada página lida dos relatos sufocantes desse menino - sim, é o menino do interior que tira do peito e desabafa as dores do seu crescer - que nos tira de nossa zona de conforto e nos mostra como é difícil ser grande num mundo cheio de mentes pequenas.

Quantos meninos Eddy existem por aí? Por mais absurdo que possa parecer, ainda existem aos montes. Impossível não se identificar com ele em algum momento de sua narrativa. Reconhecemos os personagens. Percebemos o quanto as pessoas ainda precisam evoluir.

A escrita de Édouard Louis é objetiva, forte, tangível. Sentimos suas dores, suas mágoas, as dificuldades de suas relações com a família, amigos e consigo mesmo. Revivemos toda a violência pela qual ele teve que passar e que se expressou de diversas formas... Em palavras, nos olhares, fisicamente...

O fim se fez necessário para que houvesse um novo começo, de uma história mais leve, mais justa. Não existe um final feliz porque ainda não chegou ao final. Fugimos com Eddy e recomeçamos com ele.

Uma leitura que mexeu comigo e que certamente estará na lista dos melhores livros lidos desse ano. Super recomendo.
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Syllas 03/04/2020

Esperava mais
Achei a leitura um pouco decepcionante e talvez muito apelativa. Por mais que muitas situações descritas ali realmente seja a realidade de muitos, o jeito como foi escrito não me desceu e fez com que a leitura pra mim fosse arrastada do início ao fim.
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