Lucas1429 08/04/2024Idas e vindasMeu segundo contato com Egan. O primeiro, foi em seu brilhante "A visita cruel do tempo", que me cativou e hoje figura entre meus livros favoritos.
Em Praia de Manhattan, somos apresentados à Anna, uma adolescente que depois se tornará adulta, super apegada com seu pai, Eddie, sua mãe Agnes, sua tia Brianne e sua irmã, Lydia (que é PCD) em um momento de efervescência entre a queda da bolsa de 29 e o advento da 2a guerra mundial.
Todos vivem em Manhattan, e a história se desenrola no encontro de Anna, acompanhando seu pai, Eddie, na casa de um suposto mafioso, Dexter Styles. A partir desse encontro, a vida de todos mudam. Eddie some algum tempo depois e deixa uma sombra em Anna, agora adulta e aspirante à mergulhadora pela marinha americana... ainda mais quando ela reencontra Styles despretensiosamente em uma boate.
Honestamente? O livro não me pegou.
A história é bem escrita, então tu fica ali por horas querendo identificar como se desenrola... e aí está o problema, o desenrolar é decepcionante... ou, ao menos, foi pra mim.
Fiquei esperando um grande desfecho e acabei esperando demais. Talvez expectativa muito alta de minha parte, talvez a escritora tenha mesmo se perdido e dado um jeito "Frankenstein" (não como o livro, mas como a criatura, meio remendada) com uma tentativa de Deus ex machina pra resolver as coisas.
Em suma... você lê o livro até o final com facilidade, pela boa narrativa e por querer saber o desfecho de Anne, Dexter e Eddie. Mas o final me desanimou muito, tornando uma leitura quase que perdida.
Recomendo? Não.
Fácil de ler? Sim, bem tranquilo. Como reafirmo, a narrativa de Egan é boa, e passa entre alguns personagens. Senti até uma pontada de Faulkner em seu primeiro capítulo de O SOM E A FÚRIA nos trechos em que vemos o fluxo de consciência de Lydia, mas só inspiração mesmo.
No fundo, era um livro para falar sobre praia. Os títulos de Egan tem grande influência em sua obra. Nessa, no caso, nadou nadou e morreu na praia.