Memórias de Adriano

Memórias de Adriano Marguerite Yourcenar




Resenhas - Memórias de Adriano


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Egídio Pizarro 12/07/2015

Achei a leitura um pouco cansativa. Muita divagação e digressão. Mas a parte final do livro, principalmente quando ele fala sobre religião e adoção, é bastante interessante.
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Coruja 30/06/2015

Faz tempo que Memórias de Adriano está no meu radar – foi indicação de um professor dos tempos do colégio, com quem eu gostava de conversar sobre História (embora ele ensinasse geometria) e, de lá pra cá, encontrei o título em várias listas de clássicos modernos do tipo ‘esse você tem de ler antes de morrer’.

Não faz muito tempo, foi lançada uma nova edição dele, em formato de bolso e quando bati o olho nela, decidi que era hora de afinal comparecer a um encontro marcado faz tanto tempo.

Adriano foi o décimo quarto imperador romano e um dos melhores governantes do Império, tendo organizado a burocracia da administração civil, cercando-se de gente competente, construindo cidades e patrocinando as artes. Ex-soldado sob Trajano, seu predecessor, tinha uma perspectiva da guerra que fez com que, estabelecido no poder, interrompesse a política expansionista anterior para fortificar sua posição através da diplomacia e integração cultural.

Yourcenar usa esses fatos históricos para construir sua narrativa, no qual trabalhou por mais de vinte anos até encontrar a melhor forma para contar sua história: aqui é o próprio Adriano quem conta, de forma bastante cândida, numa carta para seu sucessor, Marco Aurélio, toda a sua vida – desde seus problemas na Judéia, aos detalhes de sua vida civil, até o romance trágico com o jovem Antínoo.

A linguagem é simples, mas nem por isso menos elegante, num ritmo que ecoa a imagem que Yourcenar nos quer passar de Adriano: um filósofo que se divide entre sua natureza passional e a praticidade austera de sua criação.

É um livro inspirador, não menos verdadeiro em suas lições por ser uma narrativa romanceada sobre a vida de um personagem real. Para quem gosta de biografias, para quem se interessa por política e filosofia, ou, simplesmente, para quem deseja ler uma boa história, Memórias de Adriano atende e supera expectativas.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2015/06/para-ler-memorias-de-adriano-valsa.html
Adriano Barreto 22/04/2017minha estante
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João Stephanou 24/03/2015

Grande indicação de leitura
Muito bom! Recebi esse livro pela TAG - Experiências Literárias, o clube de assinatura de livros do qual participo, por indicação do Frei Betto. Antes de ler, fiquei intrigado pelo fato de a Marguerite Yourcenar ter levado vinte e sete anos para escrever essa obra. Já nas primeiras páginas, porém, compreendi: cada frase é extremamente bem elaborada, cheia de significados ocultos, e como diz a revista da TAG, "faz com que nos sintamos diante de uma sequência de aforismos". Não é um livro fácil, de rápida leitura. É, porém, um livro que marca. Ainda estou impressionado com a qualidade da escrita de Yourcenar, e grato à TAG pela indicação de um livro que certamente eu não compraria ao acaso, em uma livraria. Recomendo que leiam!
Arthur 24/03/2015minha estante
O livro é, verdadeiramente, uma sequência de aforismos. Nada está ali por acaso - cada frase, pensada e aparada antes de ser posta nas páginas do livro. Ao mesmo tempo que torna a leitura mágica, também a torna densa - não é um livro para ler antes de dormir, como mero entretenimento - exige energia e esforço mentais. Mas vale a pena, pois toda energia dispendida é recompensada. A autora é incrível.




Isotilia 07/02/2015

Memórias de Adriano, um livro incrível
Este livro enriqueceu meu conhecimento em vários aspectos. Ele é preciso em detalhes históricos e muito humano e poético.
Infelizmente o espaço do skoob não me deixa enriquecer os comentários com fotos. Caso você queira saber mais, consulte meu blog:

http://500livros.blogspot.com.br/2015/02/memorias-de-adriano-marguerite-yourcenar.html
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GilbertoOrtegaJr 15/12/2014

Memórias de Adriano –Marguerite Yourcenar
Muitas vezes tenho a impressão de que o estudo da história está sendo encurtado nas escolas, nunca fui um aluno exemplar de sentar na cadeira e ver a aula todinha cheio de atenção e sem dar um pio, mas mesmo assim prestava mais atenção em história do que nas outras matérias, e mesmo assim parece que está matéria sempre começa estudando a história do Brasil ou os Incas, Mais e Astecas, ao invés de começar pelas civilizações clássicas como Roma, Grécia e outras, estas quando estudas eram sempre de forma bem superficial e rápida, como se não fossem relevantes para o conteúdo.
Uma grande lacuna nos meus conhecimentos de como era a vida de Roma nesta época foi preenchida após minha leitura do livro Memórias de Adriano da escritora belga Marguerite Yourcenar. Através de uma linguagem poética, que também teve o dom de me hipnotizar, Yourcenar da voz ao imperador Adriano, que decide pouco antes da sua morte escrever suas memórias em formas de cartas, e deixa-las ao seu neto adotivo, que um dia o sucederá como imperador.
E será por meio destas mesmas cartas, diretamente do século dois, em que muito mais do que dar exemplos ou conselhos ao seu sucessor Adriano irá criar um inventário sobre sua vida até ali, sua busca pelo poder, seu jeito de Governar, suas viagens, e outros fatos que aconteceram e que o envolve, assim como uma bom pedaço da narrativa dedicado a sua paixão com o jovem Antínoo, e o triste desfecho dela.
Um dos elementos que muito me encantam nestas estórias que regridem a um período muito distante do tempo é a praticidade com que a vida se desenrolava, sem muitas coisas que temos hoje em dia que só nós roubam tempo, por exemplo boa parte da burocracia ou convenções sociais que hoje existem em abundância por ai (o que nem assim aumenta muito o grau de utilidades delas).
Os triunfos da autora são uma grande pesquisa histórica, que empreendeu anos, uma narrativa que além de ser fiel a fatos históricos é permeada de grandes reflexões, por parte do Adriano, ao qual a autora dá voz. Mas isso não quer dizer que a narrativa esteja mais propensa para um romance histórico, pelo contrário eu apostaria nela bem mais como literatura introspectiva do que romance histórico, pois apesar de os dois estarem intrinsecamente interligados dentro do livro os fatos históricos vão surgindo a partir de outras reflexões de Adriano, são citados quase de forma fragmentada, no momento em que um pedaço de um fato serve como exemplo para comprovar sua forma de pensar ele os pinça de sua memória.
É assim, por meio de uma narrativa sedutora, um personagem fascinante, e uma escritora cheia de talento que me vem a mão Memórias de Adriano, um livro de apenas 246 páginas, mas com um vigor incrível, seja como estória bem contada, seja como uma obra prima literária.


site: http://lerateaexaustao.wordpress.com/2014/12/16/memorias-de-adriano-marguerite-yourcenar/
Nanci 16/12/2014minha estante
Boa resenha, Gilberto.


GilbertoOrtegaJr 16/12/2014minha estante
Obrigado :)




Valério 09/09/2014

Reconstrução histórica
Este livro é considerado a obra prima da autora, que recria a vida do Imperador romano Adriano, nascido em 76 d.C. e considerado um dos maiores imperadores que Roma já teve. Toda a história foi escrita a partir de textos encontrados não apenas do próprio imperador, como também de pessoas à sua volta ou que viveram à época.
Com uma primeira parte arrebatadora, o livro é permeado por filosofia.
A partir do meio, o destaque é muito profundo ao amante e grande amor da vida de Adriano, o jovem Antínoo.
Morto sob condições que geram controvérsias, aos seus 20 anos, há partes inteiras dedicadas ao lamento de Adriano à perda de Antínoo.
Contudo, não por capricho da autora. Adriano efetivamente dedicou grandes obras em memória de Antínoo.
Livro com grande riqueza histórica, além de lições filosóficas. Sem dúvida, vale muito a pena.
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cnannini 12/08/2014

Fantástico ! Apaixonante !
O livro faz uma retomada não só da administração mas também da vida de um dos maiores e melhores imperadores que Roma teve.
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Hernani 01/07/2014

MEMÓRIAS DE ADRIANO
Morris West nos desconcerta com uma pergunta em A salamandra: Quem pode ter algum sentimento de permanência quando vai todos os dias para o trabalho pisando sobre imperadores mortos? (a trama se passa em Roma) Essa pergunta sempre me incomodou e a trago junto comigo não é de hoje. O quão importante é o que fazemos frente a certeza da nossa morte?
Demorei oito anos para terminar de ler Memórias de Adriano. Yourcenar demorou trinta para escrevê-lo.Então, estou com a vantagem. Podem pensar que com esse fdado o livro deve ser ou bem difícil ou bem chato... nem uma coisa nem outra.
O livro foi lançado em 1951, e rapidamente se tornou um best-seller mundial. Ele é uma carta de imperador Adriano, às portas da morte, para seu filho adotivo e futuro sucessor Marcus Aurélius (que se tornaria o Imperador-Filósofo).
O que começa como uma simples carta descrevendo o estado de saúde, torna-se rapidamente o relato de uma vida. Adriano está morrendo de um problema cardíaco e resolve passar sua vida a limpo para seu sucessor. O imperador então com 62 anos, relativamente novo, narra episódios da sua doença e se compromete com a sinceridade, já que a idade permite que ele retire a sua máscara social e fale com franqueza sobre quem é e o que pensa. Adriano narra sua infância, sua juventude, sua ascensão não desejada ao trono bem como sua aceitação do estado régio. Aprende a lidar com as guerras, amizade interesseiras, intrigas palacianas, guerras, amores sinceros e as revoltas de uma nova religião fanática e perigosa que está nascendo (cristianismo).
Em todas essas experiências ele, jovem atleta, tem um companheiro inseparável, digno dos mais altos elogios e reflexões nietzschianas, o seu corpo. Norman Mailer costumava dizer que uma coisa era ter consciência da morte e outra era acordar com dores no peito. Esse personagem passa por ambas as experiências.
Adriano ama o seu corpo, e ao final essa é a traição que mais lhe dói. Mas mesmo sendo traído por si mesmo, encontra a paz com ele, reencontra sua cumplicidade,e a aceitação final do inexorável agir do tempo sobre nós. Mesmo pensando no comum ato romano de suicídio em certas situações, Adriano resolve não se entregar. Essa tenacidade, essa postura tão humana frente a nossa condição absurda de realizarmos coisas grandiosas só para ao final não sobrevivermos a elas, essa força indestrutível de negação da nossa própria condição mortal é o que liga Adriano, não o imperador, mas o homem a todos nós.
Eis um livro que nos dá o sentimento de permanência, apesar da morte.
Conclusão: 10 (daria 11 se a escala permitisse)
Recomendo veementemente (as notas aos final do livro, são de extrema importância e de admirável beleza).
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PC_ 02/11/2013

pc
um livro excelente, com passagens muito bem elaboradas, onde se fundem filosofia, poesia e história, que revelam também uma escritora talentosa e de grandeza intelectual. o livro é um mergulho no universo da cultura greco-romana.
Para algumas pessoas pode parecer um pouco monótono, pois o livro resume-se a uma longa carta do imperador adriano a marco aurélio e tem o tom de monólogo, um velho refletindo sobre a vida , filosofia , política e guerra, mas é sobretudo um livro humano. a autora deixa transparecer fortemente o lado humano dessa figura marcante, tornando-a próxima de nós.
quem gosta de filosofia, história e mitologia ficará impressionado com a quantidade de fatos, personalidades e acontecimentos históricos tangenciados na narrativa.
leitura obrigatória a quem quer se aprofundar no universo literário de bom nível e se interessa por antiguidade clássica.
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janete 04/08/2013

Ler Memórias de Adriano, da escritora belga Margherite Yourcenar, lançado pela primeira vez na França em 1951, é mais do que fazer um passeio pelo bosque da ficção.

O livro, narrado em primeira pessoa pelo próprio imperador já velho e bem doente, é recheado de momentos líricos e povoado de personagens históricos deliciosos. O tom confessional nos coloca facilmente dentro dos olhos de Adriano, permitindo-nos ver através desses mesmos olhos todos os acontecimentos da época. Adriano, ele mesmo um adepto da filosofia estoica, escreve essa carta testamentária para seu filho adotivo Marco Aurélio, aquele que virá a ser o mais famoso imperador filósofo. Temos ali um relato, não de um homem acima do bem e do mal, mas sempre de um ser em luta constante contra esses dois polos enganadores. Um ser que acima de tudo está sujeito à paixões e equívocos, tal como o mais simples dos mortais. Os questionamentos doloridos de Adriano a respeito da vida são os mesmos nossos, as buscas que ele empreende ao longo de sua existência e as renúncias que, inevitavelmente, o acolhem pelas beiras dos caminhos, soam-nos mais familiares do que poderíamos imaginar.

Yourcenar demorou cerca de trinta anos para ver sua obra mais ambiciosa finalizada e por momentos teve dúvidas se conseguiria dar conta. Somente com a maturidade e com uma boa dose de persistência conseguiu dar cabo de sua obra prima e legar ao mundo seu trabalho divinamente inspirado pelos deuses romanos.

Alguns trechos dentre tantos excelentes:

"A felicidade é uma obra-prima: o menor erro falseia-a, a menor hesitação altera-a, a menor falta de delicadeza desfeia-a, a menor palermice embrutece-a"

"O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros. Em menor escala, as escolas".

“ Não desprezo os homens. Se o fizesse, não teria o mínimo direito, nem a mínima razão para tentar governá-los. Eu os reconheço vãos, ignorantes, ávidos, inquietos, capazes de quase tudo para triunfarem, para se fazerem valer mesmo aos seus próprios olhos, ou, muito simplesmente, para evitarem o sofrimento. Sei muito bem: sou como eles, pelo menos momentaneamente, ou poderia ter sido”.

O homem mais tenebroso tem seus momentos iluminados: tal assassino toca corretamente a flauta; tal feitor, que dilacera a chicotadas o dorso dos escravos, é talvez um bom filho; um idiota partilharia comigo seu último pedaço de pão. Existem poucos a quem não se possa ensinar convenientemente alguma coisa. Nosso grande erro é tentar encontrar em cada um, em particular, as virtudes que ele não tem, negligenciando o cultivo daquelas que ele possui.

«Como toda gente, só disponho de três meios para avaliar a existência humana: o estudo de nós próprios, o mais difícil e o mais perigoso, mas também o mais fecundo dos métodos; a observação dos homens, que na maior parte dos casos fazem tudo para nos esconder os seus segredos ou de nos convencer que os têm; os livros, com os erros particulares de perspectiva que nascem entre as suas linhas."»

«... o gráfico de uma vida humana, que se não compõe, digam o que disserem, de uma horizontal e duas perpendiculares, mas sim de três linhas sinuosas, prolongadas no infinito, incessantemente aproximadas e divergindo sem cessar: o que o homem julgou ser, o que ele quis ser e o que ele foi.»

«Cada um de nós tem mais virtudes do que os outros supõem, mas só o êxito as torna notórias, talvez porque se espera então que deixemos de as praticar.»

«Quando se tiver diminuído o mais possível as servidões inúteis, evitado as desgraças desnecessárias, continuará a haver sempre, para manter vivas as virtudes heroicas do homem, a longa série de verdadeiros males, a morte, a velhice, as doenças incuráveis, o amor não correspondido, a amizade recusada ou traída, a mediocridade de uma vida menos vasta que os nossos projetos e mais enevoada que os nossos sonhos: todas as infelicidades causadas pela divina natureza das coisas.»

«Duvido de que toda a filosofia do mundo consiga suprimir a escravatura: o mais que poderá suceder é mudarem-lhe o nome.»

«Uma parte dos nossos males provém de haver demasiados homens excessivamente ricos ou desesperadamente pobres.»

"Esforcemo-nos por entrar na morte com os olhos abertos."
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DIRCE 01/05/2013

Pecou por omissão.
No livro "Uma Real Leitora"( Alan Bennett) tem uma frase que acredito eu,todos nós, leitores, concordamos com ela: "O que ela estava descobrindo também era como um livro levava a outro...". Eu acrescentaria a essa frase que um escritor leva ao outro principalmente se seus nomes são homônimos. Foi o que aconteceu comigo quando estava lendo o livro "O Amante"de Marguerite Duras.Ao pesquisar sobre a vida dessa escritora (Marguerite Duras) descobri Marguerite Yourcenar, e algumas das suas biografias que acessei me tornaram admiradora dessa escritora de intelecto impar. Descobri também que Memórias de Adriano, uma das suas obras, era de cunho histórico e como gosto muito de romances históricos, não hesitei em adquirir o livro.
Yourcenar transporta para "Memórias de Adriano" anos de árduas pesquisas, resultando em uma criação literária na qual à história é acrescida a ficção romanceada.Como o próprio título sugere é um livro de ”memórias” .
Adriano , o imperador romano, envelhecido e doente, escreve uma carta ao seu neto adotivo que , um dia, iria sucedê-lo ao trono e , ao escrever essa carta,se despe da aura de divindade atribuída ao imperadores, e revolve das brumas da sua memória, a sua trajetória na vida: sua infância, sua ascensão ao poder, seu modo de governar, suas expedições que resultaram nas construções de grandes obras , suas conquistas, incluindo as amorosas e, dentre elas,o jovem e belo Antínoo que lhe impingiu,com sua morte precoce,um sofrimento dilacerante.
Memórias de Adriano não é um livro muito fácil de ler. Penso que é um daqueles livros: AME-O OU DEIXE-O , e o que aconteceu comigo foi um tanto quanto paradoxal: relutava em ler, mas, uma vez lendo,me era penoso interromper a leitura - a criação da atmosfera do século II e todo o contexto de intriga que o cercava, a frequente evocação dos deuses (A-DO-ROOOooo), a narrativa primorosa,eloquente e convincente me faziam esquecer a escritora, pois eu tinha a nítida sensação que voz que entoava da "carta" que eu lia era do Imperador Adriano.
No final do livro há um Caderno de Notas, no qual Yourcenar relata seu processo criativo e suas pesquisas, mas ela pecou por omissão, haja vista que não confessou: - "E UM ESPÍRITO BAIXOU EM MIM”.
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cid 25/04/2013

O verdadeiro lugar de nascimento
O livro é uma carta para Marco Aurelio, narrado na primeira pessoa, de uma forma poética e lirica
Não foi uma leitura muito fácil. Muitas vezes parei e voltei a ela no outro dia. Mas, sempre trouxe uma gama imensa de sensações. M Y. “ assumiu a personalidade de Adriano”,falando dos seus sentimentos e sentidos, baseada num extenso conhecimento da vida do imperador. E o escolheu por ele ter sido considerado um dos cinco bons imperadores. Mas, quem pode saber o que o moveu em seu reinado? Olho para o livro como um romance historico. Gostei apaixonadamente da história de Antinoo e corri ao google para saber se Antinoe ainda existia. Pude contemplar o seu rosto esculpido em marmore, saber do culto que foi criado, quando Adriano o deificou, e olhar as ruinas da antiga cidade.
Alguns trechos belos do livro:
- O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros. Em menor escala, as escolas. (pag 40)
- Não desprezo os homens. ... O homem mais tenebroso tem seus momentos iluminados: tal assassino toca corretamene a flauta; tal feitor, que dilacera a chicotadas o dorso dos escravos, é talvez um bom filho; tal idiota partilharia comigo seu ultimo pedaço de pão.(pag 47)
- Falamos muito nos sonhos da juventude. Esquecemos talvez demasiado os cálculos. Cálculos são também sonhos, e não menos loucos que estes. (pg 66)
- Não sabia ainda que a dor contém em si estranhos labirintos, através dos quais eu não terminara minha longa caminhada. (pag 205)
- Pequena alma, alma terna e inconstante, companheira do meu corpo, de que foste hospede, vais descer àqueles lugares pálidos, duros e nús, onde deverás renunciar aos jogos de outrora.Por um momento ainda contemplemos juntos os lugares familiares, os objetos que certamente nunca mais veremos... Esforcemo-nos para entrar na morte com os olhos abertos...
Acredito que um dia voltarei a leitura desse livro,para talvez sofrer menos, tornar a vida quase doce.



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marcuss 19/01/2013

Confissão lúcida
Antes de qualquer comentário, é necessário colocar que é impossível dizer que Yourcenar é a autora destas memórias, tão convincente, tão verossímil que a autora desaparece abrindo espaço para a voz e a presença de um homem, um amante, um soldado, um político, enfim, um deus vivo. Por mais que os nomes, as citações em latim ou mesmo as informações possam conter erros históricos (creio que isso não aconteça, pois é preciso considerar que a história também não passa de uma narrativa), eles se tornam pequenos diante da magnitude da confissão. Isso mesmo, não temos um livro histórico em nossas mãos, somente uma confissão pura, a fato de Adriano ter sido um dos Imperadores romanos não é o mais importante, é apenas mais um detalhe capaz de tornar esta obra o que ela é.
A personagem que se entrega nesta narrativa é humana acima de qualquer posto, título ou honra, é um homem entregando secretamente, num sussurro, toda a sua intimidade, seus erros e, principalmente, seus aprendizados, um sábio que sem querer ensina-nos uma lição no silêncio que há após uma pequena historieta. Dessa forma, Adriano chegou a apoteose sem nenhum ritual, simplesmente alcançou os deuses por suas descobertas ao observar a vida e julgá-la aqui e ali por meio do aparelho da memória, máquina que não transmite verdade, mas experiência.
São tantos os temas que seria desnecessário comentá-los, o amor, a morte, a religião são esmiuçadas nesta bela composição. Somente desejo enfatizar um deles: Yourcenar torna Adriano tão lúcido que suas conclusões sobre a política não se encaixam em seu tempo, elas são direcionadas instantaneamente para o nosso e para os homens do nosso tempo (é claro, se alguém considerar que houve tantas mudanças assim no que significa ser humano e nos seus desejos).
Joao.Carmo 01/10/2015minha estante
Bem, minha primeira observação é o profundo amor e respeito que os leitores demonstram com o livro de Yourcenar. É uma obra prima.
Li o livro cinco vezes, e pretendo ler algumas vezes mais. Não é uma leitura comum, é uma fruição filosófica poderosa, que nos transforma a cada leitura.
Através de Adriano, Yourcenar nos adverte e ensina, a vida é breve e deve ser usufruida com delicadeza.
Mas o que mais me impressiona na leitura é o relato do romance do imperador com o adolescente Antinoo. O jovem amante não permite que seu amor seja violado com os joguinhos amorosos do imperador, se oferece em sacrificio pela vida do monarca, em um ritual ao deus Mitra.
Chocante, porém necessário.
Acho que é essa cena que resume o poema "Vagula Blandula", "pequena alma, terna e flutuante, um dia terás de descer aos lugares sombrios, duros, nus, onde terás de renunciar aos joguinhos de outrora".
A vida é um tempo de deliciosos joguinhos, a morte é um situação de não-joguinhos(amorosos, de amizade, políticos, etc).
Nas notas, no final do livro, chorei quando Yourcenar acha um busto em mármore de Antinoo, com lacerações em partes do rosto, e ela diz: "Como sofrem os deuses nas mãos dos homens....".
bjs no coração de todos vocês, que escreveram suas belas reflexões.




Ben Hur 27/09/2012

As ideias de um Imperador
Um livro para ser lido no futuro novamente.Porque é a vida de um grande Imperador e a suas conquistas em todos campos e a na politica ou nas artes ele inovou.Uma leitura encantadora e emocionante.Conheci com esse livro um pouco sobre a arte, politica dos romanos e sus conquistas.
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Isabella 02/09/2012

Belo, tão belo!
Foi com certa desconfiança que trouxe para casa a obra "Memórias de Adriano" - depois de tê-la confundido e trago por engano, na verdade - e acabei sendo surpreendida por um texto incrível. O modo como a autora se transportou ao interior do imperador, reproduziu de forma impecável tudo aquilo que poderia ter sido a alma de um homem tão poderoso, é encantador. A poesia que vem regando toda a narrativa é extremamente envolvente e reflexiva, nos colocando nesse estado elevado durante toda a leitura. Obviamente, para acompanhar esse tipo de texto é preciso certa dedicação e esforço, mas é garantido que vale a pena.
Está recomendado. Este é, sem dúvidas, um dos meus títulos favoritos.
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