Memórias de Adriano

Memórias de Adriano Marguerite Yourcenar




Resenhas - Memórias de Adriano


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Daniel Teles 11/10/2021

Coitado do Antínoo.
Bom. Após terminada a leitura fiquei com meus pensamentos, tentando descobrir se gostei ou não. Digo isso porque eu de fato, não encontrei falhas no livro, ele é tecnicamente perfeito. A escrita é maravilhosa, nunca tinha lido nada desta autora, e achei impressionante, como ela conseguiu dar vida ao imperador Adriano. Ela conseguiu deixá-lo humano, com suas qualidades e defeitos e isso é muito bom. Depois, descobri que foram muitos anos de pesquisa sobre a vida do imperador. A autora realmente se esforçou, e merece os parabéns por isso. Não vou dizer que é meu livro da vida, porque não é. Eu não gostei do imperador em si.Da sua personalidade. Não tem nada a ver com a técnica. Depois do que aconteceu com o Antínoo eu odiei o Adriano com todas as minhas forças. As pessoas dizem que eles se amaram mas pra mim aquilo não é amor nem aqui nem na China. Mas não vou dar detalhes pra não dar spoilers. Em resumo, é um livro que merece ser lido, mas é uma leitura difícil, densa, demorada.
Eu recomendo o livro pra todos, mas saibam que é daqueles que, depois de lidos, te deixam numa ressaca literária.
A minha edição eu comprei num sebo, e nela vem com notas do processo de criação da obra. É uma edição antiga, se as novas também tiverem essas notas, leiam pois são tão interessantes quanto o livro em si.
Carme 08/02/2022minha estante
Concordo com quase tudo que disse! Terminei o livro hoje e, realmente, tirei uma estrela pela parte monótona das descrições de batalhas e guerra, todavia isso reflete muito mais a minha ignorância sobre a história da época do que a escrita da autora ? a qual é impecável. Sobre o relacionamento com Antinoo, não saberia dizer se houve amor entre os dois, mas certamente Adriano estimulou tantas estátuas e cultos porque se sentiu culpado, não acha?


Daniel Teles 09/02/2022minha estante
Sim. Também acho que ele se sentiu culpado. Talvez na época construir estátuas para alguém seria a forma de demonstrar amor. Mas hoje, pra mim, eu acredito que deveríamos homenagear as pessoas que amamos em vida. Também acho que o lugar de Atinoo naquele relacionamento era o de servir. Era um escravo.


Carme 09/02/2022minha estante
Claramente o jovem estava em posição de desvantagem com relação a Adriano, mas ele também tinha benefícios dessa troca. Não vejo Adriano como um ser perfeito, mas também não era um monstro, deveria ser algo normal de acontecer naquela sociedade, até porque ele era imperador. Mas pensar que ele poderia ter evitado o mal irremediável...


Daniel Teles 09/02/2022minha estante
A condição de Atinoo era difícil. Como você ama de verdade sendo escravo de alguém? E o amor de Adriano, será que era genuíno? Ele era imperador. Estava rodeado de pessoas. Ainda acho que ele via o Atinoo como sua propriedade, um animalzinho ou algo do tipo.


Carme 09/02/2022minha estante
Ainda penso que a relação deles era dotada de algum tipo de afeição, independente da hierarquia presente. O problema de Adriano, como o de muitos de nós, foi negligenciar o que tinha como garantido... Fora que ele era uma personalidade muito comprometida com sua posição, deixar-se guiar por uma paixão cega poderia não ser uma opção para ele, você não acha?




Márcia Regina 30/08/2009

"Memórias de Adriano", de Marguerite Yourcenar

Vou colocar na minha estante de preferidos, na parte dos que considero poesia em prosa, junto com “Cidades Invisíveis”, de Ítalo Calvino.

Quem me conhece sabe que costumo reclamar de livros que tomam um personagem real famoso e constroem pensamentos e emoções como sendo desse personagem. Podemos descrever fatos, mas o íntimo me parece indecifrável. Não posso penetrar no sentimento de um outro ser humano.
“Memórias de Adriano” segue essa linha. No entanto, o faz de uma maneira diferenciada. É tão bem escrito e tão lindo que quando dou por mim as palavras e frases já me envolveram por completo e estou construindo um mundo junto com o Imperador.

Elaborado como uma carta de Adriano ao jovem que deveria sucedê-lo no poder, Marco Aurélio, é o relato de um homem que faz um levantamento sobre sua vida, apresentando os fatos vistos a partir de sua ótica como imperador e como ser humano. Um homem solidário consigo mesmo, mas não benévolo. O retrato é sempre a visão de um amigo, mas não esconde erros. E é a visão de domínio, sem sombra de dúvidas, seja quando fala do seu império, seja quando fala do seu amor, ainda que esse amor pareça intenso. Afinal, "o objeto amado é sempre um deus, aquele deus em que todo ser morto aos vinte anos se transforma para quem o amou".

A leitura é lenta e exige um pouco de esforço. É livro para reflexão. Especial e maravilhoso.
Hélio Rosa 04/11/2011minha estante
Trata-se, certamente, de uma leitora muito refinada e sensível aos menores sismos do texto: eu, por exemplo, demorei até a segunda leitura para entender o encadeamento dos capítulos, as insinuações sutis que o suicídio provocam entre a primeira e a segunda etapa...


F Fernández 27/12/2011minha estante
Já havia ligo Obra em negro, sabia como é sua escrita e seu ritmo, é um livro quase de aforismo, suas notas finais explicam a concentração de idéias em poucas páginas, me parece ler uma espécie de Nietzsche , pensando os valores pós-guerra, sobre o que fomos, o que poderemos ser, como comunidade e indivíduos.


Dalila.Almeida 03/02/2022minha estante
Concordo com vc!




Deghety 10/11/2020

Memórias de Adriano
Primeiramente devo louvar a genialidade da autora que se vestiu psiquicamente como o Imperador Adriano.
No fim do livro há algumas notas do processo criativo e de estudos para concepção da obra.
Sobre Adriano, um dos 5 grandes imperadores de Roma, é impressionante sua erudição e o seu legado.
Pode-se dizer que é o principal imperador da Roma, visto que seu reinado reestruturou o cenário social, político e cultural do Império.

"Empenhei-me na luta para enaltecer o lado divino do homem, sem, contudo, sacrificar-lhe o lado humano.

A leitura é um pouco cansativa, ao leitor comum, às vezes, por se tratar de "memórias", pois há muito de reflexão e divagação do personagem que mistura lirismo e bagagem cultural.

Vale ressaltar também um personagem secundário, Antínoo, favorito de Adriano. (Usando termo da época)
Antínoo foi o principal responsável por algumas filosofias e angústias, tanto é que foi criado um culto a sua honra, que formaram o caráter do Imperador a partir da sua perda.

Ainda sobre legado, foi no reinado de Adriano, devido à revolta judaica, que originou a disputa territorial entre Israel e Palestina que perdura até hoje, como também, o ritual ao Muro das Lamentações.

Marguerite Yourcenar é inegavelmente um gênio da literatura e essa obra o comprova.
Marcia 31/01/2021minha estante
Li há muitos anos e voltei a ler faz pouco tempo. Continua sendo uma obra magnífica! Li outros livros da autora, todos muito bons, mas este é o melhor.


Deghety 31/01/2021minha estante
Gostei bastante de A Obra em Negro também




GilbertoOrtegaJr 15/12/2014

Memórias de Adriano –Marguerite Yourcenar
Muitas vezes tenho a impressão de que o estudo da história está sendo encurtado nas escolas, nunca fui um aluno exemplar de sentar na cadeira e ver a aula todinha cheio de atenção e sem dar um pio, mas mesmo assim prestava mais atenção em história do que nas outras matérias, e mesmo assim parece que está matéria sempre começa estudando a história do Brasil ou os Incas, Mais e Astecas, ao invés de começar pelas civilizações clássicas como Roma, Grécia e outras, estas quando estudas eram sempre de forma bem superficial e rápida, como se não fossem relevantes para o conteúdo.
Uma grande lacuna nos meus conhecimentos de como era a vida de Roma nesta época foi preenchida após minha leitura do livro Memórias de Adriano da escritora belga Marguerite Yourcenar. Através de uma linguagem poética, que também teve o dom de me hipnotizar, Yourcenar da voz ao imperador Adriano, que decide pouco antes da sua morte escrever suas memórias em formas de cartas, e deixa-las ao seu neto adotivo, que um dia o sucederá como imperador.
E será por meio destas mesmas cartas, diretamente do século dois, em que muito mais do que dar exemplos ou conselhos ao seu sucessor Adriano irá criar um inventário sobre sua vida até ali, sua busca pelo poder, seu jeito de Governar, suas viagens, e outros fatos que aconteceram e que o envolve, assim como uma bom pedaço da narrativa dedicado a sua paixão com o jovem Antínoo, e o triste desfecho dela.
Um dos elementos que muito me encantam nestas estórias que regridem a um período muito distante do tempo é a praticidade com que a vida se desenrolava, sem muitas coisas que temos hoje em dia que só nós roubam tempo, por exemplo boa parte da burocracia ou convenções sociais que hoje existem em abundância por ai (o que nem assim aumenta muito o grau de utilidades delas).
Os triunfos da autora são uma grande pesquisa histórica, que empreendeu anos, uma narrativa que além de ser fiel a fatos históricos é permeada de grandes reflexões, por parte do Adriano, ao qual a autora dá voz. Mas isso não quer dizer que a narrativa esteja mais propensa para um romance histórico, pelo contrário eu apostaria nela bem mais como literatura introspectiva do que romance histórico, pois apesar de os dois estarem intrinsecamente interligados dentro do livro os fatos históricos vão surgindo a partir de outras reflexões de Adriano, são citados quase de forma fragmentada, no momento em que um pedaço de um fato serve como exemplo para comprovar sua forma de pensar ele os pinça de sua memória.
É assim, por meio de uma narrativa sedutora, um personagem fascinante, e uma escritora cheia de talento que me vem a mão Memórias de Adriano, um livro de apenas 246 páginas, mas com um vigor incrível, seja como estória bem contada, seja como uma obra prima literária.


site: http://lerateaexaustao.wordpress.com/2014/12/16/memorias-de-adriano-marguerite-yourcenar/
Nanci 16/12/2014minha estante
Boa resenha, Gilberto.


GilbertoOrtegaJr 16/12/2014minha estante
Obrigado :)




Silvana (@delivroemlivro) 23/02/2020

Perfeito
Uau! Terminei a leitura e acho que pela primeira vez e, talvez última, me deparei (se tal coisa existe) com um livro perfeito! Não tenho nada para reclamar e nada para acrescentar: nada falta, nada sobra. O estilo, a construção dos personagens, o controle da trama e a escrita de Marguerite Yourcenar são impecáveis. Fiquei imaginando o quão espantoso deve ter sido para quem leu esse livro pela primeira vez no original.
Cleuzita 07/03/2020minha estante
Nossa, que maravilha ler esse seu comentário. Esse livro tá nas minhas metas pra este ano e já fiquei animadíssima para ler. Obrigada pela dose extra de ânimo. ?




Coruja 30/06/2015

Faz tempo que Memórias de Adriano está no meu radar – foi indicação de um professor dos tempos do colégio, com quem eu gostava de conversar sobre História (embora ele ensinasse geometria) e, de lá pra cá, encontrei o título em várias listas de clássicos modernos do tipo ‘esse você tem de ler antes de morrer’.

Não faz muito tempo, foi lançada uma nova edição dele, em formato de bolso e quando bati o olho nela, decidi que era hora de afinal comparecer a um encontro marcado faz tanto tempo.

Adriano foi o décimo quarto imperador romano e um dos melhores governantes do Império, tendo organizado a burocracia da administração civil, cercando-se de gente competente, construindo cidades e patrocinando as artes. Ex-soldado sob Trajano, seu predecessor, tinha uma perspectiva da guerra que fez com que, estabelecido no poder, interrompesse a política expansionista anterior para fortificar sua posição através da diplomacia e integração cultural.

Yourcenar usa esses fatos históricos para construir sua narrativa, no qual trabalhou por mais de vinte anos até encontrar a melhor forma para contar sua história: aqui é o próprio Adriano quem conta, de forma bastante cândida, numa carta para seu sucessor, Marco Aurélio, toda a sua vida – desde seus problemas na Judéia, aos detalhes de sua vida civil, até o romance trágico com o jovem Antínoo.

A linguagem é simples, mas nem por isso menos elegante, num ritmo que ecoa a imagem que Yourcenar nos quer passar de Adriano: um filósofo que se divide entre sua natureza passional e a praticidade austera de sua criação.

É um livro inspirador, não menos verdadeiro em suas lições por ser uma narrativa romanceada sobre a vida de um personagem real. Para quem gosta de biografias, para quem se interessa por política e filosofia, ou, simplesmente, para quem deseja ler uma boa história, Memórias de Adriano atende e supera expectativas.

site: http://owlsroof.blogspot.com.br/2015/06/para-ler-memorias-de-adriano-valsa.html
Adriano Barreto 22/04/2017minha estante
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Carol 08/12/2022

Inesperado
Esse livro é Perfeito!!
A autora aborda a vida do imperador Adriano em todas as etapas de sua vida e achei muito interessante ver seu posicionamento sobre alguns assuntos,além de gostar bastante do personagem em si.
Apesar de ser um livro de ficção baseado em relatos verdadeiros,me vi imersa nessa história e achei todo o enredo muito coerente.
Fiz várias marcações no decorrer da leitura e encontrei diversas trechos maravilhosos,sendo este o meu preferido:

"Toda felicidade é uma obra prima:O menor erro a adúltera,a menor hesitação a modifica,a menor deselegância a desfigura,a menor tolice a embrutece. Minha Felicidade de modo algum é responsável pelas imprudências que mais tarde a fraturaram: Enquanto agi a seu favor,fui sábio. Creio mesmo que teria sido possível a um homem mais prudente do que eu ser feliz até a morte"

Enfim,acho que todos deveriam dar uma chance para esse livro maravilhoso :)
Luana1648 10/05/2023minha estante
QUE TRECHO MAGNÍFICO




João Stephanou 24/03/2015

Grande indicação de leitura
Muito bom! Recebi esse livro pela TAG - Experiências Literárias, o clube de assinatura de livros do qual participo, por indicação do Frei Betto. Antes de ler, fiquei intrigado pelo fato de a Marguerite Yourcenar ter levado vinte e sete anos para escrever essa obra. Já nas primeiras páginas, porém, compreendi: cada frase é extremamente bem elaborada, cheia de significados ocultos, e como diz a revista da TAG, "faz com que nos sintamos diante de uma sequência de aforismos". Não é um livro fácil, de rápida leitura. É, porém, um livro que marca. Ainda estou impressionado com a qualidade da escrita de Yourcenar, e grato à TAG pela indicação de um livro que certamente eu não compraria ao acaso, em uma livraria. Recomendo que leiam!
Arthur 24/03/2015minha estante
O livro é, verdadeiramente, uma sequência de aforismos. Nada está ali por acaso - cada frase, pensada e aparada antes de ser posta nas páginas do livro. Ao mesmo tempo que torna a leitura mágica, também a torna densa - não é um livro para ler antes de dormir, como mero entretenimento - exige energia e esforço mentais. Mas vale a pena, pois toda energia dispendida é recompensada. A autora é incrível.




Lista de Livros 11/12/2023

Memórias de Adriano, de Marguerite Yourcenar
“Nada mais sórdido do que um cúmplice.”
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“A própria solicitude pode ser fatigante, ainda quando sincera.”
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“O verdadeiro lugar de nascimento é aquele em que lançamos pela primeira vez um olhar inteligente sobre nós mesmos: minhas primeiras pátrias foram os livros. Em menor escala, as escolas.”
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“Em todo combate entre o fanatismo e o senso comum, este último raramente é o vencedor.”
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“A passagem do tempo não faz senão adicionar uma vertigem a mais à desgraça.”
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Mais do blog Lista de Livros em:

site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2023/12/memorias-de-adriano-de-marguerite.html
Priscilla Teles 14/12/2023minha estante
esse livro é muito bom




marcuss 19/01/2013

Confissão lúcida
Antes de qualquer comentário, é necessário colocar que é impossível dizer que Yourcenar é a autora destas memórias, tão convincente, tão verossímil que a autora desaparece abrindo espaço para a voz e a presença de um homem, um amante, um soldado, um político, enfim, um deus vivo. Por mais que os nomes, as citações em latim ou mesmo as informações possam conter erros históricos (creio que isso não aconteça, pois é preciso considerar que a história também não passa de uma narrativa), eles se tornam pequenos diante da magnitude da confissão. Isso mesmo, não temos um livro histórico em nossas mãos, somente uma confissão pura, a fato de Adriano ter sido um dos Imperadores romanos não é o mais importante, é apenas mais um detalhe capaz de tornar esta obra o que ela é.
A personagem que se entrega nesta narrativa é humana acima de qualquer posto, título ou honra, é um homem entregando secretamente, num sussurro, toda a sua intimidade, seus erros e, principalmente, seus aprendizados, um sábio que sem querer ensina-nos uma lição no silêncio que há após uma pequena historieta. Dessa forma, Adriano chegou a apoteose sem nenhum ritual, simplesmente alcançou os deuses por suas descobertas ao observar a vida e julgá-la aqui e ali por meio do aparelho da memória, máquina que não transmite verdade, mas experiência.
São tantos os temas que seria desnecessário comentá-los, o amor, a morte, a religião são esmiuçadas nesta bela composição. Somente desejo enfatizar um deles: Yourcenar torna Adriano tão lúcido que suas conclusões sobre a política não se encaixam em seu tempo, elas são direcionadas instantaneamente para o nosso e para os homens do nosso tempo (é claro, se alguém considerar que houve tantas mudanças assim no que significa ser humano e nos seus desejos).
Joao.Carmo 01/10/2015minha estante
Bem, minha primeira observação é o profundo amor e respeito que os leitores demonstram com o livro de Yourcenar. É uma obra prima.
Li o livro cinco vezes, e pretendo ler algumas vezes mais. Não é uma leitura comum, é uma fruição filosófica poderosa, que nos transforma a cada leitura.
Através de Adriano, Yourcenar nos adverte e ensina, a vida é breve e deve ser usufruida com delicadeza.
Mas o que mais me impressiona na leitura é o relato do romance do imperador com o adolescente Antinoo. O jovem amante não permite que seu amor seja violado com os joguinhos amorosos do imperador, se oferece em sacrificio pela vida do monarca, em um ritual ao deus Mitra.
Chocante, porém necessário.
Acho que é essa cena que resume o poema "Vagula Blandula", "pequena alma, terna e flutuante, um dia terás de descer aos lugares sombrios, duros, nus, onde terás de renunciar aos joguinhos de outrora".
A vida é um tempo de deliciosos joguinhos, a morte é um situação de não-joguinhos(amorosos, de amizade, políticos, etc).
Nas notas, no final do livro, chorei quando Yourcenar acha um busto em mármore de Antinoo, com lacerações em partes do rosto, e ela diz: "Como sofrem os deuses nas mãos dos homens....".
bjs no coração de todos vocês, que escreveram suas belas reflexões.




haroeira 26/01/2009

Demais!
Em suma: o livro trata de Adriano, imperador de Roma, qdo o império está no auge do poder estabelecido: Império Romano do Ocidente e Império Romano do Oriente. Então, tudo sob controle, as artes florescem: teatro, literatura, escultura. E por quê? Porque Adriano, apesar de romano, foi criado na Grécia, sob a égide da cultura grega. E depois de adulto, continuava passando suas férias na Grécia. E os romanos tinham raiva disso, diziam que ele era grego etc. O livro tem pérolas, como a que Adriano diz: "Com os livros, aprendi as palavras, e com a imobilidade das estátuas, aprendi os gestos". É maravilhoso. Marguerite Yourcenar pesquisou anos e anos sobre Adriano e ia arquivando tudo o que ela achava sobre ele. 20 anos depois, ela tirou suas anotações e escreveu o livro. Magistral
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marcos0991 23/02/2009

Bom livro
Excelente reconstituição do período de reinado de Adriano, o Nero que deu certo. Peca, em minha opinião,por ser tornar as vezes muito filosofico e deveras cansativo. Mas para quem gosta de história, principalmente do período de auge de Roma esse livro é excelente.
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bruna 18/02/2024

Perfeito em todos os sentidos
Esse é provavelmente um dos projetos mais ambiciosos da literatura e também um dos melhores livros que eu já li.

Reflexões sobre imortalidade, humanidade e história são lidos de maneira natural e orgânica. Em nenhum momento eu senti alguma intervenção da mentalidade da autora ou de algum valor da atualidade, ela felizmente não censurou nada do século II. Apesar de ser um livro inteiramente sem diálogos e com a escrita mais rebuscada senti história fluída e interessante. Tenho ainda muito a refletir, mas é com certeza um livro encantador que todos os amantes de história deveriam ler.
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