O crime do cais do Valongo

O crime do cais do Valongo Eliana Alves Cruz




Resenhas - O crime do Cais do Valongo


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Tatiana.Junger 13/05/2021

Ficção?
O Crime do Cais do Valongo, da autora @elialvescruz, é uma ficção (“ficção”) histórica policial, em que, cometido o assassinato de um comerciante branco no Cais do Valongo, seguido de uma investigação policial, estabelece-se o mistério quanto à autoria.
Embora seja uma genuína narrativa policial, uma das vozes narradoras (são duas, que vão se alternando no contar da historia), uma moçambicana escravizada, deixa claro pelos seus relatos sensíveis que o crime do Cais do Valongo representado no título não se trata do assassinato do homem branco… O assassinato ilustrado pode até ser uma ficção, mas o crime do Cais do Valongo não é.
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Ana 11/05/2021

Livro necessário!
A história de "O crime do Cais do Valongo" parte do assassinato de um comerciante para mostrar diferentes facetas da sociedade escravagista no Rio de Janeiro do século XIX. O fato de ter dois narradores — Nuno, um homem que, apesar da descendência africana, tem a pele mais clara e pode circular "normalmente" naquela sociedade e Muana, uma moçambicana escravizada, que carrega elementos de sua ancestralidade e relata sua trajetória de vida ao longo do livro — faz com que conheçamos diferentes aspectos do assassinato de Bernardo — inimigo de Nuno e "dono" de Muana — e da sociedade em que os personagens viviam. Os elementos de História e cultura afrobrasileira são bastante ricos, pois apresentam informações que, muitas vezes, são invisibilizadas, a exemplo da vida e cultura dos africanos em seu país de origem. Recomendo muito a leitura e acredito que precisamos de mais livros como esse, inclusive na escola, uma vez que é necessário que todos nós tomemos conhecimento sobre o verdadeiro crime do cais do valongo.
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Taiane.Anhanha 09/05/2021

O crime do cais do Valongo que apresenta o verdadeiro crime do lugar
O livro começa com um assassinato muito misterioso acontecido perto do Cais do Valongo, o corpo é do recém rico e senhor de escravizados, Bernardo Lourenço Vianna. Nisso, dá a entender que a história vai se desenrolar somente através desse crime, descobrir quem são os assassinos, as motivações e etc...mas pelo contrário, e para minha grata surpresa, o livro é mais do que parte de uma resolução de mistério (e talvez muitas pessoas se desagradem com isso) mas é o que trás maior interesse para a narrativa. Ele é narrado por duas pessoas, Nuno, "mulato" e Muana, mulher africana escravizada.

A parte que o Nuno narra é muito interessante, porque ele é muito irônico nas palavras e torna os acontecimentos e a narrativa bem interessante e até engraçado em alguns momentos. E a de Muana é fantástica, apesar de sofrida, ela tem cerca de 19, 20 anos e passou por muita coisa.

Além do contexto da escravidão, que falarei logo mais, também é apresentado o Rio de Janeiro da época, que está ficando cada vez mais caótico com a chegada família real, os desdobramentos disso na cidade, os novos ricos, escravizados chegando...mas além do RJ, também somos levados ao continente africano em que sabemos um pouco mais do contexto da escravidão local, como os escravizados chegavam ao Brasil e principalmente sobre a família de Muana. É um contexto rico de informações e que engrandece bastante a história!
Enfim, fora a cidade, a principal temática do livro é sobre a escravidão, não só focando na descrição sobre os castigos físicos (tem isso também) mas sobre resistência, luta e força dessas pessoas negras.

A autora traz uma reflexão genial sobre qual é o verdadeiro crime do Cais do Valongo, e isso não é spoiler nenhum, pois foi nesse local que diversos escravizados foram deixados para uma vida de muito sofrimento, onde eles tiveram que deixar seus locais de origem em que tinham uma família, casa, eram livres, para estarem em outro lugar desconhecido e aprisionados. Esse foi o verdadeiro crime do Caís Valongo para além dessa ficção muito bem escrita.

Talvez um dos pontos fracos do livro sejam algumas coisas confusas, principalmente no começo, sendo que eu tive que ler duas vezes o começo pra entender realmente o que estava acontecendo, algumas informações haviam ficado muito perdidas e só na "volta" entendi hhiihihi além dessas confusões, talvez o final tenha sido um pouco corrido, mas a forma que se desdobram os acontecimentos e a revelação de quem assassinou e a motivação é legal!

Todas as pesquisas históricas em jornais, as informações reais que a autora trouxe foram muito bem feitas e eu indico muito o livro pra quem goste ou não de história.
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Aisiel 05/05/2021

"O Crime Do Cais Do Valongo" (Eliana Alves Cruz, 2018).

Quem lê essa obra, não tem dúvidas de que, junto a Conceição Evaristo, Eliana Alves Cruz já demarcou seu lugar como escritora maestra na literatura brasileira contemporânea.
O romance histórico-policial, que vai muito além disso, nos captura para a potente história dos becos e ruelas do Rio, e a nossa maior memória afro-carioca, que é o Cais do Valongo, carregado de simbologias e nuances que nos sintonizam com um passado muito próximo.
Narrado a partir de dois personagens: o livreiro mestiço Nuno Alcântara Moutinho, e a moçambicana escravizada Muana Lomué, o romance resgata o horror da escravidão aqui no Rio, sobre como os escravizados socializavam os saberes e a ancestralidade do lado de lá do Atlântico, e mescla realidade e ficção quando nos põe em contato com personagens como Tereza Nagô, o Intendente Geral e a cantora lírica Joaquina Lapinha.
Nessa fluidez entre ficção e realidade, Eliana também nos fornece instrumentos para compreendermos como a violência patriarcal re-atualiza o passado na brutalidade dos crimes sexuais contra mulheres negras e brancas, no entanto, as chances de justiçamento para as últimas são muito maiores pelo privilégio e "biografia" da cor.
O romance policial carrega as estruturas da própria narrativa: o amor, as tensões, a presença do crime, a investigação e a revelação do malfeitor. No entanto, Eliana mergulha e enriquece seu trabalho com elementos estéticos que vão desde as notícias da Gazeta do Rio, perpassando pelos símbolos da diáspora, e os planos de um abolicionista inglês.
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Camila.Szabo 01/05/2021

As voltas que a vida dá
A história se passa no século XIX, no Rio de Janeiro e é contada por dois narradores que vão se intercalando - Muana e Nuno.
O tema principal é o assassinato de Bernardo Viana, aos poucos vamos voltando no tempo levados pelos dois narradores para descobrir o que aconteceu. Mas, além disso, vamos sendo apresentados ao Cais do Valongo, local onde os africanos escravizados chegavam e eram mantidos até serem comprados. Conhecemos também um pouco da realidade da época.
Tem partes doloridas, quando narrado por Muana, que relembra seu passado, como foi capturada e trazida para o Brasil e a vida como escrava aqui.
No entanto, há momentos engraçados quando narrado pelo mulato Nuno, que devia dinheiro ao falecido, ficou contentíssimo com sua morte e quer evitar ter outro credor no seu encalço.
O final é bem interessante!
Gostei bastante da leitura!
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ritita 18/04/2021

História boa do Rio.
Embora possa parecer, não é um romance policial: trata-se de uma obra profunda e complexa, ao mesmo tempo em que é ficção, é uma vitrine dos acontecimentos históricos que marcaram – e ainda marcam! – a existência negra no Brasil.
a morte do comerciante é apenas uma mola , um pano de fundo para o desenvolvimento do enredo.
A história é fluente e bem contada. Nem preciso dizer que amei e enfurnei-me nas mandingas dos pretos africanos escravizados.
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Mari Pereira 15/04/2021

Para não esquecer
Tive a impressão que a narrativa se situa numa linha tênue entre um romance e um livro historiográfico.
Eu sempre ouvi falarem muito bem, e esperava mais. Achei o enredo um pouco truncado, me pareceu muito corrido, com pouca profundidade nos fatos e personagens.
Apesar disso, é um livro muito relevante, principalmente por trazer à tona a sina dos escravizados/as que passaram pelo Cais do Valongo.
Merece ser lido, especialmente em um país que preserva tão pouco sua memória.
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Gabriel1679 14/04/2021

#DesafioLeitura2021
#DesafioLeitura2021 #2
Livro essencial que mistura um gênero que eu adoro com reflexões importantíssimas sobre nosso passado escravagista
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Lilly 10/04/2021

Forte
As vezes me pergunto o pq fico chocada com a crueldade humana, um dos períodos mais tristes e tensos que o Brasil viveu e apoiou; O período da escravidão, quantas famílias foram destruídas e sonhos esmagados, pelo fato de um homem querer subjugar o outro, se achar superior. E conseguimos ver isso nos tempos atuais.
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Dandara 31/03/2021

O crime do cais valongo
Comecei minhas leituras de Eliana Alves Cruz por esse romance, apesar de a conhecê -la devido a sua primeira obra -Águas de barrela - O crime do cais Valongo foi o primeiro que caiu em minhas mãos. O romance traz com maestria toda a complexidade histórica do período escravista a favor do problema criado dentro do próprio enredo, marcado pelo assassinato de Bernardo Viana. Vale a pena conhecer essa obra, além de Nuno e Muana
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Deia 23/03/2021

Fascinante
Narrativa bem construída, às vezes cômica, para um período sóbrio da história do Brasil que até hoje nos assombra.
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@de.leitura por Vinicius Machado 23/03/2021

Um assassinato, dois narradores, dezenas de notícias, milhares de crimes. O corpo do comerciante Bernardo Lourenço Viana é achado em uma posição estranha na frente de um barraco próximo ao Cais do Valongo, no Rio de Janeiro de 1809.

O morador desta casa é o nosso primeiro narrador. Nuno Moutinho é filho de pai branco e mãe preta, experimentando desde seu nascimento a dureza da pobreza. Coincidentemente, o corpo que está em sua frente é de seu credor, o qual já lhe cobrou suas dívidas das mais cruéis maneiras. Portanto, vê em sua morte uma possibilidade de se livrar de suas amarras, pois se conseguir se livrar dos papéis que registram suas dívidas, viverá finalmente como um homem livre. Através do relato de sua missão, sabemos como fora realizada a investigação do assassinato.

Nossa segunda narradora é Muana Lomuè, escrava do morto. Através de seus cadernos, conhecemos a história que levou o corpo até onde ele foi encontrado e mais do que isso, conhecemos a história da própria Muana, desde que saiu de seu país natal, Moçambique, em um dos navios tumbeiros com destino ao Brasil. Além disso, Muana também nos dá acesso a um outro mundo, o daqueles que já não estão mais entre nós. Sua habilidade mediúnica de ver aqueles que não conseguiram fazer a passagem dá o ar de mistério necessário para a narrativa.

Misturando notícias reais da época, da Gazeta do Rio de Janeiro e do Jornal do Commercio, Eliana Alves Cruz nos presenteia com mais uma obra impactante e necessária para o retrato da história brasileira. Passada no local onde aportaram e foram comercializados cerca de 1 milhão de escravos africanos traficados, esse livro consegue mostrar os horrores que nosso país tanto se esforça para esconder.

Utilizando-se da história de um assassinato, a autora denuncia os horrores do tumbeiro, dos barracões de comércio de gente e da existência escrava, resgatando das sombras a história do verdadeiro crime do Cais do Valongo, Talvez o único fato contado nesse livro que não seja um crime é o dito assassinato.
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Lucy 22/03/2021

Menos investigação e mais história dos escravizados
Inicialmente achava que seria um romance policial, com interesse intrincadas tramas para descobrir o autor do assassinato que intitula o livro.

No entanto, achei que o valor maior está nos relatos da mulher escravizada que fala de seu passado em moçambique antes de ser sequestrada e enviada ao Brasil.

Leitura simples e rápida, interessante para conhecer melhor essa história e do cais do valongo.
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