bellahotlibrary 12/03/2023
Pathétique (2nd Movement), Betoven
Quando nos deparamos com uma obra-prima, é difícil, primeiro, entender que estamos diante de uma. Ela nos cativa aos poucos, com fragmentos de sua grandeza e sensibilidade, até que você termina e nunca mais é a mesma pessoa. Você termina, fecha os livro, e olha pro teto por, possivelmente, longos e silenciosos minutos. Pelo menos foi o que eu fiz.
?Lovely war? me pegou desprevenida. Eu não costumo pesquisar muito sobre os livros que tenho interesse porque gosto, justamente, do susto. E eu me assustei não com uma trama super embaraçada e cheia de grandes surpresas. Mas com uma história linear e tão profundamente dolorosa que eu pude vislumbrar cada ato, cada cena, como se fosse uma espectadora das vidas do James e da Hazel, do Aubrey e da Colette.
Aqui, percebemos a história de suas vidas ? e seus romances ? durante os anos finais da primeira Grande Guerra, contados a partir da curiosa visão dos deuses do Olimpo, em especial da Afrodite, Ares, Hades e Apolo, cada um representando um aspecto da história: o amor, a guerra, a música e a morte.
Com esse enredo, a autora nos mostra de forma ficcionalmente verdadeira as dores de um mundo fragmentado em terror e racismo. As consequências na vida dos soldados britânicos e americanos, suas famílias, as pessoas que encontraram neste triste caminho.
E então os deuses, que estão lá por seus próprios méritos, em sua própria história, além de contar suas influências na vida dessas pessoas.
Afrodite se vê num ?tribunal?, frente ao seu marido, Hefesto, acusada de uma traição com Ares. Para se ?defender? (ou cumprir seu objetivo, como se descobrirá no final), ela narra essas duas histórias de amor (de James e Hazel e Aubrey e Colette), até ter sua própria inocência declarada.
Assim, não cometa o mesmo erro que eu no princípio: encarar este livro como aqueles que lemos buscando, talvez, o irreal, mas espere a vida na sua dor, simplicidade e beleza, como ela é.