Fique comigo

Fique comigo Ayòbámi Adébáyò




Resenhas - Fique Comigo


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Aione 18/07/2020

Fique Comigo, romance da nigeriana Ayòbámi Adébáyò, foi umas das melhores — e mais devastadoras — leituras que fiz nos últimos tempos. Parte do clube de assinatura TAG Inéditos, foi posteriormente publicado pela editora HarperCollins.

Yejide está casada há quatro anos com Akin, mas ainda não engravidou. A família do marido espera avidamente por uma criança, uma vez que a tradição local está bastante ligada à continuidade da linhagem familiar. Por isso, eles pressionam Akin a aceitar uma nova esposa, embora ele e Yejide tenham concordado em serem monogâmicos. A chegada da segunda mulher de Akin coloca Yejide no limite, e disposta a tudo para engravidar.

Os primeiros parágrafos de Fique Comigo já mostram ao leitor o que esperar: uma leitura sensível e extremamente emocional. A escrita de Ayòbámi Adébáyò é precisa, sendo capaz de expressar as emoções dos personagens e torná-las parte do leitor. Por sua linguagem fluida e muitas vezes poética, devorei o livro em um misto de querer avançar pelas páginas e precisar interromper a leitura, sufocada por todas as dores a que o casal é submetido. A narrativa principal em primeira pessoa é de Yejide, mas há algumas também de Akin, além de alguns capítulos se passarem no futuro da narrativa, durante o ano de 2008. Com isso, a autora antecipa ao leitor parte do desfecho da história do casal, potencializando as angústias do que estamos lendo.

O cenário principal de Fique Comigo é a Nigéria dos anos 1980, de maneira que o contexto político da trama é bastante presente e importante na narrativa. De certa forma, Ayòbámi Adébáyò traça um paralelo entre a história individual do casal e a história do país naquele momento, afetado pela ditadura militar, como se ambos desenrolares acontecessem em ritmo e trajetórias semelhantes.

Embora o romance de Ayòbámi Adébáyò retrate uma realidade bastante diferente da brasileira — o que faz de Fique Comigo interessante por, também, nos aproximar de outra cultura —, a maneira de como os sentimentos dos personagens são trabalhados é universal. Acima de tudo, essa é uma história sobre os sacrifícios feitos em nome de um desejo maior, e o preço a ser pago quando se escolhe vivê-lo em detrimento de tudo mais. As relações familiares são trabalhadas com cuidado e sinceridade, e as reviravoltas do livro fazem dele ainda mais viciante, além de surpreendente. Antes da metade do romance, eu já não sabia mais o que esperar em termos de eventos.

No geral, Fique Comigo me devastou por tudo que Yejide e Akin são obrigados a viver. Porém, mais do que os acontecimentos em si, fui impactada pela escrita de Ayòbámi Adébáyò, capaz de tornar tudo ainda mais visceral e ao alcance do leitor. Finalizei o livro aos prantos, sabendo que carregarei essa história comigo por ainda muito tempo.

site: https://www.minhavidaliteraria.com.br/2020/07/17/resenha-fique-comigo-ayobami-adebayo/
Michelle 10/03/2021minha estante
E que reviravoltas!!! Estou quase acabando e não imaginava naaaaada disso... totalmente surpreendente


Nessa 22/03/2021minha estante
Uma leitura que não permite que o leitor fique entediado não é vdd?


Michelle 22/03/2021minha estante
É vdd


Karla 08/08/2021minha estante
Olá. Eu sou tentante há quase 2 anos. Gravidez ta dificil de vir aqui. Será q tem alguma espécie de gatilho nesse livro?


Vanessa 02/09/2021minha estante
Perfeito


Karen 29/04/2022minha estante
Eu estou chorando p finalizar a leitura. RUIM DEMAIS! ?


Dani 12/01/2023minha estante
Ainda estou em choque com essa história, a forma como a autora conta fez eu mergulhar de uma forma intensa no livro.
Incrível demais!


Graça 16/09/2023minha estante
A história é narrada num clímax constante. A cada capítulo, a cada palavra a emoção transborda. Difícil interromper a leitura até que o livro acabe.


Stella F.. 04/01/2024minha estante
Acabei hoje de ler e amei!




Elisabete Bastos @betebooks 05/07/2018

Cultura nigeriana
O livro revela a cultura nigeriana de casamentos polígamos, a crença de deuses, rituais, o país sucumbindo pelas ditaduras militares, no qual o homem vale muito mais do que as mulheres. Neste universo, Yejide e Akin, que encontram, ainda, na Universidade, casam-se e mantém um casamento monogâmico até que a esposa não consegue engravidar, após quatro anos do enlace. É introduzida neste casamento a segunda esposa Funmi de Akin pela vontade da família do esposo. Yejide faz de tudo para engravidar e tem até sintomas de uma gravidez psicológica. Mentiras e traições constantes para se manterem intactos numa cultura machista. Portanto, ocorrem "fatalismos" pelas escolhas dos personagens.
Deve-se para ler a narrativa manter distância e tentar entender a cultura do "outro" , sem julgamentos preconceituosos, o etnocentrismo.
No entanto, não se pode aceitar facilmente doença genética, o afastamento de sentimento de Yejide em relação a maternidade, uma órfã doente de mãe "viva", um assassinato mal explicado, personalidades doentias são inverossímeis num mesmo contexto, impotência sexual total masculina, virgindade e total desconhecimento do corpo por parte de uma mulher formada em curso universitário, etc
Incoerências e inconsistência é existência deste livro.
Experiência ruim fornecida pela TAG.
Não gostei.
Bruna 06/07/2018minha estante
Total desconhecimento do corpo por uma mulher formada... O que tem a ver formação acadêmica com conhecimento do corpo? Muitas mulheres não se conhecem por vergonha, pelo tabu que é a sexualidade da mulher.


Elisabete Bastos @betebooks 07/07/2018minha estante
Olá Bruna!
Concordo em "muitas mulheres.... tabu ....etc. No entanto, no contexto do romance o total desconhecimento de questões básicas de biologia (simples), conhecimentos rústicos foram esquecidos para dar certa credibilidade a engrenagem da trama do romance pela autora. Isto me deu a sensação de total inconsistência do romance e não quis particularizar as situações: evitando spoiler.
Grata pela sua contribuição e espraiar a reflexão.


happymoon 08/07/2018minha estante
Realmente concordo com a Bruna.


Dafne Takano 19/07/2018minha estante
você mesmo disse pra "manter a distância e tentar entender a cultura do 'outro', sem julgamentos preconceituosos" e aí você diz que é inverossímil o que a personagem passa? Achei o seu comentário um pouco contraditório. Vc leu "as alegrias da maternidade", também enviado pela TAG? Lá dá pra ter uma noção de como é um tabu ser mulher na sociedade nigeriana, não me espanta que uma mulher "formada em curso universitário" desconheça o próprio corpo. As universidades são diferentes, os casamentos são diferentes,a religião é diferente, o machismo é muito presente.


Mirian Luiz 22/07/2018minha estante
Você diz na resenha que é preciso entender a cultura do outro e não julgar. Na frase seguinte você vem cheia de julgamentos. Acho que você não leu ou não prestou atenção, mas o "assassinato" foi explicado. E sobre uma mulher formada não ter conhecimento do corpo, isso é tabu. Por mais estudada que ela fosse, tem mulher que não conhece o próprio corpo por tabu, por julgamentos da sociedade que faz com que ela trate o próprio corpo como algo que ela não deveria conhecer. Não é só na cultura do outro que isso acontece. Basta conversar com sua vó ou alguém mais velha, uma pessoa humilde da nossa cultura mesmo para entender isso. Sem cabimento isso que você escreveu. Mais empatia, por favor


Lari 27/07/2018minha estante
Gosto não se discute realmente. Devemos respeitar a opinião contrária. Para mim este está sendo um dos melhores livros que eu já li.




Ludmilla 12/07/2020

Forte, emocionante. Vale muito a pena. Um dos melhores que eu li esse ano.
Thárin 13/07/2020minha estante
Tá aqui na minha cabeceira pra começar a ler em breve


Ludmilla 19/07/2020minha estante
Oi Thárin, eu gostei muito :)(esse ano eu gostando de todos ..rsrsrs).


Thárin 28/07/2020minha estante
Essa parte é ótima! Hahaha


Thárin 30/08/2020minha estante
Nossa, eu chorei que fiquei desidratada com esse final


Ludmilla 01/09/2020minha estante
Que bom que gostou, Thárin. Embora nos façam chorar, esses livros são maravilhosos demais, não!?! Nos trazem força.


Thárin 01/09/2020minha estante
Com certeza! Amei demais!




Mari M. 02/05/2019

Sem palavras !
Sem palavras pra definir todas as emoções contidas nesta história. Eu peguei pra ler sem saber muito, só vi que se tratava de um casal que recebe em casa a nova esposa ( como amo culturas diferentes nem quis saber mais.) me surpreendi de tantas maneiras que meu deus!
A narrativa vai tão além, eu nunca vi tamanha criatividade! Tamanha sensibilidade, tanto amor, amor maternal, paternal, familia, costumes, sacrificios!
Eu ameeei eu indico e lerei qualquer coisa que esta jovem nigeriana escrever.
@eleeoslivros 03/05/2019minha estante
eu amo esse livro!


Mari M. 03/05/2019minha estante
Eu amei demais!!!


@eleeoslivros 03/05/2019minha estante
já leu as alegrias da maternidade e cidadã de segunda classe? (de outra autora). são ótimos também.


Mari M. 03/05/2019minha estante
As alegrias está na minha lista de desejados! Vou pesquisar o outro já! Obrigada!


Mari M. 03/05/2019minha estante
Já leu : A cidade do sol ?


@eleeoslivros 03/05/2019minha estante
não li não.
o cidadã tem continuidade e a tag ta lançanda. chama no fundo do poço.




zoni 07/04/2019

Até onde alguém deve ir por amor? E o que uma cultura machista é capaz de destruir?
Não sei o que escrever sobre esse romance, mas preciso dizer que ele é perfeito, perfeito em toda a sua simplicidade, já que é aquele tipo de história agradável, de leitura fácil, que nos prende da primeira a última página, que não nos deixa parar, que terminamos rapidinho e ficamos olhando o teto pensando: o que vou fazer da minha vida agora que acabei o livro?

Eu tinha iniciado a leitura tem um tempinho, mas estava meio ocupado fazendo nada, (entrei na famosa ressaca literária, e terminar livros estava sendo impossível; então começava um livro todo dia tentando sair dela), mas hoje pela tarde, quando peguei a leitura de verdade, não consegui mais parar. Fui consumido pelas páginas, e quando vi já tinha terminado a história. A história se passa em boa parte do livro nos anos 80, e conta a história de um casal nigeriano que optou pela monogamia em uma sociedade poligâmica, mas que depois de quatro anos de casamento sem filhos, são pressionados pelos familiares a mudar a regra do jogo.

A história de Yejide é pesada, dolorosa e solitária demais. Foi impossível não me sentir triste lendo toda a sua dor, seus medos e seus anseios em meio a todo o conflito que se viu inserida da noite pro dia, depois de ter acreditado em tantas mentiras. Ela é o tipo de protagonista que nos ganha logo na primeira frase, é forte, decidida, impulsiva, inteligente e brilhante. Akin é um personagem complicado, mudei de opinião em relação a ele durante todo o livro, e tenho certeza que essa foi totalmente a intenção da autora, ela nos deu um personagem muito real, que erra, acerta, mente, sofre, ama e acima de tudo tenta acertar, foi o ponto alto do livro pra mim.

A cada capítulo eu pensava que tinha entendido a história, e achava que sabia para onde a autora estava nos levando, mas então a via mudar tudo de forma estupenda. A autora vai deixando pistas inteligentes para nos dar uma conclusão espetacular depois, e isso me deixou babando pela escrita da mulher, pois, por mais que seja simples, ela cativa e faz tudo com maestria.

É um livro lindo e de bastante aprendizado, termino essa história com uma grande reflexão sobre até onde se deve ir por amor, e sobre o que é o amor.

site: www.instagram.com/nomeiodatravessia
Bya/ @thebook_andthegirl 07/04/2019minha estante
Esse livro é simplesmente incrível e emocionante. Amei muito ?


zoni 09/04/2019minha estante
É totalmente perfeito e apaixonante, me encontro destruído por conta dele ainda, não sei quando vou me recuperar.


Bya/ @thebook_andthegirl 09/04/2019minha estante
Eu também fiquei assim ??


zoni 14/04/2019minha estante
É perfeito, queria mais, mais páginas!!!!!!!!!!!!


Mari M. 02/05/2019minha estante
É muito maravilhoso!!!




Vania.Cristina 04/02/2024

Quando o amor não é suficiente
Segunda escritora nigeriana que leio e são muitos os paralelos. Esse livro me mostrou mais ainda da cultura da Nigéria do que vivenciei com o livro Americanah, de Chimamanda. Ambos têm o mesmo pano de fundo de um país minado por golpes de Estado, por uma ditadura militar, e por muito descontentamento. Os dois livros não falam de miséria ou pobreza, mas de relações humanas. De amor. De encontros e desencontros.

Aqui é contada a história de Yejide. No começo do livro ela é uma mulher madura que vive na cidade de Jos, onde abriu um salão de cabeleleiros e uma joalheria, e encontrou o sucesso profissional e financeiro.

Yejide está de mudança, voltando para a cidade de Ifé, e transferindo para lá os seus negócios. Já tinha decidido voltar mas o empurrão final foi o convite que recebeu de Akin, seu marido que não vê a 15 anos. O convite veio pelo correio, e trata-se do funeral do pai dele.

Está relutante em voltar, não porque está deixando em Jos amigos ou amores, todos os que teve nunca a conheceram de verdade, não conheceram sua real história. Ela teme é o reencontro com Akin, o seu grande amor, desde os tempos que se conheceram na universidade. Teme ter que encarar as pontas soltas que deixou para trás, e fazer as perguntas que nunca foram feitas.

Nesse primeiro capítulo do livro, Yejide lembra da filha que não sobreviveu e de seus outros filhos. Não sabemos o que aconteceu com as crianças e qual o motivo do casal ter se separado.

A partir daí temos as lembranças do passado de Yejide, alguns capítulos narrados por ela, outros por Akin. Percebemos como são apaixonados um pelo outro, então... porque não deu certo? Aos poucos vamos entendendo todas as nuances desse relacionamento.

Yejide tem mágoas da família do marido, especialmente da sogra. No começo confiou nela, se sentiu acolhida e pensou ter encontrado uma segunda mãe. Até descobrir que, para a sogra, não passava de um meio de continuar a linhagem da família. Mas Yejide não engravida. Faz exames, rezas, simpatias, tudo que a mãe de Akin decide que ela deve fazer. Até jejum de uma semana que a faz parar no hospital. Mas nada resolve.

Já no segundo capítulo do livro vemos que Yejide é obrigada a aceitar que Akin tenha uma segunda esposa. Na cultura da Nigéria a poligamia é permitida, mas desde a época do namoro, Yejide deixou claro que não queria isso para ela. Mas se não é capaz de ser mãe, se está defeituosa... Sua auto estima é minada.

Yejide nunca conheceu a mãe que morreu no parto. Foi criada por suas quatro madrastas que a negligenciaram. Na infância, não conheceu o amor e não recebeu cuidados.

A narrativa começa na superfície e vai cada vez mais fundo. Descobrimos aos poucos que existem segredos, e acreditem, eles são surpreendentes.

É um livro triste que fala de como a mulher pode ser vítima da hipocrisia social, de como o amor não é incondicional e pode não ser suficiente. É fundamental o respeito.

Quando não há diálogo se erguem muralhas. Mesmo juntos, se há muralhas, há solidão.
Cleber 04/02/2024minha estante
???????


Vania.Cristina 04/02/2024minha estante
Obrigada Cleber ?


C4nteiros 05/02/2024minha estante
Amo! ?
Gosto tbm de como a subjetividade dos homens negros são expostos no livro.


Vania.Cristina 05/02/2024minha estante
Rebeca, se quiser e puder, fale mais sobre isso. Gostaria de saber sua visão.




Helyanny 19/07/2020

Traiu ou não traiu?
Um livro forte e lindo, cuja protagonista me inspirou muito!
danimaccedo 19/07/2020minha estante
Traiu ou não traiu é a frase do Dom Casmurro rsrsrs


Helyanny 19/07/2020minha estante
Pra mim agora é pra esse! Kkkkkkk


danimaccedo 19/07/2020minha estante
Kkk... tá certo. Tenho vontade de ler.


Helyanny 20/07/2020minha estante
Leeeeeia ?




Thárin 30/08/2020

Eu terminei de ler esse livro num estado emocional de pura confusão e chorando muito! Muita tristeza por tudo que acontece com as personagens principais ao longo da narrativa e muita esperança pelo final lindo e as possibilidades que ela apresenta!
A leitura pra mim foi muito rápida, fluida, não consegui largar o livro enquanto não terminei e li em 3 dias de tanto que me prendeu.
A narrativa é uma mescla de acontecimentos do presente e boa parte da história em flashbacks, tendo como pano de fundo a crise política da Nigéria dos anos 80, que não é algo central.
Além disso, a autora trata de temas como poligamia, traição, maternidade e luto, tradições comuns nas famílias nigerianas à época, conflitos surgidos das cobranças de desempenho de papéis de gênero, conflitos , mentiras e falta de diálogo no casamento, tantas coisas nessas poucas páginas que é até difícil descrever tudo.
Recomendo demais!
Beatriz 06/09/2020minha estante
Fiquei com vontade de ler com sua resenha


Thárin 10/09/2020minha estante
Muito maravilhoso esse livro, de verdade! Fazia muito tempo que não chorava desse nível por causa de um livro


Beatriz 10/09/2020minha estante
Então eu preciso ler. Tem tempoooo que não choro lendo e estou com saudades disso


Thárin 10/09/2020minha estante
taí uma ótima opção hahhhaha




Luana Lima 09/06/2021

Fique comigo
Fique comigo foi um livro que me tirou de dentro de uma caixinha. E essa sensação é uma das que mais me fascina na literatura. A oportunidade de conhecer outras culturas, contextos históricos e sociais que jamais conheci intimamente.

A história do livro gira em torno de Yejide e Akin, que vivem na Nigéria dos anos 80 e estão casados a 4 anos (considerado muito tempo para os costumes nigerianos) e até então, sem nenhum filho. Fato que incomodava muito os seus familiares, bem como intimamente o casal, em especial Yejide, que havia feito de tudo pra engravidar! Consultou médicos e curandeiros, fez promessas e rezou constantemente, mas nada a fez engravidar.

O livro é cheio de reviravoltas e realmente muito envolvente. Confesso que me deixei enganar pela capa e título lindo do livro e jurei que leria um romance daqueles de suspirar do início ao fim ?? Mas o livro é para além de uma história de amor, nos escancara o quanto o contexto histórico-social, a cultura e os costumes realmente interferem não só na construção da narrativa, como também no destino, nas escolhas e vida dos personagens e assim também o é na vida real.

A história é contada pela perspectiva do casal, e particularmente me senti como montando o um quebra cabeça, um pouquinho com as peças de Yejide e um pouquinho com as peças de Akin. O que me aproximou muito dos personagens e me deixou intimamente ligada com a história do casal.

Eu amei a história, o desenrolar e o desfecho também! Fiquei um pouco curiosa por alguns pontos não terem se fechado e fiquei imaginando outros desfechos que para eu, como leitora, teriam sido mais completos!
Se você for ler esse livro, leia devagar, porque só assim pra conseguir digerir todos os acontecimentos hahaha. Mas é sem dúvidas uma leitura rica.
Talita 09/06/2021minha estante
Ah, que bom que tu gostou! ??


Ju Abreu 09/06/2021minha estante
Quero muitoooo ler esse livro! Estou só esperando o prime day para ver se o ebook baixa de preço! Mas leio esse mês ainda! ????


Luana Lima 09/06/2021minha estante
Talita, eu amei muito! Obrigada pela dica hahaha ???


Luana Lima 09/06/2021minha estante
Ju, só leia! Você vai gostar muito. ?




Helder 30/11/2018

Escolhas desesperadas
Ayòbámi Adébáyo, a autora deste livro é nigeriana, tem 30 anos, foi colega de classe de Chimamanda Ngozi Adichie e teve Margaret Atwood como sua professora no curso de Escrita Criativa.

Este seu primeiro livro traz uma estória extremamente forte, que para nós brasileiros chega junto com um choque cultural, pois a realidade tratada aqui é algo muito distante da nossa cultura.

Na primeira parte da leitura, parece muitas vezes  que estamos lendo sobre algo que aconteceu na era medieval, mas não, a autora ambienta sua estória nas décadas de 80, 90 e 2000, motivo pelo qual é difícil não se chocar com o inicio deste livro.

Fique Comigo conta uma estória de amor.

O livro começa em 2008, onde sabemos que o casal não está mais junto, mas volta à década de 80, onde Akin e Yejide se conhecem na universidade, se apaixonam e se casam tomando uma decisão: Serão monogâmicos. Diferente dos seus pais, que tem diversas esposas, costume normal na Nigéria de então.

Akin é o primeiro filho da primeira esposa de seu pai. Yejide é filha da segunda esposa de seu pai, que morreu eu seu parto. Yejide cresceu sendo rejeitada por suas madrastas e muitas vezes sendo responsabilizada pela morte da mãe pelo próprio pai. Sendo assim ela encontra em Akin e sua família, o apoio e conforto que nunca teve.

O casamento deles segue bem até que um dia a madrasta dela e o pai de Akin chegam à residência do casal com Funmi, uma garota mais nova,  e informam que ela será a segunda esposa de Akin.  Eles estão casados há 4 anos, porém até agora Yejide não conseguiu engravidar. Ambos fizeram exames e aparentemente não tem problemas. Mas a mãe de Akin não aceita mais esperar, então se Yejide não consegue realizar sua obrigação, ela deve ficar de lado e deixar a outra realizar o seu papel.

“Esta vida não é difícil, Yejide. Se não pode ter filhos, basta permitir que meu Akin tenha filhos com Funmi. Veja, não estamos pedindo que você deixe de ocupar seu lugar na vida dele, estamos apenas dizendo que deveria chegar para o lado para que outra pessoa possa sentar”

O texto da autora pega forte nesta e outras cobranças sofridas pela mulher nigeriana. Se o casal não tem filho, a culpa é da mulher que se torna uma pária dentro da família.

“Você já viu Deus em uma sala de parto parindo um bebê? Diga-me Yejide, já viu Deus na maternidade? As  mulheres fabricam crianças, e se você não consegue fazer isso então não passa de um homem. Ninguém deveria chama-la de mulher.”

Yejide sente-se frustrada e traída, principalmente ao perceber que Akin já sabia daquela combinação, mas infelizmente não pode fazer nada contra a situação, pois na cultura do país todo homem tem que gerar descendentes.  A cena inicial onde ela recebe a noticia de que está sendo substituída e ainda tem que continuar na posição submissa fazendo e servindo comida para os “convidados” chega a dar um embrulho no estomago, fisgando o leitor e nos deixando sem ação.

A entrada de Funmi no relacionamento do casal, mexe gravemente com a cabeça de Yejide, que passa a buscar maneiras alternativas para engravidar, como chás, rezas e até cultos, desencadeando inclusive uma gravidez psicológica.

Akin, realmente ama Yejide, mas não consegue se desvencilhar das convenções sociais. Ele evitou ao máximo aquele segundo casamento. Mas ao ver o estado de sua esposa, ele passa a tomar diversas decisões extremas que a autora irá nos expondo aos poucos, nos deixando cada vez mais chocados.  Por mais que imaginemos o que tenha acontecido, quando a autora nos confirma, aquilo causa um incomodo.

Qual sacrifício você seria capaz de fazer por amor?  Você está fazendo aquilo pela outra pessoa, ou por você mesmo? Amor ou egoísmo?

E os filhos chegam, mas aquilo que deveria ser a solução acaba se tornando um problema maior ainda que vai crescendo como uma bola de neve. Trazendo uma cruz impensável para  este casal carregar.

São tantos erros. Tanta incompreensão. Tanta falta de dialogo e nada tinha me preparado para tudo aquilo. Quando você acha que eles já passaram por tudo, a autora cria mais uma situação difícil. O livro traz um turbilhão de sentimentos e nos faz calçar os sapatos de Yejide e Akin e pensar como teríamos agido sobre tanta pressão.

É um pensamento simplista dizer que nunca nos submeteríamos aquilo, pois na nossa distância cultural dizemos que aquilo é impensável, mas quanto não fazemos em nosso dia a dia para manter aparências, status, dinheiro. Não magoar aos outros. Não magoar a nós mesmos?

Este livro é sim extremamente atual. Até o nome,  Fique Comigo, que parece um nome de romance barato tem um significado muito especial. Mulheres com certeza se envolverão mais com a estória, mas o texto deste livro é universal. É um livro sobre família, sobre sacrifícios e sobre empatia.

O final traz uma pequena redenção, mas impossível não sentir o peso da jornada e de todo o tempo perdido. Uma mentira nunca irá se tornar uma verdade por mais que acreditemos nela.

Leiam este livro e compartilhem com todos aqueles que você ama. É um livro necessário.

“Amei Yejide desde o primeiro momento. Não tenho duvida. Mas há coisas que nem o amor é capaz de fazer. Antes de me casar, eu acreditava que o amor podia tudo. Porém, logo descobri que ele não era capaz de suportar o peso de quatro anos sem filhos. Quando o fardo é pesado demais e o carregamos por muito tempo, até mesmo o amor se verga, racha, fica prestes a se despedaçar, e às vezes se despedaça de fato. Mas, mesmo quando está em mil pedaços aos nossos pés, não significa que não seja mais amor”.
Kah 01/12/2018minha estante
Eu acho que vc faz resenha melhor que mto booktuber por aí viu! Só acho!


Helder 01/12/2018minha estante
Poxa, Kah, obrigado. Consegui despertar sua vontade de ler? Então valeu a pena. Este livro é um ótimo presente de Natal. E pode esperar por mais, pois a Black Friday rendeu por aqui. E suas leituras como vão?


Kah 01/12/2018minha estante
Sim, foi sua resenha que atiçou a vontade de ler este livro, já está na listinha de desejados! Tô empacada num livro da lisa Gardner chamado "bem atrás de vc" que vi o Victor do geek freak falando bem, mas detestei e to empurrando com a barriga. Ai comecei a ler o monstrologista que é super legal e tentando desencalhar os homens que não amavam as mulheres. Veremos o que vira kkkk


Helder 01/12/2018minha estante
Já vi este video do Geek Freak e este livro da Lisa Gardner está na minha lista também. Já a serie Millenium, os 3 primeiros livros são necessários. Vá em frente, pois são ótimos.




Ana Paula FZ1 26/02/2024

Que livro Incrivel !!!
Confesso que me surpreendi comigo mesma porque esse tipo de livro me faz derramar rios de lágrimas, e apesar de toda dor que tem nessa historia, eu segurei, e muito bem, as lágrimas

Aqui conhecemos Yejide e Akin, um casal apaixonado, que se conhece desde a faculdade, que vivem bem financeiramente, mesmo com o país vivendo um caos ( Nigéria ), mas eles são felizes, exceto pelo fato de que há 4 anos eles tentam aumentar a familia e não estão conseguindo

A pressão que o casal põe sobre si só não é maior que a pressão da familia de Akin, que o faz arrumar uma segunda esposa, e a partir dai, a vida desse casal vai mudar e muito.

Não vou contar muito pra que não tenha perigo de ter spoiller, mas é tão sofrido como a vida de Yejide e Akin muda, ver o sofrimento da Yejide é de doer na alma, a cada nova tentativa, e quando ela precisa se colocar num papel terrível, e o pior descobre que foi pura armação pra que tudo acontecesse eu nem sabia o que pensar.

E, à medida que a gente acha que sabe o que vai acontecer, ou imagina, tudo muda, mas muda mesmo. Yejide toma tanta rasteira que mau da tempo de respirar.

Ai vem a verdadeira e mais importante parte da historia, contada por Akin, e a cada nova revelação eu ficava de queixo caído, porque por mais que a gente tente imaginar o que se passa com esse casal, a gente não faz ideia da verdade.

E o final, meu deus do céu, quando ela descobre o que jamais poderia imaginar ter acontecido, a emoção vem no embargo da voz e no choro contido. ( e ainda assim eu não chorei viu rrss )

Eu adorei mesmo o livro, e todo mundo que eu via falando dele, o elogiava, agora entendo claramente o motivo



site: http://paixaoporleituras.blogspot.com/
Cris 26/02/2024minha estante
Hummmm, já quero!


Ana Paula FZ1 26/02/2024minha estante
Sensacional viu Cris, vale muito a pena


Cris 26/02/2024minha estante
Já coloquei na lista rs!




Rayanna.Santos 18/04/2020

Fique Comigo
Quando li o título desse livro eu achava que se tratava de um romance, de um casal apaixonado (Não gosto de ler sinopses) é de fato tem um casal apaixonado, e de fato esse livro é sobre amor. Amor de mãe por um filho, por todos os filhos e sobre a dor de não poder tê-los mesmo que muito se queira e sobre perde-los também mesmo que eles nunca vai embora na memória!
Nunca li um romance tão rico, contrata a política caótica de um pais caótico e uma mulher lutando com seus fantasmas para tentar ser uma mãe. Em meio crendisses e a medicina todos os recursos são usandos nessa empreitada.
Fique Comigo não é o apelo que se faz quando o homem da sua vida está indo embora e sim o apelo ao universo pra que mais um filho não se vá!
Jota 26/04/2020minha estante
após essa resenha, fiquei com vontade ler esse livro


Rayanna.Santos 28/04/2020minha estante
Não vai de arrepender. Muito interessante e com uma história muito rica sobre a Nigéria, os costumes tão diferentes dos nossos.


Jota 28/04/2020minha estante
E minha lista de leitura só vai aumentando ???




buttercup 28/07/2023

Rotimi
Foi um livro que começou como uma típica história normal que acontecem na vida das pessoas e no casamento, mas com o passar das páginas foi me envolvendo bastante tanto com a cultura (a história se passa na Nigéria) como com a história, bem trágico e triste mas bem real..
Lucas Jobim 28/07/2023minha estante
Hmmm parece bom


Lucas Jobim 28/07/2023minha estante
Senti q vc ia gostar


buttercup 28/07/2023minha estante
sentiu? que fofo amor




Tatiane 15/04/2019

Leia "Fique comigo"!
Viajar pelo mundo lendo autoras contemporâneas tem sido de uma riqueza ímpar. A nigeriana Ayòbámi Adébáyò me fez sorrir, torcer, sentir profundamente o amor e a dor maternais, derramar lágrimas de tristeza, mas também de alegria.

"Fique comigo" apresenta os dois protagonistas, Yegide e Akin, como narradores-personagens. Eles se intercalam contando cada acontecimento a que somos apresentados pelo seu próprio ponto de vista, que se constrói, naturalmente, pelo prisma da mulher, numa sociedade patriarcal, e de um homem, que embora tenha o valor superior de sua condição masculina é, também, submetido a inúmeras exigências sociais com base na cultura de seu povo.

Os capítulos ora se complementam, ora se entrecruzam em acontecimentos que nos surpreendem e nos confrontam, a todo instante, com nossos valores a partir de nosso olhar cultural distinto. Paro, porém, por aqui porque essa leitura merece ser bem pessoal. Resolvi não fazer uma resenha contando partes da história porque - embora eu não tenha problemas com spoilers, já que o que mais me envolve nas narrativas é o como se conta, e não o que se conta - tenho de admitir que as surpresas e descobertas em "Fique comigo" tiveram um grande peso nesta minha leitura.

Só acrescento que o livro é imperdível. Emocionante, comovente. Vale muito conhecer essa escritora nigeriana de 31 anos, recém traduzida para o português pela editora Harper Collins. Parece que também foi lançada pela Tag Inéditos.

tatiandoavida.com
Mari M. 02/05/2019minha estante
Maravilhoso demais!!!


Tatiane 04/05/2019minha estante
Simmm!!! As autoras nigerianas estão arrasando!!! ?


Mari M. 06/05/2019minha estante
Foi meu primeiro!!!! Encantei demais!!!




spoiler visualizar
Daniela742 03/08/2019minha estante
De forma geral gostei do livro pelas reflexões trazidas, mas também achei que a Yejide foi muito fria e egoísta. Comecei o livro com raiva do Akin, mas no fim das contas ela acabou sendo pior que ele. O final poderia ter sido melhor.


Rê Monteiro 16/01/2020minha estante
Pois é! Concordo plenamente...




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