Resenhas - Fique Comigo

| @contemumlivro 20/04/2021

:)
Eu fui sem expectativas. Não que eu não pensasse que encontraria uma boa história, mas, o mundo ultimamente pede espaço para a dúvida.

No fim, esbarrei em uma trama desenvolta, bem escrita e que, no simples, faz cativar.
São pouco mais de duzentas páginas do íntimo de um relacionamento entre um casal nigeriano. Yejide & Akin vivem um drama que diz muito sobre a cultura local, as expectativas da família que nasce desse encontro e isso é tão profundo, que nos vemos, frente a um alvoroço de emoções quase todo o tempo.

Envolto por conflitos sociais e econômicos na Nigeria dos anos 80, a história revela muito de costumes bem distantes de nós que, por vezes, dá um nó no estomago.

A estrutura dos capítulos faz fluir. O leitor mergulha no casamento dos protagonistas pelo olhar dos dois. Assim, é possível enxergar motivações completamente diferentes dentro da relação que carrega um amor genuíno das duas partes, mas também, um turbilhão de inseguranças e sentimentos que se transformam em uma prisão entre eles.

Não sei se posso dizer que é um romance, apesar de que um romance é bem mais que uma história de amor. A história que Adébáyò nos conta é mais um drama que consegue compreender várias partes frágeis e sensíveis da relação humana num recorte cultural potente:

- relações conjugais e o que se espera de uma família nas tradições nigerianas;
- profundeza da maternidade e as marcas que ela deixa na mulher;⁣
- o significado de um filho e, nesse livro específico, a perda dele;⁣
- o destempero que um ato frustrado causa e o cansaço em lidar com isso.

É uma obra carregada de sentimentos controversos que vai surpreender, fazer você viajar e ainda, refletir sobre experiências sociais profundamente ultrapassadas e que seguem marcando a trajetória de tantas mulheres mundo afora.

site: @contemumlivro

Elissa 27/10/2022

Descobri um gosto por livros de outras culturas, sem ser a ocidental. Sempre me emociono.

Yejide vive na Nigéria, em um casamento feliz, sem uma família própria pra se apegar e buscar conselhos, considera a mãe de seu esposo como sua.
Até que começa a pressão para engravidar....

Não vou aprofundar mais, porque entrei nesse livro sem saber absolutamente nada sobre ele, o que deixou a leitura muito mais marcante.

Yejide é uma mulher independente, porém ignorante de seu próprio corpo.
Uma mulher sempre acalorada por pessoas, porém sempre enganada.
Uma mulher que desejou tanto um filho, Amou tanto sua família, lutou tanto pra sustentar tudo que conseguiu pra si que acabou se endurecendo e se fechou, e nesse momento, caro leitor, nesse momento ela perde muito.

ritita 11/01/2019

Muito bom!
Como os escritores africanos me encantam, mas como são pouco conhecidos por nós. Eu nunca tinha ouvido falar nesta belíssima autora.

Que livro foi este que me arrebatou a ponto de deixar a comida queimar e ir dormir na hora de acordar? Ai que raiva de ter lido em ebook!

Sem resenha do Skoob pq é muito pobrinha para a história.

Bora lá?

Estamos na Nigéria de 1980 e em meio a turbulência político/social que assola o país.

Yejide pertence à classe média (por si só, uma novidade em livros africanos), é linda, independente e ingênua, mas como todo africano, arraigada à cultura onde a mulher se casa virgem e casa-se também com a família do marido, além de ter obrigação de trazer descendentes a esta família; ela não consegue engravidar nos primeiros meses de casamento, e por conta disto desenrola-se a história que a leva à beira da loucura.

Após muita cobrança e muito sofrimento ela tem 3 filhos, mas somente dois sobrevivem, o motivo da perda destas crianças a deixa imune às crenças familiares e a todo tipo de amor, porém... Ah, porém, não foi este o motivo principal de seu desmoronamento psicológico; então imaginem vocês que há algo maior que a perda de filhos para solapar e acabar com uma mulher.

Então o que foi?

Dicas para uma futura leitura:

* Até onde uma pessoa pode se deixar levar por parte de outra a quem ama?

* O que a cultura machista é capaz de fazer pela "obrigação" da descendência?

* O que o machismo e a família são capazes de fazer em nome do amor?

* Até onde conseguimos perdoar?

* O que é mesmo traição?

Monique @librioteca 27/12/2018

Um bom livro, muito bem escrito, mas que não me arrebatou
A leitura é bastante fluída e como um retrato cultural da sociedade nigeriana creio que o livro cumpra bem o seu papel, provocando até uma certa aflição diante de tantas questões envolvendo a poligamia, e o ‘Modus Operandi’ (bem invasivo, eu diria) de conviver em família nessa sociedade.

Tenho uma ressalva em relação ao pano de fundo da história que, ambientado no desenrolar de uma crise política - que culminou em um golpe militar -, senti que foi pouco explorado, e pareceu um tanto aleatório em alguns momentos com a ‘não interatividade’ dos personagens com esse momento histórico. (Diferentemente de ‘A Casa dos Espíritos’, de Isabel Allende, que também traz um DRAMÂO familiar em destaque, mas que interage muito bem com seu contexto histórico).

Enfim, é um romance bastante emocional, que conversa muito sobre os papéis sociais que muitas vezes são esperados que se cumpram, e sobre as complexidades das questões que envolvem os desejos humanos de satisfazer essas expectativas sociais, tão irrigadas no cerne coletivo... não só na cultura nigeriana, não é mesmo?
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profa_ana_paula 05/11/2022

A força das tradições
Belíssimo livro, escrita potente marcada pelas tradições e pelas faltas que elegemos como redentoras de nossa felicidade. Apesar de dar uma sensação morna até certo ponto, é quando a autora esmiúça a história que o livro ferve, as entrelinhas são escancaradas e se percebe que as aparências nunca dão conta da brutalidade da realidade. Os capítulos são alternados nas vozes de Yejide e de Akin, seu marido, trazendo duas verdades da mesma história, e tem uma linha temporal que vai e volta, acrescentando camadas de complexidade à trama. Livro com personagem feminina muito forte. Recomendo a leitura.

Carol Bazanini 24/02/2022

Fiquei completamente extasiada com essa leitura. A partir do momento em que comecei não consegui mais parar de pensar nele. Eu durmo e acordo pensando nesse livro e nesses personagens. É um livro profundo, que pega bem lá no fundo da sua alma.

Ele me pegou de surpresa, fez com que torcesse pelos protagonistas e, acima de tudo, para que tudo se resolva.

Yehide é uma mulher extremadamente forte, daquelas que faz com que você sinta orgulho por tudo o que ela passou e da pessoa que ela se tornou. Ela passou por situações extremas, e pessoalmente eu não sei se conseguiria lidar com tudo e ainda continuar.

É uma estória real, com protagonistas reais. Eles tomam decisões erradas constantemente, mas quem somos nós para julgar? Nunca vamos estar nessa mesma situação, não tem como saber como lidaríamos. E, nesse sentido, a autora foi certeira na abordagem que escolheu dar, sem enfeites e mostrando todas as nuanças de uma relação conjugal.

Eu adoro quando leio escritoras africanas, tenho que fazer isso com mais frequência. Fica a recomendação!

Lorena 17/02/2021

nada do que eu esperava
comecei o livro sem expectativa nenhuma e sem saber nada sobre a história, só sabia que era um livro nigeriano. pensei que seria sobre racismo ou algo do tipo, mas foi um romance com fundo histórico absolutamente incrível. recomento muito muito muito a leitura, a escrita é impecável e a história muito viciante.

Karla Lima @seguelendo 05/12/2018

Como começar uma resenha? Várias vezes me deparo com livros que me deixam sem palavras e esse foi um deles. O cenário? Nigéria. A história? Uma das melhores que li esse ano, graças à TAG Inéditos.

Escrito por Ayòbami Adébáyò, autora nigeriana, ?Fique comigo? é uma obra riquíssima. O título do livro acaba nos levando ao erro: não é um romance romântico. É uma história de amor, sim, mas em outros sentidos da palavra. Muitos outros!

Adébáyò nos apresenta um casal Iorubá que, mesmo contrariando os costumes da região, mantém um relacionamento monogâmico. A protagonista, Yejide, é uma mulher independente, profissional, que ama o marido e o seu trabalho, mas não consegue ter filhos. Para família de Akin, é algo inadmissível. E é esse o impasse que dá início a uma trama que fica, a cada página, mais e mais nervosa e misteriosa. E as coisas nem sempre são o que parecem ser à primeira vista.

Na obra, é traçado um paralelo entre os anos 80 e o ano de 2008. Alternando entre os períodos da vida de Yejide e, aos poucos, vamos descobrindo o que aconteceu, muito bem contextualizados com fatos históricos e problemas sociais do período.

O texto é incrível. É daquele tipo de livro que você não consegue largar. É o típico ?só mais uma página? que vira capítulos inteiros e olheiras na manhã seguinte.

Não se assuste com o nome difícil de pronunciar da autora: apenas aceite de presente uma história empolgante e recheada de informações sobre as tradições da região. A forma como as palavras são colocadas nos apresentam a um  cenário completo e nos torna parte daquelas vidas.

Vanessa.Moreira 27/06/2021

Impressionada Positivamente!
Eu não imagina que ficaria tão envolvida com a história quando comecei a ler. O choque cultural foi gigante, mas não atrapalhou minha experiência de forma nenhuma.
A escrita da autora é muito envolvente e fluida, o livro parece água correndo pelas mãos, você lê e nem percebe quando acaba. ?

Sobre a história, a forma como a autora vai te entregando os fatos é assustadoramente envolvente. É cada plot twist, você nem se recupera de um e já vem outro! Eu me perguntava: ?que tiro foi esse??? ?

Sua cabeça explode, e o coração se despedaça. ??????

Leia, só isso.

joao 24/09/2020

A escrita é leve e boa de ser lida, mas o que me cativou foi a trama cheia de surpresas, culturalmente rica e bem construída.

samanthadeodato 15/01/2022

O amor é uma prova
A escrita de Ayòbámi Adébáyò é impecável, amei a narração com perspectivas diferentes e os diversos assuntos abordados: monogamia/poligamia masculina, maternidade compulsória, o peso do luto não vivido que se acumula e reflete em outras questões, além de todas as dores e explicações sobre anemia falciforme também muito bem descritas. As reviravoltas e o fato de não conseguir julgar ninguém porque são todos seres errantes envoltos em uma cultura que pode sufocar. Sensacional!

Ísis 20/06/2021

Socorr, tô sem ar. Que história foi eessaaa?! O patriarcado é tão presente nessa contexto, que me deu muita raiva em alguns momentos. Mas ver a crescente sabedoria e força da protagonista, me encheu o coração! Adorei essa leitura, super recomendo. Infelizmente essa questão da maternidade tão bem trazida no livro, é bem parecida com nossa realidade brasileira.

João Paulo 04/07/2022

Mais uma grande e talentosa autora nigeriana com uma história humana, real e intensa. O livro é muito envolvente do início ao fim. Muito bom!

Jane.FAlix 23/04/2021

Fique comigo
Quero dar mil estrelas para esse livro. É muito bom e surpreendente. Essa é uma narrativa sobre um casal nigeriano que não tem filhos e que pressionado pelos costumes e tradições acabam cometendo erros e se afastando. A escrita dela é perfeita. Joga as bombas em vc sem nenhum aviso.

Andressa 12/01/2021

Emocionante!
Yejide e Akin são casados a alguns ano, porém sem filhos. Pensando no contexto da cultural da Nigéria da década de 1980, onde mulheres casadas precisavam ter filhos. E é a partir disso que se inicia a trama super dramática e dolorosa desse enredo. As relações familiares, as obrigações da esposa e a possibilidade do homem poder se casar com mais de uma mulher. Amor matrimonial, luto, traições, guerra civil, são alguns dos temas encontrados na história.
Uma leitura fluida, mas ao mesmo tempo que sentia a necessidade de ler até o final, eu precisava parar para digerir todo o drama que envolve essa ficção. Uma mulher pressionada pela família do marido a ter um filho, a culpando por isso não acontecer, fazendo o marido encontrar outra esposa. Nossa, chegava a dar uma aflição, uma vontade enorme de ofender seriamente a mãe do Akin, como que ela poderia, por ser mulher, fazer isso com outra? Aí entra a questão de ler sem julgamentos, se desligando de seus conceitos de moral. O amor materno e a dor de uma mãe, que quem for mãe vai sentir igual ela sentia. Uma das recomendações para ler esse livro é: não tenha preconceitos, tente entender o contexto histórico e local onde se passa a trama. Não julgue.
Outro ponto que quero levantar: o título. Não se trata de um apego emocional de um romance qualquer. Tem um significado tão profundo, tão marcante, tão forte, que quando você se depara com ele, te falta o ar (pelo menos foi isso que aconteceu comigo).
Mais uma coisa HAHAHA Não é um livro feliz, não é um livro agradável, ele mexe com você lá no fundo. Te coloca pra chorar, questionar, e questionar muito. Questionar o porque de atitudes tão nocivas, egoístas, só que também te faz ver o tanto de consideração pelo outro, fazendo se tornar até compreensível, não aceitável.
Amor transborda nesse livro.


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