Carol 19/03/2023
Atemporal e Atual, ler Pagu é revolucionar-se!
De prosa simples e escrita crua, Patricia Galvão, ou simplesmente Pagu, nos direciona para um cenário em que se ilustra a vida de proletários na grande cidade de São Paulo, no momento do boom industrial brasileiro.
Mesmo com a simplicidade da escrita, conseguimos entrar na pele das personagens, digo aqui enfaticamente que a autora vai buscar retratar mais a realidade feminina, que era por sua vez a parte mais oprimida pelo sistema.
Um fato muito importante aqui na trama, mesmo passado com sutileza, é o cenário de repressão sexual vivido por essas mulheres, e na maioria das vezes, a utilização dessas relações como uma forma de ascender socialmente, o qur abre espaço para a utilização do patriarcado de seus corpos e o descarte dos mesmos após a "inutilidade".
Diante da narrativa, a gente vai de encontro à perda gradua dos sonhos mantidos por estas mulheres e a conformação de pertencerem à uma massa explorada pelo sistema e que recebem um minimo que não mantém direito nem a sua sobrevivência.
Parque Industrial é um retrato de uma sociedade que ao mesmo tempo em que reconhece sua siruação, também contribui para a reprodução desse sistema. Pode ser entendido como um estudo social de construção dos moldes atuais, pois continua atemporal e muito atual.
Leiam! Revolucionem-se!