FelipeV.Santana 08/04/2023
Genial
Brás Cubas, o defunto autor, é um personagem bem contraditório e... canalha. O que dá mais humanidade na história. Sinto como se Machado criasse, de fato, um ser humano, não um simples personagem.
Me deu um certo ódio de Brás? Sim. Mas fato é que, em termos de realidade, Machado de Assis foi assertivo ao criá-lo.
O personagem é um homem rico que, como ele mesmo diz ao final do livro: "coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do meu rosto". E é interessante ver como um homem abastado pode gastar seu tempo com coisas tão banais e errôneas. Logo ele, que poderia dar a volta ao mundo, preferiu ser, em termos atuais, um imenso "fura-olho".
O livro também é repleto de filosofia, mistério, sinceridade, amor (muito amor, aliás), mescla etc. Mescla porque, em uns momentos do livro, personagens como Quincas Borba e o alienista, de outros livros dele, aparecem em ação. Sinceridade porque, como um DEFUNTO autor, Brás Cubas desprende-se dos filtros morais, fazendo com que os piores tipos de pensamentos e sentimentos pudessem ser externalizados sem remorsos.
A narrativa do livro é de trás para frente, ou seja, começa por sua morte, depois volta ao modo cronológico mesmo, com algumas pausas para reflexões.
E tantas outras coisas que só lendo para ver. Não sou um gênio, muito menos um grande analista literário; apenas escrevo minhas impressões. Podem concordar ou não. Estou aberto para aprender. Obrigado.