Memórias Póstumas de Brás Cubas

Memórias Póstumas de Brás Cubas Machado de Assis...




Resenhas - Memórias Póstumas de Brás Cubas


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Bianca 20/06/2022

Ler é um refúgio para todos aqueles que se deixam levar pela imaginação. Pude me refugiar e aproveitar cada pagina deste livro, cada diálogo era uma excitação. A maneira como está obra foi escrita é diferente de tudo o que já tinha lido antes, todavia me agradou profundamente.
Eu indico este livro principalmente pela narrativa que o mesmo possui, pois Machado de Assis encanta em cada parágrafo que escreve. É um proveitoso livro com uma pitada de ironia que deixa um gostinho de quero mais.
Carlos 20/06/2022minha estante
Qual a classificação indicativa?


Bianca 23/06/2022minha estante
Diz que é livre para todos os públicos, mas eu indicaria o livro para 12+, pelo fato da escrita ser um pouco mais complicada, e abordar bastante o relacionamento do protagonista.




Ich heiÃe Valéria 12/08/2010

o melhor livro de Machado, na minha opinião.


Paulo 20/06/2022

Toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas
Publicado em 1881, a obra inaugura a fase realista do “bruxo do Cosme Velho”. Quando mais novo, assim como vários brasileiros, li o livro para o vestibular. Na época, não entendia as sutilezas e ironias de Machado de Assis. Reler esse clássico passados mais de 20 anos, já com alguma bagagem literária, foi uma experiência totalmente diferente. Arrebatadora.
Brás Cubás é um “ne fait rien” – um herdeiro rico que não faz nada de útil com sua vida. Era um moleque encapetado, mimado pelo pai. Depois, um jovem que se envolvera com a prostituta Marcela, com quem gastou rios de dinheiro. Seu pai resolve mandá-lo para Coimbra, em Portugal, onde se forma bacharel, mas foi um estudante medíocre e superficial, fez somente o mínimo para obter o diploma.
Retornando ao Brasil sua mãe falece e inicia um romance com a manca e humilde Engênia, que não é levado a diante devido à diferença de condição social de ambos.
Resolve então seguir os planos de seu pai: casar-se com Virgínia e tornar-se político. Começa a namorar a moça, mas Lobo Neves se casa com ela e lhe arrebata a candidatura. Pouco depois, possivelmente de desgosto, seu pai falece e ele briga com sua única irmã, Sabina, e seu cunhado, Cotrim, pela herança. Lobo Neves e Virgínia têm um filho.
Brás Cubas e Virgínia se reencontram e se tornam amantes, encontrando-se em uma casinha alugada na Gamboa. Cubas se encontra casualmente com seu amigo de infância Quincas Borba, quase um mendigo, que lhe furta o relógio de bolso.
Lobo Neves quase flagra Virgínia e Bras Cubas em adultério e se muda da capital para se tornar presidente de província. Assim, Virgínia e Bras Cubas rompem o relacionamento.
Quincas Borba herda uma boa quantia de parentes de Minas Gerais, compra um relógio novo para Brás Cubas e eles ficam amigos. Quincas lhe apresenta sua filosofia do “humanitismo”.
Brás Cubas, então com 40 anos, fica noivo de Eulália, de 19 anos, mas ela falece repentinamente. Ele então consegue o mandato de Deputado, mas não consegue ser ministro.
Já reconciliado com sua irmã, Brás Cubas filia-se na Ordem Terceira e pratica a caridade para pobres e doentes, no que ele qualifica como a fase mais brilhante da sua vida. Mas depois de três ou quatro anos se enfada desse ofício e deixa-o.
Além da morte de seus pais, Brás Cubas vê morrer Lobo Neves, Marcela, sua noiva Eulália, Dona Eusébia e Dona Plácida – essas duas senhoras humildes com quem convivera – , e seu amigo Quinca Borba, que enlouquecera.
Ao final da vida, aos 64 anos, Brás Cubas não foi ministro, nem se casou, nunca trabalhou, mas em sua perspectiva sua vida vazia tivera como pequeno saldo não ter filhos. Em suas próprias palavras: “não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.
Durante a vida, Brás Cubas e seu pai viviam preocupados com a aparência, com o que os outros pensariam ou falariam, com os respeitos humanos. Já morto, o narrador e personagem Brás Cubas tem a grande virtude da verdade, da autenticidade ao reavaliar sua própria vida, o que constitui o paradoxo de maximizar o realismo da narrativa, ainda que contada por um morto.
Essa perspectiva do narrador defunto permite uma visão intertemporal e transcendental da própria vida e Machado de Assis usa e abusa dessa técnica para destilar seu humor e ironia ferina sobre a sociedade fluminense da época.
A leitura da obra me fez relembrar “Madame Bovari” (1856), pela temática do adultério e pelo vazio das vidas de Emma e Cubas, bem como a “Morte de Ivan Ilitch” (1886), pelo absurdo da ausência de sentido na vida.
O bruxo do Cosme Velho, nessa obra de transição para o realismo, atinge plena maturidade literária e nos apresenta seu exacerbado pessimismo inspirado na filosofia de Schopenhauer. Com efeito, o autor retrata a vida de Brás Cubas de forma a demonstrar que a condição humana é insolúvel e a vida é mero sofrimento inútil.
Pensei que a personagem teria sua redenção no final do livro, quando se dedica brevemente à caridade e vive uma fase declaradamente boa, mas o enfado e o tédio logo levaram Brás Cubas a abandonar também essa atividade.
Machado fala de temas universais, como o sentido da vida, o adultério, o pessimismo e o matrimônio, em romances que retratam a vida fluminense do século XIX, com maestria ímpar e olhar aguçado sobre a condição humana. Um gênio. Merecidamente, é considerado nosso melhor escritor.
Pretendo reler toda a sua obra. A cada releitura, novas descobertas e interpretações. Um autor inesgotável.
Carlos 20/06/2022minha estante
Qual a classificação indicativa?


Paulo 21/06/2022minha estante
Não tem. Mas acho que a partir de uns 18 anos, para quem gosta de ler ?




Evy 21/05/2020

MARAVILHOSO!
"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas memórias póstumas". É com esta epígrafe que Machado de Assis inicia sua obra e inaugura o realismo na literatura brasileira.

Lembro de ter lido esse livro pela primeira vez quando tinha 14 anos e me apaixonei da epígrafe até a última palavra. A frase final desse livro é monumental e a teria na minha lápide se não preferisse ser cremada e as cinzas jogadas ao Mar... Enfim... o Livro é narrado de maneira surpreendentemente irreverente e irônica por um "defunto autor" (e não um "autor defunto", como Brás bem nos explica) e nos prende a leitura mesmo com suas várias digressões.

Amei cada uma delas. Por estar morto, o defunto autor Brás Cubas, se acha livre para criticar a sociedade e revelar as hipocrisias e vaidades das pessoas com que conviveu e de forma bastante humorística vai contando sua vida e os vários episódios que viveu, fazendo comentários mórbidos e engraçadíssimos.

O mais importante desta obra, conforme diversas resenhas literárias, é a linguagem utilizada e a denúncia tácita da sociedade por meio da irônia e humor, mas em minha humilde opnião a obra como um todo é de valor inestimável. Criativa, irreverente e extremamente envolvente se tornou com toda certeza o meu livro favorito de toda a literatura brasileira.

Essa edição da Panda Books é um deleite aos olhos e uma delícia de ler com textos informativos e divertidos de Fátima Mesquita e ilustrações maravilhosas de diversos artistas, entre eles Loro Verz e Diego Gurgell e ainda um mapa de personagens!

Leitura mais do que recomendada, essencial.
Gleidson 21/05/2020minha estante
Maravilhoso! O título da sua resenha já diz tudo sobre o livro. Um dos meus favoritos também.


Camila 13/05/2022minha estante
Adorei sua resenha! Estou gostando da leitura, tem me cativado o humor irônico




caspaeletrica 13/02/2022

4/10
A leitura é maçante, como de esperado. Há a genialidade por trás do livro, mas isso não muda o fato de que no fundo a história é extremamente simples, e que se retirassemos as palavras "difíceis", o enredo seria totalmente fraco e semelhante a qualquer história do cotidiano. Mas ainda assim, com capítulos marcantes.

//

MELHORES CAPÍTULOS: UMA REFLEXÃO IMORAL, DO TRAPÉZIO E OUTRAS COUSAS, VOLTA AO RIO, VIRGÍLIA, QUE ESCAPOU A ARISTÓTELES, O VELHO DIÁLOGO DE ADÃO E EVA, O SENÃO DO LIVRO & COMIGO

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"Não alonguemos esse capítulo. Às vezes esqueço-me a escrever, e a pena vai comendo o papel, com grave prejuízo meu, que sou autor."
akame7 13/02/2022minha estante
JKKKKAKAKAKAKAKAKAKAAAKAK


caspaeletrica 13/02/2022minha estante
@thanise não entendi a graça, haha! ?




Julio.Dinis 27/03/2020

Preferi ler Quincas Borba
É Machado de Assis, né? E eu sou um mero nada. Ele fala de umas coisas sobre a sociedade da época que valem pra hoje também e o estilo dele é massa d+, mas parece que ele fala muito sem dizer muito. Ele poderia ser mais conciso talvez. Você entende a minha brisa? Estou falando de assuntos sérios sem pôr malícia. Sei lá, acho que preferia ver o filme do Pelé. Talvez, não; mas talvez, sim também. Quem sabe?
Leandro 28/03/2020minha estante
HSKSNEOAJEIA pelo menos leu +1. Feito é melhor que perfeito. PEGA NADA


Julio.Dinis 28/03/2020minha estante
Vendo brazilia 1997 musica feia jabulanii kkk




DaniBooks 09/02/2020

Decepcionante
Péssima adaptação de um livro magistral da Literatura Nacional.

Mantiveram o texto original, porém com cortes. Não houve uma adaptação do texto para torná-lo mais enxuto, houve apenas cortes.

Há momentos em que, se você não tiver lido o romance, vai ficar perdido. Não vai saber de onde saiu aquilo, quem é aquele personagem, a que Brás Cubas está se referindo. Sinceramente, não entendi como cortaram partes que tinham elementos coesivos para a história.

Uma pena que um texto poderoso como o de Machado de Assis tenha recebido um tratamento tão descuidado.
V_______ 09/02/2020minha estante
Bom saber, pra ficar longe. Eu quese comprei ele um dia desses


Bryan.Caratti 15/09/2020minha estante
bom saber, vou ficar longe dessa edição




Priscila Furtado 29/12/2021

Memórias Póstumas de Brás Cubas - Machado de Assis
Nunca dei muito espaço para os clássicos, mas após a leitura do Alienista, senti a necessidade de ler mais Machado de Assis.
Essa obra não foi favoritada, mas não diminui sua grandeza.
Memórias póstumas, conta de uma forma pomposa e eloquente a vida medíocre de Brás Cubas.
Não se explora ao certo em que lugar ou dimensão ele se encontra, apenas sabe-se que o próprio faz questão de narrar a sua vida, pois a considera por demais grandiosa.
Na verdade ele foi um homem comum, sem nenhum talento especial, sem ter feito nada de relevante na vida.
Essa é uma crítica profunda a sociedade brasileira do século XIX. E a história é tão atual como se fosse escrita hoje.
Achei esplêndida e me fez amar ainda mais o querido "Machadão" (para os íntimos) rs
Michelly.Carrijo 29/12/2021minha estante
To entrando nos clássicos e confesso que quero muito ler essee!
Achou uma leitura dificil?


Priscila Furtado 29/12/2021minha estante
Não achei não. Foi bem tranquila. Eu tb tinha esse receio e me surpreendi.




@tigloko 07/01/2022

As frustrações de um defunto
Segundo livro da trilogia realista de Machado que leio mas a impressão não foi das melhores. Gosto do estilo da narrativa, sobre a pespectiva de um defunto. Tem um pegada cômica mas sem perder o sentimento de melancolia da situação.

Não gosto de comentar edições mas o autor faz uso de diversas referências durante o livro que, se não fosse por essa edição, eu ficaria boiando na maioria delas. É interessante os paralelos com outras obras do mundo que são referenciadas. Mas a todo momento me incomoda.

A minha questão com livro é: eu não me importei com os dilemas do protagonista, nem um mínimo de empatia. Não consegui me conectar com suas memórias. Até mesmo os personagens coadjuvantes, salvo um ou dois, não me cativaram.

Apesar disso, por ironia, o que mais gostei do livro foi a construção que Machado dá ao Brás Cubas. Invejoso, mentiroso, ambicioso. Tudo ali é construído para mostrar um personagem muito realista, totalmente verossímil. Alguém que encontraríamos durante a vida.

Somado a isso, a mensagem que permeia toda a obra, sobre as frustrações e sonhos não realizados, é de fato transmitida com maestria por Machado.

Por fim, eu recomendo o livro apesar de ter os meus problemas com ele
Fernanda 11/01/2022minha estante
Baita resenha ???


@tigloko 12/01/2022minha estante
Valeu :D




Ana 19/04/2018

Um morto muito (louco) irônico
Fui uma das muitas jovens que leu esse livro para o vestibular, mais precisamente para uma das fases do PSS - Processo Seletivo Seriado, vestibular daqui de Belém-PA, de meados dos anos 2000.
Eu tinha 14 anos, e nem preciso dizer que naquela época, muita frase desse livro eu não entendi patavina, claro.
Mas eu sabia que era um livro genial, literários e acadêmicos não podem estar todos errados, afinal. E anos mais tarde, reli o livro, já com outra cabeça. E sim, é um livro sensacional, para quem gosta e entende Machado de Assis, principalmente. Afinal, quem pensaria em escrever um livro onde o narrador-protagonista é um morto? Uma loucura!
Brás Cubas é um defunto com uma ironia única, ao narrar acontecimentos de sua vida. Esse livro só precisa de carinho, e que deêm atenção para ele, na minha opinião. É para poucos? É. Mas ainda bem que Machado de Assis ainda tem fãs.
Não deixem Brás Cubas ''morrer''.
Michel 19/04/2018minha estante
Então, eu também li Brás Cubas quando jovem e fiquei frustrado. Na época eu estava encantado com a literatura e envaidecido por poder enaltecer numa roda de bar que já havia lido este clássico... Bom, já na fase adulta reli e finalmente enterneci-me com a magia de Machado... Orgulho Nacional!!


Ana 20/04/2018minha estante
Muito bom Mesmo. Orgulho nacional




Ju 30/04/2022

Ao verme
"Matamos o tempo; o tempo nos enterra"

É bom retornar às palavras do mestre e ter a percepção inicial completamente desmoralizada kkkk certeza que agora estou pronta para textos como esse.

O narrador é o centro de tudo, e não tende a ser discreto, ele dá sua opinião, é ilustre, reconhecido e nem tão modesto, teve uma vida de riquezas mas ainda assim a morte também chegou para ele, e quando olha para traz percebe que sua vida não foi tão emocionante como deveria.

Eu simplesmente amei as intervenções breves de Brás Cubas, onde ele justifica o que escreve. Tem tanta ironia e perspicácia em cada palavra, que chega a ser deslumbrante. Dá vontade de ler e reler várias vezes.

Não tem como questionar a notoriedade de Machado de Assis, ele sempre será o mestre capaz de denunciar tantas questões da sociedade em um "simples" romance, que para tantos se tornou dicil de classificar.
Jr. 30/04/2022minha estante
Se tornou meu livro favorito dele


Ju 30/04/2022minha estante
Dá para imaginar o porquê. É inesquecível !!




anna.cristina_scs 16/12/2018

É necessário uma certa maturidade
O livro é muito difícil e, por causa disso, a cada 5 palavras eu precisava abrir o dicionário, o que fez com que o ritmo da leitura fosse quebrado e o livro se tornasse maçante. Tiveram capítulos que eu só passei o olho pois não conseguia mais concentrar na leitura por já estar cansada.
Mas ainda não desisti dele porque é um dos clássicos do Machado de Assis e o enredo é ótimo.
Tentarei novamente quando tiver uns 30 anos
Ricardo 12/01/2019minha estante
Anna, comungo da sua experiência com a leitura dessa obra. Confesso que meu primeiro livro lido integralmente fora justamente esse. Deparei-me com as mesmas dificuldades. Imagine um não leitor escolher de pronto Machado de Assis, que apesar da dificuldade para compreendê-lo em seu riquíssimo vocabulário, não me arrependi, pois os demais livros foram bem mais tranquilos, é como erger um saco de cimento de 50 quilos e depois, um de 10 quilos. Apesar de ser uma obra escrita no século XIX, traz um foco realista bastante atual.


Goretti 06/06/2019minha estante
Não desista! Tb tive experiência traumática com Machado de Assis na adolescência. Hoje tenho a coleção completa e releio sempre que posso. Tudo tem o seu tempo,




Marina 08/04/2020

Revisitar
Machado de Assis é um mestre do disfarce, por isso exige leitores super atentos e questionadores. Em Memórias Póstumas, o autor se coloca em constante diálogo com o leitor, ao qual conduz e induz. É muito divertida a estrutura da obra, as reflexões do protagonista, os lembretes que faz a si mesmo, as explicações que dá sobre o livro...

Brás Cubas é um homem de "boa família" que não conseguiu nada na vida, mas agora, que já está morto, pode escrever sem reparos sobre isso. Como é bem-humorado e irônico (até para falar de tristeza, pessimismo e melancolia), fica bem fácil simpatizar com ele.

No entanto, o mais legal da obra reside nas entrelinhas, nos parágrafos de esclarecimentos, nas reflexões filosóficas, nas descrições das personagens (como quando compara cada mulher da sua vida a uma flor e o tipo de flor diz muito sobre como o autor as enxergava)...

Não é uma leitora fácil, já que por trás da aparente simplicidade (no enredo e na estrutura, porque o vocabulário é beeem culto) existe um mundo de novos significados e sarcasmo. Por isso, é daquelas obras que devem ser revisitadas com o tempo para que se descubram novos sentidos.

Mesmo assim, a leitura é inovadora (ainda hoje!), engraçada e muito prazerosa.
Lane 16/04/2020minha estante
É bom ler resenhas para quem sabe perceber algo que não percebemos enquanto liamos a obra, eu mesma não tinha reparado nessa comparação entre mulheres e flores.
Ótima resenha, Marina! Muito pertinente ;)


Marina 16/04/2020minha estante
Valeu, Isla ??




Willyan 11/07/2020

"Ao verme que primeiro roeu as frias carnes do meu cadáver dedico como saudosa lembrança estas Memórias Póstumas"

Um livro que conversa contigo com um tom satírico que não envelheceu mal. Além disso, é muito interessante ver os conhecimentos de Machado de Assis a cerca de várias áreas. Seja filosofia, linguagens, até mesmo ciências naturais.

"Cada estação da vida é uma edição, que corrige a anterior, e que será corrigida também, até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes."
Jamille Madureira 11/07/2020minha estante
Meu livro nacional preferido!


Jamille Madureira 11/07/2020minha estante
Autor defunto ou defunto autor?




Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

Remédio De Gosto Ruim
A primeira vez que li "Memórias Póstumas de Brás Cubas" foi para um trabalho escolar. Até então, já havia lido "Helena" e "Iaiá Garcia" e o novo livro foi uma decepção: engoli como remédio de gosto ruim, sem dúvida, o Machado romântico tinha melhor sabor. Só anos depois, aceitei o desafio de relê-lo e acabei mudando de opinião.

Machado de Assis é genial e esse romance comprova esta afirmação. Considerado uma obra-prima da literatura, representa um marco na sua extensa bibliografia, pois foi a partir daí, que o escror foi alçado ao posto máximo dentro de nossa ficção. Portanto, peço perdão, muito jovem não tive capacidade para compreender o alcance de seu talento.

A narrativa inaugura sua fase realista, assim como introduz o romance psicológico no Brasil. Representa uma verdadeira revolução de ideias e formas, a medida que aprofunda o desprezo pelas idealizações românticas num enredo alinear com uma linguagem direta e sem floreios. Também apresenta uma singularidade: tem um defunto como narrador que, pessimista e indiferente, expõe sua vida com desdém, tendo como cenário o Rio de Janeiro do século XIX.

Um ponto que merece ressalva, é que Brás Cubas não é a "tradução ficcional" de Machado de Assis e essa frequente confusão advém da narrativa ser realizada na primeira pessoa. Seu protagonista é um homem abastado, representante de uma aristocracia da qual o escritor jamais fez parte. Aliás, a personagem não passa de um parasita, cheio de caprichos que, entediado e sem perspectivas, trata tudo e a todos com desrespeito. Enfim, trata-se do paradigma da desfaçatez que, oriundo de uma elite escravocrata historicamente condenada ao fim, descreve e julga o mundo.

Se você nunca lesse o livro, aceite o desafio, se você já leu e não gostou, experimente reler, nem todo amor é à primeira vista. Agora, se você já é um admirador, não perca a oportunidade de incluí-lo em sua biblioteca.
Aninhar0 18/05/2022minha estante
Suas resenhas são as melhores


Leila de Carvalho e Gonçalves 18/05/2022minha estante
Grata, fico feliz que goste.




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