Tcharles.Amarante 14/03/2024
Clássico!
Obra que deu início ao Realismo no Brasil, inovou ao inverter a narrativa começando pelo final, temos então a apresentação de Brás Cubas como um defunto-autor a contar sua trajetória. A história do livro trata de uma recapitulação da vida de Brás Cubas, e suas memórias são recheadas de críticas em relação a alguns vícios, como cobiça, ganância, hipocrisia, etc, além de denúncias sociaos, com o tom irônico e satírico característicos da escrita de Machado. Além de outros temas, ao meu ver, o assunto que mais perpassa o livro é sobre os relacionamentos do personagem, com a família, com o amigo Quincas Borba, com a empregada e confidente, etc, sendo em grande parte centrado nos romances de Brás Cubas. A história permite tirar lições sobre a fugacidade da vida, e também deixa subetendido o quanto os seres humanos perdem tempo com coisas sem valor, como a luta por fama, glória, dinheiro, aceitação social, por exemplo, e desprezam o que ela tem de mais valioso: as próprias vidas humanas e os valores que tornam significativa a nossa existência no mundo. Além disso, há fortes denúncias sobre a corrupção e descaso na política. E, por negar o que mais importava, optando por escolhas mais práticas, Brás Cubas termina suas memórias evidenciando que suas opções culminaram em uma vida fútil, com relacionamentos sem profundidade, e, pelo fato de todos os seus projetos terem fim em si mesmos, visto que eram frutos de seus impulsos e não de aspirações legítimas, até suas conquistas materiais e políticas também foram passageiras. Desse modo, o personagem termina sua narrativa mostrando que sua vida foi superficial e, no final, saiu dela sem nada.