Coisas de Mineira 09/02/2020
A Mulher do Meu Marido é um thriller lançado pela editora Record no ano de 2018. Através de muito suspense e mistério, iremos conhecer o drama de cada personagem, no caso, a trindade Lily (a jovem advogada), Ed (seu marido) e Carla (a vizinha de 9 anos de idade).
Lily Hall, mas que logo se torna Lily Macdonald , tem apenas 25 anos no início desta trama, e recentemente se casou com Ed Macdonald – um pintor frustrado. Ed gostaria de poder ser artista e viver de sua pintura, mas por alguns motivos, trabalha com designer gráfico. Lily é uma jovem advogada de Londres. E ela tem um novo caso brilhante em suas mãos.
Joe Thomas foi condenado por ter assassinado sua namorada em uma banheira escaldante. Agora ele exige um recurso, um novo apelo. Esse é um grande caso em que Lily será a advogada principal do escritório onde trabalha. Durante essa primeira entrevista entre cliente e advogada, podemos perceber que Joe é alguém perspicaz e que Lily tem sentimentos conflitantes a respeito dele.
“Quando estamos sempre preparados para as coisas darem errado, é um choque quando dão certo.”
Onde Lily e Ed vivem, em um apartamento vizinho, mora a imigrante italiana Francesca Cavoletti e sua filhinha, a Carla. O então jovem casal não é muito feliz juntos, onde vira e mexe, uma discussão boba surge. E isso porque não tem muito tempo que voltaram de lua de mel. Conquanto Carla acontecer na vida do casal foi como um ‘passa tempo’ agradável, que mudava o foco dos problemas diários.
Francesca tem um ‘amigo’ que a visita com frequência. Carla consegue convencer sua mãe que o jovem casal poderia cuidar dela enquanto a mãe estivesse trabalhando no fim de semana. A verdade é que a mãe não estava fora de casa trabalhando, e que Carla sempre consegue tudo o que quer. Tudo!
Carla é uma criança complicada, que não consegue criar vínculos de amizade com as crianças da escola, e se sente sempre rechaçada pelos demais por suas sobrancelhas grossas ou seu sotaque italiano. Mas, Ed – como o artista que é – percebe a beleza na garota de 9 anos. Dessa forma, enquanto Lily persegue dicas e informações para trabalhar em seu recurso de Joe Thomas, Ed começa a desenhar/pintar Carla.
“Há quem vá para cadeia por crimes que não cometeu. E uma porcentagem desses ‘inocentes’ já escapou impunemente de outros crimes. Por isso, podemos dizer que, no fim, tudo fica equilibrado.”
Também é preciso lembrar que Lily tem um segredo que guarda consigo a respeito de seu irmão Daniel. E a advogada acaba por perceber muito de Daniel em Joe, seu cliente. E seu olhar a respeito de Joe acaba sendo um pouco influenciado. No fim das contas, percebemos que Lily não é tão inteligente e esperta quanto nós que estamos acompanhando a leitura gostaríamos que ela fosse.
Quando menos nos damos conta, o A Mulher do Meu Marido tem um avanço temporal de 12 anos. Por causa de Lily, lá na época que ainda eram vizinhas, Carla e sua mãe foram embora para Itália depois que a jovem advogada reconheceu o amante de Francesca e desmascarou-o na frente das italianas.
Carla agora uma jovem e bela mulher, não perdeu em nada seu jeito de ser. Ela gosta de ter coisas boas, e não se importa em como as vai conseguir. Ela também guarda dentro de si certa vontade de se vingar de Lily, por ela ter despedaçado o coração de sua mãe, numa interpretação bastante juvenil. No decorrer de todos esses anos, Carla decide voltar a Londres para estudar Direito, e rever seus antigos desafetos: sua ex-vizinha e o amante de sua mãe, Larry.
“E – igualmente relevante – quem pode declarar Joe Thomas ‘culpado’ ou ‘inocente’ quando somos todos capazes de fazer o mal, em maior ou menor escala?”
Ed acaba se tornando famoso com o quadro que pintou de Carla quando criança e hoje tem sua galeria, bem como o casal mora em uma suntuosa casa. Lily teve um filho que está no Espectro Autista, e que o casal pouco compreende ou consegue lidar com o mesmo. Ficando, a todo efeito, a responsabilidade da criação do menino sobre a mãe de Lily.
Não podemos esquecer que Joe, o antigo cliente de Lily se torna uma espécie de stalker e não deixa a mulher muito tempo sem notícias suas. Ele é muito bom em vigiar. Ele também concede dicas anônimas sobre os demais casos, o que faz Lily ser promovida e ser muito bem vista em sua profissão.
“- O Natal é um campo de batalha com comida boa, de quebra – dissera meu irmão, um dia.”
Àqueles mais atentos, assim como aqueles mais acostumados com o gênero literário aqui utilizado, logo perceberão quais entrelaçamentos irão ou poderão acontecer. Novos laços românticos desabrocham, e obviamente a todo tempo pensamos no motivo da escolha de Jane Corry por esse título para sua obra.
Confesso que não me foi uma leitura agradável. Penei ao longo de um mês para dar conta de terminar essa livro. Eu quase nunca tinha vontade de pegar no livro pra dar continuidade A Mulher do Meu Marido. Sabe aquele enredo que te faz ter empatia pelo total de ZERO pessoas? Esse aqui! Não consegui me simpatizar por ninguém, nem querer defender a causa de nenhum deles. A grande maioria das personagens são desagradáveis e a história acaba por se tornar bastante previsível.
“O que desejamos e aquilo de que precisamos na vida são duas coisas muito distintas. Mas a morte é necessária para colocarmos essas duas forças em perspectiva. Agora só desejo uma coisa. Viver.”
Para deixarmos bem explicadinho os possíveis gatilhos dessa obra, temos declarações detalhadas de assassinatos, também é abordado o tema suicídio, uma possível relação considerada incestuosa, uso e abuso de álcool, alguns pontos sobre doenças/transtornos mentais, e a exploração do tema infidelidade. Caso algum desses assuntos te perturbe e/ou incomode, recomendo que não prossiga. Melhor prevenir!
Esse foi o primeiro romance escrito pela autora, publicado lá fora na gringa em 2016. Ela trabalhou com contato a presidiários como professora de Escrita Criativa. Segundo a autora, mesmo preocupada e com certo receio, esse foi o único trabalho que encontrou naquela época. Enfim, essa sua experiência de vida lhe inspirou a escrever A Mulher do Meu Marido.
“Viva cada dia como se fosse o último.”
Em suma, a edição da editora Record está maravilhosa. A textura da capa aparenta leves pinceladas na tela, tudo no tom vermelho, com o título da obra, o nome da autora e uma frase de impacto na cor branca. Só sinto muito que essas 434 páginas para mim pareceram ser tipo umas mil. Mas, recomendo a leitura, pois somos seres tão distintos, não é mesmo? Tanto o tema, quanto a leitura poderão agradar a você. Só lendo pra ter certeza.
“Todo casamento tem seus altos e baixos. Mas é possível fazê-lo dar certo. Basta ver o meu casamento.”
Por: Carol Nery
Site: www.coisasdemineira.com/a-mulher-do-meu-marido/