spoiler visualizarGerson 22/11/2022
Doloroso e necessário.
Livro excelente, muito bem escrito e que traz a visão de uma sobrevivente de Birkenau sobre todo o sofrimento que experimentou e testemunhou lá.
Destaco dois momentos:
1° No meio da guerra, a negação dos europeus em relação a existência dos campos de extermínio, mesmo com os relatos daqueles que conseguiram escapar.
2° Já no fim, a autora relata algo totalmente desconhecido a mim até então: a existência de cabarés ao redor dos campos, em que prisioneiras eram utilizadas como escravas sexuais; também havia exploração sexual do lado de dentro.
Gostei muito do final do livro, pois como muito bem explica o historiador Rutger Bregman, em seu livro "Humanidade: Uma história otimista do homem", a ideologia nazista apresentou o mal como bem: matar judeus é algo bom, uma vez que são uma raça inferior e seu sangue derramado contribui para o avanço da humanidade. O nazista não se via como cruel, afinal de contas eliminar todos os povos não-germânicos é o correto a se fazer. No entanto, Olga faz questão de mencionar que apesar dessa tentativa de subversão, há resistência e eles não foram totalmente bem sucedidos:
"Vi muitos internos se apegarem à sua dignidade até o fim. Os nazistas conseguiram degradá-los fisicamente, mas não rebaixá-los moralmente. Por causa desses poucos, não perdi inteiramente minha fé na humanidade. Se, mesmo na selva de Birkenau, nem todos eram necessariamente desumanos para com seus semelhantes, então existia esperança.
É essa esperança que me mantém viva.