Vidas secas

Vidas secas Graciliano Ramos




Resenhas - VIDAS SECAS


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Rosangela Max 01/05/2023

O retrato de uma família forjada pela miséria.
Uma história profunda sobre a vida de uma família itinerante que sofre com os longos períodos de seca, sobrevivendo em um estado de extrema pobreza. E que sonha com dias melhores que parece que nunca chegam.
Apesar da história ter um cenário específico, acho que ela retrata bem a vida da família brasileira que vive na miséria, independente da região em ela more. É uma vida de luta interminável e de constante perda.
A escrita de Graciliano Ramos é simples e direta, mas forte ao mesmo tempo. Assim como seus personagens.
Recomendo a leitura.
Jhaze 02/05/2023minha estante
Nossa esse livro ainda existe?!?. Tem mais de 30 anos que li... até acho que devo reler novamente algum dia, pra ver se com a experiência de vida que tenho hoje muda alguma perspectiva no impacto da história...


Rosangela Max 02/05/2023minha estante
Existe sim. Os grandes clássicos são eternos! ?


Jhaze 02/05/2023minha estante
É verdade...os clássicos nunca morrem!




Cláudia - @diariodeduasleitoras 17/03/2021

Vidas secas
Vidas secas foi a 2ª obra de 2021 do meu projeto #TagareLendoClassicos que ocorreu no me?s de fevereiro.

Em si?ntese, esse clássico nacional, publicado em 1938, retrata a vida miserável de uma família de retirantes sertanejos obrigada a se deslocar de tempos em tempos para áreas menos castigadas pela seca. A obra pertence à segunda fase modernista, conhecida como regionalista, e é qualificada como uma das mais bem-sucedidas criações da época. O estilo seco do autor, que se expressa principalmente por meio do uso econômico dos adjetivos, parece transmitir a aridez do ambiente e seus efeitos sobre as pessoas que ali estão.

Um texto duro, que revela as dificuldades do sertão nordestino, e pode ser ampliado para outros contexto (com as devidas considerações). É, sem dúvida, um livro muito atual em sua essência, reflexivo e levar o leitor as lágrimas.
?????????????????????
Mas.. quem acompanha os stories lá no Instagram @diariodeduasleitoras, e o grupo de LC #TagareLendoClassicos, viu minha traumática relação com a obra, há quase 2 décadas (tô ficando velha kkkkk).

Bom, vou resumir: lá com meus 12 anos, fui obrigada a ler e resenhar oralmente essa obra para um projeto de literatura da escola pública que eu frequentava. Ocorre que, a estrutura educacional/literária na época era quase que zero! (e talvez ainda seja). Não tinha acesso a livros, lia apenas gibis e algumas histórias bem simples. O incentivo à literatura pela família e amigos também era raro, ainda mais em cidade pacata de interior.

Resultado: muito trauma! Pois quem já leu Clássicos nacionais, sabe que a linguagem não é simples e muito menos compreensível para adolescentes que não tem hábito de leitura. Foi uma experiência horrível e que me fez ficar na defensiva com os clássicos no geral, sobretudo, os nacionais. Pois pensava ser algo inacessível. E vai por mim.. NÃO É! Só precisamos da hora certa para cada leitura.

Enfim, fico imensamente feliz por ter rompido essa barreira, mesmo que tenha esperado quase vinte anos para reler essa obra, dessa vez, a experiência foi sensacional!
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Vania.Cristina 27/09/2023

Entre a natureza hostil e a sociedade opressora
Estava devendo essa resenha... A história é aparentemente simples, mas tem enorme profundidade. A narrativa é fluída e sofisticada. Cada capítulo pode ser lido de uma forma independente (embora juntos tenham linearidade), o narrador é onisciente e a perspectiva muda de um personagem para outro, às vezes dentro de um mesmo capítulo. São poucos personagens e eles são universais, podem ser compreendidos em outros contextos, em outras partes do mundo, por isso alguns nem nome tem. É a história de uma família de migrantes nordestinos, sem posses, que vaga pelo sertão e às vezes se abriga trabalhando para outros. Na maior parte do tempo estão sobrevivendo, enfrentando uma natureza hostil ao extremo e uma sociedade que oprime, explora e ignora. Um ponto importante na obra é que os personagens não tem estudo, são analfabetos, e por isso estão mais indefesos. Sem o entendimento do significado das palavras não entendem o mundo, não conseguem se comunicar, e as coisas sem nome tornam-se misteriosas e intimidadoras. O casal de protagonistas se entende nos gestos, no silêncio e no companheirismo que um encontra no outro. O pai, Fabiano, sofre porque se vê menor, ignorante e sem perspectivas. Já seus filhos se sentem injustiçados mas curiosos em compreender o mundo e seus mistérios. As palavras às vezes assombram, outras encantam. Quem melhor se comunica na história é a cachorrinha Baleia. Cuidadora, afetuosa, inteligente, expressiva, proativa, é considerada parte importante da família. Dessa forma, os protagonistas humanos são animalizados, enquanto Baleia é humanizada. Fabiano é ruivo, não se identifica com os negros escravos, porque eles "pelo menos" podem ser "alforriados", mas também não se identifica como branco, porque essa é a cor de quem está no poder. Brancos são os donos do comércio, o patrão, os funcionários da prefeitura, a polícia, o soldado... Todos os que oprimem. O livro me remeteu a outros dois, um clássico e um contemporâneo: O Velho e o Mar, de Hemingway, onde a natureza é admirável mas também violenta e assustadora, enquanto que a sociedade abandona e ignora. E A Cachorra, de Pilar Quintana, onde a natureza é hostil, violenta, incompreensível, e a sociedade cobra da mulher o que ela não pode dar, e oprime, julga, abandona.
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Rafahcasti 23/02/2023

Ecô, ecô!
Facilmente um dos meus nacionais favoritos. Muitos criticam a escrita do autor, mas ela é exatamente como gosto. Profundo, crítico, realista, descritivo. Animalização x Humanização. Baleia vive dentro de nós!
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Brê 06/03/2022

Um livro atemporal que todo mundo deveria se dar a chance de ler! Graciliano foi impecável ao retratar a situação de muitas famílias no nordeste!
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Fabi 20/09/2021

Vidas Secas retrata a saga de uma família muito pobre, humilde, que luta para manter seu sustento, apesar de muitas adversidades. A história é narrada em terceira pessoa, mas como cada capítulo destaca um personagem, suas atitudes e pensamentos, vc acaba tendo a impressão, em alguns momentos, da história ser narrada pelos próprios personagens. Achei isso genial!
Entendo perfeitamente a importância desse livro para a literatura brasileira. Graciliano Ramos não poupou detalhes na sua narrativa, que retratou muito bem a crueldade pela qual muitos brasileiros passam. De um lado, temos personagens que sofrem por ignorância, por injustiças, por falta de oportunidades. E por outro lado, temos os personagens que se aproveitam de seu poder e sua influência sobre os outros mais humildes. Retrato de uma sociedade abusiva e injusta...
Para mim foi uma leitura muito difícil de fazer, justamente pela crueldade existente. Em muitos capítulos fiquei extremamente triste e comovida com as situações. Mas Vidas Secas se faz uma leitura muito necessária.
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Monique @librioteca 06/09/2020

Essa é a terceira vez que leio esse livro e posso dizer que ele é um dos meus preferidos da vida
O estilo seco de Graciliano consegue transmitir a aridez do ambiente e os efeitos de desumanização que a seca promove nos personagens. A esterilidade da situação é tão intensamente retratada que é quase possível “tocar” na miséria representada nessas páginas.

Para mim, um dos aspectos mais sensíveis da obra a representação do mundo interior da personagem Baleia. A cadela (humanizada enquanto Fabiano é animalizado) durante todo o livro compartilha suas sensações, seu afeto junto à família sertaneja, e seus sentimentos sempre me arrancam lágrimas no momento mais dramático da narrativa.

Eu sou nordestina, e a saga dessa família castigada, andando em círculos, derrotada pelo sol e moralmente humilhada pelas desigualdades sociais, toca fundo em mim. Afinal, fazem 82 anos que essa história foi contada, mas essa é uma realidade que infelizmente ainda podemos ver por aqui.

Todos os dias nordestinos abandonam os seus lares em busca de uma vida melhor, e por todo o país enfrentam preconceitos, violência e humilhações. Esse Brasil atroz não tem a disposição de perceber como o povo nordestino é forte, batalhador, alegre e esperançoso, mesmo diante de tantas adversidades.

Vidas Secas, portanto, carrega uma mensagem importante... a de que a existência miserável dos sertanejos nordestinos (ainda hoje) não é só determinismo do espaço, não é só consequência das condições em que eles vivem, essa miséria vem da falta de recursos básicos, da violência e da exploração que padecem, e do total abandono que sofrem por parte daqueles que tem o poder de fazer diferente.

Essa é a terceira vez que leio esse livro e posso dizer que ele é um dos meus preferidos da vida. Se você ainda não conhece essa história, fica aqui o meu apelo... apenas leia! Ah, e VIVA O NORDESTE!!!



site: https://www.instagram.com/p/CEzeC2Qj20h/
Felipe 06/09/2020minha estante
Viva o Nordeste e sua força! Ótima resenha! Li recentemente e já considero um dos meus preferidos. Graciliano é um mestre. A narrativa é precisa. Um livro pra reler outras vezes na vida.




queridasreticencias 24/10/2021

Secas
Vidas secas se trata de uma família que foge da seca, mas vai mto além disso. Elas fogem da vida que é seca, sem felicidades e com muita pobreza. A reflexão que nos vem ao ler é certa, ?tenho tanto, enquanto alguns só queriam um par de roupas ou uma cama? pensamos.
Os personagens cativantes e a escrita também seca, que não tem pena do leitor, mostra uma realidade cruel de muitos.
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Elane.Medeiross 16/01/2021

Obra que ainda é o retrato do Nordeste
Foi um livro muito emocionante, e principalmente me senti a vontade com os jargões utilizados pelo autor, devido ser nordestina os reconheci em sua maioria. Essa obra com certeza é um patrimônio que retrata bem o Nordeste brasileiro.
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tguedes2 09/07/2021

[RELEITURA, Edição comemorativa 80 anos]
Que experiência inenarrável é ler Graciliano Ramos. Em "Vidas Secas" o autor transporta o leitor para dentro dos cenários e da vida de miséria de Fabiano e sua família. Tudo nesse livro é seco: a natureza, o cenário sócio-político e a própria narração. Graciliano não escreve enfeitado, não escreve de forma romanesca. A linguagem é seca, bruta, limitada, tal qual a dos seus personagens. Com isso, ele consegue nos transportar para aquele ambiente de forma magistral. Mesmo nesse texto seco e sem enfeite, a escrita de Graciliano é poderosa, causa sentimento através das situações. Afinal de contas, como não se compadecer com sinha Vitória que decreta que a única coisa que falta para sua felicidade é poder dormir em uma cama em pano de couro, em despeito daquela coberta de varas na qual efetivamente se deita com seu marido, cada um para um lado, porque no meio tem um nó que machuca as costas? Como não se emocionar com a brutalidade de Fabiano, com sua realidade de exploração e sofrimento, com sua dificuldade de se defender visto que não domina a fala? Como não se entristecer com a nossa querida cadela Baleia que, entre sua realidade de cochilar e ajudar o dono a manejar o gado, só queria um osso para roer, um preá, talvez? Como não empatizar com o menino mais novo e o menino mais velho, que na idade da curiosidade não conseguem fazer descobertas sobre o mundo naquela realidade limitada?
Graciliano abre e fecha o romance com a ida e vinda da seca, respectivamente, demonstrando o caráter cíclico dessa condição do sertão nordestino.
E finaliza: "O sertão continuaria a mandar gente para lá [para a cidade]. O sertão mandaria para a cidade homens fortes, brutos, como Fabiano, sinha Vitória e os dois meninos".
É um livro muito emocionante, extremamente real e denunciatório. Todo mundo deveria ler Vidas Secas.
Alê | @alexandrejjr 11/07/2021minha estante
Fui convencido.




Ayumi.kimura 16/04/2021

Forte e verdadeiro
Um texto duro, que nos traz as grandes dificuldades do sertão nordestino que aborda o grau de desigualdades social, política regional, e um drama vivido por uma família bruta e não humanizada em um contexto natural e geográfico onde a seca e a miséria servem como fundo de enredo.
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Daniele Freitas Pacheco 25/03/2020

Edição comemorativa 80 anos
Confesso que por ser um clássico da literatura imaginei que sua leitura seria mais densa. Pelo contrário, o narrador nos envolve de maneira eficiente nas vidas secas de uma família de retirantes. Além disso, essa edição do livro é maravilhosa, linda mesmo!
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Maria8300 01/04/2023

Desgraça atrás da outra
Não é uma leitura pra qualquer um, MAS CARAMBA. Quando vc pega o ritmo o livro torna as desgraças poéticas.

Você vai conquistar o mundo, Fabiano.
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spoiler visualizar
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EduardoCDias 24/05/2020

Obra prima da realidade
Verdadeira história do povo brasileiro. Humilhado, sofrido, faminto, explorado, conformado, sonhador,...a animalização dos seres humanos e a humanização dos animais, principalmente da cadela Baleia, mistura todos numa experiência só. Uma vivência triste, mas sem desespero. Comendo quando se tem o que comer, suportando as agruras de uma vida pobre no sertão nordestino. Havia lido esse livro na adolescência e, é óbvio, que a releitura agora traz uma dimensão muito maior da obra.
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