Caio 17/11/2022
Temos aqui a história de uma família nordestina lutando para sobreviver. Eles são retratados de modo bastante animalizado. A figura mais humanizada é a cachorra, Baleia. Aos poucos, porém, eles vão se humanizando, num processo bastante doloroso, expondo a humilhação e os bloqueios impostos aos simples.
O texto é seco e bruto com as vidas que retrata. Nas personagens, enxergamos o que há de desumano em nós e o que pode se humanizar, também, na mediação do sonho e da esperança.
Percorremos, com isso, a aridez da vida e da linguagem que tão bem a traduz. As vidas secas se fazem presentes e contundentes nas dores a um só tempo individuais e universais. Nas filigranas de relações brutas, porém, emerge a humanidade naquilo que possui de essencial.