Анна Каренина (Anna Karenina)

Анна Каренина (Anna Karenina) Leon Tolstói




Resenhas - Anna Karenina


941 encontrados | exibindo 136 a 151
10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 |


Kelly994 05/07/2023

A cura da insônia
Tolstói queria chamar o livro de "dois casais" porem optou por "anna kariênina", mas na minha opinião o nome poderia ser "ricos fazendo coisas", pq o livro todo é sobre isso. Ricos vao ao balé, ricos vão ao teatro, ricos cuidam da fazenda, ricos fazem viagens, sao 800 pags de gente rica fazendo coisas bestas de gente rica.
A premissa do livro sobre uma mulher adultera no tempo do ronconcon (como diz minha mãe) é o que te chama a atenção pra a leitura mas sinto dizer que toda a situação anna x adulterio sao 20% da estoria e sao só esses 20% que sao MEIO interessantes pq veja só, a anna karienina é um porre.
Os pensamentos dela sao nada com nada, as falas dela sao nada com nada, te faz pensar "quantas mulheres o tolstói ja conheceu?" Pq isso claramente foi escrito por um homem e DA PRA PERCEBER. A kitty tb tem seus momentos abluebluble mas nada se compara a dona do titulo do livro.
A linguagem do livro nao é nada complicada ou rebuscada, a vibe é totalmente diferente do Dostoiévski (infelizmente!) mas o livro se torna entediante e ruim pq é sobre NADA. Vc me escreve 800 pags sobre NADA? Todo o rebu do adulterio poderia ter sido feito facilmente em 200 pags.
Eu quero entrar numa leitura pra me entreter, escapar da realidade, se fosse pra passar tedio eu vivia minha propria vida. Isso aqui foi a prova que clássico nao significa livro bom, só que um livro foi lido por muita gente e é velho.
Ah, não aceito comentários escritos "vc n entendeu a obra!" Estou 100% nem ai. Dostoiévski é mt melhor 1 bjo
Babi.Abreu01 06/07/2023minha estante
Vc conseguiu falar tudo que não consegui expressar na minha "resenha". Gostaria de saber me expressar tão bem assim. Vc disse tudo. Esse livro é um porre. Uma tremenda perda de tempo.




Jess 04/07/2023

Anna Karienina e a falsa Erudição (comentário específico)
Quem já leu Anna Karienina sabe que eu provavelmente teria um milhão de detalhes e reflexões que o livro traz, é verdade eu concordo. Mas se for levar em consideração que eu tenho o trabalho triplo de procrastinar pensar, escrever e postar a resenha, falar sobre um aspecto só já parece uma vitória bem suada.
.
Acontece que teve um trecho, pouco depois da metade do livro, que alugou uma casa com 4 quartos na minha cabeça e tá aqui batucando até hoje. Desde o momento que eu passei o olho por essa cena eu senti vontade de falar sobre ela, então porque não dar uma força no que a escuto vez ou outra nos encontros em um clube do livro? Estamos decididos a fazer dessa cena o foco da resenha? Muito vem, e lá vamos nós.
.
O título dessa resenha é bastante autoexplicativo, a questão é entender o contexto de onde surgiu essa passagem. Anna e Vronski estão na Itália, e encontram um amigo russo, Goleníchev. Ambos têm algumas conversas e uma delas gira em torno de outro russo residente da mesma cidade, o pintor Mikháilov. Goleníchev rapidamente se adianta em criticar a vida, a arte e a pessoa de Mikháilov, pura e simplesmente pelo motivo de não seguir o estilo de pintura clássica, as técnicas herdadas do renascimento, e inicia uma discussão em como as pessoas andam não estudando os clássicos, e por isso são pessoas inferiores intelectualmente.
.
Prontinho, contexto dado, seguimos à reflexão. Engraçado que falamos de um livro do fim do século 19 (1877 sendo mais exata) e parece que a mentalidade não se alterou tanto assim. Não me leve a mal, estudar os clássicos é sim extremamente importante, eu não seria hipócrita ao ponto de falar mal de mim mesma que só leio livro antigo (kkkk) mas até que ponto o conhecimento mais antigo e """refinado""" deixa de ser um objeto de estudo e se torna uma posse ou uma afirmação de status social? E quem define que tipo de demonstração de arte é considerado erudito o suficiente ou não? Uma pessoa só é considerada instruída, ou educada, quando tem o conhecimento socialmente conveniente? É livre pensamento se você está condicionado a um roteiro estipulado por uma sociedade vigente? Ainda, quem vem de camadas mais baixas e deseja subir já é rechaçado por tentar estudar. O conhecimento pré-definido pela sociedade como importante então só é pra quem é 'selecionado'?
.
Os livros são um retrato da época em que foram publicados, e se tornaram clássicos pelo alto consumo de suas histórias, e por terem feito esses retratos serem tão fiéis; e, assim como os mais recentes, existem em diferentes gêneros, estilos de escrita, cenários, e não necessariamente agradam a todo mundo. Existem muitos clássicos ruins, assim como existem muitos contemporâneos bons, a questão é não condicionar a qualidade de um livro ao ano que ele foi publicado.
.
Em conclusão, não crucifiquemos os livros atuais sem saber do que falamos, nem seus leitores por gostarem de um ou outro romance (porém depende). E também não elitizemos os clássicos que podem agregar tanto na mente de quem lê. E também porque se começar com muita firula começa a ficar caro demais ter edição bonita e eu sofro com esse problema.
.
E olha só, isso foi uma cena que durou, no máximo, 20 páginas. E já gerou em mim esse incômodo por querer falar sobre. Anna Kariênina é um livro de 800 páginas, então acredite quando eu disse que tinha 1 milhão de assuntos que podem se retratados, e que uma resenha só não dá conta de tudo isso. Esse texto ultrapassou a marca de 6000 caracteres e eu estou falando de uma única cena, sendo assim é bastante plausível concluir o quão majestosa é essa obra.
.
Mikháilov é visto como inferior, apesar da sua pintura ser muito melhor construída do que a de Vrónski, isso porque era filho de um mordomo que ousou ultrapassar a própria bolha social e buscar estudo. Em um pensamento particular, Vrónski assume que Mikháilov tem inveja dele, porque ´"no seu entendimento, um homem de mundo inferior deve sentir inveja." Além disso, Anna e Goleníchev apreciam muito mais a pintura de Vrónski porque "estava muito mais parecido com pinturas famosas que o quadro de Mikháilov." Então devo assumir que 'livre-pensamento' se resume a copiar o que já existe?
.
Trazendo a reflexão pro contemporâneo, posso dizer que é até um tanto irônico trazer essa discussão de um livro que se tornou clássico. Mas, parando pra pensar, Anna Kariênina era um ""contemporâneo"" na sua época, e se transformou num clássico que, numa cena específica, apresenta um personagem ferrenho em dizer que apenas os clássicos educam.
.
Primeiramente, precisamos encerrar de uma vez essa visão de que só o que 'é antigo' é que educa. São importantes, sim, mas não devem ser as únicas linhas de pensamento, do mesmo jeito que não faz bem tomar o mesmo remédio vezes demais no mesmo dia só porque 'faz bem'. Ao mesmo tempo, também precisamos parar com essa de que literatura (ou música, ou arte, enfim) clássica só pode ser compreendida por quem é estudado, por quem é mais refinado, por quem está numa classe social maior. Não. Assim como desenhar, tocar violão, correr, a leitura também é um hábito que pode ser exercitado, ninguém nasce em 2023 com o vocabulário de 1870 baixado em .rar, pelo menos não que eu saiba.
.
Dá pra reparar que essa cena me trouxe muitas perguntas que eu não necessariamente sabia responder, perguntas retóricas que abrem portas pra uma discussão bem longa. Mas se já deixa a pulguinha atrás da orelha de alguém eu acho bem suficiente.
.
Comentando agora de forma mais abrangente, Anna Kariênina é um livro recomendável a quem quiser se aventurar na literatura russa. Começar com Tolstoi me pareceu uma escolha acertada, ainda mais com outros títulos dele na sequência. Conhecemos aqui a frivolidade e a futilidade da sociedade de Moscou, em contraponto à vida no interior, fatores muito evidentes na época do império. Temos escândalos sociais e a hipocrisia da sociedade, um sofrimento ardente e um sentimentalismo palpável. Quando eu digo que poderia ficar HORAS falando desse livro, não é mentira.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



lahmot 29/06/2023

É difícil decidir por onde começar essa resenha. Como o primeiro livro da literatura russa que eu decidi me aventurar, pensei que seria uma loucura começar por justamente um de 800+ páginas (o mais longo que já havia lido), mas não me arrependo nem um pouco.

Anna Kariênina é como uma novelinha: uma grande quantidade de personagens e diversos pontos de vista, às vezes pode parecer confuso tentar se lembrar daqueles nomes russos, porém não tive muita dificuldade e logo me acostumei. Destaco aqui os personagens de Liévin e Oblonski, que são meus favoritos e adorei acompanhá-los, especialmente o Oblonski que mesmo sendo cafajeste, é carismático demais, não consigo negar. Os personagens desse livro são complexos e intrigantes, com mil e um defeitos e qualidades, tal qual pessoas reais (não à toa, já que esse livro pertence ao Realismo Russo). Não tem como negar, por exemplo, que Anna é uma mulher manipuladora e oportunista, mas nem por isso a considero uma pessoa totalmente má, ela tem suas faces; seus sentimentos; a pressão externa da sociedade, tudo isso em conjunto que a faz uma personagem que, mesmo discordando de certas atitudes, eu consegui empatizar e sentir seu desespero e seu sofrimento. Tolstói é brilhante na forma como escreve as ponderações e pensamentos dos personagens, te faz compreender e sentir aquilo junto com eles, não importa o quão irracional sejam.

Poderia colocar aqui que os momentos focados na política, ou na agricultura, por exemplo, me entediaram, mas é necessário pontuar que essas cenas não estão ali para fazer barriga na história, são relevantes para entrarmos no mundo dos personagens ali presentes e no plano de fundo que é a Rússia Imperial da época. Tendo dito isso, é, pode ser um pouco chato, mas como alguém que já leu livros podres, isso aqui não é nada, passei tranquilamente. Até porque nós nunca ficamos muito tempo focando em um personagem, logo o capítulo muda e vamos para outro ponto de vista, então não achei que deu tempo de me incomodar.

Se alguém que, assim como eu, estava na dúvida sobre ler ou não e se sentindo um tanto intimidado com a quantidade de páginas, fique tranquilo porque Guerra e Paz tem mais de mil :D Brincadeiras à parte, não é um livro difícil, e depois de se acostumar com os nomes, é um livro tranquilo de se ler. Você não se entedia com descrições de parede e árvores e pedras porque o Tolstói é bem direto na escrita dele e não perde tempo com detalhes irrelevantes para a trama (com a exceção daqueles capítulos focados no pintor na Itália (?) não entendi o propósito do foco nele em específico, do nada), além disso, como já mencionado, nunca passamos muito tempo no ponto de vista de um personagem, então se está achando a vida no campo com o Liévin chata, por exemplo, logo mudamos o ponto de vista para a Anna em Moscou.

Esse livro traz reflexões sobre a vida, a morte, a vida na sociedade da Rússia Imperial, a religião e os centenas de problemas que podem haver no interior de uma pessoa e que às vezes nem passam pela nossa cabeça. Nós vemos como somos tão grandes e tão pequenos perante ao mundo e a forma como somos vistos perante aos outros; como as vidas são feitas de altos gloriosos e baixos tão sufocantes. Não existe final feliz nesse livro, mas tampouco existe um final triste. Apenas incerto, assim como é o de todos nós.
comentários(0)comente



Nádia 28/06/2023

Tinha me esquecido o quanto gosto da forma que o Tolstoi escreve, como ele consegue fazer você compreender os sentimentos dos personagens.

Acredito que esse foi o livro que mais gostei do Tolstoi. Só gostaria que o encerramento dele fosse melhor, achei o final um pouco apressado.
comentários(0)comente



Felipe 27/06/2023

Tolstói, o mago da realidade
Demorei pra encarar esse calhamaço, sabia que ia demorar pra terminar, mas valeu a pena passar dois meses na companhia de uma narrativa muito humana, onde personagens sofrem e se alegram por coisas simples e por coisas grandes também. Tolstói sabe como conduzir uma história sem criar heróis ou vilões, apenas pessoas que tomam decisões a partir do que elas conseguem enxergar como correto, ou também porque já não conseguem mais saber o que é correto. Assim somos nós, cheio de escolhas erráticas, mas de vez em quando acertamos... Anna, Vronski, Liévin, Oblónski, Daria... Personagens fáceis de se identificar e que sempre ficarão em minha memória.
comentários(0)comente



Brunny Rocha 23/06/2023

Novelão
Meu primeiro contato com Liev Tolstói e estou encantada. Que escrita gostosa, detalhada, envolvente. Por se tratar de um clássico, ainda por cima Russo a gente acredita que vai sofrer um pouquinho pra ler né? Mas esse livro foi só amor do começo ao fim. Fiz um cronograma para ser uma parte por semana e foi uma delícia acompanhar essa história sem pressa alguma, o sentimento que ficou é exatamente esse de ter terminado um novelão acompanhado por dias. Gostei da trama e dos enlaces entre os personagens, gostei do enredo e desfecho. Eu amei esse livro, e com certeza será um favorito da vida que será lido outras vezes.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
Leonardo.H.Lopes 01/07/2023minha estante
moça, a Anna aparece logo no início para ajudar o irmão, o baile ... Mas sim, não é somente ela que é a principal, nem todos os livros possuem um único principal ...


Babi.Abreu01 02/07/2023minha estante
Início pra mim é logo nas primeiras páginas. E sim, sei q nem todos os livros tem apenas um personagem principal, porém quando o título do livro carrega um nome de personagem, eu espero que este personagem seja o foco principal. E na MINHA opinião isso não aconteceu nesse livro.


Kelly994 05/07/2023minha estante
Habla




Christian.Pereira 22/06/2023

Anna, impossível não se apaixonar por ela.
É muito doido pensar que no pior momento para Kitty, da realização que perdera seu pretendente, nos apaixonamos por Anna. Ela é fascinante e Tolstói faz isso com palavras. Apesar de todos os belos adjetivos que a descrevem, o que mais me cativou nela foi de certa forma me compadecer da situação de incompletude. É difícil explicar, é como se você estivesse perdido, incompleto, e mesmo que encontrasse alguém que gostasse muito, achando que preencheria aquele espaço, isso fosse impossível, aquele espaço continua vazio, mesmo depois de um certo êxtase, uma excitação temporária.

Ela tinha tudo, e nós podemos nos perguntar, por que abandonar tudo isso? Todo o conforto, todo o privilégio, toda a boa reputação. Eu compreendi que não era o objetivo central colocar Anna numa cadeira de réu e lhe julgar suas escolhas e seus atos. Acredito que caberia mais julgar a sociedade em suas pressões e expectativas moralistas que colocam barreiras na busca por essa realização, por esse preenchimento do que está vazio, dessa luz no fim do túnel.

É isso, não sou crítico especializado. Só posso dizer que gostei bastante desse livro, e meus personagens favoritos com certeza foram Anna e Liévin. Me surpreendi, pois achei que não gostaria tanto do livro, apesar de momentos tediosos como o das eleições provinciais.
comentários(0)comente



Liiiups 16/06/2023

Anna Karienina traz todo um contexto sobre política, religião, família, a forma de como se comportar naquela sociedade, etc. que existia na Rússia na época em que foi escrito. Nesse contexto, existem duas realidades principais: a de Anna e a de Lievin. Ambos são personagens muito singulares, porém, compartilham de um desejo profundo de viverem suas vidas de forma autêntica, e não como a sociedade assim espera deles.

A construção dos personagens foi pra mim um ponto de muito destaque. Cada tomada de atitude que os personagens tomam são tão bem entendidas. Compreende-se tão bem a cabeça de cada um, suas motivações, suas paixões, suas reflexões.

Anna e Lievin tentam, dentro da história que cada um passa, buscar um sentido maior para a sua vida. Infelizmente, isso traz consequências. E, para azar de Anna, consequências que naquela época eram bem mais rígidas.

Embora tenha sido uma leitura demorada minha, eu gostei do livro. Ele traz questionamentos que até hoje existem. E também por isso que é considerado tanto como clássico.
comentários(0)comente



giu 15/06/2023

Um camalhaço realmente grandioso
Eu gosto de pensar que para avaliar um livro é preciso refletir quanto a escrita, o fluxo de narrativa e, também, pensar no o objetivo da obra. Nesses três quesitos, Tolstói é um inquestionável mestre.

A história é satisfatoriamente cíclica, vemos a Anna na sociedade pela visão de Kitty e terminamos da mesma maneira e, ainda, o amor começa em uma estação de trem e assim se finaliza.

Temos diversas personagens e camadas, é para admirar o interior humano e reconhecer suas falhas, além de enfrentar o sentimento único por uma pessoa, pois é possível amar e odiar alguém.

Aqui, acredito eu, temos dois protagonistas, apesar de apenas um dar nome a obra, porém todos as outras personagens (inclusive muitas) são fúlcrais, 808 páginas e nenhuma é dispensável!

Fiquei 1 hora falando sozinha comigo mesmo sobre essa história e quero falar mais 1000 horas sobre ela. Um favoritado?
comentários(0)comente



Teo Sales 15/06/2023

Ah, um calhamaço de quase mil páginas do Tolstói sempre vai dar aquela sensação, ao fim da leitura, de que poderia ter mais história para nós, leitores, lermos sem problema. Afinal, o tempo passa e você não sente, pois está ocupado demais com os dramas, as fofocas, as vilanias, os amores e algumas questões da época sobre política, a agricultura, a filosofia, a relação entre os camponeses e os aristocratas russos, a sociedade cosmopolita petersburguesa e moscovita e, é claro, as personagens principais da história que são ora cativantes, ora execráveis. Uma verdadeira obra-prima literária.
comentários(0)comente



itadorisadic 15/06/2023

É minha leitura favorita da vida
É realmente o maior romance já escrito. É minha releitura dessa obra, que eu encontrei aos 8 anos de idade na biblioteca de minha escola no ensino fundamental juntamente com Moby Dick e sinceramente eu entendia apenas parte de sua grandiosidade por ser tão nova e compreender pouco do quão lindo é a escrita de Tolstói. Nunca fiquei tão submersa do que quando finalmente terminei o livro agora a pouco, porque senti como se quisesse ficar absorta nesta história para sempre. Os personagens são tão realistas, a compreensão de Tolstói do pensamento humano e da emoção é tão precisa, que cada página pode te absorver, não importa o ritmo ou o teor emocional da narrativa. A tradução dessa versão é elegantes cuja prosa nunca é desajeitada, incongruente ou exagerada, permitindo que você aprecie o conteúdo sem se prender ao próprio texto, acredito a língua portuguesa ajuda com o lirismo por ser uma linguagem tão mítica. Se não fosse tão grande, eu gostaria de reler este livro para sempre.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Rafaelle 13/06/2023

Uma obra prima
Depois de quase 3 meses de leitura fecho esse livro que foi meu companheiro nessa fase tão nova da minha vida. Eu não esperava dar conta de um livro denso assim enquanto me descubro como mãe mas a leitura conjunta do @clubedofarol foi um chamariz irresistível. É com sentimentos mistos que me despeço de Anna, Vrónski, Kariênin, Kitty, Liévin, Dária, Oblónski, entre tantos outros. Ora com um gosto amargo na boca, ora com um sentimento de esperança na vida.

Com seu começo tão célebre, "Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira", Tolstói está nos preparando para nos debruçarmos sobre a infelicidade e a analisarmos minuciosamente. Cada página está impregnada de infelicidade, conhecemos um rol de pessoas infelizes, cada um à sua maneira. Se a felicidade sempre é parecida, a tristeza adota múltiplos motivos, caracteres e facetas. Alguns personagens parecem buscar a própria infelicidade com afinco, minar todas as chances de alegria. Outros parecem se deparar com a tristeza em cada esquina enquanto tentam fugir dela. E há aqueles que nos fazem sentir que levam a vida rindo porque ignoram a tristeza dentro de si.

E embora repleto de infelicidade, ainda assim é um livro que não tem uma leitura pesada. Tolstói escrevia com uma leveza que nos faz esquecer que estamos perante um clássico com quase 150 anos de idade. E com essa suavidade, no meio de tantas pessoas infelizes, aprendemos a encontrar a alegria ali, escondida entre as minúcias da vida. A felicidade dentro de Anna Kariênina se mostra não nos grandes acontecimentos, não na realização de um amor, não na realização acadêmica. A felicidade está ali, em um canto esperando que alguém olhe para ela em meio aos dissabores da vida e entenda que não é de grandiosidade que a alegria é feita.

Esse livro tem personagens tão humanos que parece que estamos lendo um recorte da realidade. Não parecem personagens criados, parecem um retrato de pessoas que conhecemos. E dentro desse leque de pessoas tem aquela com quem nos identificamos. Pode ser com Liévin em sua busca por um sentido na vida, com Kitty com seus sentimentos confusos, com Anna em seu desespero por amor. Para mim a conexão imediata foi com Dolly. Por ter tido bebê esse ano, não tinha como não me conectar com a personagem que apresenta um retrato tão realista da maternidade. Dolly mostra as alegrias e as dores da maternidade. Ela se preocupa com o futuro dos filhos, com a educação, com o caráter deles. Se questiona se queria ter tantos filhos. Sente a necessidade de ser amada. E ama, ama profundamente cada um dos seus pequenos. Ela tem as dúvidas e as fraquezas que uma mãe real tem. Uma das cenas mais bonitas do livro para mim é uma cena em que Dolly está com seus filhos na beira do rio, feliz e orgulhosa de cada um deles. E poucas páginas à frente ela já está exasperada com eles. Uma mãe real. Uma mãe que encontra a felicidade nos momentos bonitos e sofre nos momentos difíceis. Talvez a personagem que melhor sabe viver nesse livro.

E sobre a personagem que dá título ao romance, Anna é um furacão. Um turbilhão de emoções, uma bagunça emocional, um caos ambulante. Anna dá título à história talvez porque suas ações conseguem influenciar a vida de todos os personagens, mesmo aqueles com quem ela se depara apenas uma vez. Meus sentimentos por ela mudavam a capa parte do livro mas o que sempre se mantinha era uma sensação de desespero. Anna fixa sua mente em seu desejo a tal ponto que a torna cega para tudo mais ao seu redor. Fica tão obcecada pelo que quer que sequer consegue perceber quando já tem na mão. E é desesperador ver uma personagem como Anna sem poder gritar para ela abrir os olhos e ver o que está fazendo consigo mesma.

No final chego à conclusão que esse livro é um acontecimento. É um daqueles livros que fechamos e dizemos UAU! É uma daquelas experiências de leitura que sabemos ser única. Um desses livros tão bons que nos deixam triste por saber que encontraremos poucos no mesmo patamar. Na metade do romance eu já sabia que não daria menos que 5 estrelas, mas as duas últimas partes levaram essa história a outro escalão para mim. Meu vocabulário sequer tem um adjetivo que seja capaz de expressar o quão bom esse livro é e minha habilidade como resenhista ainda é ínfima demais perante uma obra dessa. Apenas peço que caso tenha lido até aqui, faça esse favor a si mesmo e leia Anna Kariênina.
Cris Paiva 13/06/2023minha estante
Faz anos que eu quero ler o bendito, mas me recuso a comprar esse livro de capa feia, apesar de dizerem ser a melhor tradução. Sim, gosto de livro de capa bonita. :D


Heloisa198 14/06/2023minha estante
Só a sua resenha me deu vontade de ler esse livro!


Rafaelle 29/06/2023minha estante
Cris pior que eu te entendo kkkkk Não gosto dessa capa mas acabei me rendendo à essa edição por conta da tradução e porque dá pra fazer a coleção do Tolstói padronizada com ela


Rafaelle 29/06/2023minha estante
Heloisa, obrigada por esse comentário! Vale muito a pena a leitura, foi um livro que fiquei totalmente envolvida!




941 encontrados | exibindo 136 a 151
10 | 11 | 12 | 13 | 14 | 15 | 16 |