Eduarda Graciano do Nascimento 20/03/2017Um amorzinho de chick lit Holly Colshannon é uma jornalista atrapalhada (como toda boa mocinha de chick lit) que tem a chance de dar um passo em sua carreira ao ser designada pelo patrão para seguir o sargento da polícia James Sabine. Os dois não se suportam desde o primeiro dia em que se encontraram, e a antipatia do rude detetive parece ser ainda mais forte que a da moça. Mas agora, quando Holly precisa escrever uma coluna sobre seu dia-a-dia "caçando criminosos", ela terá que ficar grudada em James, e eles vão ter que fazer o possível para conviver a maior parte do tempo sem querer arrancar os olhos um do outro.
Clichê até dizer chega e com um bom romance cão e gato, do jeitinho que eu gosto. Pra quem espera cenas de amor melosas e porque não dizer, óbvias, talvez se decepcione. O romance de "Um Amor de Detetive" acontece nas entrelinhas e tem uma dinâmica muito parecida, pra mim, com o romance dos protagonistas do livro de época "A Indomável Sofia", da Georgette Heyer. Não preciso nem dizer que é um xuxu, né?
O James irrita às vezes porque ele é extremamente grosso e chega a atacar a Holly por pouca coisa, mas a forma como nossa protagonista vai dobrando o detetive é deliciosa de se ver. Aos poucos vemos ele - que, inclusive, é noivo - se preocupando cada vez mais com ela e não se incomodando de ter que passar mais tempo ao seu lado. E a Holly, coitada, está caidinha por ele há muito tempo sem se dar conta. Uma coisa muito legal é o fato de os leitores da coluna que ela escreve perceberem a química entre eles e passarem a "shippar" (claro que esse termo não é usado) o casal; aparentemente chegam a torcer mais por um romance entre a jornalista e o detetive do que pela resolução dos crimes.
É um livro de linguagem simples, muito leve e divertido, e tem um romance muito gostoso de acompanhar, que apesar de óbvio na sinopse não fica tão óbvio assim na escrita e chegamos a ter, talvez, até uma dúvida com relação ao final dos protagonistas. Apesar disso, de mim, conseguiu com certeza arrancar suspiros:
" - [...] Eu não sabia o que fazer, Holly. Estava muito confuso. Percebi que alguma coisa estava definitivamente acontecendo no dia em que me sentei no banco do carona sem você só para sentir seu perfume no cinto de segurança. [...]"
Fala sério! *-*