Úrsula

Úrsula Maria Firmina dos Reis...



Resenhas - Úrsula


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Lorena1058 07/01/2023

Uma mulher para ser lembrada.
Maria Firmina dos Reis foi a primeira romancista brasileira; professora, escritora, negra, criou a primeira escola mista do Maranhão, porém, sua obra não é conhecida.
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Magda14 07/01/2023

"Úrsula" é sobre o amor entre a personagem título do livro e seu amado, Tancredo, e que sofre perseguição por parte do comendador Fernando P., tio da moça e um homem extremamente bruto e mau-caráter.

O centro da narrativa é claro que é o romance e a perseguição sofrida pelo jovem casal, mas o ponto que mais chama a atenção na história é a importância que a autora, Maria Firmina dos Reis, deu para a situação dos negros durante o período escravocrata. Penso que uma das passagens mais emblemáticas da narrativa, apesar de estar em um dos capítulos mais curtos, é a da narração de mãe Susana, africana, sobre a captura, transporte e venda dos escravizados. Reis não dá muitos detalhes sobre como isso se deu, fazendo uma narração bastante curta até (apenas 6 parágrafos), mas que podem ser considerados como um ato bastante corajoso se formos considerar que "Úrsula" é visto como o primeiro romance abolicionista da nossa literatura. Dar vez e voz aos negros em uma época em que eles eram silenciados é, sim, um ato de bravura, especialmente vindo de uma mulher, e mulher negra.

Apesar de romances românticos não serem muito do meu gosto, Maria Firmina conseguiu colocar na sua obra o gosto da época, que era meio sensacionalista (no sentido de busca por sensações emotivas). Quando estava lendo, por diversas vezes eu pensei: "nossa, parece que estou lendo 'Os mistérios de Udolfo' (Ann Radcliffe) de novo'". Isso porque a autora não diminui a mão nos termos relacionados às emoções. Era tanto açúcar, que, se eu demorasse um pouco mais na leitura, ficaria diabética! Isso, para mim, é um ponto negativo.

Então, esse livro é para quem gosta de histórias mais melosas, beeeem românticas, mas que também se interessam por temáticas revolucionárias. Isso porque nele estão contidos trechos de amizade e lealdade quase cegas, a ponto de levar um dos amigos à morte; mulheres que sofrem nas mãos de homens tirânicos; um romance jovial daqueles bem dramáticos, quase no estilo "Romeu e Julieta"; além, é claro, do ponto de vista dos excluídos (o que pra mim foi um fator positivo). Apesar de não ser meu tipo de narrativa preferido, não posso dizer que não gostei da história. Os aspectos negativos, para mim, são pequenos se comparados aos positivos (ainda que eles sejam relevantes).

Penso que Reis conseguiu atingir o seu objetivo, que era trazer um romance bem ao gosto da época, mas também colocando os negros num papel importante, e não como meros observadores ou como 'parte da mobília', como acontecia em algumas narrativas.

Enfim, recomendo a leitura desse livro maravilhoso.
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naoeumaresenha 06/01/2023

lindo!
sem medo de errar, esse é um dos melhores romances que já li.
Maria Firmina consegue trazer aventurar, drama e amor em uma única história e faz isso envolvendo o leitor e trazendo críticas à escravidão, críticas essas que a autora foi desafiadora em fazer já que escreve no período pós abolição.
poucas vezes vi o amor ser tão bem descrito e retratado.
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Clara :) 05/01/2023

O caso de família de 1859
Esqueça tudo que você sabe sobre um bom caso de família, esse livro vai trazer a devida definição. Primeiro quero dizer que daria uma ótima novela da Globo das 21:00 horas, eu até assistiria. Comecei fazendo uma brincadeira sobre, mas que tem uma certa pontinha de verdade. É tio, é noiva, é pai, é mãe, é fulano de tal que a Cristina Rocha iria ter os picos de audiência e iria render uma semana de programas.
Esse livro tem uma grande carga histórica. Foi um dos primeiros livros que demonstrou mesmo os horrores da escravidão e que tinha um escravo com um dos personagens principais. Também foi escrita por uma mulher maranhense no século XIX no Brasil, ou seja, clássico dos clássicos. Foi o primeiro clássico nacional que eu li e gostei muito da experiência. Por parecer uma novela foi muito legal ler e a narrativa da Maria Firmino dos Reis é muito boa! Recomendo para quem quer começar a ler clássicos nacionais e para quem já lê.
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Kazane 05/01/2023

No geral não gosto de romance, mas li esse aqui
Pra ler esse livro primeiro eu deixei de lado minha birra com romances de época, pois a escritora é do século XIX, logo ela tem os vícios próprios da época, o que envolve o dramalhão e o fim mais dramático ainda. Mas no geral ele possui elementos de fato inovadores quando se refere ao tratamento dos negros. No geral vale a leitura!
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Pâmela Cristina 05/01/2023

Além de ser uma livro incrível, Úrsula nos trás um mergulho na escravidão, de maneira sucinta, vemos brevemente o olhar daqueles homens e mulheres escravizados. Diálogo incríveis, uma narrativa envolvente, um amor doentio. Apaixonada pela escrita de Maria Firmina dos Reis.
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Angie - @livros_libras 04/01/2023

Quem foi o primeiro escritor brasileiro da história?
Foi uma mulher: Maria Firmina dos Reis.

Que livro magnífico! A busca por liberdade traçada ao amor romântico e as tramas do Brasil escravocrata, que desfigura todo e qualquer ser humano.

Este livro é um belo recorte da nossa literatura, da nossa potência entre as páginas! Leiam, leiam, leiam.
Heloisamarina_ 04/01/2023minha estante
Li esse livro e alguns contos dela. Achei um absurdo as obras dela não serem mais divulgadas.


Angie - @livros_libras 09/01/2023minha estante
Vou ler os contos em breve também.


Heloisamarina_ 09/01/2023minha estante
Eu gostei muito, espero que goste tbm.




Colecionando Planetas 04/01/2023

Bom
Eu gostei das críticas do livro, mas não sou tão fã do romantismo pelas relações acontecerem muito rápido. Você vê a pessoa e já endeusa pelo resto da vida kkkkkk adorei que do meio pro fim foi bem trágico e amei as críticas que a autora propõe. Não vou negar que foi diversas vezes um livro arrastado, mas no fim foi uma boa leitura.
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gduda 01/01/2023

Ela!
Iniciei essa leitura em 27/12/2022 e finalizei hoje. Lendo essa obra incrível de Maria Firmina, o que me vinha à mente, foi a semelhança com os romances de Machado de Assis, por exemplo, e a qualidade tão boa quanto. Com isso, me pergunto onde está o reconhecimento dessa autora fantástica. Úrsula é uma obra que denuncia a escravidão pela perspectiva do próprio escravizado, além de explorar a visão do branco mais "desconstruído". Utilizo aqui o termo escravizado ao invés de escravo porque a obra mostra que o negro não nasceu escravo, mas que foi retirado de sua vida em outro país, sua liberdade, para perder tudo isso pela maldade do homem branco. Além disso, a obra apresenta diversas outras críticas/reflexões sobre a mulher brasileira no séc. XIX e sobre a hipocrisia da crença cristã, por exemplo. Tudo isso encaixado perfeitamente em um romance cuja trama prende o leitor de uma forma impressionante!
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Aléxia 29/12/2022

Desafiando o cânone depois de mais de um século
“Sei que pouco vale este romance, porque escrito por uma mulher, e mulher brasileira, de educação acanhada e sem o trato e a conversação dos homens ilustrados, que aconselham, que discutem e que corrigem, com uma instrução misérrima, apenas conhecendo a língua de seus pais, e pouco lida, o seu cabedal intelectual é quase nulo. Então por que o publicas? Perguntará o leitor.”

Úrsula foi descoberto no Brasil já na década de 70. Com o tempo o interesse por ele trouxe luz à vida de Maria Firmina dos Reis, de quem mesmo assim ainda se sabe muito pouco. Maria Firmina era maranhense, negra, professora. Ela tinha plena noção de suas condições quando escreveu Úrsula, como se vê por esse trecho do prefácio do livro.

O que eu teria pra dizer do romance que levou Maria Firmina dos Reis ao status de homenageada da Flip 2022?

Estou acostumada a ler um determinado estilo de livro contemporâneo, frequentemente brasileiro, com um forte componente de criatividade na forma e na reflexão sobre temas sociais. Úrsula é absolutamente fora da minha zona de conforto quanto à forma, típica do fim do século 19, mas completamente dentro se considerarmos que ela é considerada a primeira mulher romancista brasileira, e que esse livro é uma grande crítica abolicionista.

Dentro do romance que se desenrola entre Úrsula e Tancredo, o que surpreende no livro são acima de tudo os diálogos que refletem sobre a condição dos escravos no Brasil. Os dois escravizados da história, Túlio e mãe Susana, têm trechos inteiros que falam sobre a opressão e a violência que vivem. Mãe Susana ainda possui a particularidade de contar em primeira pessoa sua história, que começa como mulher livre em algum lugar da África e passa pela sua prisão, deslocamento ao Brasil e vida como escravizada.

Por esses e outros motivos Úrsula é considerado pioneiro na literatura brasileira. Ler esse livro e falar sobre Maria Firmina é também uma forma de quebrar paradigmas sobre quem é considerado cânone e de valorizar vidas que costumam ficar à margem.
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Fabiene.Barbosa 29/12/2022

Romance e escravidão envolvem essa trama que trata de amor impossível. Uma leitura intensa e envolvente que nos faz mergulhar por vidas ao mesmo tempo tão distantes e tão próximas.
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arthur966 27/12/2022

- confessar-me, irmão? e para quê?
- para que as vossas culpas vos sejam perdoadas.
- não - tornou o moribundo - sabeis vós o que vai por esta alma de torturas e ódio? sabeis? oh, tenho o inferno no coração.
- não, meu filho - objetou-lhe o religioso - Deus perdoa o arrependido. lembrai-vos de Madalena.
- arrependido! - exclamou o moribundo - arrependido, eu? oh não, meu padre. compadeceu-se Deus do meu martírio? nunca. matou-me a esperança no coração. deixou lavrar o amor frenético no peito, que o rasgou, que deu-lhe a coragem do crime, sem dar-lhe a saciedade da vingança.
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Mary Stella 19/12/2022

Um tesouro nacional
O livro é um verdadeiro tesouro da literatura brasileira. Maria Firmina foi pioneira trazendo a temática abolicionista a um romance. Dá gosto de ler um texto tão primoroso.
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luanaszalves 19/12/2022

Surpreendente
Não era o que eu esperava, mas gostei muito mesmo assim. Esperava um verdadeiro romance no estilo Jane Austen, mas, na verdade, é mais uma tragédia como a de Emily Bronte. É, como a própria autora diz, uma história sobre vítimas do amor. Descreve como o amor impacta cada personagem da história, e cada efeito é completamente diferente um do outro. Temos os extremos que vai desde o primeiro e avassalador amor, passando pelo amor esperançoso e revigorante depois de uma desilusão e chegando ao amor doentio que utiliza dos piores métodos para ter a pessoa amada. Foi uma leitura que me surpreendeu muito, principalmente pelo contexto que a autora estava inserida e pois todos os elementos que elas engloba à história. Recomendo para todos.
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Bárbara 12/12/2022

Maria Firmina é pioneira...
O enredo é típico do romantismo, com uma linguagem mais rebuscada, com bastante mesóclises e muita romance meloso (quase fiquei diabética lendo o capítulo III).

Mas, o importante é o pioneirismo dessa obra, que é um dos primeiros livros abolicionistas e anti-escravatura escrito por uma mulher preta, nordestina, autodidata e professora. Ela ficou esquecida pela academia, mas atualmente está sendo redescoberta e ainda precisa de muita valorização e reconhecimento. Além de ser o primeiro a tratar os escravizados como seres autônomos e pensantes que dialogam e contam suas próprias histórias, como o importante relato da Suzana que foi capturada por homens na África e foi impedida de conviver com o marido e a filha.

Agora falando do livro, achei bem fluido pelo capítulos curtos, mesmo que a linguagem seja um pouco difícil no início mas depois me acostumei. Gostei do final mais sombrio e diferente do que já li da escola romântica.
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