Bru | @umoceanodehistorias 21/02/2017Sempre ouvi muitos elogios para a autora e, após ver um projeto da Bárbara Sá, Segredo entre amigas, decidi que 2017 seria o ano que faria isso e leria toda a série Becky Bloom da autora, afinal, o filme já tinha sido muito bem. Antes de mais nada, devo dizer que logo no começo do ano li o livro O segredo de Emma Corrigan, da mesma autora, e gostei do encontrei.
Os delírios de consumo de Becky Bloom nos apresenta à história de Becky Bloom. Ela é uma compradora compulsiva. Comprar é uma coisa que a satisfaz, que a deixa feliz, mas que também a meteu em diversos problemas. Suas dívidas com o banco são extremamente altas e ela vive arrumando desculpas para o seu gerente, Derek Smeath, e a assistente dele, Erica Parnell, para evitar o contato, mas não para de gastar.
Não sei ao certo qual foi o motivo dessa decepção que sinto após concluir a leitura, não sei se foi pelo fato de minhas expectativas estarem altas demais ou por a Becky não ter me agradado tanto assim, mas o fato é que a decepção está presente no meu coração.
O livro começa com uma carta, datada de 1997, de um banco falando que a Becky ganhou uma conta garantida por sua formação. Logo após, temos cartas do mesmo banco informando os débitos de Becky e lamentando suas falsas doenças.
Becky é jornalista financeira – grande ironia, não? -, mas ela não se empenha em sua profissão. Utiliza dos dias que vai às entrevistas coletivas para passear entre as lojas e fofocar com sua amiga, Elly, ou seja, ela não se atenta a nada. Escreve seus artigos com base nos releases que eles disponibilizam.
É uma dessas entrevistas que Becky conhece Luke Brandon um homem que é conhecido como mau por todos, mas que faz o coração de Becky dar uma leve pulada – claro que ela não liga para isso, pois uma compra numa mega promoção a esperava.
A vida de Becky, portanto, é resumida como uma mentira. Não consigo encontrar outra forma de descrevê-la. Ela mente sobre tudo para todos e esse foi um dos pontos que mais me incomodou. Entendo a compulsão dela por comprar coisas – pois me sinto assim com livros – mas não consigo aceitar essas mentiras em cima de mentiras, principalmente para os pais e para a melhor amiga, Suze, que faz tudo por ela.
Como se não bastassem todas essas mentiras, Becky fantasia demais sobre as coisas. Por exemplo, ela está endividada e não tem como pagar, mas acha que pode jogar na loteria, é isso que faz e sai da casa de aposta com a certeza de que vai ganhar e fazendo inúmeros planos. Claro que você sonha em conseguir algo assim, mas ela fantasia demais. É como uma criança que vê uma modelo e se fantasia naquela situação.
“Engulo em seco, sentindo-me doente de humilhação. Pela primeira vez percebo como Luke Brandon me vê. Como todos eles me veem. Sou apenas uma comédia, são sou? Sou uma garota fútil que faz tudo errado e faz as pessoas rirem. (...) A garota que ninguém jamais pensaria em levar a sério. (...)”
Apesar desses pontos negativos o livro é realmente bom – e aí está a maior ambiguidade do mundo – ele é engraçado, você lê tão rápido que nem nota e ele funciona com um bom entretenimento, além de mostrar que a Becky amadurece um pouco – bem pouquinho – perto do final.
Como estou participando do projeto da Bárbara, pretendo ler todos os livros da série e estou pedindo aos Deuses dos Livros que Becky amadureça e me conquiste como Luke conquistou.
site:
http://mileumdiasparaler.blogspot.com.br/2017/01/resenha-os-delirios-de-consumo-de-becky.html