O fascismo eterno

O fascismo eterno Umberto Eco




Resenhas -


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Carlinha PPinto 08/06/2021

Não é um livro
Esperava um texto mais detalhado, tipo uma aula explicativa. Porém, trata-se de uma apresentação que aconteceu num simpósio para celebrar a libertação da Europa. Expõe a visão de uma criança que cresceu na Itália e tornou-se homem no meio dessa loucura chamada Fascismo.
Apesar de um pouco decepcionada encontrei tantos apontamentos que se igualam ao que estamos vivendo hoje no Brasil. Acabei ficando ainda mais assustada do que já estava.
Como o que ocorreu a tanto tempo atrás, tão preconceituoso, radical e avassalador para a sociedade, pode tomar força ainda hoje.
Informem-se, leiam sobre o assunto, espalhem a informação para não entrarmos nessa novamente.
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CrisVieira~ 02/06/2021

E Sobre a Terra, a Liberdade Havemos de Fazer
"O fascismo não possuía nenhuma quintessência e sequer uma só essência", explica Umberto Eco.
"O fascismo era um totalitarismo fuzzy. Não era "uma ideologia monolítica, mas antes uma colagem de diversas ideias políticas e filosóficas, um alveário de contradições."

Daí vermos tantas características nos fascistas que não são similares as de sua gênese italiana. Hoje, o fascismo se liga principalmente ao eu antes do todo, fala e luta por deuses que são mais ligados ao neoliberalismo do que a doutrina pensada mas não executada por Mussolini de um "Estado ético e absoluto".
Os fascistas de hoje querem dinheiro e bens para ostentar, gritam palavras de ódio contra quem brada por pão e vida mas, na verdade, apenas querem o modo de existência que invejam de ricos e dos países europeus.
Apesar das particularidades, como de acordo com interesses, optarem por uma crença religiosa, mesmo que não não a pratique em si, o deus do fascista moderno é o Mercado de Ações, por exemplo; mesmo que nada se entenda do assunto, as flutuações cambiais são a energia que fazem o fascista de hoje gritar contra programas públicos de ajuda social e exigir "Estado mínimo", "meritocracia", e outras falas que coadunam-se mais com um pensamento distorcido sobre o liberalismo do que com uma teoria precisa como o nazismo foi/é.
É um fato que este último foi regurgitado pelo fascismo mas as semelhanças não se mantém após isto pois enquanto o original não mantinha objetivos claros (como bem disse Eco, era uma "colagem de diversas ideias políticas e filosóficas"), o nazismo era preciso em seu ódio.
O "partido fascista [italiano] nasceu proclamando sua nova ordem revolucionária, mas era financiado pelos proprietários de terras", mostrando uma pseudofilosofia caótica e dúbia ao invés de uma teoria focada ou mesmo racional. Umberto Eco fala, como exemplo, da arquitetura e de prêmios que eram mantidos por fascistas incultos ou se não incultos, validados por seu nacionalismo exacerbado. E este ponto é importante pois o Saber, algum nível de conhecimento ou mesmo o respeito à fatos não são necessários pois o fascismo era o culto ao "irracionalismo" da ação pela ação. "Pensar é uma forma de castração. Por isso, a cultura é suspeita na medida em que é identificada com atitudes críticas."
"Da declaração atribuída a Goebbels (“Quando ouço falar em cultura, pego logo a pistola”) ao uso frequente de expressões como “Porcos intelectuais”, “Cabeças ocas”, “Esnobes radicais”, “As universidades são um ninho de comunistas”, a suspeita em relação ao mundo intelectual sempre foi um sintoma de Ur-Fascismo", pois a capacidade de refletir sobre a realidade gera a crítica o que de errado é este desvario que até mesmo não deveria ser chamado de 'ideologia' pois ele condena o pensamento de qualquer tipo que gere crítica em si.
Condena-se a modernidade e por isto, a critica que a gera. Os avanços tecnológicos podem ser utilizados em proveito próprio mas a Ciência em si com seu criticismo é condenada, pois ela gera hipóteses, teses, antíteses e sínteses e o empirismo em si leva a crítica, dando a volta e retornando ao que o fascismo repudia: o pensamento crítico.
Repudiar o pensamento critico é não abrir espaço para distinções, para o que é diferente. Por isso, por definição o fascismo é racista.
Outro ponto que Eco ressalta é de onde o fascismo pode surgir: da classe média, frustrada por alguma crise - como a econômica - ou humilhada por pressões sociais que causem desequilíbrio sobre a frágil e repulsiva pirâmide socioeconômica de uma sociedade. A ascensão de pobres por meio do consumo ou acesso à um determinado nível de Educação gera o afloramento de ideias fascistas em reação advindos de uma completa ignorância abraçada a atos impulsivos e irracionais. Ver História do Brasil 2013-2021.
Pra fazer valer estes ideais, o fascismo, segundo Eco, se vale de um nacionalismo fabricado por meio da xenofobia, onde a riqueza e/ou poderio (mesmo que fictício) de algum povo estrangeiro possa ser usado para gerar ódio (a estrangeiros em geral, vazio de origem e de propósito) contra ele. Além disso, há o ensejo a a ideia de uma "guerra permanente" onde se vive para lutar; o culto ao elitismo onde a esterilização social ocorre por meio do desprezado a um grupo imediatamente inferior (daí, por exemplo, a "necessidade" quase obsessiva da classe média em odiar os pobres mesmo estando mais perto deles do que da classe rica). Bem como ocorre a ideia de heroísmo como norte de vida e juntando este à noção distorcida de guerra permanente, vemos florescer o Machismo (que vai desde o desprezo as mulheres até a homofobia por ligarem a homossexualidade a ser mulher), algo que em si é também distorcido, fabricado, pois o machismo e tanto forma de opressão de mulheres quanto de controle de homens enquanto ferramentas usadas para oprimir mulheres.
Eco nos lembra que não há direitos dentro do Ur-Fascismo pois a qualidade de não o possuir é que supostamente tornava o grupo superior. Porém, a vontade uma parcela pequena ou de apenas um individuo deveria ser aceita como a vontade do todo. Assim, extinguem os parlamentos, os sindicatos, as associações civis pois eles "não são necessários". A voz do líder é "a voz do povo" mesmo que ele fale contra o próprio povo, segundo o Ur-Fascismo.
E um claro e contundente lembrete sobre os dias atuais em um certo território abaixo da linha do Equador:
"Cada vez que um político põe em dúvida a legitimidade do Parlamento por não representar mais a “voz do povo”, pode-se sentir o cheiro de Ur-Fascismo." E se o Parlamento abraça e concorda com tal expressão, o Ur-Fascismo se evidencia por completo.
"Devemos ficar atentos para que o sentido das palavras ["liberdade", "ditadura"] não seja esquecido de novo. O Ur-Fascismo ainda está a nosso redor, às vezes em trajes civis", ternos bem cortados, bem como "sob as vestes mais inocentes. Nosso dever é desmascará-lo e apontar o indicador para cada uma de suas novas formas — a cada dia, em cada lugar do mundo."


Sulla spalletta del ponte
Le teste degli impiccati

Nell’acqua della fonte
La bava degli impiccati
Sul lastrico del mercato
Le unghie dei fucilati
Sull’erba secca del prato
I denti dei fucilati

Mordere l’aria mordere i sassi
La nostra carne non è più d’uomini
Mordere l’aria mordere i sassi
Il nostro cuore non è più d’uomini.

Ma noi s’è letta negli occhi dei morti
E sulla terra faremo libertà
Ma l’hanno stretta i pugni dei morti
La giustizia che si farà.

Franco Fortini

site: http://muitoagriquasedoce.blogspot.com/2021/06/e-sobre-terra-liberdade-havemos-de.html
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Sophia.Bassi 02/06/2021

Esse livro é tão bom que sessenta e cinco páginas é pouco
E sei que ele é uma parte de outro livro escrito por Eco. Quando eu o comprei, achei que seria um livro de, no mínimo, 400 páginas. É um folheto muito curto, mas é muito esclarecedor. Chegando à parte sobre os sinais do fascismo me senti mais preocupada do que já estava. É algo extremamente sério que não sabemos o porquê. Que na realidade sabemos: falta de estudos de história, conhecimento, leitura, interesse por política, alienação em massa. Vemos isso acontecer novamente no mundo após 90 anos e imagino que isso irá se ocorrer daqui a 60 anos. É um ciclo sem fim de perversidade política e o aproveitamento da ignorância do povo, que ainda faz questão de um messias na Terra.
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Ana Tambara 09/05/2021

Todo mundo deveria ler
Livro curtinho e extremamente atual. Meu primeiro contato com o autor e cada página eu ficava "aí mds". Encontrava semelhanças em diversas situações da atualidade...
Tens um tempinho livro no teu dia de 50 minutinhos? Então leia Fascismo eterno. Vale muito a pena.
Isabelans 10/05/2021minha estante
me convenceu!!!


Ana Tambara 10/05/2021minha estante
Yessss!




none 24/04/2021

Necessário
Só uma ressalva a este livro: poderia vir com notas explicativas em futuras edições. O texto de Eco se espalhou pela internet através de gráficos e um número maior de pessoas tem acesso ou vontade de ler, no entanto acredito que pelo excesso de informações históricas e palavras estrangeiras, ou termos técnicos da política, ciências sociais, uma nova edição com notas sanaria em grande parte as dúvidas com relação ao texto. Eco proferiu essa palestra a um grupo de estudantes de uma universidade americana, pessoas mais ou menos conscientes dos problemas e questões levantadas no livro. O que não é o caso aqui de nós leitores brasileiros, mais ou menos entrosados com o texto de Eco, mas totalmente órfãos de explicações e vítimas do discurso autoritário.
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Talvanes.Faustino 12/04/2021

Curto e certeiro
Este pequeno livro de pouco mais de 60 páginas, é parte de uma conferência ministrada por Umberto Eco, nos EUA, o texto tem um tom leve, com ares de uma conversas entre amigos.

Trata de um tema complexo, porém, sem ser pedante, o autor traz ideias de forma clara e concisa, que mesmo não sendo leitor iniciante no tema, não será, uma tarefa difícil ler e compreender o texto.

Na sinopse, do livro destaco a seguinte parte:

"Segundo Umberto Eco, entre as possíveis características do Ur-Fascismo, o ?fascismo eterno? do título, estão o medo do diferente, a oposição à análise crítica, o machismo, a repressão e o controle da sexualidade, a exaltação de um ?líder?, um constante estado de ameaça, entre outros. O fascismo, denuncia o autor, longe de ser apenas um momento histórico vivo na Itália, na Europa (e no Brasil) do século XX, é uma ameaça constante da nossa sociedade."
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Leandro 03/04/2021

Direto ao ponto
O livro sintetiza as principais características do fascismo e, assustadoramente o Brasil atualmente preenche todas: defesa da tradição e luta contra a modernidade e ciência, a utilização de um conceito de povo para cumprir suas vontades e as constantes teorias da conspiração.
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Isa 01/03/2021

O facismo eterno é a transcrição da fala de Umberto Eco durante uma conferência da Columbia University em abril de 1995. Posso dizer que a leitura é um pouco complicada pelo fato de que são citados vários acontecimentos diários que Eco vicenciou como criança nascida e criada no regime do Mussolini. Vale a pena a leitura para resgatar a memória e entender porque o fascismo como termo pode ser adaptado a vários acontecimentos do mundo atual, diferente do nazismo e outros regimes com características mais particulares.
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente resenha ?




Aletheia (@almaletrada) 24/02/2021

Leitura obrigatória
Eco nos mostra, em linguagem simples e pequenos detalhes, como o fascismo pode ser eterno e como pequenas características dele ainda nos ronda como fantasmas nos dias de hoje. Precisamos lembrar que ?o preço da liberdade é a eterna vigilância ?.
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lorena 09/02/2021

a importância da memória
?a mensagem celebrava o fim da ditadura e o retorno à liberdade: liberdade de palavra, de imprensa, de associação política. estas palavras, ?liberdade?, ?ditadura? ? deus meu! ?, era a primeira vez que eu as lia.?

a atemporalidade de livros assim assusta justamente porque se faz necessária. é uma reflexão muito interessante e didática.
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente resenha ?




Joaquim 28/01/2021

Recomendo!
É uma leitura bastante impactante que nos faz abrir os olhos.
Douglas 04/03/2021minha estante
Excelente




Will 27/01/2021

Um livro obrigatório para todos.
O mais triste é perceber que os arquétipos citados gabaritam com o Brasil de hoje...
Douglas 04/03/2021minha estante
Triste mesi


Douglas 04/03/2021minha estante
Mesmo*




Krishna.Nunes 26/01/2021

Pequeno, porém precioso
Nessa curta obra, que transcreve um discurso feito pelo autor num evento nos Estados Unidos, somos expostos ao sentimento de urgência para reconhecer e combater os sinais do fascismo. Somos alertados de que o fascismo pode ter aparências muito diversas, e ainda assim compartilhar características que o identificam, ainda que não sejam intrínsecas a ele. Normalmente nos sentimos tentados a qualificar qualquer regime totalitário de fascista, uma vez que todos os regimes fascistas foram totalitários, o que nos leva a esquecer que o fascismo pode estar disfarçado "sob vestes mais inocentes".

"O fascismo italiano convenceu muitos líderes liberais europeus de que o novo regime estava realizando interessantes reformas sociais, capazes de fornecer uma alternativa moderadamente revolucionária à ameaça comunista". Para não permitir que sejamos enganados por esses disfarces, Eco enumera uma série de características que nos permitem identificar o fascismo.

"Nosso dever é desmascará-lo e apontar o dedo para cada uma de suas formas".
Douglas 04/03/2021minha estante
Muito bom




Rodrigo.Peixoto 25/01/2021

Uma excelente obra, com linguagem simples, explica as características do Ur Fascismo que foi transcrito de uma palestra.
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