Abril despedaçado

Abril despedaçado Ismail Kadaré




Resenhas - Abril Despedaçado


51 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


Marina 03/12/2022

Eu já tinha assistido ao filme "abril despedaçado" sem saber que tinha sido adaptado desse livro. Fiquei intrigada ao ver que se passava na Albânia, pois gosto de ler histórias de outros países, principalmente os que não temos tanta referência.

Eu adorei o livro. Achei bonito, poético e triste. Ao contar a história de Gjorg, o autor nos mostra como funciona o Kanun, código de conduta que determina como os montanheses devem viver e morrer. O direito de vingar uma morte na família acaba se transformando em um círculo eterno de mortes, as vendetas, que duram gerações e destroem famílias inteiras. O autor nos mostra o ponto de vista dos que vivem sob essas leis e também de quem está de fora, trazendo para a história um casal que mora na capital Tirana e vai passar a lua de mel nas montanhas.

"As vendetas antigas, assim como as eiras de terra longamente cultivadas, eram de confiança, mas um tanto frias e vagarosas. As novas, de maneira oposta, tinham ímpeto, e às vezes produziam num ano mais mortes que as antigas em duas décadas. No entanto, não tinham estabilidade, podiam ser encerradas por uma pacificação súbita. Já as velhas vendetas dificilmente se extinguiam. Cada geração se acostumava a elas desde o berço, e nem concebia a vida em paz."
comentários(0)comente



pagina_liter 04/10/2022

Melhor leitura de 2022

Escrito em 1978 e situado no cenário da província de Miredite, uma área montanhosa isolada do resto da Albânia, o livro traz um enredo trágico é impulsionado pelo Kanun, código de honra que há séculos se transmite oralmente em regiões da Albânia. Determinando que o assassinato é um direito e um dever, o Kanun, minucioso e cruel, aprisiona famílias e aldeias inteiras num círculo vicioso de execuções.
Eu simplesmente devorei o livro! Os personagens são marcantes (exclusivamente Gjorg, meu favorito na história), e só em pensar que as vendetas ainda existem na Albânia até hoje, é algo assustador. As vendetas fazem parte do código Kanun, e é muito bizarro e revoltante ler seus minuciosos códigos descritos no livro.
comentários(0)comente



Monaliza20 17/06/2022

Leitura arrastada
O escopo do livro é muito interessante, mas o autor me "perdeu" em alguns momentos, seja pela mudança de perspectiva da história, seja por algumas descrições que pouco acrescentavam ao universo do livro.
O personagem principal tem muita força! Da mesma forma, algumas passagens são muito muito bonitas. Levarei algumas boas lembranças dessa leitura, apesar dela ter se tornado sim um pouco arrastada.
comentários(0)comente



Carles 13/05/2022

O Kanun era mais poderoso do que parecia
Abril Despedaçado é um livro curioso, o início da narrativa da a impressão de uma história intensa com algum tipo de reviravolta, contudo, não é o que acontece; a história ocorre de forma bastante tranquila com muitas explicações sobre a natureza e funcionamento "Kanun" (leis em qual toda história gira em torno), que estabelece certa regras de convivência e possuía uma estranha ênfase nas relações de vingança entre clãs. O livro traz reflexões e críticas sobre a natureza das leis e tradições, será que toa tradição é legítima ? É a pergunta que o leitor acaba se fazendo aí decorrer do texto. É uma ótima leitura, com certeza vale a pena dar uma olhada.

"E o Estado, não se iluda, não é tolo. Existem pessoas imbecis, mas jamais um Estado simplório. Pois então: o Estado finge não ver o que acontece porque sabe que sua máquina judicial seria derrotada já no primeiro confronto com o velho código."
Carles 14/05/2022minha estante
Perdoem os erros gramaticais




Emanoelly.Samara 13/05/2022

Realmente me deixou com o coração despedaçado... Um livro bem escrito, envolvente, cheio de drama e tragédia, mas que não deixa a sensibilidade de lado é muito humano e real. O autor consegue fazer com que nos importemos com cada um de seus personagens.
comentários(0)comente



Cleber 29/04/2022

Sangue e vingança em nome da lei
Vendeta, tanto sangue derramado em nome de códigos da lei. Até que ponto devemos cumprir a lei? Principalmente quando a lei é tão cruel.
Gostei da leitura e de conhecer a cultura de um país tão distante. Agora fiquei ainda mais curioso para ver o filme.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Jéssica Dutra 13/02/2022

Um livro com uma premissa muito interessante, porém a leitura dá sono. Esperava mais ação e menos explicação.
comentários(0)comente



Disotelo 18/10/2021

A Atrocidade Vista de Perto.
1-Enredo: Temos dois núcleos onde o enredo é desenvolvido. No primeiro somos apresentados a Gjorg, um jovem albanês que foi forçado a matar um rapaz de um clã rival sabendo que, muito provavelmente, esta ação lhe custará a vida.
No segundo núcleo conhecemos o casal Vorps, que está na Albânia, em lua de mel. Bessian e sua esposa Diana. Bessian é um escritor que tem como objeto o sistema de vendetas da Albânia e é convidado a visitar o "príncipe" da região devido ao seu discurso elogioso, que descreve as vendetas como "algo magnífico".
Os caminhos de Gjorg e do Casal Bessian se cruzam, o escritor e sua esposa entram em contato próximo com os homens marcados para a morte.


2-Avaliação

A- Acessibilidade: Leitura simples.
B-Conteúdo: Quando o escritor Bessian Vorps aparece na trama, elogiando o sistema de vendetas, eu subestimei o autor e pensei que ele estava extrapolando a ideia de tolerância cultural e forçando a barra pra relativizar o absurdo da matança de inocentes. O contraste entre o modo gentil como ele tratava a esposa e a apologia as vendetas me levou a sentir algum desprezo por ele, como se ele representasse todas estas pessoas que aparentem ser gentis no cotidiano, mas usam sistemas e ideias para defender atrocidades na dimensão social e política, creio que não faltam exemplos hoje em dia.
No final eu entendi como uma crítica a atitude romântica do escritor, de idealizar o sofrimento daqueles que estão lá longe, nas montanhas. Pensei também como uma crítica a manipulação cruel das tradições em favor dos interesses financeiros de uma pequena elite dirigente.
Se eu não tivesse interpretado assim eu teria ficado desapontado com o livro, mas cá estou eu dando cinco estrelinhas pra obra.
C-Trama: Não tem muita trama, o enredo prioriza a exposição crítica das tradições.
D-Intensidade: O começo, com Gjorg, é bastante empolgante, mas a história perde um pouco do vigor quando Bessian entra em cena.
E-Concisão: Bom.
F-Verossimilhança: Por mais que seja baseado em contexto real, é um pouco difícil manter a suspensão de descrença intacta, mas isso se deve ao absurdo inerente a vida e não a qualquer erro do autor.
G-Personalidade: Ok.

3-Recomendação: Não recomendo para amantes de enredos eletrizantes, cheios de plots, não é objetivo da obra, mas recomendo fortemente pra quem gosta de literatura crítica.
comentários(0)comente



Luiz.Goulart 07/09/2021

Que ele viva muito. E morra de bala!
Obra do escritor albanês Ismail Kadaré, foi adaptado no cinema para o sertão brasileiro e aborda um círculo infinito de vinganças entre membros de duas famílias rivais. Um dos temas mais caros da dramaturgia universal é o da vingança e se o livro se passa nas montanhas da Albânia, a transposição da trama para a aridez sertaneja, no cinema, não lhe fica nada a dever. É o mesmo orgulho estéril. A mesma mesquinhez patriarcal.

Nas montanhas da Albânia, resiste por cinco séculos até hoje o código de conduta conhecido como Kanum, costume arraigado na vida dos agricultores, que prevê regras estritas sobre o direito das famílias de ter as mortes de seus entes vingadas à bala. Trata-se de um romance, mas o Kanum existe realmente e estima-se que mais de 20 mil pessoas se envolveram em lutas entre famílias, com quase 10 mil mortos somente a partir de 1991 com o fim do regime comunista na região, quando houve um ressurgimento das rixas.

Acompanhamos um mês na vida do jovem Gjorg desde o momento em que ele se vê imerso na rede de vingança, obrigado a cobrar de uma família rival a morte do irmão, matando também ele um membro do clã inimigo e assim submetido ao circulo de vendetas. Ele morrerá após 30 dias, a trégua chamada de bessa. Mas, na prática, sua vida já acabou, ou acabará em algum dia do mês de abril. É impossível não recordar do notável romance do Nobel colombiano Gabriel Garcia Márquez, Crônica de Uma Morte Anunciada, também adaptada para o cinema.

No seu derradeiro mês de vida, Gjorg vislumbra, por uma única e breve oportunidade, a bela jovem Diana e entre os dois se instala uma urgente e súbita paixão silenciosa. Para Gjorg, será uma busca desesperada pela carruagem que transporta Diana pelas montanhas e para a jovem letrada, a estupefação diante de tradições que ceifam a vida de centenas de jovens numa sociedade em que o nascimento de um menino é saudado com o seguinte desejo: “Que ele viva muito. E morra de bala!”

site: https://www.blogger.com/blog/post/edit/32639542/1538104879617175000
comentários(0)comente



M. Machado 16/05/2021

Esperava mais.
Por ser um livro que inspirou um filme brasileiro (muito bom, por sinal), esperava mais. Criei uma expectativa muito grande e acabei me decepcionando. Achei uma leitura ?arrastada?. Não é um livro imprescindível, mas para quem gosta de conhecer livros de diferentes países, como eu, vale para aprender um pouco sobre o kanun e a cultura da velha Albânia?
comentários(0)comente



Suzana 13/05/2021

É tão bom quanto me disseram que era. Livro com narrativa incrível!

O filme que fizeram aqui no Brasil (com mesmo nome), e que é uma adaptação da história para o sertão nordestino não perde em nada para o livro tbm. Enfim, muito bom. Recomendo os dois, tanto o livro como o filme.
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



cvittm 12/11/2020

Interessante
Se você procura uma ficção envolvente, com uma trama complexa e personagens cativantes, não leia Abril Despedaçado.

Eu comecei esse livro curiosa com o Kanun e os costumes dos albaneses do norte, e foi realmente uma leitura muito prazerosa. Bastante detalhado algumas vezes, com uma escrita pesada, mas que me cativou desde o início.

Os personagens tinham tudo para serem cativantes, mas a narrativa meio que cria uma distância entre nós e eles. Durante a trama, parei de ver Gjorg como um homem com a própria história, e sim como uma representação das centenas de jovens destinados a seguir a vendeta. A mesma coisa com os Vorps. Bessian deixou de ser um escritor da cidade, e se tornou uma representação do mundo em geral, que carrega uma visão romantizada, e o choque que isso causa quando em contato com a realidade.

As pessoas que falaram mal, super entendo, mas é preciso entender o livro pelo o que ele é, e não pelo o que você queria que fosse.

Se espera uma ficção cativante, esquece esse livro.
Se procura um texto bem pesquisado, interessante e bem escrito, sobre uma cultura MUITO diferente da nossa, eu recomendo muito.
Katia Rodrigues 27/01/2021minha estante
Excelente resenha! Concordo com as suas ideias. Me apaixonei pelo autor, quero ler tudo dele. ?


cvittm 27/01/2021minha estante
ahhh obg aydjausus E SIM ate a lista de compras do velho eu quero ler KKKKKKKKK


Katia Rodrigues 27/01/2021minha estante
? Eu tbm. Li o Tambores da chuva já e recomendo. E o próximo vai ser O palácio dos sonhos.


cvittm 27/01/2021minha estante
ahh vou colocar na lista! um q me recomendaram demais dele foi o general do exercito morto


Katia Rodrigues 27/01/2021minha estante
Dei uma olhada na sinopse e já sei que vou amar. Valeu pela dica.




51 encontrados | exibindo 16 a 31
1 | 2 | 3 | 4


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR