Abril despedaçado

Abril despedaçado Ismail Kadaré




Resenhas - Abril Despedaçado


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BetoOliveira_autor 12/08/2020

Apavorante
A obra é impactante, e embora a trama se desenvolva sobre uma específica tradição de leis que recaem sobre os montanheses da Albânia, o código Kanun, é angustiante para nós constatarmos o quanto nos pesa os valores sociais que herdamos dos antepassados. A gente reconhece a violência, o preconceito e a imbecilidade do código social, mas não conseguimos, salvo raras vezes, escapar da sua opressão, da sua turanua e crueldade.
Vale a pena a leitura. Difícil não terminar de ler e não dar uma respirada longa.
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Sabrina 28/07/2020

Bom porém monótono
Livro bom com muitos detalhes, porém a leitura é monótona e sem ritmo.
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Picón 04/07/2020

Palavras pinçadas...
Uma obra-prima. O livro já é interessante só em mostrar como funciona o Kannun: um código moral e de honra que rege a vida numa parte da Albânia onde os poderes do Estado ou não chegaram ou são insuficientes. O fio condutor da trama é uma estranha viagem de um casal em lua de mel durante um mês por essa região, ao mesmo tempo em que narra, nesse mesmo período, a vida de um jovem condenado à morte. Desde o primeiro parágrafo lemos finas alegorias à vida e morte, sentimentos e cores, clima e paisagem e sentimentos, entre outras. São tantas, tão sutis e sofisticadas que muitas vezes podem passar despercebidas. Por isso, percebe-se que cada palavra e cada frase foi escolhida e colocada com pinça em seu lugar. Enfim, com esse livro Ismael Kadaré evidencia sua grande habilidade de Escrever.
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Tho 28/05/2020

Política Econômica da Morte
Tomei ciência do código de conduta das montanhas albanesas (Kanun) através do primeiro parágrafo do livro A Paisagem Moral de Sam Harris. O impacto daquele parágrafo fez com que buscasse mais obras que tratassem do Kanun. Encontrei Abril Despedaçado. Um livro curto e riquíssimo em detalhes sobre o código! O livro valeu muito a pena principalmente pelo primeiro e segundo capítulos (aqueles onde o Kanun é citado incessantemente). Logo após o término desses capítulos, a narrativa encontra personagens rasos em relações superficiais. O comportamento submisso de Diana me fez lembrar o de Mina no clássico Dracula de Bram Stoker. O arrogante Bessian também é um personagem indigesto.

Resumindo: acredito que aqueles que buscam conhecimento e curiosidades sobre o Kanun, irão se esbaldar com a riqueza de detalhes e a inacreditável porém real identidade do código. Àqueles que buscarem uma história com personagens interessantes, um enredo com emoções, devo alertá-los de que a obra deixa muito a desejar.

Para mim foi um grande enriquecimento cultural.
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Cris 24/05/2020

Uma coisa pode causar diferentes visões sem mudar a essência
O tema do livro não me agradou; algumas coisas ficaram mal explicadas, acho que propositalmente para encaixar a imaginação do leitor. O que achei interessante é que o livro expõe bem 4 visões distintas sobre o código em questão. A visão do Gjorj que é a do "assassino" e vê aquilo tudo como um dever de honra; a visão do feitor que é o que faz a contabilidade das dívidas de sangue vendo naquilo um negócio a ser administrado; a do escritor Bessian que é uma visão um tanto idealizada e romantizada; e a visão da Diana, que é a que mais se encaixou com a minha, de pleno horror diante de todo aquele código sangrento.
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arthur966 15/05/2020

"leva um povo inteiro a representar uma tragédia sangrenta enquanto assiste de camarote e faz pilhérias"
fiquei com ódio do final, mas entendo que não tinha outra maneira de acabar. narra uma realidade que eu não conhecia (só vagamente pelo filme) e que é muito interessante
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Michele 13/04/2020

Narrativa despedaçada
A obra de Ismail Kadaré, "Abril Despedaçado", traz uma temática sempre muito frutífera na literatura: a questão da vingança. Assim como obras antigas tais como "A Orestia" essa ideia vem vinculada à justiça. Neste livro, o autor nos apresenta o Kanun, uma lei milenar e oral que se perpetua entre os montanheses da Albânia. Esses homens moram isolados nos Alpes e seu antigo código, passado de geração em geração, está acima da lei do país. Uma das principais regras consiste na permissão para vingar o assassinato de um parente ou "amigo" (aqui entre aspas porque o conceito dentro desse contexto é bem específico). Feita a vingança, é acordado um prazo para que o executor possa agir em liberdade antes de ser ele o alvo da dívida de sangue. Sendo assim, a premissa e o contexto histórico-social bem peculiar despertam o interesse do leitor.
No entanto, não foi um livro que tenha me agradado no que diz respeito à forma como a trama está encadeada. Temos bem no começo da obra um personagem, Gjorg, que foi escolhido por sua família para ser o próximo a cobrar a dívida de sangue em uma vendeta que já dura setenta anos. Quando estamos nos familiarizando com o personagem - e até aqui a trama é muito bem construída porque desperta empatia -, em uma mudança de capítulo, novos personagens são apresentados: o casal Diana e Bessian. Os dois, como visitantes na região, trazem um olhar de fora e suas conversas e comentários, na minha opinião, são cansativos e explicativos demais. Para mim o papel de aprofundar a ambientação e contextualização já estava muito bem definida a partir de Gjorg. Este personagem retorna apenas ao final depois de várias vezes ser criada a expectativa de um encontro entre o trio.
A importância da leitura não fica perdida. O autor criou um jeito de abordar todas as faces da vendeta: sua impregnação na cultura desse povo, sua importância econômica (exploração?) e o impacto na vida desse povo. Apesar de minhas críticas, aprendi muitas coisas novas ao ter contato com uma cultura diferenciada e até então desconhecida para mim.
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Valéria Cristina 17/02/2020

Vendeta
“Abril Despedaçado”, de Ismail Kadaré é, ao mesmo tempo, lindo e trágico.

Ao abordar o Kanun, código moral albanês, fala de Morte e Vida diante do cenário magnífico que palpita nas montanhas da Albânia.

Provoca um aperto no coração. Poucas vezes tive essa sensação ao ler um livro. A Morte pode ocorrer a qualquer momento, após o término da Bessa (armistício). Essa certeza leva-nos a refletir acerca da finitude e da sutileza da Vida, dando-nos uma sensação de fragilidade e certa tristeza.

Discorre a respeito de um código moral banhado em sangue, mostrando os limites da vendeta e até onde se pode chegar na defesa da honra no âmbito dessa cultura específica.

Para mim, não foi tranquilo ler a história pois despertou-me sentimentos nublados, ainda mais porque o Autor retrata um casal em lua de mel nesse cenário de vingança.

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Leila de Carvalho e Gonçalves 13/07/2018

Sangue Dado, Sangue Tomado
É inegável o fascínio da Albânia, especialmente para quem viveu durante a ditadura militar, pois se tratava de um país fechado e praticamente desconhecido onde o comunismo parecia ter prosperado nas mãos do ditador Enver Hoxha, que mantinha uma relação atribulada com a China e a União Soviética até o total rompimento. Apenas nos anos noventa, foram dados os primeiros passos em direção a sua democratização e confirmou-se um atraso que até hoje, é o maior desafio a ser superado.

Escrito em 1978, "Abril Despedaçado", de Ismail Kadaré, é um livro essencial para quem quiser aprender sobre os costumes da região, à medida que enfoca um draconiano código de leis, o "Kanun", que a margem do Estado ainda rege os montanheses do norte. Nele, a honra é lavada com sangue e a desavença entre famílias leva a uma série interminável de assassinatos que num círculo vicioso, chega a dizimar a maior parte de seus membros, ficando de fora apenas as mulheres e crianças.

Aliás, a vingança converteu-se numa mercadoria sujeita até a cobrança de imposto. Portanto, por mais insano que pareça aos nossos olhos, "sangue dado, sangue tomado" também é uma operação financeira que sustenta o "Kanun", pune ou privilegia os cidadãos de acordo com as circunstâncias e interesses.

Ambientada por volta de 1930, esta história narra a trégua de um mês que Gjorg Berisha terá antes de ser executado pela família Kryegvq, após fuzilar o assassino de seu irmão. Será a quadragésima quinta morte de uma "vendeta" iniciada setenta anos antes por conta de um mal entendido. Nesse período, ele terá que cumprir uma série de obrigações, por exemplo, assistir ao funeral da vítima, para só depois poder ocupar o tempo que lhe resta como convier e ele decide rever as montanhas de Rrafsh.

Em paralelo, é retratada a viagem de núpcias do casal Vorps, Bessian e Diana. Ele é um jornalista da capital que escolheu esse inusitado roteiro para conhecer um pouco mais sobre o "Kanun" e ambos pagarão um alto tributo pela aventura.

No ano de 2001, essa história foi adaptada para o cinema, ambientada no sertão da Bahia, numa produção franco-suíça-brasileira, dirigida Walter Salles. Foi esse filme que projetou o ator Rodrigo Santoro no exterior.

Enfim, à sombra de uma região desolada, Kadaré narra com sensibilidade sobre "a insignificância da vida levada ao limite da compreensão humana".
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Paulo Lucemberg 17/12/2017

Livro interessante em termos de retrato cultural da Albânia, mas em alguns momentos a narrativa é cansativa e o desfecho é meio pirado.
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Jude Melody 02/03/2017

Racionalidade e cultura
Às vezes, nós estamos tão acostumados à nossa própria cultura que não percebemos o quanto as coisas podem ser diferentes do que vivenciamos no nosso dia a dia. Quando nos deparamos com uma cultura que segue por outros caminhos, podemos sentir aquele choque, talvez até mesmo torcer o nariz e acusá-la de irracional, cruel, bárbara, primitiva. É essa a sensação que "Abril despedaçado" causa em alguns de seus leitores. O romance se passa em uma região montanhosa na Albânia onde vigora o gjakmarrje, um costume de vendetas bastante complexo e cheio de regras. Resumindo, não existe um sistema penal como nós o conhecemos no Ocidente; muitos conflitos são resolvidos entre as próprias famílias, com os homens "tomando o sangue" uns dos outros.
Na obra, existem três histórias diferentes que se intercalam. A primeira é a de Gjorg Berisha, um jovem que acaba de vingar seu irmão e agora possui pouco tempo de vida antes que a outra família se vingue também. A segunda é a do casal Bessian e Diana Vorps, que deseja passar a lua de mel nas montanhas da Albânia. A terceira é a do feitor de sangue, o responsável pela contabilidade dos impostos pagos em razão do gjakmarrje. Todas elas são marcadas por um forte caráter intimista. Há pouca ação e muita reflexão. Para mim, foi justamente isso que tornou o livro tão interessante. Durante a leitura, você se depara com várias visões distintas da cultura albanesa, algumas delas de adoração, outras críticas. Isso permite que você veja essa cultura por um olhar diferente, sem os preconceitos que todos nós carregamos -- se você quiser que seja assim, é claro.
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Cláudia.Dune 03/02/2017

Minhas impressões
Livro com poucos personagens, pouquíssimas descrições e de um ritmo avassalador!
O Kanum, tão absurdo aos nossos olhos, junto com a paisagem e o tempo são os personagens principais de uma história onde o leitor jamais será o mesmo depois do contato com esse costume tão antigo, assim como nunca serão os mesmos os submetidos a esse código e aqueles albaneses de fora desta região sabedores dessas tradições, críticos e admiradores.
O ritmo da leitura é determinado pelo tempo das personagens na história, e nos momentos finais o revezamento de capítulos sobre o casal e sobre Gjork aceleram a respiração, a pulsação do leitor, como se cada capítulo fosse o relógio marcador da vida deste rapaz, o ritmo fica frenético, a areia escorre cada vez mais rápido, diferente do início da 'bessa' , até atingir seu momento final.
Terminei de ler há alguns dias e só hoje me senti preparada pra comentar algo sobre ele.
Que livro!
Foi arrebatamento total,
E pra completar o arrebatamento assisti a adaptação brasileira para o cinema onde o gelo e as kulles são substituídas pela seca do sertão nordestino e suas fazendas e engenhos.
Recomendo os dois.
Cláudia.Dune 03/02/2017minha estante
¨¨Gjorg




Fabíola Costa 21/08/2016

O comércio da morte
Muitos falam sobre o destino do protagonista, que ao vingar a morte do irmão também é jurado de morte, mas muitos parecem que não atentaram para uma denúncia que o autor expõe na obra: o sangue como moeda de troca, mercadoria e as mortes como bases para a manutenção da cidade. Esse é para mim o ponto alto do livro, temos o Estado interferindo no corpo da população Albanesa não de forma ficcional e sim literal. Um círculo vicioso onde, os habitantes ao pensarem serem vítimas de algo metafísico, além da compreensão, algo cultural, são eles vítimas do poder desmedido e cruel que consegue, com êxito, dar um caráter divino à intensão humana terrena.
Priscilla Akao 25/07/2018minha estante
Realmente, o "comércio do sangue" é colocado de forma aparentemente discreta , mas impossível de ser ignorado. Quantas vezes o destino, os deuses e tudo o mais não são usados para justificar o que não querem que tenha explicação?




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