DIRCE 25/07/2011
Três em Um
"Médico de Homens e de Almas" um livro com o qual sempre me deparava, quando eu ia a algum Sebo, aqui em minha cidade, mas que nunca me animava comprá-lo. Chegava a pegá-lo nas mãos, porém o número de páginas e minha relutância em voltar ao banco de catequese ( era o que vinha a minha mente: que era o um livro com o intuito de evangelizar) fazia com que eu o devolvesse a prateleira.
Entretanto, da última vez que fui a um Sebo, folhei o livro e o que li no prefácio me deixou atônita. Não, não foram os anos dedicados ao livro ( 46 anos) nem o número de obras pesquisadas( mais de 1000) que me causaram tamanha surpresa e fizeram com que, desta vez, eu adquirisse o livro. O que me motivou foi saber que Taylor Caldwell escreveu a primeira versão do livro quando ela contava com 12 anos de idade. Pensei: tão precoce assim deve ser, sem dúvida, uma grande escritora.
Logo nas primeiras páginas tomei ciência que Taylor era uma mestra na arte de narrar e que me seria impossível fazer uma leitura sem uma entrega de corpo e alma .
Eu classificaria esse livro como em 3 em 1. Sim, porque ele é dividido em 3 partes: a primeira traz doses de romantismo, a segunda doses da história e da política de Roma e a terceira trata da conversão de Lucano.
Na primeira parte, por meio de uma narrativa extasiante que trouxe à tona meu lado romântico - há muito adormecido- pude conhecer a história de Lucano (um grego) desde sua infância, o seu amor por Rúbria , e a grande paixão que sua mãe ( Íris) despertava nos homens .
Os 3 ( Lucano, Rúbria e Íris ) eram dotados de tamanha beleza, que tiveram sorte de não terem provocado a ira das divindades gregas(esse é um gracejo que faço, já que as divindades gregas eram citadas a todo momento, e também elas colaboraram para o meu êxtase, pois a mitologia é uma antiga paixão minha).
Lucano não foi castigado pelos deuses ou deusas enfurecidos por sua beleza, ele foi castigado por sua sensibilidade, pela compaixão que nutria pelos seus semelhantes e pela dor da perda da pessoa amada. Tornou-se um cético e um revoltado com o Deus desconhecido. Vivia em constante tormento, mas jamais deixou de ajudar aos necessitados.
Na segunda parte Lucano deixa Roma para estudar medicina. Há relatos de várias curas ( milagres?) que levou Lucano a crer em diagnósticos errados.
Lucano conhece, nesse período, pessoas que irão contribuir, mais adiante, de forma significativa na sua conversão, dentre eles, Sara e seu pai (Eleazar) que lhe confere uma missão praticamente impossível de se cumprir.
Já, a terceira parte, é dedicada a rendição de Lucano, da sua reconciliação com o Deus desconhecido e à sua peregrinação para se inteirar da vida e morte de Jesus ( já que ele não chegou a conhecê-lo).
Nessa sua busca ele encontra Maria que lhe conta sobre a infância de Jesus e sobre o sofrimento que sentiu ao saber que seu filho não lhe pertencia , mas a Ele.
O encontro de Lucano com Maria ( N. Sra) e ,quando ela dele se despede com um aceno, foi a parte do livro que mais me comoveu. Não creio em santos, mas sou muiiito devota de N.Sra e , em minhas orações, é a ela que eu busco, e acredito no que diz o Mauro( alguém muito próximo da minha família): N. Sra não pede ao Seu Filho;ela lhe ordena.
Cheguei ao final do livro meio que reconciliada com o eclesiástico, pois estou farta de presenciar promessas de curas em troca de dízimos, de contribuições( altas contribuições) passíveis de tornarem pastores e igrejas poderosos.