Maria - Blog Pétalas de Liberdade 03/04/2019Resenha para o blog Pétalas de LiberdadeNarrada em terceira pessoa, a história começa na década de cinquenta em Nova York. Conheceremos os irmãos: Franny (Frances, que parece ter coração de gelo, mas só parece), Jet (Bridget, um pouco mais tímida e doce) e Vincent (no início do livro, ele tem apenas quatorze anos, mas já é um garoto rebelde e sedutor), adolescentes inconformados com as muitas regras impostas pela mãe, Susanna. No aniversário de dezessete anos de Franny, são convidados para passar o verão na casa de uma tia chamada Isabelle, e veem nesse convite uma oportunidade para escapar da super proteção dos pais, mas a estadia na casa da tia, na Rua Magnólia, trará muitas revelações e mudará a vida dos três para sempre.
Apesar de a mãe evitar tocar no assunto, Franny, Jet e Vincent sempre souberam que eram diferentes das outras pessoas, capazes de fazer coisas que os outros adolescentes não faziam (embora Franny insistisse em procurar justificativas lógicas para tudo). Na casa da tia Isabelle, os irmãos teriam a confirmação de que eram bruxos, e descobririam que eram descendentes de Maria Owens, uma mulher que, em 1620, foi acusada de bruxaria e tornou os descendentes da família Owens amaldiçoados a nunca serem felizes no amor. Como esses três iriam lidar com o fato de saberem que, caso se apaixonassem, terminaria em tragédia? Como evitar o amor se nenhuma poção, feitiço ou chá era capaz de impedir um coração de bater mais forte por alguém? Como continuar vivendo agora que não eram mais simples adolescentes despreocupados e rebeldes?
Eu tinha lido dois livros bem pesados em sequência ("Menina má" e "Quando ela desaparecer") e estava à procura de uma leitura mais leve. O Grupo Editorial Pensamento enviou para seus parceiros "As regras do amor e da magia" e algumas pessoas do nosso grupo de parceiros já tinham lido o livro e comentado que era uma leitura rápida e leve, então achei que seria uma boa ideia começar a lê-lo. Me ferrei! Não que o livro não seja uma leitura fluida, pois ele é, o fato é que eu não estava preparada para a carga emocional que a história iria me trazer.
Demorei um pouco para me conectar à história e para entender para onde ela iria caminhar; esse é um daqueles livros que nos conquistam aos poucos, sem que a gente perceba, e quando nos damos conta, já estamos super envolvidos com a história, torcendo e sofrendo loucamente pelos personagens. Em "As regras do amor e da magia", temos pessoas tentando evitar certos acontecimentos, mas quanto mais tentam fugir e interferir, parece que mais rápido vão de encontro ao destino.
A escrita da Alice Hoffman é fluida e agradável, dá aquela sensação de que estamos lendo uma fábula ou um conto de fadas, característica que gosto muito em livros da fantasia. A ambientação é interessante, a autora cita vários monumentos de Nova York, traz acontecimentos dos anos sessenta e setenta como pano de fundo histórico, e como se espera de um livro que fale sobre bruxas e que tenha alguns toques da religião Wicca, há muitas informações sobre plantas e suas propriedades.
"As regras do amor e da magia" tem dois elementos dos quais costumo fugir ao escolher minhas leituras: uma história que se passa em um longo período de tempo (no caso, acompanharemos os irmãos por cerca de trinta anos) e romances dramáticos onde os casais não ficam juntos no final ou são separados de forma trágica (não estou dizendo que é isso que acontece com todos os casais do livro), são duas coisas que normalmente me desagradam em livros. Mas "As regras do amor e da magia" foi uma exceção. A passagem do tempo trouxe amadurecimento para os irmãos e os mudou muito, mas não me incomodou, e eu sofri sim com os romances dramáticos e com cada perda que o trio vivenciou, mas foi uma leitura que me cativou e agradou, uma prova de que de vez em quando é bom se aventurar fora da nossa zona de conforto.
É muito raro eu chorar lendo um livro, mas confesso que com esse eu precisei fazer algumas pausas para respirar e me recuperar de certas cenas. Acredito que vocês também possam se emocionar bastante com essa leitura, ou não, afinal essa é a mágica dos livros: cada leitor vai sentir e interpretar a história de uma maneira. Para mim, esse é um livro tocante sobre crescer, sobre família e sobre essa misteriosa dúvida sobre o destino: será que o nosso já está traçado ou somos nós que decidiremos o nosso futuro?
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