A Impossível Faca da Memória

A Impossível Faca da Memória Laurie Halse Anderson




Resenhas - A Impossível Faca da Memória


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Alessandra @euamolivrosnovos 10/03/2023

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"O que era melhor: estar vivo (se essa era a palavra certa) sem se lembrar de nada, ou estar morto?"
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Hayley e seu pai estão tentando encontrar a melhor maneira de seguirem suas vidas. Ele é um veterano de guerra com muitos traumas e um comportamento autodestrutivo. Ela perdeu a mãe muito cedo e assumiu responsabilidades que não eram esperadas para sua idade.
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Em meio à depressão do pai, Hayley vai relembrando o passado estilhaçado pela dor e pelo sofrimento, enquanto procura se agarrar a qualquer esperança de salvá-lo, em uma inversão de papéis que a deixa aterrorizada.
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"Lá na borda, a rotação da Terra tinha diminuído para nos dar o tempo de que precisávamos para reencontrar um ao outro."
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Esse é um livro com grande carga de melancolia e que aborda a depressão, e como ela pode minar uma pessoa, na ausência de uma rede de apoio adequada.
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A princípio tive dificuldade de me conectar com a Hayley, pois ela é uma protagonista muito amargurada com a vida e que não dá chances de encontrar a felicidade nas pequenas coisas.
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Porém, a autora conduziu a narrativa de uma forma que eu entendi tudo o que ela estava passando e eu terminei a leitura satisfeita com a ordem dos acontecimentos, ainda que o final tenha sido mais acelerado.
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Laurie escreve com propriedade sobre o tema e mostra situações reais, que todos nós podemos enfrentar algum dia.
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Quando mergulhados em um sentimento que parece não ter fim, não percebemos que outras pessoas também podem estar buscando apoio e que elas nos enxergam como um posto seguro. Laurie, por exemplo, quase perdeu a sua chance com Finn, um personagem essencial na trama e que a ajuda a olhar sua situação de outra maneira.
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Recomendo a leitura, mesmo que ela possa gerar alguns gatilhos, pois essa história precisa chegar a quem precisar ouvi-la.

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Fernanda631 27/12/2022

A Impossível Faca da Memória
A Impossível Faca da Memória foi escrito por Laurie Halse Anderson e foi publicado em 2 de janeiro de 2014.
Como qualquer outro Young Adult, acompanhamos Hayley Kincay no último ano da escola, mas o passado de Hayley não é como de qualquer outra adolescente, ela é filha de um militar aposentado, onde ela passou boa parte da adolescência sendo educada pelo pai pulando de cidade em cidade.
Hayley é uma adolescente que está sendo submetida ao amadurecimento precoce enquanto vive em papéis invertidos com seu pai: é ela quem cuida dele ao invés do contrário. Com apenas dezessete anos, Hayley é obrigada a dar conta de tudo: da casa, da comida, da escola, do pai, da responsabilidade consigo mesma e principalmente da dor.
Hayley Kincain não se lembra muito do que aconteceu antes dela cair na estrada com o pai, aos 12 anos, dirigindo um caminhão por todo os Estados Unidos. Agora que ela está terminado os estudos e Andy achou melhor se estabelecerem em algum lugar para que ela possa terminar os estudos e se candidatar a universidade.
O ex-capitão de guerra, Andy, pai de Hayley, está se afundando cada vez mais nas terríveis lembranças que guarda na memória. Ele não para em emprego nenhum por suas crises circunstanciais, não sai e parece não querer sair de tal situação. Ele vive seus dias se entregando à bebida e a dor por ter perdido seus amigos, seus guerreiros, sua esposa, sua mãe.
Há bons dias, claro, mas desde que o pai resolveu que eles deveriam se mudar para a casa da falecida avó para que Hayley possa se formar em uma escola de verdade, os dias sombrios ficam cada vez mais comuns. Nesses dias, o pai está bêbado, ou chapado, ou os dois. E nesse estado ele se torna mais propenso a narrar pela milésima vez as coisas horríveis que viu e fez quando era um soldado, assim como gritar e afastar Hayley.
E com o pai em um estado cada vez mais terrível, Hayley preferia estar de volta à estrada, e não em uma escola estúpida que não a ensina nada de útil na concepção dela. Hayley não suporta seus colegas "zumbis" e a conselheira da escola que fica se intrometendo em suas vida e perguntando sobre seus planos para o futuro. A única pessoa que Hayley gosta na escola é Gracie, uma garota fofa e divertida, mas cuja família problemática a permite entender Hayley em um nível que nenhum dos outros "zumbis" parece entender.
Tendo um pai que sofre de stress pós-traumático e não admite isso em hipótese nenhuma, a garota precisou aprender a cuidar de si mesma e do pai, e assim se tornou uma garota retraída, com uma única melhor amiga que fará de tudo para afastar Finn de sua amiga para não perder a amizade que ela tanto estima por uma leve “besteira” que fez. Sem exatamente fazer de propósito ela os apresentou e agora Finn persegue sua amiga para que ela o ajude com um projeto que ele acredita ser bom para ela, mas Hayley não quer.
Finn é um personagem encantador, definitivamente esse personagem é ele. Um garoto que entende exatamente a necessidade de Hayley de ter o próprio espaço, mas sem forçar a barra vai mostrando que está tudo bem confiar nas pessoas.
Hayley fica com vontade de matar Gracie quando ela o apresenta a Finn, um belo garoto do time de natação que está tentando trazer o jornal da escola de volta à vida. Gracie o convenceu de que Hayley escreve bem e Finn não a deixará em paz até que ela escreva algo para o jornal. Apesar de odiar o jeito com que ele está sempre fazendo perguntas e vendo todas as emoções que ela tenta esconder, Hayley também começa a apreciar a inteligência de Finn e seu humor peculiar. Mas como ela pode se deixar envolver em um romance adolescente quando as coisas na sua casa estão desmoronando? E, pior do que isso, como ela vai encarar as memórias obscuras e doloridas que ela se esforçou tanto para esquecer, mas que parecem vir cada vez mais a tona desde que ela chegou a cidade?
É para Hayley terminar os estudos e só por isso que eles retornam para a cidade natal de Andy, morando na casa que fora de sua avó, e tentam estabelecer uma rotina. A princípio, a garota acha que estar de volta ao lar de infância possa fazer bem ao pai, mas conforme o tempo passa e o passado começa a alcançá-los, Hayley fica sem saber até quando eles aguentarão.
Além disso, a narrativa da Laurie é muito fluída, os acontecimentos se costuram muito bem, sem ficar forçado ou surgir do nada e desaparecer. Toda cena tem uma função bem definida e não teve nenhum momento que eu fiquei "tá, mas o que isso quer dizer? Ou qual vai ser a contribuição disso para a história?".
A Hayley foi a minha personagem preferida. Ela é complexa, e ao mesmo tempo simples. Ela tem um terrível medo de abandono e está constantemente tentando salvar o pai, além de ser extremamente afetada pela doença dele. Hayley vive em alerta constante e se culpa muito quando baixa a guarda e algo acontece. Ela não teve tempo para ser uma criança e uma adolescente normal, e a gente vê isso nos trejeitos dela, na forma como se relaciona e enxerga o mundo, no sentindo de "somos nós contra o mundo" que ela exibe.
O Andy, pai da Hayley, também tem um papel muito importante. Ver ele afundando na depressão, no álcool, sucumbindo ao TSPT (transtorno de estresse pós-traumático) foi triste. Os dias bons e os dias muito, muito ruins, e a forma como tudo isso afetava a filha dele. Apesar de já esperar gostar muito do livro, A Impossível Faca da Memória foi diferente do que eu estava esperando e me surpreendeu muito. Positivamente, aliás.
Começo dizendo que esse é um livro difícil de ser lido, pelos trechos com carga dramática pesada, e os gatilhos podem agravar isso para algumas pessoas. Mas a Laurie conduz o livro com maestria, ela utiliza uma narração singela, mas carregada de temas importantes, e o melhor ainda, é que sem romantizar esses assuntos, mostrando todos os lados, e as consequências dos transtornos para as pessoas e para quem convive ao lado delas.
No momento que estamos é muito importante falar sobre algumas doenças que são muito comuns nas pessoas hoje em dia, como a depressão, que ainda é tratada de modo leviano por muitos. Aqui também é abordado o TSPT (transtorno de estresse pós-traumático) e muitos outros temas complicados.
Mas mais do que doenças, a Laurie mostra os sentimentos das pessoas, como elas agem em frente a situações complicadas, como a amizade e amor pode mudar e muito a vida de uma pessoa. Às vezes, eles estão ali pedindo ajuda e você apenas finge que não vê.
A proporção entre drama e auto descoberta é perfeita, Hayley tem um humor ácido que nos faz rir mesmo em momentos de tensão, ela luta contra a zumbificação dos outros adolescente na escola. Hayley Kincain não é como os "zumbis" da sua escola, adolescentes com vidas tediosas e seguras que apenas aceitam tudo o que lhe dizem para fazer.
Todos os personagens secundários apresentam dramas em paralelo que compõe quadros bem da vida cotidiana, o que nos aproxima bastante da realidade.
A Impossível Faca da Memória não é uma obra fácil de ler e, para quem está em um momento de fragilidade, não acho ser uma leitura indicada. O livro traz cenas pesadas e tensas que podem acabar sendo gatilho. A obra não suaviza a luta do pai da protagonista com a própria saúde mental. Em grande parte do livro Andy está intoxicado e agindo de forma violenta. Contudo, isso é um ponto positivo para a obra A Impossível Faca da Memória, já que mostra de forma crua e chocante o impacto da guerra em uma pessoa. O livro não romantiza transtornos mentais e, apesar de não usar tais nomes, mostra bem como é difícil para alguém com Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Depressão e Ansiedade colocar sua vida de volta nos trilhos.
O mais inteligente de A Impossível Faca da Memória para mim é como demonstra que tais transtornos causam um efeito em cadeia dentro do núcleo familiar, já que assistir o pai se deteriorar ao longo dos anos causou a Hayley traumas e cicatrizes igualmente difíceis de curar.
Mais do que saúde mental e ciclos de violência (psicológica), A Impossível Faca da Memória também explora as temáticas da co-dependência emocional entre Hayley e o pai, assim como o luto de Andy por tudo o que perdeu na (e por causa da) guerra, o vício em álcool e drogas e outros comportamentos autodestrutivos e até mesmo suicidas.
O livro mostra como é difícil pedir ajuda, tanto para Andy quanto para Hayley, e a sensação de desconexão do resto do mundo em uma pessoa que há anos luta com transtornos mentais.
Mas, nem todas as temáticas da obra são negativas. A Impossível Faca da Memória também explora o amor e a lealdade entre Hayley e seu pai, a amizade sincera de Hayley e Gracie, assim como o jovem, mas poderoso, amor da protagonista com Finn.
O título num primeiro momento pode parecer bem enigmatístico, eu tentei entender o que aquilo queria dizer sobre a história, mas aos poucos fez completamente sentido, Hayley não lembra muito bem como era a vida antes de sair com o pai por várias e várias cidades, as lembranças da infância com a madrasta são todas meio nebulosas e sempre nos faz questionar o quanto a realidade é realmente como lembramos quando passamos por perdas, abandonos e traumas.
Nessa história tem espaço para você se revoltar com o Andy (onde já se viu um pai desistir de tantas maneiras de uma filha), tem espaço para chorar e cuidar dele, tem espaço para gritar com a Hayley e mostrar que nem sempre podemos resolver tudo sozinho, tem espaço para suspirar com os primeiros amores. Esse é sem dúvida um livro cheio de emoções, uma montanha russa cheia de perigos e crescimento.
A história do pai de Hayley foi tão real que senti vontade de sacudi-lo e ao mesmo tempo de acolhê-lo. E, lá para frente, quando algo mais acontece e que acaba por destruir mais um pouco a alma desse homem, chorei.
A impossível faca da memória é um livro que aborda a vida de pessoas com transtornos e como modifica quem a tem e quem as cerca, nós mostra como é difícil para as pessoas pedirem ajuda, e como você deve sim, prestar atenção a sua volta, e oferecer toda a ajuda, nem que seja um abraço para quem precisa.
Uma leitura muito necessária para todos terem uma outra visão sobre as pessoas.
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Denise.Marreiros 15/09/2020

Esse é um livro que te faz pensar sobre a influência que nossos pais exercem sobre nossas vidas, e o quanto não temos controle sobre essa influência, nos resta apenas lidar com ela seja positiva ou negativamente. .
Não foi uma leitura que me pegou desde o início, Hayley não foi uma personagem que me cativou imediatamente mas aos poucos isso foi mudando.

Hayley não teve uma infância normal e também não tem uma adolescência tranquila, ela se vê obrigada a cuidar do seu pai bêbado e depressivo o que a faz se acostumar a viver um apenas dia de cada vez sem perspectiva de futuro. Mas tudo isso muda quando o pai decide voltar a sua cidade natal e recomeçar a vida. .
Com esse recomeço inesperado e precisando se adaptar de qualquer maneira Hayley se assusta com o que tudo isso trás à tona, memórias de uma vida que ela havia esquecido. Essas memórias podem prendê-la ou liberta-la.

É muito bom ver a evolução da personagem, sua trajetória dolorosa mas necessária,dadas as devidas proporções se assemelha muito com a de adolescentes da vida real, com personagens reais e interessantes que precisam sobreviver a seus problemas e crescer.
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Paty 17/02/2022

Um livro que consegue ser fofo, delicado e ao mesmo tempo triste.
Gostei bastante da hayley ela é uma personagem maravilhosa. O que mais me incomodou foi como a leitura é arrastada e parece q nunca nada acontece.
A escrita e a personagem cativante foi o que salvou o livro pra mim
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Thauanni 08/03/2023

Gostei, mas não foi perfeito...
Eu estava animadíssima pra essa leitura. É sobre um tema que eu me interesso muito, pessoas que voltam da guerra com estresse pós-traumático, e ia ter a relação de pai e filha. Eu tinha certeza de que ia amar e sofrer muito...mas eu só gostei.

A trama é legal, tem uns momentos em que o baque é forte, mas eu queria era uma dramão familiar, o pai sofrendo e a filha tendo que cuidar de tudo na casa. E o mais doido é que o livro é desse jeito, mas fraco. Bem fraquinho. A autora colocou uma outra coisa envolvendo uma mulher que fez parte da vida da Hayley e que a abandonou quando criança e agora tá de volta, tudo isso achei sem necessidade. E essas subtramas sem sentido aconteceram muito, na verdade.

A autora coloca a história e os problemas de um monte de personagem e não se aprofunda em nenhum deles. Tem o Finn, toda a questão da irmã dele e talz, mas isso não é aprofundado. A melhor amiga da Hayley, quem tem a típica família que é perfeita por fora, mas na realidade é um inferno, com pais se separando e um não querendo que o filho pequeno possa ver o outro só pra provocar, esse tipo de coisa. Essa menina ainda toma os remédios da mãe escondido, pra poder se acalmar e isso é largado e esquecido no livro. Acho que a autora quis trazer um monte de temas pesados, mas não conseguiu desenvolver nenhum direito.

Mas o livro é bom, a leitura é bem rápida e com capítulos curtos. Gostei dos personagens, mas nem tanto assim. Tem frases muitos boas, o casal é até bem legal, mas é só. Não tem muito o que falar, só é legal. Com certeza vai ter pessoas que vão amar, mas não rolou tanto assim pra mim.
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MaLu 15/04/2021

O final deixou a desejar
O livro é muito bom. A escrita da autora me prendeu completamente. O assunto abordado é muito importante e mostra os traumas deixados por uma guerra que é lutada por soldados inocentes por causa da ganância dos chefes de governo. Em muitos momentos senti raiva dos personagens e precisei parar a leitura e analisar suas ações do ponto de vista deles, levando em consideração seus traumas e vícios, para enfim poder compreender que tais ações não eram apenas fruto de mal comportamento, mas sim de todos os acontecimentos e traumas sofridos.
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Ana 13/07/2021

Medo do passado
A história retrata bem como o medo e experiências traumáticas que nos impedem de viver o presente. Refleti bastante sobre a finitude da vida, porém senti a falta algo mais pra que me ligasse à narrativa.
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Evelyn.Neto 20/09/2021

Recomendo bastante a leitura. Fala sobre a história de uma menina e seu pai que passam por algumas ?turbulências?.
Conta sobre como ela leva a vida, lida com situações difíceis, relacionamentos?
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Bruh 18/04/2024

No começo não gostei, achei confuso e meio clichê, aqueles romances típicos dr 2 adolescentes q se odeiam e bla bla bla, mas quando a história te pega vv vê q não é nada disso, é linda, triste, da vontade de pegar a Halyley num porinho e cuidar com todo carinho
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RR 06/07/2021

Sirvo um cérebro humano para que os zumbis saceiem sua fome
Sirvo um cérebro humano para que os zumbis saceiem sua fome... E aqui vai o meu em um formato curto e contudente ?

O cérebro humano em algum ponto é um cérebro zumbi, a diferença está apenas na " faca da memória que o corta, que nos faz humanos e nos fere do transe em que nos encontramos, sangrando nossas memórias e segredos, saciando assim, a fome de nós mesmos.

Faço reflexões, poemas e desenhos sobre o que leio e sobre as questões que residem e reinam em mim, sempre tentando intercalar com conceitos psicanalíticos ou da psicologia em geral ( ciência que estudo). Se alguém tiver interesse, procure por @psychemrophosis_em_cores_ e venha colorir a escuridão comigo.
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Larissa3666 22/05/2020

Uma história sobre a relação de pai e filha
Li esse livro de uma só sentada e ele foi o gás que as minhas leituras estavam precisando! Não é um livro perfeito, estranhei várias questões na tradução, além dele ser até um pouco relapso quanto a várias questões levantadas na história, mas acho que o que fez ele ser tão bom pra mim foi tanto a escrita da autora (bem fluida) quanto ao meu apego aos personagens (apesar da Hayley, que é a personagem principal do livro e a narradora também, não ser tão tragável assim mas considerando que ela é uma adolescente relevei).
Um dos pontos mais fortes da história é o desenvolvimento da relação da Hayley com o pai dela, e apesar de ter visto em outras resenhas que algumas pessoas sentiram que essa relação e o problema psicológico dele não terem sido desenvolvidos de forma apropriada pela autora, eu não tive esse problema, tendo me incomodado só com as pontas soltas que foram deixadas com relação aos personagens secundários cercavam a Hayley.
De toda maneira, fiquei muito curiosa pra ler as outras histórias da autora, que pelo que eu vi são bem avaliadas e também trazem assuntos psicológicos interessantes, como nesse livro.
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Isadoraferr @umlivronachuva 18/06/2020

Esperava mais
Achei o livro muito parado, a escrita da autora é muito boa e simples, mas acho que poderia ter mais desenvolvimento, achei que ficou girando só na mesma coisa o livro inteiro.
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JoiceAlfonso 09/07/2020

"A alma dele ainda está sangrando. Isso é muito mais difícil de curar do que uma perna ferida ou uma concussão cerebral."
A trama se desenrola pelo ponto de vista de Hayley Kincain, uma jovem que passou os últimos cinco anos viajando de caminhão com seu pai, Andy, enquanto fugiam dos traumas do passado, e agora tem que se acostumar a tentativa de uma vida dentro dos padrões. Mas a verdade é que se as memórias já os perseguiam enquanto estavam em constante movimento, não será um endereço que as fará desaparecer.

A guerra nunca saiu da mente de Andy, os flashes terríveis e tormentos constantes são borrados pelo álcool e as drogas que ele consome mais a cada dia, e a Hayley, uma garota que nunca teve um lar realmente estruturado, cabe a visão do pai se afundando sem querer ser resgatado.

Quando o passado é posto a mesa, o presente dessa família se desfaz com um sopro, e não parece mais existir qualquer perspectiva de futuro.

...

Hayley vê as pessoas ao seu redor como zumbis, como farsas de si mesmas, presas em suas vidinhas perfeitamente planejadas e iguais a qualquer clichê adolescente. Ela repudia toda aquela falsa perfeição que rodeia os jovens e suas famílias bem-estruturadas. Mas é incrível ver como a autora apresenta com pequenos toques que todo mundo tem problemas, toda família passa por tormentos e que, quando você pensa se destacar por ir contra uma vertente, descobre que está sendo igual a muitos outros também. A verdade é que cada pessoa quer se sentir única e especial, mas todos vivemos nesse mesmo mundo louco, cheio de dor e caos, e acabamos por carregar dores não apenas nossas, mas das pessoas que amamos também.

"Apesar das minhas melhores intenções, eu começava a entender como meu pai via o mundo. As sombras que perseguiam cada ser vivo. Os segredos dentro das mentiras, as mentiras dentro das fachadas hipócritas"

Desde o início da história há uma lentidão proposital que passamos durante os momentos de agonia dos personagens, onde parece que damos voltas e voltas pra chegar sempre no mesmo ponto com a relação de pai e filha se deteriorando ainda mais, bem como suas próprias vidas. Mas o final destoa muito, com acontecimentos que fazem tudo acelerar rápido demais. Minha visão sobre essa estrutura foi que sempre houve urgência ali, mesmo nas partes lentas que andavam em círculos, onde os personagens se afundavam mais nos problemas, e aquela apatia e fuga das resoluções os levou a um encerramento tão conturbado e que precisou fazer a trama correr a ponto de simplesmente ficar parecendo que faltou alguma coisinha ali.

"A alma dele ainda está sangrando. Isso é muito mais difícil de curar do que uma perna ferida ou uma concussão cerebral."

Esse foi um livro jovem-adulto que cumpriu seu papel em trazer questionamentos difíceis e válidos, e que apresentou consequências, mas tinha potencial para se aprofundar mais, mostrar mais e deixar menos coisas implícitas ou por imaginar.

O romance, que foi muito empolgante pra algumas pessoas, pra mim foi apenas gostosinho de acompanhar. Mas teve sua relevância ao mostrar o quão traumatizada Hayley estava. A ponto de não querer e, talvez nem saber, como gostar de alguém e, principalmente, como confiar.

Essa história me pegou de surpresa. Não esperava encontrar tanta coisa aqui, onde uma filha assume muitos dos tormentos do pai, e os papeis se invertem, mesmo sendo visíveis as atitudes de uma adolescente perdida. Tem tanta coisa significativa, tanta coisa pra se falar e discutir e escancarar pro mundo que deveria não apenas ver, mas realmente enxergar e cuidar.

"Engoli o medo. Ele está sempre lá, e ou você se mantém na superfície, ou se afoga."

Resenha feita para o ig literário @aruivalendo

site: https://www.instagram.com/aruivalendo/
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