Cidade das Garotas

Cidade das Garotas Elizabeth Gilbert




Resenhas -


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Adrielle 28/02/2022

Quase um filme narrado
Muito bem estruturado. Tem personagens bem construídos e tão cheios de detalhes que você termina achando que são pessoas reais.

Ver Vívian Moris deixar de ser aquela menina ingênua do interior e se transformar numa mulher muito interessante de NY é maravilhoso! Uma mulher definitivamente muito à frente do seu tempo.

O único porém, pra mim, é que por vezes esses mesmo detalhes que fazem você entrar na história, foram em demasia e a leitura ficou um pouco cansativa. Talvez apenas não seja meu estilo.
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Maria 16/02/2022

a história de Vivian Morris
Desde o início da história é criada uma expectativa quanto a quem é o pai da Ângela, e pessoalmente imaginava que o livro focaria no seu romance com a viv, mas fui surpreendida da melhor forma possivel. Essa não é uma história de romance, é a história de Vivian Morris, e toda sua jornada de amadurecimento. Trata de assuntos leves e sérios, sendo a primeira metade do livro e a segunda de tons completamente diferentes devido a segunda guerra e todas as suas consequências. Meu primeiro livro favoritado de 2022, com gosto.
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andrealog 12/02/2022

Porque a vida não é plana
Em tempos de julgamentos rápidos sobre a vida alheia, essa história linda sobre mulheres fortes, sensíveis, que nadavam contra a corrente nos ensina uma grande lição: a vida não é plana, as pessoas não são sempre legais ou malvadas, a gente aprende com erros e nem sempre dizer ?me desculpe? resolve tudo! Maravilhoso!!!!
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Isabella.Wenderros 11/02/2022

Talvez já tenha encontrado a melhor leitura de 2022.
No 1º capítulo, Vivian recebe uma pergunta de Angela, com quem trocou apenas 3 cartas ao longo dos anos: “Agora que a minha mãe faleceu, você poderia me dizer o que foi para o meu pai?”. Para responder, a protagonista decide contar sobre os acontecimentos que cruzaram vários destinos ao seu, inclusive o do pai de Angela.

Em 1940, Vivian Morris é enviada pelos pais para viver com a tia em Nova York. Filha de uma família de classe média alta, a vida que ela sempre conheceu foi a dos colégios internos, mas nunca se sentiu parte daquela comunidade. Quando chega na cidade onde tudo é intenso, quando conhece pessoas diferentes de todas com as quais já conviveu, percebe que se encaixa bem no meio daquele pequeno caos.

O ponto de partida e o de chegada não poderiam ser mais diferentes: de uma cidade pequena para uma metrópole; de uma casa silenciosa para um teatro decadente na Broadway, o Lily Playhouse, propriedade de Peg Buell, sua tia excêntrica. Com Célia, uma corista que se torna sua colega de quarto, Vivian descobre a noite de NY, cheia de bebidas, festas e muito sexo.

Esse livro foi um mergulho no desconhecido, não sabia nada sobre ele. Imediatamente percebi que existiam três coisas das quais gosto muito: histórias ambientadas em Nova York, histórias ambientadas na Nova York no século 20 e narradores já na velhice falando sobre o passado. A escrita de Elizabeth me envolveu e criou uma ambientação tão vívida que eu poderia estar na frente da TV – literalmente consegui enxergar as roupas, ouvir as risadas, sentir as texturas.

Se a narrativa me conquistou, não pude dizer o mesmo sobre a protagonista. Por boa parte da leitura eu não me conectei com Vivian, não me importei com ela. Cheguei a pensar em abandonar, mas no capítulo seguinte um personagem surgiu e as páginas foram viradas rapidamente. Quando Billy Buell aparece no Lily Playhouse trazendo seu charme e mexendo com todo mundo, as coisas ficaram mais dinâmicas. Depois que Cidade das Garotas é montada e vira um sucesso, senti que a história tinha realmente começado. Como consequência das emoções que a peça desperta, Vivian comete um grande erro e foi quando a chave virou e a protagonista me ganhou. Após Pearl Harbor, a Segunda Guerra Mundial também se faz presente e afeta todos os personagens.

O modo como a personagem conta sua vida é de uma sinceridade arrebatadora! Com seus 90 anos, Vivvie é segura de si, de seus erros e acertos, paixões e desejos. Ela não passa a mão na própria cabeça, mas também não se envergonha de quem é ou se recrimina eternamente sobre coisas não podem ser mudadas. Ela é forte, sagaz e divertida – essa leitura me tirou vários sorrisos, de verdade. Outros personagens também são excelentes, como Marjorie, Peg, Olive e Frank, mas Vivian brilha.

Já disse em outras resenhas que acho difícil escrever sobre um livro quando sou conquistada mais profundamente. Cidade das Garotas foi um flerte a cada página, demorou em me arrebatar, mas quando conseguiu... Estamos em fevereiro de 2022, muita coisa pode mudar, mas digo com segurança que essa pode ter sido minha melhor leitura do ano.
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Luiza 11/02/2022

Que livro maravilhoso!
A história começa em 1940 e vai até os dias atuais, passando por momentos históricos como a Segunda Guerra Mundial, e ver as mudanças na sociedade ao longo das décadas é muito legal. Vivian, ao contrário do que Edna chama ela, é sim muito interessante, e acompanhar toda a sua história foi muito divertido.
O livro lembra ?Os sete maridos de Evelyn Hugo?, então para quem gostou, provavelmente vai gostar de Cidade das Garotas.
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Patricia.Cerutti 07/02/2022

Ah! Não foi fácil. Não, não. Não estou falando da história da Vivie. Ela até que teve uma vida mais ou menos fácil, afinal morava em Nova York (quem não gostaria). A leitura desta história não foi a que mais me prendeu, e o livro se tornou um pouco cansativo.?
Mas a Vivie?!?! Ah! Ela não se cansou em ter uma vida muito ativa aos 20 anos, morando com a tia, num decadente teatro, e dividindo a cama com uma corista. E assim a vida ia sendo vivida. Um dia de cada vez. Ah! Mas ela não trabalhava nos palcos, e sim atrás das cortinas, como figurinista.?
Até que Bill volta e decide que pode dar vida a uma personagem inglesa numa história americana. Afinal, não podemos esquecer que a história toda se passa entre guerras... até os anos 70.?
Mas Vivie era muito ingénua apesar de toda sua expertise. E foi esta ingenuidade que a colocou numa ?roubada?. E somente Olive poderia salvá-la.?
E com a chegada da segunda guerra, Vivie usa o que sabe fazer de melhor para continuar sua vida na Big Apple. Costurar! E então sua vida toma um rumo tranquilo, casual e centrado em si mesmo. Até que ela se vê apaixonada mas sem poder realizar esse amor.?
Ah! E Ângela?!?! Ela sim é o motivo deste livro. A cidade das mulheres retrata uma mulher, contando para outra mulher, sua história, sua experiência de vida. Mas principalmente, este livro trata de uma mulher nada convencional já nos anos 20, mas nos mostra o quanto essa mulher nos representa hoje em dia. ?
A cidade das mulheres foi um livro escrito para nos mostrar que tudo tem lugar neste mundo. E que para todos há sempre um lugar ao sol...?
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Fran 02/02/2022

Uma grande história
Um livro cheio de história e muito bem ambientado, acompanhamos a vida de Vivian como expectadores de um show. Como muita reflexão, sarcasmos e contextualização história podemos conhecer não só os acertos, erros e prazeres da vida da personagem, como uma descrição completa da cidade de Nova York durante várias décadas.
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Lauren / Biblioteca de Lilith 31/01/2022

Arte, sororidade e autoconhecimento
Cidade das garotas foi uma história bem delícia de ler. Primeiro porque grande parte dela é ambientada num teatro, rodeada por artistas, com a produção de espetáculos, cenas de bastidores e a personagem principal se descobre uma figurinista de mão cheia nestas vivencias. Só por essa premissa eu já estava conquista.

Segundo porque o livro conta sobre o processo de autodescoberta, amadurecimento e buscas de uma personagem bastante interessante, que em meio a acertos e erros vai encontrando seu caminho. Além disso, nestes percursos ela também encontra em outras mulheres amparo, inspiração, amizade e parcerias.

A leitura é super gostosa e leve do início até o meio mais ou menos. Em várias partes eu estava super envolvida e não queria parar de ler. Mais pro final o livro fica um pouco mais denso, com acontecimentos mais dramáticos e ganha outro tom.

A autora escreve muito bem e a história é cativante. Lembra um pouco a vibe de Os Sete Maridos de Evelyn Hugo e Daisy Jones and the six. Acho que talvez estes livros possam até ter inspirado na criação desta história. Quem sabe...
Super indico a leitura.

"De qualquer modo, a certa altura da vida de uma mulher, ela se cansa de sentir vergonha o tempo inteiro. Então está livre para se tornar quem é de verdade"

"Essa foi uma das maiores surpresas da minha vida - o afloramento do amor e do senso de proteção por todas mulheres que vestia para o casamento. (...) Mas nunca teria previsto o maior benefício que aquele negócio traria: a onda de carinho e ternura que eu sentia todas as vezes que outra futura noiva nervosa cruzava a soleira da porta e me confiava sua preciosa vida"

"Foi no telhado da nossa pequena butique de noivas que descobri essa verdade: quando as mulheres se reúnem sem os homens por perto, elas não precisam ser nada específico: podem apenar ser "
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bearittz 30/01/2022

Cativante!
Esse livro é uma ótima opção para quem gosta de histórias em cidade grande, sobre cultura americana (mais especificamente nova iorquina), estrelas de cinema, boatos sobre celebridades, clubes, teatros, moda, música, etc.
Gostei muito do modo como os personagens foram desenvolvidos, de como os cenários foram descritos com tantos detalhes e de como a autora escreve com entusiasmo.
Em certo ponto da história, até eu queria morar em Nova Iorque!
Um ponto que devo também mencionar é como a história parece real e ao mesmo tempo fictícia. O que acontece poderia ser facilmente caracterizado como clichê e fantasioso, mas isso não acontece. A autora traz vivacidade à história. É como se ela tornasse única uma vida que muitas pessoas já viveram.

Minha única ressalva foi o final. Não que tenha sido ruim, muito pelo contrário aliás: foi um belo desfecho. O que acontece é que o leitor sente que o ápice do livro, o conteúdo mais valioso, é a juventude de Vivian. Então, já nos 70% do livro, quando essa juventude começa a desaparecer, o livro toma uma áurea de desfecho que ainda perdura por 30% da história, dando a impressão de que o livro nunca acaba;
Usando uma referência que faz jus ao livro: como num espetáculo, em que logo após (o que você acha que é) a cena final, vem outra com ar ainda mais de encerramento, e mais outra, e mais outra. E o espetáculo, que tinha sido maravilhoso, se torna cansativo, e você não vê a hora de terminar pra absorver tudo que viu.
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Kayla 19/01/2022

QUE LIVRO!
se eu disser que não li esperando um Evelyn Hugo 2.0 é mentira. a história no começo é bem parecida, até os nomes de alguns personagens mas ao longo do livro você ver como ele é único. a escrita, os detalhes da autora, o quanto ela se informou sobre aquela época é INCRÍVEL, alguns atores que realmente existiram aparecessem, a linha do tempo de como ela sabe, de como ela estudou sobre. a visão da protagonista e a sinceridade dela sobre a segunda guerra mundial, pós e antes. a realidade de como se vivia nos anos 40, o quanto a Vivian era MUITO, o quanto ela não servia pro padrão criado naqueles anos. e que protagonista meu deus, ela sabe que ela é bonita, ela sabe o poder que ela tem, ela sabia que era privilegiada, ela sabia q ela tinha oq muitas pessoas daquela época não podia ter, e ela era sincera quanto a isso, a Vivian não ?se fazia de besta?. o livro mostra o amadurecimento dela, mostra em como ela errou e que ninguém nunca foi dono da razão, a vida vai te dar tapas na cara, as pessoas que você ama, a vida vai fazer ter uma reviravolta. em nenhum momento eu enxergo esse livro como romance, eu enxergo nele somente A Vivian, uma jovem imatura, rica, que não tinha noção de nada da vida como muita gente por aí, mas ela aprendeu, ela era realista. a escrita da autora é impecável, mesmo os capítulos sendo grandes quando você acaba um vc quer continuar, vc precisa de mais. de verdade, eu passaria horas falando sobre esse livro, não é um livro muito conhecido e eu nem sei se quero q seja pq vou sentir ciúmes (tô brincando kkkkkkkkkkk). eu fiquei fascinada sobre esse livro, eu esperava uma cópia de os sete maridos de evelyn hugo, e eu recebi algo completamente diferente e INCRÍVEL como eu nunca li. Elizabeth Gilbert, depois desse livro, se vc quiser o mundo eu te dou ?
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Lifesto 09/01/2022

A vida fútil de Vivian Morris
Sim! Vivian Morris teve uma vida "fútil". A protagonista atravessou uma das épocas mais sangrentas da história da humanidade, por isso podemos considerar que os problemas que enfrentou durante a sua jornada supérfluos. Entretanto, que história interessante!
A protagonista é extremamente profunda, ao final da leitura você se sente um amigo de longa data de Vivian, conhece seus medos, suas experiências, aprendizados, sentimentos, filosofias de vida e receios mais profundos. A história é tão bem feita, que é estranho pensar que é apenas uma ficção. A forma pouco romantizada com que a autora construiu o enredo deixa um amargo gosto de realidade durante a leitura. Além disso, você se vê alienado, depois de alguns parágrafos, é possível se sentir em Nova York acompanhando todas as aventuras e desventuras de VIvian Morris
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Sara 03/01/2022

Quando comecei este livro estava a passar por uma reading slump. Eu tinha acabado de abandonar um livro que não estava a gostar e estava à espera que City of Girls me salvasse. Na verdade, salvou.

A primeira metade do livro tendeu mais para o lado "engraçado". Eu estava a gostar, mas não tanto quanto esperava, para ser honesta. Talvez por causa da minha falta de interesse em ler (porque reading slump), não sei, mas senti que algo estava a faltar. As minhas expectativas estavam muito altas porque só ouvia coisas incríveis acerca desta ficção histórica. A segunda metade do livro já foi mais emocionante e comovente.

Este livro aborda importantes tópicos de conversação, tal como a sexualidade, o empoderamento feminino, principalmente neste período da história, a emancipação, o quebrar dos padrões e das regras. O comportamento imprudente e impulsivo quando somos jovens, sem pensar nas consequências dos nossos atos. Mas às vezes também achei a personagem principal um pouco presunçosa (ou talvez tenha sido apenas impressão minha).

No entanto, temos que chegar até às últimas 100 páginas do livro para finalmente descobrir quem é o pai da Ângela. Ângela pergunta-lhe sobre sua história com o seu pai, mas em vez disso ela fala mais sobre a sua própria história do que realmente sobre o seu relacionamento com o homem.

No geral, gostei do livro. Sinto que às vezes os livros de ficção histórica vêm com o rótulo de "chatos" associados a eles, mas não acho que este seja o caso. Na verdade, até foi divertido às vezes. Não sei se considero estas 4 estrelas gordas, mas é o que vou dar por agora. 3,75 estrelas, talvez? Ainda estou a ponderar. Também recomendo este livro porque acho que muitas pessoas vão gostar.
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Nathy.Braganca 20/12/2021

Cidade das garotas
Gostei muito da leitura. Ela é fluida, dinâmica.

Achei interessante que a forma de escrever não me lembra comer, rezar e amar
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Cami.Leal 17/12/2021

Esse tem dois momentos, um que a gente foi "uhul, diversão" e depois pura agonia e aflição. Tudo pra mim acompanhar a história dessa mulher.
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Leidianaa 14/11/2021

Cidade das Garotas é o último lançamento de Elizabeth Gilbert, autora de Comer, rezar e amar. O romance se passa na Nova York dos anos 40 e acompanha a trajetória de Vivian Morris, uma garota de dezenove anos que se muda para essa cidade após ser expulsa da faculdade.

No início da narrativa, Vivian recebe uma carta de Angela, filha de um antigo amigo seu, que questiona sobre a verdadeira natureza da amizade entre Vivian e seu pai. A partir disso, em uma carta de resposta à filha do seu amigo, a protagonista começa a narrar a história da sua vida desde quando deixou a escola para se mudar para Manhattan até o seu momento presente, já uma senhorinha idosa.

Assim, conhecemos a Vivian de dezenove anos, uma garota apaixonada por moda, que não tinha muita perspectiva sobre seu futuro na faculdade e que estava animada com a ideia de passar uma temporada em Nova York junto de sua tia Peg, dona de uma companhia de teatro na cidade.

Ao chegar ao teatro Lily Playhouse, a protagonista descobre que sua tia está falida e que a companhia de teatro mal paga as próprias contas, se sustentando com espetáculos baratos de números de canto e dança simplórios. Nesse arranjo, passamos a acompanhar o dia a dia nessa companhia teatral, no qual Vivian logo é integrada ao descobrirem seu talento com a costura.

"Se parece que estou desmerecendo as produções do Lily, não estou: eu as adorava. Daria qualquer coisa para me sentar no fundo daquele velho teatro podre e ver um daqueles espetáculos outra vez. Na minha cabeça, nunca houve nada melhor do que aquelas revistas simples e entusiasmadas. Me faziam feliz. Eram concebidas para deixar as pessoas felizes sem obrigar a plateia a se esforçar demais para entender o que estava acontecendo. Conforme Peg aprendera na Grande Guerra, quando produzira divertidas sátiras de canto e dança para soldados que tinha acabado de perder um membro ou cuja garganta tinha sido queimada por gás de mostarda: Às vezes as pessoas precisam pensar em outra coisa."

Nesse cenário, Vivian se sente pela primeira vez em um lugar onde pode ser ela mesma sem medo das amarras da sua família. Ela logo faz amizade com Celia, uma corista belíssima da companhia que a leva para conhecer a noite de Nova York. Vivian se apaixona pela cidade e suas diversões. Nesse contexto de festas regadas a álcool, Vivian tem o despertar da sua sexualidade e as suas únicas preocupações são achar roupas em uma bazar perto do teatro para que ela possa utilizar como figurino e aproveitar ao máximo as suas noites.

"Na minha opinião, Celia Ray era a perfeição. Era a própria essência da cidade de Nova York, uma combinação fulgurante de sofisticação e mistério."

No entanto, após cometer um erro que a afasta do Lily Playhouse, a protagonista descobre que mesmo as coisas que ela ama podem se tornar fonte de uma grande dor.

"É fácil ser sensata depois do acontecido. Mas qual é a finalidade de ter vinte anos se não cometer erros grosseiros?"

Vivian é a narradora que está relembrando o passado para contar a sua história, talvez tenha sido esse o motivo que eu senti um distanciamento da Vivian de dezenove anos em relação aos acontecimentos do seu dia a dia no teatro. Como se existisse um véu fino entre os sentimentos da Vivian do passado e a narrativa. Isso fez ela parecer mais uma observadora do cotidiano do Lily do que uma participante efetiva.

Apesar disso, foi muito divertido acompanhar a Nova York dos anos 40 pelos olhos da Vivian, foi maravilhosa ver como ela não se prendia a amarras de falsos moralismos e aproveitava ao máximo todos os momentos. Também foi importante acompanhar a perspectiva de uma protagonista sexualmente livre, que não tinha falsas ilusões em relação ao sexo como diversas outras protagonistas dos inúmeros romances que lemos diariamente. Em Nova York, lugar onde um turbilhão de pessoas gostam de aproveitar as melhores sensações da vida, Vivian se encaixou perfeitamente. Contudo, mesmo com essa liberdade aparente, a autora narra o machismo da sociedade em diversos momentos da obra. O perdão aos erros dos homens e a condenação de mulheres pelos mesmos erros estava presente nos anos 40 e perdura até os dias atuais.

Eu senti uma conexão muito especial com a Vivian, com os erros dela, com seus amores, seus acertos. As quatrocentas páginas passaram voando graças a essa conexão e ao cenário que a autora criou para esta obra. A inebriante Nova York antes e depois da Segunda Guerra. E apesar do romance focar na história da Vivian, também podemos ver os estragos da guerra no mundo, o racionamento de comida, as perdas de familiares, o impacto psicológico do combate à saúde física e mental dos soldados. E não obstante, também temos uma leve pincelada sobre as dificuldades da vida materna no século passado.

"Eu estou esgotada (...) Mas amo tanto esse menino que às vezes acho que vou partir ao meio. É esse o truque sujo? É assim que eles obrigam as mães a destruir a sua vida pelos filhos? Fazendo com que elas os amem tanto?"

Cidade das Garotas foi o primeiro livro da Elizabeth Gilbert que eu li e me deixou um gostinho de quero mais em relação a autora, embora tenha gostado mais da segunda metade do livro, ainda assim, valeu muito a pena ter conhecido a trajetória da Vivian e aprendido diversas lições junto com ela.

"De qualquer modo, a certa altura da vida de uma mulher, ela se cansa de sentir vergonha o tempo inteiro. Então está livre para se tornar quem é de verdade."
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