Bruno T. 27/04/2010
Bom início, meio arrastado, final ruim
Mais uma vez acabei sendo enganado pelas críticas e resenhas:"Eu mato" é um livro decepcionante.
O começo até que é bom e prende a atenção: bem escrito, personagens interessantes, um crime misterioso.
Lá pelas páginas 90 a 100, a trama começa a ficar lenta e arrastada, com o autor exagerando na descrição (do que ele entende ser) dos perfis psicológicos das personagens. Os crimes se repetem, os clichês e os lugares comuns também, incluindo heróis de caráter e vilões sem, sentimentalismos, incesto e amor à primeira vista (do herói pela filha sofredora, vítima do cruél pai vilão).
O final é decepcionante, pela implausibilidade dos motivos e das soluções apresentadas.
(Um detalhe interessante: curiosa e inexplicavelmente, o herói, americano e agente do FBI, gosta de citações em latim e de heróis gregos, típico de quem teve uma educação "à italiana". Só que um detetive italiano não ia pegar bem e o italiano Faletti preferiu buscar seu herói nos EUA ...).
Concluindo: com umas duzentas páginas a menos, escrito com mais agilidade e rítmo, o livro poderia ser melhor; com 531 páginas, chega a ser chato.
Quanto a Faletti, perdoem-me que pensam o contrário, mas ele encontra-se a anos-luz de distância de Stieg Larsson, cuja Trilogia Millenium é imensamente superior ao fraco "Eu mato".