Ycaro Santana 06/06/2020Eu posso fazer rivalidade entre E se fosse a gente? e Vermelho, branco e sangue azul ou vão me cancelar?Um clichê gay de verdade! Hitou sem prometer.
Primeiramente, é importante encarar essa leitura com a percepção de que o livro é um romance sem pretensão de tratar assuntos com profundidade – o que não significa que o livro não passe mensagens ou debata temas importantes.
Sabe aquelas cenas comuns e, geralmente, presentes em quase todos os livros, séries e filmes de romance (em maioria hetero, risos)? E se fosse a gente tem todas (só que com gays)! E todo o rolê de encontros e desencontres entre Arthur e Ben não poderia ser em um cenário mais clichê: Nova York.
Como era de se esperar vindo de Becky Albertalli, a escrita é bastante fluída e poucas são as cenas estagnadas. Meu elogio se estende também para o Adam Silvera, embora tenha sido meu primeiro contato com o autor. Dois pontos altos da narrativa são, de longe, o humor inserido nas diversas cenas durante a história e as mensagens sobre relacionamentos num geral (sério, eu fiz muitas marcações!).
Como nem tudo são flores, meus problemas com o livro (que são poucos e pequenos) foram com relação aos personagens. 1. Parte dos personagens secundários (amém Namrata, Juliet, Dylan e Samantha) são mais interessantes que os protagonistas; 2. O Arthur é, às vezes, INSUPORTÁVEL! Nossa, tudo bem que é um adolescente, mas tanta discussão de relacionamento aleatória, por deus...
Um detalhe interessante e, acredito eu, proposital é a falta de conexão entre os personagens em determinados momentos, principalmente nas cenas envolvendo sexo. É um ponto curioso para se observar no desenrolar da história.
É isso. Recomendo? Muito! E apesar de todas as comparações com o clichê romântico durante a resenha, você ainda pode se surpreender. Maior e melhor que Vermelho, branco e sangue azul.