spoiler visualizarMatheus.Correa 15/03/2024
Stephen King na medida certa
"Botei a punição em você como um sinal. Fiz isso por minha querida filha morta que você matou, e pela mãe dela, e pelos filhos dela. Então, seu amigo aparece. Ele envenena cães, dá tiros na noite, usa as mãos em uma mulher, ameaça jogar ácido no rosto de crianças. Tire a maldição, ele diz. Tire a maldição, tire a maldição, tire a maldição. Finalmente eu digo tudo bem, desde que ele podol enkelt, vá embora daqui! Não por causa do que fez, mas por causa do que fará. Ele está louco, este seu amigo, ele nunca vai parar. Até minha Gelina diz que viu nos olhos dele que ele nunca vai parar. ?Mas nós não vamos parar também?, ela diz, e eu digo: ?Vamos sim. Vamos parar, sim. Porque se não pararmos, somos loucos como o amigo do homem da cidade. Se não pararmos, devemos pensar que é verdade o que diz o homem branco, que Deus castiga, que estamos quites." - Que livro, meus amigos. De empolgar, de querer saber o que acontece a cada página e a forma eficaz de trazer da penumbra um ser humano cinza, traz a sensação genuína de, não estou torcendo por ninguém, mas preciso de um desfecho e ele teve. Um final maravilhoso que consegue concluir com esmero uma conclusão em que a crítica a sociedade norte-americana de objetificar ciganos, a falsa sensação de justiça e os meios não escrupulosos de se chegar a um lugar seguro. Billy foi amaldiçoado por um cigano após atropelar a filha daquele homem. A maldição consiste em emagrecer dia após dia, sem ter a mínima noção do que seja ou se há alguma cura. E o livro nos leva, por vezes, em espaços claustrofóbicos, por momentos em situações tensas e difusas.
Stephen King, o rei da prolixidade, está na medida certa aqui, ele escreve cada detalhe do que precisa ser entendido e o final ala William Shakespeare, me induz a bater palmas pra esse senhor.
Recomendo demais, livro rápido e ágil, ótimo companheiro para as suas viagens.