Gabriel1994 31/05/2023
A Maldição do Cigano e o Advogado Fanfarrão.
Mais um livro lido do Mestre, Stephen King. A Maldição ou a Maldição do Cigano foi uma leitura muito boa, apesar de seus "poréns".
"Mais magro", foi a frase que mudou completamente a vida do gordaça, Billy Halleck! Um advogado influente, um ótimo pai e um 'enorme' popular cidadão da cidade. Essas alcunhas são todas muito bem atribuídas ao saudoso Halleck.
Em um certo dia, voltando de um passeio com a esposa, Heidi. Sua amada decide lhe fazer um "agrado", enquanto está dirigindo. O que acontece é que esse "agradozinho" resulta em uma distração e consequentemente um inconsequente acidente. Billy Halleck atropela uma senhora cigana que veio, tragicamente, a falecer.
Como eu ressaltei no início, Billy é um cara muito influente, e mediante a esse cenário complicado de acabar promovendo um acidente imprudente que levou a um óbito, ele usará de toda sua relevância e popularidade para contatar seu amigo juiz, Rossington, para dar uma "mãozinha", ajudando com que o advogado seja absolvido em julgamento.
Halleck é levado a tribunal e inocentado desse crime! Na saída do tribunal, um cigano, carcamano, ancião e de nariz carcomido se aproxima do corpulento advogado e diz a frase que mudará todo o curso e o destino de Halleck:
"Mais Magro".
Halleck não leva muito a sério esse contato com aquele estranho senhorzinho. Ele só não contava com a familiaridade daquele velho cigano com a vítima e o poder de maldição que uma frase provida de um cigano com bagagem e sede de justiça pode causar-lhe... Mas isso ele irá descobrir ao longo da trama!
Se tiver alguma cigana lendo essa resenha disposta a testar um negócio, me chama pra conversa. Tô precisando perder uns quilinhos igual ao Halleck, mas... Pensando bem no rumo que ele toma na história é melhor deixar pra lá!
"Mozamigus" antes de carimbar minha opinião nessa resenha, vamos esclarecer uma coisinha: O STEPHEN KING NÃO FOI DESCOBERTO COMO RICHARD BACHMAN, ELE MESMO SE CAGUETOU!! ?. Cara. Ele já estava vendo o sucesso que estava emplacando com o próprio nome e quis "passar a faca" no pseudônimo. Eu li outros livros de Bachman e a narrativa, forma de escrita, desenrolar da história, maneira de explorar os personagens, enfim... É completamente diferente desse livro aqui! A Maldição do Cigano tem TODAS as características de Stephen King. Tem até uma menção dizendo "Ain nossa, isso está parecendo um livro do Stephen King" ?. Vai entender o porquê parece tanto, né King? ?
Portanto... King quis ser descoberto e deu todas as pintas em A Maldição do Cigano.
Gostei muito dessa leitura! É um livro que tem muito a característica do King escritor dos anos 80. Aqui ele está na fase "escritor prodígio" e explora alguns elementos de escrita que vemos nos livros dessa década.
Em A Maldição (Suma deve ter cortado o título na hora de imprimir e deixou... Se foi para não dar "spoiler" do livro no título, que eles cortaram o nome original do livro, parabéns. Adianta de bosta nenhuma, até porque a sinopse ou as 30 primeiras páginas do livro King já apresenta qual que é da história) King já entrega o "grosso" da história de cara! No começo do livro o autor já te serve o caldo do que se trata a trama e você se pergunta "Tá. Ok. E agora???" e é aí que entra o mágico Stephen King. Ele vai trabalhar e explorar a mente do personagem, toda melancolia que a situação em que ele está vivendo reluz, todo drama, neurose, paranóia e a nata mesmo do psicológico de Halleck, King vai desenvolver durante o livro. E até a página 200 é aquele crescimento do personagem durante a história, a ascenção e redenção dele por conta de tudo que a maldição do cigano causou na vida dele...
Só que o King dá uma leve estragada! Pois é... O autor joga TOOODA uma construção de personagem para chegar no momento em que Halleck vai colocar fogo no pavio e se consagrar e do nada ele muda as cartas do jogo e envolve um outro protagonista na história que vai colocar Billy Halleck como um segundo plano e o filho da mãe (que ele realmente é) no fim das contas.
Eu gostei do Ginelli, juro. Eu só não gostei do rumo que o King tomou aqui. Me senti meio "desenganado" quando percebi que o Halleck virou um coadjuvante. Ele teve todo um pique de crescimento em meio a desgraça e o desenrolar do livro para o Ginelli chegar, tomar posse do b.o de Halleck e passar a tomar decisões e contar "histórias do que ele aprontou para safar Billy"????
Pra mim o King cagou aí! Acho que ele chegou na página 200 se compadeceu com o velho cigano achou "bom demais da conta" o destino de Halleck e substituiu o protagonista e finalmente se contentou "Ah, não. Ok. O filho da P da história vai ser o Halleck mesmo" e construiu esse final... As últimas páginas trazem esse lance da covardia e pilantragem das atitudes de Billy e as consequências que ter sido um filho da mãe vacilão causou nele, ele mereceu esse fim! Só acho que o King apelou e abriu um leque de encheção de linguiça quando fez essa troca no meio do rolê e mudou o ritmo do arco principal do personagem.
Isso fez com que começasse a me incomodar e o livro foi decaindo a partir desse ponto. Não foi uma queda drástica no meu conceito, até porque, finalizada a leitura, ainda assim, foi muito boa!
Recomendo muito esse livro!! Essa resenha saiu assim mesmo "resenha resenhando", dane-se. Já peguei intimidade com os livros do King ?.
Digníssimo 4.0 estrelas, leiam A Maldição do Cigano e cuidado, muito cuidado com que tipo de velhinha pode ser a que você passa seu carro por cima...
"MAIS MAGRO...."