Resenhas - Torto arado

Indria 24/04/2024

Belonisia e Bibiana
"Sobre a terra há de viver sempre o mais forte." Uma verdadeira obra de arte, tô sem palavras pra esse livro.

Catpetta 24/04/2024

Bom
Achei a história boa, mas não achei tudo isso que falam?
Toca em temas super relevantes sociais, históricos e culturais, é verdade.
Entretanto a narrativa é por vezes superficial e pouco explicativa, no sentido que algumas situações, expressões ou conflitos são jogados no texto sem aprofundamento ou continuidade.
Por fim, achei o final muito solto e com solução mágica?

Heloisa.Erhardt 23/04/2024

Eu achei o tema extremamente necessário, o livro é lindo e uma história muito rica culturalmente, porém tive problemas com o linguajar e o modo como a história foi contada, mas acho que é falta de hábito meu com livros deste tipo.

Cecilia 23/04/2024

Nessa terra sobrevive o mais forte
Que dolorido sentir na pele a vida dos nossos antepassados, as injustiças, o rancor entre famílias e a facilidade do fim da vida.

sukkalg1r 23/04/2024

Esse livro é um sentimento.
Não tem como descrever ?Torto Arado? da maneira que se deve nem se usasse todas as palavras e adjetivos de todas as línguas existentes.
É um livro envolvente, toda a história é envolvente, os detalhes são revelados com calma de uma forma perfeita como se os personagens estivessem mesmo se comunicando com você, contando as histórias deles. É divino, realmente é um sentimento porque só lendo e sentindo cada palavrinha escrita para entender a dimensão e profundidade desse livro, Itamar Vieira Junior você é um gênio. Esse livro definitivamente ganhou um espaço especial no meu coração e mente.

Luiz.FlAvio 23/04/2024

Torto Arado
Um livro muito bom,a história das duas irmãs é linda, muito bem contada e construída. Entretanto em alguns momentos a história ficou um pouco repetitiva e cheguei bem próximo de abandonar a leitura. Mas logo a narrativa voltou a me prender e o fim do livro é incrível. Vale a pena a leitura.

Jack Lemos 23/04/2024

Cheiro de infância!
Eu confesso que não tinha muitas expectativas sobre esse livro mas a experiência foi surpreendente.

A minha família materna inteira veio de area rural. Rural mesmo assim como no livro. Ao longo da história o livro me moveu entre lembranças de um local sem luz elétrica onde a única televisão da região era ligada na bateria de um carro. A história é tão simples que parece não ir a lugar nenhum mas é tão penetrante que você se vê analisando as situações ao longo do dia.

Nesse livro, temos acontecimentos reais da dura vida simples do campo. Gerações de uma família lidando com a terra, aprendendo que a vida não precisa ser sempre da mesma forma que sempre foi. Como se tem consciência de classe quando não existe nada diferente da lida no campo? Como aceitar que todos tem os mesmos direitos se direito é algo que você nunca soube que existia?

Pra mim foi uma experiência única pois veio de encontro a uma infância na chácara dos avós onde não havia luz elétrica e se trabalhava muito apenas para garantir o amanhã.

Dedico essa leitura aos meus avós, minha mãe e minhas tias que cresceram no campo com pés na terra.

?

raianerosaa_ 22/04/2024

Perfeito

Torto arado foi uma das coisas mais lindas que eu já li em toda minha trajetória como apreciadora e apaixonada por livros. A graciosidade que o autor tem ao relatar momentos tão tristes e incômodos faz com que seja fácil devorar o livro inteiro em pouco tempo. Gosto muito de como é tudo muito visual nesse livro. Você consegue enxergar com detalhes tudo ao redor da história e dos personagens, consegue dirigir um minifilme onde tem total controle sobre as cenas. Parece que somos os diretores de um filme que se passa apenas na nossa cabeça. Essa é uma habilidade dificílima para muitos autores, mas o Itamar consegue fazer isso com maestria.
Temos nesse livro uma história arrebatadora sobre duas (talvez três), mulheres fortes e corajosas, que enfrentam as muitas dificuldades da vida juntas. Todos os personagens têm uma função extremamente importante no desfecho final. Vemos como a convivência em grupo pode exercer poder no individual, e como apesar de mantermos algumas raízes, muitas coisas se perdem ao longo dos anos.
Como cenário principal, o autor nos apresenta uma aldeia quilombola no que acredito ser, o interior da Bahia. Também nos presenteia com informações reais a respeito de uma religião de matriz africana pouco conhecida no Sudeste, o JARÊ. Ele vai nos mostrar como religião e força estão entrelaçados com a individualidade e como essa força pode ser expressa de diferentes formas, seja de maneira pacífica, através do conhecimento, ou de maneira brusca, através do trabalho árduo. O Itamar faz uma coisa muito linda que é ressaltar os diferentes tipos de labor e como cada um tem sua importância. Através da vivência de cada personagem, vamos sendo introduzidos a um universo de luta de classes sociais e de reforma agraria, onde temos visão clara da disputa por propriedade e uso da terra.
O livro tem um traço espiritual forte, já que a parte final é narrada por uma das figuras religiosas do Jarê. Mas é fato que o autor faz isso de propósito, mostra como algumas culturas oriundas do continente africano foram perdidas conforme tempo e modernidade se aproximavam mais das pessoas. Mostra que nossas raízes nunca foram firmes o suficiente para sustentar as religiões e tradições constantemente demonizadas pelo catolicismo catequizador.
Essa obra de arte tem meu Coração. Foi uma das coisas mais difíceis que já li, e ao mesmo tempo uma das mais lindas. Tenho muito respeito e admiração pelo autor, Itamar Vieira Junior, pois ele consegue fazer o que pouquíssimos autores (brasileiros ou não) conseguem fazer: Criar, em algo real, uma nova forma de pensar. E relatar de forma “fictícia” as barbáries que a própria humanidade se causou. Não atoa esse livro é considerado um dos novos clássicos da literatura brasileira. Assim que li as primeiras páginas, já soube que seria impossível terminar de ler sem ser arrebatada.

tha 22/04/2024

Realismo mágico at its finest
Amei a escrita do Itamar, ele consegue tocar em feridas muito profundas sem q vc tenha q parar por muito tempo pra se recuperar, mas em momento algum deixando de te passar a importância e o significado de tudo. Foi muito prazeroso acompanhar a narração da Bibiana e da Belonísia e da pra distinguir bem os pontos de vista, coisa q é difícil de se fazer.
Acho q é o primeiro livro de realismo mágico de fato q eu leio e gostei muito, sinto q ainda vou recomendar Torto Arado pra muita gente com o passar do tempo.

ana 21/04/2024

A história é incrível, só não dei 5 estrelas porque pra mim chegou uma parte que o livro se tornou meio arrastado. mas o final é incrível também

SSerbS 21/04/2024

Retrato do Brasil oculto por trás das cercas
Torto Arado consegue expôr os abusos em todas as esferas a que estão expostos os quilombolas que vivem em regime pós-escravista. Obra prima.

Meira.MB 21/04/2024

Ares de livro escolar.
Um livro que comprei por indicação e pela fama recente.

Livro de um autor brasileiro, onde seguimos uma família negra na área rural da Chapada Diamantina, no início de 1900.

Seguimos a história da família "Chapéu Grande", descendentes de escravos que, após a abolição, vagaram pelas terras em busca de "morada", onde eram aceitos como trabalhadores em fazendas em troca de moradia em casas de barros (não podendo construir com alvenaria), em um regime abusivo e em alguns momentos de semi escravidão.

O grande foco são duas irmãs, das quais uma fica muda após um acidente com uma faca especial.
A história segue a trajetória das duas, crescendo e casando, assim como recapitula o passado de seus pais e sua avó, e as dificuldades que passaram no caminho.

O livro tem momentos interessantes, como recapitular a história da chapada Diamantina, desde a época do garimpo até as grandes fazendas, e por mostrar o dia a dia dos trabalhadores negros nessa fazenda, em especial o seu vínculo com a terra e com suas tradições, como o Jarê - uma variante do Candomblé.

Infelizmente, a trama parece evoluir pouco além disso, sendo a maior parte do livro acompanhando o sofrimento desse povo.
Do meio para o final do livro, surgem enredos de conotação política forte, que contrastam de maneira estranha com a aura mais espiritual e mística do restante da história. Culmina ainda em um final abrupto que não dá sentido às tramas desenvolvidas na história.

A escrita do autor usa de parágrafos longos, com textos que se misturam um no outro, que me lembrou um pouco o maneirismo de falar de pessoas do interior mais velhas, mas que deixavam a leitura mais arrastada.
Também tive dificuldade em me relacionar com os acontecimentos, tão distantes da minha realidade que não senti muito do apelo emocional que parece ser um dos grandes focos do livro.

Me parece um daqueles livros indicados no ensino médio para explicar um contexto histórico, mas que não me emocionou como narrativa de uma história.

Caê 21/04/2024

Torto arado!
É um livro muito bom, deveria ser enquadrado como clássico na literatura brasileira, só que tem umas partes mais chatas que outras e tem algumas coisas em específico que deixam a gente na dúvida. Mas é um bom livro.

Bia 21/04/2024

?O medo atravessou o tempo e fez parte de nossa história desde sempre. Era o medo de quem foi arrancado do seu chão. Medo de não resistir à travessia por mar e terra. Medo dos castigos, dos trabalhos, do sol escaldante, dos espíritos daquela gente. Medo de andar, medo de desagradar, medo de existir. Medo de que não gostassem de você, do que fazia, que não gostassem do seu cheiro, do seu cabelo, de sua cor. Que não gostassem de seus filhos, das cantigas, da nossa irmandade. Aonde quer que fôssemos, encontrávamos um parente, nunca estávamos sós. Quando não éramos parentes, nos fazíamos parentes. Foi a nossa valência poder se adaptar, poder construir essa irmandade, mesmo sendo alvos da vigilância dos que queriam nos enfraquecer. Por isso espalhavam o medo.?

Itamar Vieira foi genial nesse livro, uma obra prima que daqui uns anos será clássico da literatura brasileira. Todos deveriam ler Torto Arado, para melhorar o senso crítico, para entender uma realidade, para refletir e se questionar. A história de Bibiana e Belonísia me consquistou, irmãs de sangue e de alma. A narrativa do povo de Água Negra é triste, sofredora, marcada por lutas e batalhas de gerações, marcada por esperança, pela conexão com a natureza, pela luta, fé, religião, cultura, força, crenças, amor, medo e coragem. Importante citar que o latifúndio e o trabalho servil são pano de fundo da história, acompanhamos a luta dos trabalhadores rurais de Água Negra para reivindicar as suas terras.

lucianem 20/04/2024

Torto Arado
O romance centraliza-se na história das irmãs Bibiana e Belonísia, que na infância sofrem um acidente que irá marcar para sempre o rumo de suas vidas.
E entrelaçada à história das irmãs e sua família, o autor narra de forma majestosa a luta do povo negro e quilombola pela sobrevivência, após a "libertação" dos escravos.

Gostei bastante.