Filha da Fortuna

Filha da Fortuna Isabel Allende




Resenhas - A Filha da Fortuna


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Pandora 15/04/2019

A leitura de "A casa dos espíritos", meu primeiro contato com Isabel Allende, foi algo que me impactou profundamente de maneira que quando a oportunidade de ler "Filha da Fortuna" me sorriu eu abracei sem medo de ser feliz.

Em "A casa dos espíritos" inúmeras vezes eu não sabia se lia a história do Chile ou a história dos Truebas e várias vezes vi dançar Romance e História, História e Romance em uma prosa envolvente incapaz de esquecer alguém, incapaz de perder o fio da meada o talento para encantar.

Em "Filha da Fortuna" encontrei a mesma prosa mística, envolvente, poderosa. A mesma dança entre História e Romance, Romance e História. O mesmo encantamento é um pouco mais. Aqui o cenário se amplia vamos do Chile a Inglaterra, da Inglaterra a China, da China a Califórnia enquanto o romance desvenda a História horrorosa do Imperialismo praticado no século XIX, da Corrida do Ouro na Califórnia, da sociedade hierarquizada e desigual moldada pelo colonialismo europeu ao longo dos séculos.

Acompanhei Eliza Sammer, uma orfã acolhida por um casal de irmãos ingleses, em sua bravata atrás de seu primeiro amor. Me encantei com Tão Chi'en um mestre da medicina tradicional chinesa que por uma trapaça foi para no Chile. Andei com eles pela América e China. Aprendi coisas e me sinto mais velha depois dessa leitura. Parece que vivi várias vidas lendo a prosa de Isabel Allende.

Foi uma viagem maravilhosa, emotiva, mística e também rancorosa pois não consigo perdoa a escravidão, o machismo, o racismo, o massacre da população nativa da América esses temperos azedos do Processo Colonizador e do Imperialismo.

Obrigada ao #GrupoEditorialRecord pela oportunidade de ler esse clássico. Foi denso e foi mágico e recomendo.
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Biblioteca Álvaro Guerra 29/01/2019

A Filha da Fortuna
"Drama, romance e História se entrelaçam nesse livro que viaja o mundo todo – quase literalmente. A divisão dos capítulos para colocar o ponto de vista dos mais diversos personagens é um ponto alto e o final, agridoce vai ficar martelando na sua cabeça por um tempo."

Leia a resenha completa acessando este link: http://idris.com.br/blog/2018/11/30/resenha-filha-da-fortuna-isabel-allende/

Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. De graça!

site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/86-286-0743-7
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Ana 27/12/2018

Meu primeiro contato com Isabel Allende foi com o livro Muito Além do Inverno, que apesar de não ter sido o melhor livro que li em minha vida, explica muito bem a fama da autora. Filha da Fortuna é um clássico que narra a história de Eliza Sommers, uma jovem chilena que foi criada por uma rica família inglesa em Valparaíso. Miss Rose Sommers deu tudo do bom e do melhor para a filha adotiva, que teve, inclusive, acesso a uma educação que outras meninas daquela época não tinham. Então, quando Eliza se apaixona por Joaquín Andieta, um dos empregados do tio adotivo, ninguém imaginava que ela deixaria tudo o que aprendeu para embarcar nas aventuras do amor.

Joaquín é um jovem com os ideais liberais, ideologia que estava, aos poucos, se difundindo pela Europa. Apesar de corresponder aos sentimentos de Eliza, ambos sabem da impossibilidade do relacionamento: naquela época, uma moça bem apessoada casar-se com um "João ninguém" era, no mínimo, uma afronta à sociedade. Sendo assim, quando surge a notícia de que existe ouro na Califórnia, Joaquín não pensa duas vezes antes de ir tentar a sorte por lá, tendo como principal objetivo voltar e dar um casamento digno a Eliza. Meses depois, após uma descoberta que mudaria sua vida para sempre, a protagonista embarca clandestinamente para a Califórnia a fim de encontrar seu amado.

Para quem gosta de livros extremamente descritivos, Filha da Fortuna é perfeito. Allende fala muito sobre a cultura chilena e diversas outras que acabam surgindo enquanto Eliza viaja escondida no porão do veleiro, o que é legal e interessante até o ponto em que se torna chato e cansativo — pelo menos para mim. A primeira parte da narrativa, que é divida em três, é a mais lenta de todas. Em muitos momentos me deu uma vontade gigante de largar o livro e procurar outra coisa para ler. E é aí que entra o dom de Isabel Allende, que começa a ganhar o leitor no decorrer do texto, como quem não quer nada.

Leia o restante no blog Roendo Livros!

site: http://www.roendolivros.com.br/2018/12/resenha-filha-da-fortuna.html
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Mariana Dal Chico 27/12/2018

“A Filha da Fortuna” foi meu primeiro contato com a autora Isabel Allende, o título foi relançado pela @bertrandbrasil esse ano com nova capa.
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A autora nos leva para três lugares diferentes do globo terrestre, Chile, China e Califórnia. A história começa em Valparaíso onde conhecemos Eliza e sua família, que é cheia de segredos e deixou Londres para prosperar no Chile. Já Tao Chi’en nasceu na China, o mais novo de 4 irmãos e teve uma vida bem diferente de Eliza. A vida dos dois acabam sendo unidas em decorrência da febre do ouro iniciada pela promessa de enriquecimento fácil na Califórnia.
O ambiente descrito é fascinante, não importa em qual local do globo, a autora deixa o leitor com vontade de conhecer os lugares, mesmo aqueles que não são muito agradáveis.
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A narrativa da autora é muito envolvente, ela prefere usar descrições e ações à grandes diálogos, quando o autor prefere mostrar a dizer, me agrada muito, mas em alguns momentos, pode deixar o ritmo de leitura um pouco mais lento.
As descrições são tão bem escritas, que fui transportada para dentro do livro, acompanhei Eliza e Tao em todos os momentos, senti frio, sede e os cheiros, que para Eliza são tão importantes.
Os personagens surpreendem com a força que demonstram ao enfrentarem todas adversidades impostas em seu caminho.
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Os temas abordados são bem desenvolvidos, aqui encontramos: violência, cobiça, quebra de padrão imposto pela sociedade, drama familiar, amizade, paixão e redescoberta do amor.
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O final pode desagradar alguns, é do tipo que deixa o leitor decidir o que virá a seguir. Eu gostei porque ele não é completamente aberto.
Vi que no livro “Retrato em Sépia” os personagens de “A filha da fortuna” se encontram com “A Casa dos espíritos", esse último já está na estante aguardando minha leitura e “Retrato em Sépia” acabou de entrar para a lista de desejados.
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Gostei demais da leitura e recomendo para quem gosta de dramas familiares com muita aventura e sem situações que provoquem o choro, mas que deixam o coração apertado.
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Instagram @maridalchico

site: https://www.instagram.com/p/Brh0nRDg1lb/
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Cheiro de Livro 19/12/2018

Filha da Fortuna
Publicado pela primeira vez no Brasil em 2001, Filha da Fortuna ganhou esse ano uma nova edição nas mãos da Bertrand Brasil. O sétimo romance da chilena Isabel Allende segue a trajetória de Eliza Sommers, uma órfã criada por uma família inglesa no Chile em meados do século XIX que foge de casa para procurar o namorado na Califórnia durante a corrida do ouro. Posteriormente a autora escreveu a sequência Retrato em Sépia, que conta a história da neta de Eliza.
O romance pode ser lido como um tradicional coming-of-age, sendo norteado pela busca por auto-conhecimento da protagonista, mesmo que inicialmente ela venha mascarada como busca pelo interesse amoroso. Nesse aspecto o livro vai muito bem e mostra uma bela jornada de auto-descoberta e amizade, mas infelizmente no final introduz um interesse romântico desnecessário.

O título pode ser interpretado tanto como uma referência à fortuna enquanto riqueza material quanto ao auto-conhecimento adquirido e à suposta liberdade do sonho americano. A temática da paixão é central, manifestando-se tanto no amor idealizado de Eliza que motiva sua jornada quanto na obsessão pela riqueza material que moveu tantas pessoas na febre do ouro. Esta por sua vez é ricamente mostrada em detalhes e anedotas históricas, de forma que fica evidente o árduo trabalho de pesquisa que a autora desenvolveu por 7 anos antes de escrever o livro.

Os personagens secundários são interessantes e por vezes muito mais delineados que a própria protagonista, que parece ser mais definida por sua jornada do que por sua personalidade. As histórias pessoais de cada um desses personagens não apenas enriquecem o retrato da época como também servem de denúncia sobre uma série de questões sociais presentes no século XIX e que ainda encontram eco nos dias atuais, tais como o machismo, a falta de liberdade e respeito à religião alheia, racismo contra chineses, negros e povos indígenas das Américas, etc.

É muito interessante a escolha da autora de incluir um personagem trans, porém essa representação se mostra problemática ao não respeitar o gênero do personagem ao se referir a ele durante a narração. É possível que isso se deva ao fato de o livro ter sido publicado em 1998, quando provavelmente ainda não havia uma discussão tão ampla sobre identidade de gênero e transexualidade, porém causa incômodo no leitor do século XIX.

A prosa é simples e direta, sem floreios desnecessários, mostrando uma clara prioridade do conteúdo sobre a forma. Há um excelente trabalho de ambientação. A narrativa é cativante sobretudo no início, porém aos poucos perde o ritmo e o final se arrasta, encerrando com questões em aberto (que talvez sejam abordadas na continuação) e dando conclusão a outras que poderiam ter sido deixadas para a imaginação do leitor. No geral, é um bom romance mas definitivamente não é o melhor que Isabel Allende pode oferecer.

site: http://cheirodelivro.com/filha-da-fortuna/
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Queria Estar Lendo 30/10/2018

Resenha: Filha da Fortuna
Filha da Fortuna é um livro de 2001 da premiada autora Isabel Allende que ganhou uma nova edição este ano pela Editora Bertrand - que nos cedeu um exemplar para resenha - e conta a jornada da jovem Eliza, que abandona o Chile e aventura-se por uma Califórnia enlouquecida pela febre do ouro no séculos XIX em busca de amor.

A história de Filha da Fortuna se inicia em Valparaíso, em 1843 e, por um período de 10 anos acompanhamos o crescimento de Eliza Sommers, uma jovem chilena criada como filha adotiva de um funcionário da Companhia Britânica de Exportações, e sua irmã mais nova.

Criada entre os salões de festas dos Sommers e a cozinha da velha índia Mama Frésia, Eliza cresceu em dois distintos mundos, unindo a etiqueta e moral dos Ingleses, com as superstições e os aromas dos chilenos. Sem saber ao certo sobre o seu passado, Eliza cresceu acreditando que seria como Miss Rose, sua mãe adotiva, mas aos 16 anos, quando se apaixona pelo idealista Joaquín Andieta tudo muda.

Joaquín é um jovem bastardo com ideais liberais que apenas estão começando a se difundir pela Europa, e Eliza apaixona-se perdidamente por ele. Mas quando descobre-se ouro na Califórnia, a febre se espalha por todo o mundo e não demora a atingir Joaquín, que parte em busca de riquezas para poder casar-se com Eliza e prover uma vida melhor para a sua mãe.

E é assim que, meses depois, Eliza embarca clandestinamente para a Califórnia, uma terra de imensas possibilidades, liberdade sem limites e também sem lei alguma.

"Aquilo que esquecemos é como se nunca houvesse acontecido."

Ao mesmo tempo em que Filha da Fortuna foi tudo que eu esperava que fosse, ela foi completamente diferente. Você consegue ter uma ideia muito clara da história pela sinopse, que não promete nada que não chegue a cumprir, mas como é comum em histórias do tipo, o foco é sempre a jornada e não o ponto final.

Tem muito tempo que eu tenho interesse em ler algum livro da Isabel Allende e quando tive a oportunidade de pegar Filha da Fortuna não hesitei. Quando peguei o livro percebi que ele tinha aquela qualidade de livros como E o Vento Levou, que trazem essa longa jornada de crescimento pessoal das personagens, além de um conhecimento histórico acertado e ricas descrições do Chile e da Califórnia.

Meu maior problema, no entanto, foi a narrativa. Não achei ruim, mas o ritmo foi bastante lento. Filha da Fortuna é o tipo de livro onde a narrativa traz pouquíssimos diálogos e as coisas nos são mais contadas do que mostradas. É o tipo de coisa que quando você termina, curti, mas faz uma leitura mais lenta e demorada, e por isso eu tive dificuldade em me concentrar em mais do que um capítulo por dia.

No mais, me apeguei bastante a Eliza e a visão de mundo dela, como uma mulher da sua época ela estava bastante conformada com a sua situação e com a expectativa de servir o homem com quem se casasse - inclusive, após conhecer Joaquim, passa a ansiar por isso. Mas a partir do momento em que entra no navio em direção a Califórnia sua vida muda completamente. A liberdade é algo com o qual Eliza nunca sonhou e uma vez que a encontra, fica maravilhada.

"As crenças alheias são superstições, mr. Todd. As nossas se chamam religião."

Outros personagens que me cativaram bastante foi a trupe de Joe Quebra-Osso, com quem Eliza se envolve em suas buscas por Joaquim. Personagens transgressivas, fortes e que trouxeram muita cor para a história. Me envolvi com eles e, de certa forma, fiquei triste quando chegou a hora de encerrar o capítulos deles.

Com os irmãos Sommers eu fiquei bastante indiferente, a que mais despertou curiosidade foi a Miss Rose com o seu passado misterioso, mas não consegui me apegar a nenhum deles ou investir emocionalmente. Diferentemente da Mama Frésia. Embora ela fosse uma espécie do arquétipo da negra sábia, ela era calorosa e uma verdadeira figura materna para a Eliza, gostei da lealdade dela para com a menina e de tudo que ela fez para proteger Eliza.

Os demais personagens, como Tao e Joaquín e Jacob Todd andam por um lugar entre a indiferença e a raiva mesmo. Eu tenho grande dificuldade com livros históricos porque me irrito sempre com os homens. Se a gente já encontra homem machista e babaca em romance contemporâneo, em romances histórico é basicamente obrigatório.

"Nada é em vão. E na vida não se chega a lugar nenhum, Eliza; na vida, só se faz caminhar."

E embora eu entenda a construção das personagens como foi feita, embora Isabel Allende tenha desenvolvido seus passados e suas motivações muito bem - deixando-os nessa intransponível área cinza, como as outras personagens, o que lhes dá muita humanidade - eu só conseguia rolar os olhos para eles.

Antes de finalizar eu só queria chamar a atenção para essa capa da reedição da Bertrand. Ela segue a linha de A Casa dos Espíritos e também de Muito Além do Inverno, que traz esse quê de fotografias antigas, misturado com nostalgia, misticismo e tons desbotados. Eu sou apaixonada por todas elas e, atualmente, é a capa mais bonita que tenho nas estante.

Por fim, Filha da Fortuna não é um livro para ler-se rapidamente, não é algo que se lê em um dia. É uma aventura, uma longa jornada sobre o ser humano, que deve ter seus capítulos degustados com calma, apreciados em todos os seus nuances e intrincados personagens.

site: http://www.queriaestarlendo.com.br/2018/10/resenha-filha-da-fortuna.html
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Alexandre Kovacs / Mundo de K 09/10/2018

Isabel Allende - Filha da fortuna
Editora Bertrand - 378 Páginas - Capa: Angelo Allevato Bottino - Tradução de Mario Pontes - Lançamento: 10/09/2018.

Temos que aceitar o fato de que nem sempre o leitor está interessado em livros complexos e com técnicas literárias sofisticadas, tais como: múltiplas vozes narrativas, oscilações no tempo e no espaço, uso de metaficção, personagens com densidade psicológica e tantos outros recursos, experimentais ou não, que os críticos costumam associar à qualidade do texto. Na verdade, muitas vezes o leitor está buscando apenas um romance para ler nas férias, visando unicamente o entretenimento, se for este o caso recomendo Filha da fortuna de Isabel Allende, lançado originalmente em 1999 e relançado agora em 12ª edição pela Editora Bertrand.

Filha da fortuna é um romance histórico ambientado na primeira metade do século XIX com uma trama novelesca cheia de reviravoltas, aventuras em quatro continentes e paixões de tirar o fôlego, tudo isso com personagens carismáticos e uma narrativa veloz e muito visual, ingredientes que garantiram uma excelente vendagem para o livro, tanto é que já está na 12ª edição brasileira. O sucesso de público é um fato muito comum com os livros da escritora Isabel Allende, de nacionalidade chilena e norte-americana, que iniciou sua carreira com o romance A casa dos espíritos em 1982, adaptado com grande sucesso para o cinema em 1993.

Um grande mistério envolve o passado de Eliza Sommers que foi abandonada ainda bebê na porta de uma família inglesa na cidade de Valparaíso no Chile em 1810. Ela foi criada e educada como se fosse da família pelos irmãos Rose e Jeremy Sommers, principalmente pela solteirona Miss Rose, como era chamada por todos, e que não tinha a menor intenção de se casar, pois pensava que "o bom do casamento é enviuvar". O terceiro irmão, John Sommers, passava o maior tempo no mar, atuando como comandante de veleiros e transportando as mercadorias negociadas pela Companhia Britânica de Importação e Exportação no Chile. Eliza, aos dezesseis anos, se apaixona por Joaquin Andieta, um dos empregados do tio adotivo, mesmo sabendo que a relação teria um futuro incerto devido ao desnível social entre eles.

"Ao longo de seu caminho, perguntaria mil vezes a si mesma se tivera a oportunidade de fugir daquela paixão arrasadora que lhe torceria a vida, ou se naqueles breves instantes poderia ter dado meia-volta e salvar-se, mas, cada vez que fazia essa pergunta, concluía que seu destino estava traçado desde o começo dos tempos. E, quando o sábio Tao Chi'en a introduziu na poética possibilidade da reencarnação, convenceu-se de que o mesmo drama se repetia em cada uma de suas vidas: se houvesse nascido mil vezes antes e tivesse de nascer outras mil vezes no futuro, sempre viria ao mundo com a missão de amar aquele homem, e sempre da mesma maneira. Para ela, não havia escapatória." (Pág. 80)

Em 1849 tem início a corrida do ouro em San Francisco, Califórnia. Estima-se que 300.000 pessoas se deslocaram para a região na época, provenientes do exterior e do leste dos Estados Unidos, um fato histórico que impulsionou o desenvolvimento do país e a conquista do oeste. A ambição de se tornar um milionário em pouco tempo seduziu também muitos aventureiros em todo o mundo, originando o fenômeno da "febre do ouro", inclusive o jovem Joaquin Andieta no Chile, que percebeu a possibilidade de uma rápida ascensão social, o que permitiria o seu casamento com Eliza. Logo, apesar das dificuldades e riscos da empreitada, ele parte para os Estados Unidos, não sem antes desfalcar, em um ato de desespero, a companhia da família Sommers onde trabalhava, como forma de custear a viagem.

"A corrida do ouro era o único assunto das conversas na Europa e nos Estados Unidos, e a notícia já havia chegado até mesmo às longínquas fronteiras da Ásia. Seu navio estava repleto de passageiros que se destinavam à Califórnia; a maioria deles não tinha a menor ideia do que vinha a ser mineração, e muitos jamais tinham visto ouro nem mesmo no dente de alguém. Não havia um modo confortável e rápido de chegar a San Francisco – a travessia durava meses e as condições eram as mais precárias, o capitão explicou – mas, por terra, através do continente americano, desafiando-se a imensidade do território e a agressividade dos indígenas, a viagem demorava ainda mais, e eram menores as probabilidades de alguém chegar lá com vida." (Pág. 128)

Para completar o tom novelesco, após a partida de Joaquin, Eliza descobre que está grávida e embarca clandestinamente, com a ajuda de um chinês chamado Tao Chi'en que havia trabalhado embarcado para o seu tio John Sommers. Ele tomará conta de Eliza no porão de um veleiro, durante a difícil viagem para a Califórnia e acabarão se tornando grandes amigos em San Francisco, na época um vilarejo selvagem onde as únicas mulheres eram as prostitutas. Eliza logo descobre que o seu objetivo de encontrar Joaquin entre os mineiros será muito difícil de atingir, ela terá que amadurecer para sobreviver neste cenário de ambição e violência.

"Nem sempre se chamara Tao Chi'en. De fato, não tivera nome nenhum até os onze anos, pois seus pais eram pobres demais para ocupar-se de semelhantes detalhes: chamava-se simplesmente o Quarto Filho. Havia nascido nove anos antes de Elisa, em uma aldeia da província de Kuangtung, a um dia e meio de distância da cidade de Cantão. Vinha de uma família de curandeiros. Durante incontáveis gerações, os homens de seu sangue haviam passado de pais para filhos os conhecimentos sobre plantas medicinais, a arte de extrair maus humores, a magia para espantar demônios e a habilidade para regular a energia 'qi'. No ano em que o Quarto Filho nasceu a família estava em grande miséria, tendo perdido parte da terra para os agiotas e os donos da jogatina." (Pág. 147)

O livro tem um final um pouco abrupto e deixa algumas pontas soltas, talvez devido ao fato da autora ter lançado um outro romance em continuação, chamado de Retrato em Sépia, sendo a protagonista, Aurora del Valle, a neta de Eliza Sommers. De qualquer forma, Isabel Allende não decepcionará os seus leitores mais fiéis com este Filha da fortuna, onde repete a mesma fórmula de sucesso que fez com que seus livros fossem traduzidos em 35 idiomas, transformando-a na escritora mais lida da América Latina em todo o mundo.
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Van 20/12/2016minha estante
Mais do que duas páginas, jovem.
O livro tem continuação.
A sequencia é o livro RETRATO EM SÉPIA.


Mobula Birostris 17/08/2017minha estante
Realmente é meio contraditório que uma narrativa destas termine desta forma tão aberta, e a falta de diálogos e cenas concretas que não estejam no pretérito imperfeito faz com que pareça um resumão da própria história


Magasoares 01/11/2017minha estante
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Lia @liaolivro 14/08/2016

Surpreendente!
Li este livro sem a menor pretensão, o escolhi porque de acordo com a lista do Romulo (youtube) eu tinha de escolher um livro da lista da Oprah... e da lista INTEIRA, só esse e mais um me interessou. Muito auto-ajuda, romance água com açúcar... ou pelo menos eu achava que era isso.

Estamos em 1849 no Chile, mas estamos no meio de uma família inglesa, que tem Eliza como sua protegida. A menina foi deixada ainda bebê na porta dos ingleses e eles a tratam quase como filha. Quando ela completa idade para namorar, pretendentes são escolhidos a dedo para a tarefa, porém, ela se apaixona por um rapaz muito humilde, Joaquin Andieta, que parte para Califórnia em busca de ouro. Eliza está tão envolvida que dá um jeito de pegar um navio e ir atrás do "noivo".

A história principal é a de Eliza, mas as histórias periféricas são muito, mas muito interessantes, eu diria até que com um toque de novela mexicana! E não pense que se trata de uma história de AMOR somente. Não é um romance bobo do século 19. Eu li como um livro que fala de uma mulher DETERMINADA. Foi motivada pelo seu primeiro amor, mas o que ela realizou/conquistou nesse caminho... não tem como descrever.

E pra se ter uma ideia de como a história "roda o mundo": começamos no Chile, na casa de uma família INGLESA e vamos para a AMÉRICA (Califórnia), passando por uma história na CHINA. É bem típico de histórias que envolvem navegação... os navios vão para todos os cantos do mundo... é muito, mas muito bom!!!

site: https://youtu.be/2R4Kwa51i9Q
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Rafaela 14/03/2016

Eliza Sommers é uma garota chilena que foi adotada ainda bebê pela inglesa Miss Rose. Ela recebeu uma rigida educaçao com objetivo de conseguir um bom casamento mas se apaixona por um pobre bastardo o que coloca em risco o futuro planejado por Rose para ela.

Na California o ouro brota no chão e Joaquim Andieta, o amado de Eliza, abandona sua amada para tentar enriquecer numa corrida maluca em busca do oura. Eliza doente de amor e caida em desgraça vai fazer de tudo para encontrar Joaquim.

Esperava drama com muito choro já que Eliza vivendo seu primeiro amor acha que morreria sem o ser amado. Mas no decorrer do livro a menina vai crescendo, transformando-se em uma mulher independente e capaz de encarar qualquer desafio e sobreviver sozinha. O livro está cheio de mulheres fortes que tentam se impor em uma sociedade machista e governada por homens.

O que não gostei no livro foi como em determinado ponto a autora correu com a historia, parecia que tinha cansado e queria terminar logo. O final me tirou o chão, achei uma sacanagem mas só me resta imaginar que meu casal favorito terminou junto. Hoje esta na moda autores lançarem um novo livro com o ponto de vista de outro personagem e Filha da Fortuna merecia uma continuaçao com a versão do Joaquim Andieta.
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Luna 21/11/2014

Fantástico
Li em 48 horas, mas tive ressaca literária por vários dias! Sem brincadeira, não conseguia tirar essa magnífica estória da cabeça.
Virei fã de Isabel Allende depois desse livro (o primeiro dela que li). Tenho quase todos os seus livros e recomendo todos, sem dúvida!! Esse foi especial porque foi o primeiro.
É uma estória grandiosa, repleta de personagens marcantes. Como Eliza, a protagonista chilena que parte para a Califórnia no porão de um navio, em busca do seu amado, que resolveu se juntar a milhares de outros homens ambiciosos a fim de fazer fortuna na procura por ouro.
Lagrutta 10/08/2016minha estante
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Marina 14/06/2013

Depois de ler A Casa dos Espíritos, e agora terminar A Filha da Fortuna, tenho certeza de que Isabel Allende conta sagas familiares como ninguém.

A Filha da Fortuna conta com um enredo simples, que aparentemente não possui nenhum diferencial para prender sua atenção. Mas ao longo do livro logo somos capturados pela leitura, e apesar de eu sentir que a estória segue uma narrativa mais linear, sem um clímax, a construção dos personagens é muito boa, e portanto, agradável de ler.

Este livro nos conta sobre a vida de Eliza, uma menina que foi adotada e criada pelos Sommers, uma família inglesa que vive no Chile. Ao longo da narrativa sobre a vida de Eliza, a autora reserva longos capítulos para contar a história de cada personagem que aparece na vida dela. No início eu estranhei esses flashbacks longos que interrompem a narrativa, mas o leitor aprende a gostar de cada personagem, e saber mais sobre o background de cada um deles enriquece bastante o enredo.
Assim como acontece em A Casa dos Espíritos, este livro também nos traz um contexto histórico, o dos imigrantes que formaram uma colônia britânica no Chile e a corrida do ouro na Califórnia.
Também notei que Isabel Allende sempre cria seus livros em torno de figuras femininas fortes. E esse é justamente o caso de Eliza Sommers. Apesar de ter sido criada para ser uma dama e arranjar um bom marido, a protagonista tem um espírito livre e aventureiro, e vai atrás do seu caminho, mesmo sabendo que pode arcar com duras consequências pelas suas escolhas.

O único ponto negativo que achei do livro foi o final abrupto, terminou de repente. Depois de tantos detalhes da vida dos personagem é estranho terminar sem que algumas coisas tenham sido esclarecidas. Mas enfim, pelo o que pessoal comentou aqui as resenhas, aparentemente o livro tem uma espécie de "continuação", então pelo menos dá pra saber o destino dos personagens.
Concluindo, autora recomendadíssima, garantia de uma leitura leve e prazerosa.
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DIRCE 05/01/2013

Peguei carona na narrativa e embarquei nas venturas e desventuras de Eliza.
Quem já leu algumas das minhas pseudoresenhas que, fiz dos livros da escritora I. Allende, sabe da minha paixão pela narrativa dessa escritora. Em A Filha da Fortuna ela não me desapontou, muito pelo contrário, a narrativa empregada fez com que minha imaginação se tornasse absurdamente atrevida. Não teve por onde: peguei carona na narrativa, me tornei uma argonauta, e embarquei nas aventuras de Eliza Sommers ou será que devo dizer desventuras?
Bem, Eliza, a jovem chilena, cresce sob o cuidados de Miss Rose – sua mãe adotiva , um tanto quanto protetora, diga-se de passagem, e do austero Jeremy Sommers.
Rose e Jeremy não conseguiram impedir que Eliza sucumbisse a avassaladora paixão que ela nutriu pelo jovem Andieta que, apesar de corresponder a essa paixão, deixou a jovem em maus lençóis.
Mas as heroínas dos romances de I. Allende não se curvam. Intrépidas e apaixonadas de forma desmedida, não hesitam frente a obstáculos, ainda que esse obstáculo seja o oceano.
E é o oceano que Eliza tem que enfrentar para conseguir seu intento: chegar ao Eldorado – a Califórnia do século XIX – e lá encontrar o seu amado que a deixou e partiu em busca do ouro “ de tolo” .
Navegar no oceano em uma embarcação precária tomada pela doença só com a ajuda de um Titã, mas não foi Poseidon que ajudou Eliza: foi um mortal de coração generoso – Tao Chi´en , o jovem chinês, que passa a exercer um papel de suma importância na vida de Eliza e de outras personagens.
Quando a narrativa se converge para o que foi e como se deu essa febre do ouro, dá vontade de plagiar Castro Alves e dizer: Magalhães, fecha a porta dos seus mares.
Como quase todos os romances de Allende possui um fundo histórico, foi me dado saber que o que se sucedeu com os índios, negros, jovens chinesas que eram vendidas na condição de escravas foi atroz e vergonhoso.
E o avançar das páginas me envolve apaixonadamente cada vez mais nos dramas e nas tramas das personagens. Digo tramas, porque quando surge a figura de Paulina foi esta a palavra que me veio a mente ,até que chego na página 470 – última página do livro. Como assim? Cadê o final da história?
Passada a indignação, me lembrei de que no livro Retrato em Sépia – livro que li há muitos anos, tinha uma personagem chamada Paulina e para reavivar a memória só me restava fazer uma releitura.
Apesar do final abrupto, digno de 5 estrelas.
Regina 05/01/2013minha estante
Adorei sua resnha Dirce, afinal esse é um dos meus livros favoritos bem como sua continuação Retrato em Sépia, que conta a história de Paulina, neta de Eliza Sommers. Releia, você vai gostar mais ainda dos dois livros! Um abraço!


Regina 09/01/2013minha estante
Ih Dirce, confundi Paulina com Aurora, esta sim a neta da Eliza Sommers. Foi ótimo ler a sua resenha, relembrei também. Isabel Allende consegue descrever com precisão toda a solidão de viver no interior do Chile na parte onde Aurora se casa. Senti a dor dela comigo!


DIRCE 17/01/2013minha estante
Regina,
Aurora também foi uma mulher muito valente." Carregar" um casamento fracassado naqueles tempos, exigia muita valentia.




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DIRCE 05/01/2013minha estante
Oi Edilene!
Gostei da sua resenha: sucinta, mas esclarecedora. E não contém spoiler não.
Eu já tinha lido Retrato em Sépia tempo atrás, mas me vi obrigada a fazer uma releitura.
E a releitura, como não podia deixar de ser, foi muito prazerosa.




Nice 25/10/2010

Li esse livro há muitos anos e nunca o esqueci, deveria ser até levado para as telas do cinema de tão marcante que é. Cheio de aventuras, alegrias, tristezas e muita paixão.
Edilene 22/03/2012minha estante
concordo,daria um belo filme.




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