Livros da Julie 06/06/2021Como formar 4 casais em 4 dias de tempestade-----
"sinceramente, que tipo de idiota reclamava de ter dinheiro, poder e prestígio?"
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"Uma mulher abastada e solteira tinha todo o tempo disponível para ler o que desejasse."
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"A excelência de caráter é a maior benção que uma pessoa pode ter"
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"não se permitia ansiar por nada. Nunca se permitira. Caso contrário, teria enlouquecido. Mantivera-se sã nunca desejando o que não poderia ter, e reconhecendo que a vida tinha limites bem definidos."
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A dama mais apaixonada é o segundo livro da duologia "A dama mais..." e o décimo sétimo do projeto de leitura coletiva em ordem cronológica das obras de Julia Quinn (#LCJuliaQuinn #LCPeculiaresLivros), promovido pela @peculiareslivros.
Fazendo jus ao seu temperamento explosivo e à sua personalidade excêntrica, aguçados por uma noite de bebedeira, Taran Ferguson, dono de Finovair, reúne seus homens para invadir o salão de festas de uma propriedade vizinha e sequestrar algumas das jovens do baile. A ação, por mais inusitada e descabida que fosse, guardava um propósito: fazer com que seus dois sobrinhos e únicos herdeiros, Byron Wotton, conde de Oakley, e Robert (Robin) Parles, conde de Rocheforte, pudessem escolher noivas para se casarem. Com o pesado clima de inverno e muita neve pela frente, Taran tinha certeza de que a estada forçada das moças em seu castelo conseguiria fazer seus sobrinhos mudarem de ideia em relação ao casamento, garantindo assim a continuidade da família.
Mas as quatro moças sequestradas não são tão vulneráveis, dóceis e indefesas como ele poderia imaginar. A bela e ousada Marilla Crisholm não mede encantos nem esforços para conquistar um homem, de preferência o mais nobre possível. Fiona Chisholm, sua rica meia-irmã mais velha, já não se deixa mais arrebatar por flertes ou joguinhos amorosos desde que sua reputação foi arruinada. A aparentemente doce e reservada Lady Cecily Tarleton, dona de uma enorme vontade própria, apenas gostaria de ter a oportunidade de deixar transparecer seu verdadeiro jeito animado e efusivo.
Em meio à confusão, acabaram sendo trazidos por engano a prática e sensata Catriona Burns, que não tinha berço nem fortuna, e John Shevington, Duque de Bretton, um dos convidados da festa, ampliando o peculiar grupo de solteiros que se viu forçado a conviver e a se conhecer melhor pelos próximos dias. Será que as circunstâncias adversas, aliadas às péssimas condições do castelo, com poder para dificultar até mesmo o desenvolvimento de simples relações de amizade, poderiam permitir o surgimento do amor?
No mesmo estilo de A dama mais desejada, a história se divide em três, cada qual escrita por uma das autoras. Porém, diferentemente do primeiro livro da duologia, as três compõem o mesmo fio condutor da trama. Naturalmente, já se supõe que três casais serão formados, só não se sabe quem escolherá quem. Aos poucos, acompanhamos cada um dos personagens passar do choque inicial à curiosidade com os demais e ao interesse por alguém específico. Munidos com réplicas espirituosas e sarcásticas e carregando nos ombros suas mágoas e traumas, os protagonistas desse insólito romance vão se desarmando e se revelando, enfrentando seus próprios fantasmas, abrindo-se para possibilidades nunca antes aventadas.
Nessa situação extrema, não é de se espantar que aconteçam o inesperado e o improvável, muito menos que surjam desejos incontroláveis e grandes paixões. As autoras conduzem o romance com sagacidade e maestria, construindo mais um ótimo exemplar do gênero ambientado nas lendárias e místicas Terras Altas escocesas.
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