Bianca 02/02/2021É indubitável o efeito que "On the Road" de Kerouac causou na década de 50/60, sendo o autor deste o principal ícone da Geração Beat. De fato, uma obra muito importante para esse movimento literário, na qual sua repercussão fortaleceu a ruptura com padrões academicistas, e por conseguinte, influenciou diversos movimentos significativos (pelo menos eu considero) e cantores como Jim Morrison e Bob Dylan (amo ambos). O livro é narrado em primeira pessoa, onde o protagonista descreve suas várias viagens atravessando os Estados Unidos.
Decorrente dessas características e após receber diversas recomendações positivas, eu posso dizer que eu esperava muito desse livro, já que eu tinha tudo para amar ele. No entanto, o resultado não foi esse, pelo contrário, desde a primeira parte eu fiquei decepcionada com a obra e quis abandonar várias vezes. Não estou querendo dizer que é ruim (eu achei horrível, porém isso é bem pessoal), mas que a premissa dele era tão interessante para ter sido tão grande a decepção.
Foi meu primeiro contato com uma obra da Geração Beat, e sem dúvidas o último, já que o estilo não me agradou nenhum pouco. E um dos principais motivos para não ter gostado de "On the Road" foi essa narrativa com um fluxo de palavras bagunçadas, as gírias que são utilizadas e muitas vezes denota a objetificação feminina; e embora reconheço o valor destas características para o movimento, não me satisfaz nenhum pouco.
Além disso, temos Dean Moriarty, o personagem mais insuportável que existe. Apesar de todos serem bem desagradáveis, o Dean é o campeão, não tem como defender suas atitudes e muito menos as coisas ditas por ele. Enquanto eu tive pena dos outros, dele eu tive nojo, principalmente quando dizia coisas do tipo:
"Ah, querida Marylou, se eu conhecesse você nessa época! Uau! Você devia ser gostosa aos nove anos!"
Sendo assim, "On the Road" foi para mim uma leitura desprezível, mas que talvez agrade outras pessoas. Eu acreditava me encaixar no público alvo e foi uma tremenda decepção, não consigo recomendar para ninguém, nem por ser um clássico.