heloisa.nas 20/12/2021A autora perde a mãoVamos lá, analisar o livro, e o por que de eu ter considerado apenas um livro bom.
Acho que a trama se perde em muitos pontos, a autora quer colocar muitos assuntos juntos, porém, muitos acabam sem tanta profundidade e ficam meio confusos, principalmente o final que ficou MUITO corrido.
Estaria mentindo se dissesse que a escrita de Alice Oseman é ruim, pois eu achei bem fluída o que me fez ler o livro muito rápido, sendo que tem cerca de 400 páginas. Porém os furos na leitura deixam a desejar na história com personagens que por mais diversos que fossem, alguns ficaram bem estereotipados. Concordo que este livro também não é meu público alvo, e acho que se tivesse lido com uns 13 anos eu teria me divertido muito mais com a leitura.
Acho o ponto mais bagunçado foi a segunda metade do livro, pois a primeira metade foi perfeita e eu estava amando demais. Foi quando a autora começou a colocar os problemas á vista, que a leitura deixou a desejar, para mim. Todos os problemas começaram a ir pro Aled, e isso é meio chato pois ele não é o protagonista do livro. Mas achei legal a proposta de não se sentir bem com a própria mãe, porém achei mal abordada no livro, e facilmente resolvida, sendo que não é assim que as coisas funcionam.
Frances ficou totalmente estereotipada como a garota super nerd na escola e que em casa é meio "doidinha" e as vezes ela mesma se esteriotipava deixando a personagem dela meio chata pois fiacava repetitivo.
A mãe da Frances foi uma personagem que eu não gostei pois não condiz nem um pouxo como uma personagem adulta, muito menos como uma mãe.
Aled foi meu personagem favorito, amei o lance dele com Universe City, porém ele foi um personagem que a autora perdeu a mão na história. Alice Oseman começa a criar problemas em cima do personagem e ele acaba se perdendo. Entendo que ele foi ficando depressivo por sentir que as coisas estavam se perdendo em sua vida, e ate em algum ponto do livro os outros personagens tem medo de ele se suicidar, porém a autora novamente não soube abordar isso. Não soube escrever o personagem se perdendo nem explicar nada. Lá pro final ela decididu que o livro era um conto de fadas e Aled era a princesa perdida sendo sequestrada e maltratada pela bruxa (que era sua mãe), totalmente nada a ver com a história, e resolvido de uma forma que não tem como não revirar os olhos. Ele simplesmente disse que não queria ficar com a mãe e saiu. Como se a mulher não tivesse autoridade sobre ele a vida toda.
Fora o Rádio Silêncio que também se perde nas entrelinhas da história, a autora não desenvolve o que deveria ser a melhor parte do livro, inclusive os problemas que cria como stalkers e cyberbullying ela esquece que existem e ficam como pontas soltas no livro. Sendo o nome do livro Rádio Silêncio, era de se esperar que ele se desenvolvesse sobre isso como tema central, mas não foi o que aconteceu.
Carys tbm foi mal desenvolvida, achei que teria a maior importância no livro, sendo que é citada desde o começo e simplesmente não é mostrado nem uma única conversa dela com o irmão, o que era esperado já que nesse conto de fadas criado, ela séria o herói que aparece do nada pra salvar a princesa.
Raine mesmo sendo antagonista foi uma personagem legal, mas também meio sem sentido pois mal ligava pra Frances no início do livro e do nada começou a super falar com ela.
Enfim tem muitas pontas soltas que me deixaram chateada durante a leitura, mas acho que valeu a pena pra conhecer essa autora. A leitura foi muito rápida e até a metade do livro eu estava achando que ia ser um 5 estrelas. É um livro sobre amizade, um gênero que eu adoro ler, porém se perdeu. Adorei alguns temas abordados como LGBT, não se sentir bem em casa, só focar em estudos e a pressão da faculdade na nossa vida. Porém depois como disse, a autora perdeu a mão, ao longo da escrita do livro e todos os temas não tem profundidade.
Não entendo porque tanta gente dá 5 estrelas.