Mulheres e caça às bruxas

Mulheres e caça às bruxas Silvia Federici




Resenhas - Mulheres e Caça às Bruxas


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Kamyla.Maciel 09/06/2020

Leitura densa, mas vale a pena!
Silvia Federici nos faz refletir sobre a história da caça às bruxas, as motivações, trazendo o lado mais humano da perseguição, suas intenções econômicas, sociais e religiosas. E ao falar dessas perseguições, ela nos aproxima daquelas mulheres, nos mostra que o conceito ?bruxa? nada mais é do que um método para distanciar a sociedade daquelas que foram perseguidas.
Em um segundo momento, a autora traz dados atuais, argumentando e sendo clara que a ?caça às bruxas? é apenas o instrumento a serviço de um sistema, e por isso que tais perseguições foram tão fortes em momentos de transformação econômica, de mudança de valores, de novos modos de acumulação e relações sociais.
O livro não é fácil de ler, pois parece acadêmico demais, mas quando conseguimos entender, um mundo de reflexões surge na nossa cabeça.
Para os que estão querendo leituras feministas, recomendo.
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Tatiane 16/06/2020

Muitas aprendizagens
Mostrando como uma mesma palavra, ao longo de centenas de anos, teve o seu significado totalmente modificado para denotar um valor negativo e pejorativo sobre a mulher, Silvia Federici nos apresenta a demonização, desde o passado até nossos dias, do sexo feminino, para a construção e segurança de uma sociedade capitalista patriarcal. Em ?Mulheres e caça às bruxas?, a escritora italiana, professora e militante feminista, mostra a construção histórica da demonização da mulher:

"Desde essa época [século IV d.C.], a necessidade de proteger a coesão da Igreja como clã masculino, patriarcal e de impedir que sua propriedade fosse dissipada devido à fraqueza clerical diante do poder feminino levou o clero a retratar o sexo feminino como instrumento do diabo - quanto mais agradável para os olhos, mais mortal para a alma. Esse é o tema central de toda a demonologia, a começar por Malleus maleficarum, provavelmente o texto mais misógino já escrito. Fosse católica, protestante ou puritana, a burguesia emergente deu continuidade a essa tradição, mas com uma deformidade, já que a repressão do desejo feminino foi colocada a serviço de objetos utilitários, como a satisfação das necessidades sexuais dos homens e, mais importante, a geração de mão de obra abundante." (p. 67)

Após uma apresentação histórica da caça às bruxas, como também caça à liberdade da mulher, Federici expõe sua tese sobre a situação da mulher hoje:
?Minha tese, em outras palavras, é de que estamos assistindo a uma escalada da violência contra as mulheres, especialmente afrodescendentes e indígenas nativas, porque a 'globalização' é um processo político de recolonização destinado a entregar ao capital o controle inquestionável sobre a riqueza do mundo natural e o trabalho humano, e isso não pode ser alcançado sem atacar as mulheres, que são diretamente responsáveis pela reprodução de suas comunidades." (p. 94)

Embora traga questões que dizem respeito a todas as mulheres, Silvia Federici denuncia claramente os massacres que vêm ocorrendo em diversos países da África:

"(...) é importante reconhecermos que há muito o que as mulheres e as feministas podem fazer para se opor a essas novas caças às bruxas e que essa intervenção é urgentemente necessária. (...) se as mulheres não se organizarem contra essas caças às bruxas, ninguém mais fará isso, e a campanha de terror continuará sob a forma de caça às bruxas ou de novas maneiras. Uma lição que podemos torar do retorno da caça às bruxas é que essa forma de perseguição não está mais vinculada a um momento histórico específico. Ela adquiriu vida própria, de modo que os mesmos mecanismos agora podem ser usados em sociedades diversas, quando nelas houver pessoas que precisam ser ostracizadas e desumanizadas. As acusações de bruxaria, na verdade, são o mecanismo supremo de alienação e distanciamento, na medida em que tornam as pessoas acusadas - que ainda são principalmente mulheres - seres monstruosos, dedicados à destruição de suas comunidades, transformando-as, portanto, em não merecedoras de qualquer compaixão e solidariedade." (p. 137-138)

Preciso ler mais livros desta autora. Já está na fila de leituras imprescindíveis "Calibã e a bruxa".
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Kaline.Alencar 17/07/2020

Livro ótimo ?? Sílvia atualiza algumas discussões de calibã e a bruxa e traz novas discussões como, a origem da fofoca. Recomendo muito!!
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Patty 14/08/2020

Tema muito importante.
Leitura aparentemente introdutória a outras obras da autora. Silvia Federici é fundamental nos estudos feministas atuais. Recomendo!!!
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Katita 15/08/2020

Revelador e eloquente
Formidável como a autora consegue fazer a narrativa dos fatores históricos amarrando com a razão da existência dos comportamentos quase que padrões socialmente.
É urgenten o apelo "o ataque contra as mulheres vem, sobretudo, da necessidade de o capital destruiro que não consegue controlar e degradar aquilo de que mais precisa para a sua reprodução."
Fabuloso!
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Camila.Schvanz 06/01/2021

A luz de fatos históricos e contexto social importante para compreender cada periodo o livro se coloca como uma interessante fonte de informações sobre o patriarcado e também a luta e emppdersmento feminino necessário ao longo da História.
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Nanda :) 27/08/2020

Federici conseguiu, com louvor e concisão, explicar as principais questões que foram apontadas em O Calibã e a Bruxa de forma mais densa. Uma ótima introdução pra quem deseja entender a interseção do capitalismo e da opressão feminina.
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Marina 30/08/2020

Urgente as leituras feministas
Essa obra realiza o papel de democratizar as discussões presentes em ?Calibã e a Bruxa?. É chocante e urgente as discussões sobre com a sexualidade, condições econômicas e sociais e mulheres que podemos considerar que são figuras de resistência são facilmente jogadas na fogueira por um sistema tão injusto quanto esse em que vivemos. Pensar em como sofrem essas mulheres da América Latina, África e Índia é extremamente urgente e necessário às leituras sociais feministas.
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Gabi Sagaz 31/08/2020

Coletânea de artigos
O livro é uma coletânea de artigos que conversam muito com os livros anteriores da autora. Além de conversar com seus antigos livros ela trouxe algumas novas contribuições.
Até deixou um pouco mais leve o que eu achava que devia ter ficado mais transparente no Calibã e a Bruxa.
Para quem está sem fôlego de ler os outros livros delaque têm de 300 a 400 páginas acho que com esse consegue-se trazer uma boa perspectiva do que vem sido defendido como "Marxismo Federici" ou algo assim...
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21/09/2020

A obra é um complemento de "O Caliba e a Bruxa", que traz a tona razões pelas quais houve as famosas Caça as bruxas e como o fenômeno ainda acontece hoje em dia. Impressionante.
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Luíza.Pedroso 27/09/2020

Um ótimo livro pra todas as mulheres que veem o passado como forma de entender o presente. Leitura densa e crua. Extremamente necessária.
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Ari Phanie 29/10/2020

Atualizações
Em Mulheres e Caca às Bruxas, a Silvia Federici volta novamente a falar da caça às bruxas na Idade Média, debatendo mais uma vez alguns dos temas centrais que ela abordou em Calibã e a Bruxa, como acumulação primitiva e cercamentos de terras, processos iniciais do sistema econômico chamado Capitalismo que deu início a uma guerra contra as mulheres. Ainda que esse tenha sido cotado como um livro mais acessível às massas, os ensaios aqui presentes ainda tem um teor bastante acadêmico, e portanto, não é tão descomplicado como parece inicialmente.

Para mim, esse é um livro para se ler depois da base, e a base é o Cabilã. Os ensaios aqui são objetivos e atingem seu propósito, mas ainda sim, para iniciantes, talvez muitas coisas se percam ou fiquem nebulosas. Em o Calibã, no entanto, tudo é explicado perfeitamente, e por mais cansativa e trabalhosa que seja a leitura, você consegue um aparato de informação, conhecimento e esclarecimento muito mais amplo.

O que de mais interessante a Silvia aborda nesse livro em questão é a caça às "bruxas" no nosso período, falando desde o movimento eugenista, esterilização obrigatória das mulheres, e violência doméstica, até o horror incitado por grupos religiosos que ocorre na África. Ler sobre o que está acontecendo na África atualmente, me chocou bruscamente. Eu não fazia a menor ideia do que estava acontecendo nesse continente. Caça às bruxas parece coisa do passado - podendo ser também uma referência ao feminicídio - mas eu nunca imaginei que poderia estar acontecendo uma real caça às bruxas nesse século nos mesmos moldes daquela que aconteceu na Idade Média, e ainda por cima com a omissão do governo. Além da agitação de seitas cristãs, há também questões econômicas, claro, que levam homens a atacar mulheres idosas para se apropriar de suas posses. É brutal! É horrível e inacreditável que existam ‘’acampamento de bruxas’’onde mulheres precisem se exilar para não morrer queimadas ou enterradas vivas.

Enfim, esse é um livro que faz uma reconstrução do que você achava que sabia sobre Caça às bruxas, exatamente como o maravilhoso Calibã e a Bruxa faz. E que traz um apanhado de novas informações que são importantes para qualquer feminista ter conhecimento. Se você está iniciando, inicie pelo primeiro, então volte a esse. Se não, aqui você vai conseguir reforçar ainda mais alguns conteúdos e teorias para entender melhor alguns fenômenos e sistemas importantes.

"(...) é importante haver um esforço para compreendermos a história e a lógica da caça às bruxas e as muitas maneiras pelas quais ela se perpetua em nossa época. Pois é apenas mantendo essa lembrança viva que poderemos evitar que ela se volte contra nós.”
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Rosana 20/11/2020

Excelente relato e análise histórica da misogenia, sexismo, machismo e preconceito de gênero que ainda têm reflexo em nossos dias, com toda a credibilidade e o academicismo da Profa. Silvia Federici. Ótima leitura! Recomendo!
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Nick 28/11/2020

Caça as bruxas, capitalismo e religião
Um livro extremamente denso para suas 160 páginas, que nos traz uma visão muito importante sobre a opressão que as mulheres sofrem e a origem dela.
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Caroline.Prado 30/11/2020

"A violência contra as mulheres não desapareceu com o fim das caças às bruxas e a abolição da escravidão. Pelo contrário, foi normalizada"
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