Karol 27/09/2011
Precisa de título? u.u
Oies.
Tudo bem?
Vamos nós de novo então com mais Desafio Literário. Isso porque agosto foi o mês do cachorro-louco e, por isso, não deu pra fazer muita coisa. Setembro chegou lindo e belo, mas também anda meio moroso. É bem aquela coisa... eu fico semanas sem postar, arrumo uns minutos, dou uma animada por aqui, aí chega o Rock in Rio*, eu fico mais umas semanas sem postar e volto animada contando pra vocês como foi. Pode ser?
Legal!
Antes de começar a falar do André Vianco, vou fazer um esclarecimento. Em tese, o primeiro livro que eu leria para o DL esse mês seria Dragões de Éter – Corações de Neve, do Raphael Draccon. Mas a anta aqui esqueceu que tinha relacionado ele para o Desafio Literário e leu ANTES da data prevista. Então, não seria exatamente justo eu linkar lá uma resenha de meses atrás, né? Mas se alguém tiver curiosidade, segue o link aqui.
Agora vamos ao que interessa: Bento, André Vianco.
Na minha humilde opinião Bento é o melhor livro do André Vianco: o melhor ambientado, com os melhores personagens, o melhor enredo e a melhor “mitologia” que ele já criou. É algo meio apocalíptico, surreal, mas extremamente crível e bastante bem pensado. O livro nos conta a história de Lucas, que vai dormir em uma noite comum e acorda 30 anos depois em um mundo virado do avesso: ele foi mais um dos pegos pelo sono profundo da noite maldita, quando um fenômeno misterioso fez com que metade da humanidade pegasse uma estranha doença, do dia pra noite, e começasse a atacar a outra metade, em busca de sangue para se alimentar. Da metade saudável, uma parte caiu num sono profundo, como Lucas, e outra ficou acordada, tentando proteger os adormecidos, construindo fortalezas e buscando, a todo custo, defender seus pescoços de amigos e parentes que, agora, viraram vampiros.
Nesse mundo, os sobreviventes que não viraram vampiros vivem em colônias fechadas, bem semelhantes a fortalezas, onde todas as noites abatem milhares de vampiros que os atacam de forma pouco organizada, mas constante. Entre os sobreviventes temos os Bentos, homens e mulheres que são como super-heróis na luta contra os vampiros, eles matam mais que todos os outros e lutam com espadas, escudos e indumentária medieval. Lucas, quando acorda, descobre ser um desses Bentos e, mais que isso, o trigésimo Bento, o mais esperado de todos, o escolhido. Os sobreviventes da noite maldita vêem nele uma esperança para o banimento final dos vampiros e a volta da noite para a humanidade, que não se arrisca a colocar o nariz para fora das fortalezas depois que anoitece.
Vianco desenvolve sua história de forma muito rápida e eletrizante, você simplesmente não consegue largar o livro, querendo saber o que aconteceu. Afinal, por que apenas alguns viraram vampiros? E o que são os Bentos exatamente? São dúvidas que ficam martelando na mente do leitor constantemente e eu não vou dizer se tem ou não uma boa resposta. O negócio é que Bento é muito bom. Incrível como eu prefiro os livros antigos do Vianco aos novos, se colocarem Bento e O Turno da Noite 3 na minha frente, com certeza escolherei Bento, a história é uma verdadeira revolução na literatura fantástica nacional. Na época em que foi lançado tínhamos bem menos escritores jovens produzindo e publicados do que temos hoje e imagino como deve ter sido ler na época, quando tudo ainda era muito novo e os vampiros não estavam tão.. hm... popularizados.
Fiquei feliz ao reconhecer na trama alguns locais em que já estive, como a Rodovia dos Bandeirantes com o seu Rancho da Pamonha e as menções aos Hospital das Clínicas, além de alguns lugares de São Paulo, Osasco, Rio de Janeiro, Bahia.. A melhor parte em ler literatura nacional é ter essas oportunidades. Eu nunca mais passarei pela Bandeirantes com a mesma sensação e jamais olharei de novo para o Rancho da Pamonha com os mesmos olhos.
A única coisa que me cansou um pouco foi o tamanho dos parágrafos. São ENORMES, ocupando mais de duas páginas às vezes. Isso é bastante cansativo e acho que uma edição bem feita poderia ter corrigido esse problema, assim como alguns erros de pontuação... As editoras continuam sendo negligentes com a literatura nacional nessa questão gramatical/ortográfica, uma vergonha. Mas passando esse problema, o livro vai muito bem, obrigado.
Leitura super recomendada. O livro é incrível e é nacional! Dá até uma saudadezinha de ler o André Vianco falando de vampiros e seres terríveis pois, com certeza, essa é a sua especialidade.
Ahh e o livro tem duas continuações: Vampiro-Rei I e Vampiro- Rei II. Logo eu falo mais sobre eles por aqui.
Até!
* Sim, eu tinha que falar do Rock in Rio. Mal me agüento de ansiedade.