Resenhas - Memórias de um Sargento de Milícias

thays 03/06/2021

não é atoa que é considerado um clássico
Apesar de ser um livro do "tempo do rei", Memorias de um sargento de milícias foge por completo do estereótipo de romance feito pra elite. Aqui temos personagens reais e cheios de defeitos e qualidades, muitas situações cômicas e irônicas, não é totalmente focado num romance, o herói está mais para anti-herói e a que vem a ser a mocinha chega até a ser considerada estranha e feia.

É claro que o livro tem algumas palavras e expressões que eu não conhecia (o que já era de se esperar, mas as situações são bem detalhadas e você acaba entendendo o significado), mas isso nem foi um empecilho. A narrativa é simplesmente incrível e acho que nunca vou me cansar de dizer isso!!! Tive a sensação de estar fofocando ou contando um causo pro narrador a todo momento e isso fez a experiência ser ainda melhor. Toda vez que o narrador falava "vou deixar pra contar isso mais pra frente" eu ficava só aquele meme do "fofoca pela metade mata fofoqueira" e isso acontece o livro todo kkkkkkk.

Peguei amor por todos os personagens inclusive por aqueles que eu acho que odiaria se existisse na minha vida, fora que SEMPRE TEM ALGUMA COISA ACONTECENDO, não dá nem pra piscar. Fez por merecer as cinco estrelas e eu super recomendo a obra, ainda mais pra quem tem medo ou preguiça dos clássicos.

Raquel 03/12/2022

Não gostei, achei chato
Memórias de um Sargento de Milícias é a primeira de apenas duas obras do autor Manuel Antônio de Almeida, que morreu tragicamente muito jovem num naufrágio. Nesta obra, Manuel narra a vida de Leonardo, filho de imigrantes portugueses no Brasil colônia que se apaixonaram perdidamente no navio vindo da Europa, mas logo que se estabeleceram em solo brasileiro começaram a vivenciar problemas conjugais.

Poucos anos se passaram até seu pai descobrir o caso extraconjugal de sua mãe, que aproveitou o ensejo para abandonar filho e marido e fugir no primeiro navio com o amante. O pai de Leonardo, também Leonardo, simplesmente o largou à própria sorte. Vocês imaginem, se em 2022 quando a mãe falece ou vai embora o pai deixa os filhos com os avós, no século XIX não ia ser muito diferente. Vendo a triste situação, o padrinho de Leonardo filho, barbeiro de profissão, resolveu criar o menino como se fosse seu.

O padrinho tinha enorme carinho e amor pelo menino e, por vezes, fazia vista grossa as suas travessuras. Sim, Leonardo era uma criança travessa, mas apenas uma criança. E uma criança que a vida toda ouviu das pessoas a sua volta que ele não tinha futuro e não ia dar em nada. Ouviu tanto que acreditou, uma profecia auto-realizável. Tentou estudar, foi expulso da escola. Tentou ir pro seminário, foi expulso da igreja. Resolveu vagabundear e por aí se encontrou. Até que foi pego pela polícia por vadiagem e, ao invés de ser preso, preferiu ser cooptado pela polícia como sargento de milícias. Ah, esqueci de falar que no meio disso tudo aconteceu um romance morno com uma menina chata que no final o autor tenta nos fazer acreditar que era um grande amor reprimido.

Eu vou ser sincera: ou eu não entendi nada desse livro, ou ele é bem chato mesmo. Não dei uma risada, não me emocionei, não me afligi. Não entendi porque recebeu alcunha de clássico. A obra ainda é salpicada com expressões e termos muito racistas. Ok, é do século XIX e a gente precisa tentar não cair no anacronismo, mas, mesmo assim, ler certas coisas embrulha o estômago. Não recomendo. Vai ler Machado de Assis, pelo amor de Deus.

Maressa.Naara 04/08/2020

É muito divertido e fluido!
*Gênero: Romance;
*Escola Literária: Romantismo;
*Tempo: Brasil de Dom João VI, entre 1852 e 1853;
*Cenário: Rio de Janeiro;
*Narrador intruso, em 3ª pessoa;
*Anti-herói,
*Primeiro malandro da literatura brasileira;
*Comédia /romace de costumes;
*Púbico-alvo não é da elite;
*Linguagem quase coloquial da época;
*Difusão entre ético e antiético, não prega a moralidade como os outros romances da época;
*Ausência de sentimentalismo por parte dos personagens;

Leonardo-Pataca (propina, simboliza corrupção), meirinho (oficial de justiça), estava em um navio vindo de Portugal para o Rio de Janeiro e encontrou Maria da Hortaliça. Ele deu um pisão no pé dela e ela deu um beliscão no dorço da mão dele, sete meses depois nasceu o fruto da pisadela e do beliscão. Leonardo é malandro, vagabundo, expulso de casa aos sete anos de idade, quando Pataca flagrou uma traição por parte da mulher, que fugiu com o amante.
Leonardo foi criado pelo padrinho barbeiro (fazia sangrias num navio por saber usar navalhas, o capitão pediu que entregasse um baú à sua esposa antes de morrer e ele tomou o baú para si e "melhorou de vida") e pela madrinha comadre. O padrinho sonhava que ele se tornasse padre, mas suas peripécias não permitiram. Quando adolescente, ele frequentou a casa de D.Maria, amiga da comadre, que tinha uma enteada chamada Luizinha, Leonardo apaixonou-se por ela e foi rejeitado.
Pataca teve um caso com uma cigana e foi traído novamente com o padre que Leonardo ajudava nas missas (foram entregues numa festa ao major Vidigal - existiu na vida real). O barbeiro morreu e Leonardo foi mandado para a casa do pai, mas entrou em conflito com a nova madrasta, filha/sobrinha da comadre, e foi expulso de novo. Fugiu de casa e encontrou Vidinha, seu novo amor, e teve um caso com ela. Ele conseguiu um emprego na despensa do rei e se envolveu com a mulher de toma-largura (costureiro), e foi demitido.
Depois de tanto aprontar, ele foi preso pelo major Vidigal e se tornou soldado, mas também aprontou por entregar a batida policial aos seus amigos e foi preso de novo. A comadre entrou em jogo e pediu ajuda à sua amiga Maria Regalada, amante de Vidigal, que intercedeu por Leonardo, prometendo morar com o major, ele topou e Leonardo se tornou sargento (propina novamente, corrupção). Leonardo acabou se reencontrando com Luizinha, que estava viúva de um embuste chamado José Manuel (ela se casou a pedido da comadre). Para poder se casar, tornou-se Sargento de Milícias.

Li para o vestibular do ITA. Adorei!

Tainá 21/10/2021

okay
eu tô cansada de ler livro pra faculdade pelo amor de deuss. enfim, achei esse okay. pelo menos é divertidinho e tal, mas nada demais sei lá. cansadah.

Paty 11/03/2021

Reli e lembrei porque tinha gostado
A primeira vez que li o 'Memórias póstumas' foi no colegial. Lembro que dentre os livros clássicos, tinha sido um dos que eu mais tinha gostado de ler na época, mas lembro também que o começo da história tinha demorado pra me cativar.
Reli, porque lembrava muito pouco da história e queria ver se, agora mais velha, eu iria gostar mais do começo. Me surpreendi, porque, de novo, o começo não me prendeu muito... É muito bem escrito, com uma linguagem e uma caracterização muito interessante, mas é um pouco arrastado... Depois que passa uns 40%, a narrativa se torna mais dinâmica e mais fácil de compreender.

O que eu mais gosto é não é daquelas histórias de amores arrebatadores e sentimentos extremos. É uma história que me lembra um pouco Machado de Assis, no sentido que é cheia de ironias, hipocrisias e, convenhamos, de muita gente imperfeita, o que dá um retrato mais realista e divertido da vida do protagonista e da época em que se passa a trama.

Amanda 05/01/2021

Uma deliciosa comédia de costumes
A leitura não é nenhum um pouco maçante! O enredo é leve, descontraído, com bastante humor. Os personagens são interessantes, Leonardinho é o meu predileto, o típico: ?pau que nasce torto nunca se endireita? hahaha

Vanessa 26/03/2020

A história de venturas e desventuras de um bon vivant apadrinhado por muitos e odiado por tantos outros. É um livro de transição, mas apresenta - ao meu ver- muito mais lampejos de realismo do que romantismo. Tal enquadramento é semente pra muitos questionamentos, mas ao que parece, o autor não tinha qualquer pretensão de submeter a obra a nenhum processo de criação de regra literária ou enquadrar em alguma escola específica e essa liberdade e independência de criação inspira certa admiração. É uma história única em seu gênero e que traz uma narrativa que felizmente foge do preciosismo excessivo da época, representando de forma graciosa um período da história sem a necessidade de tantos devaneios românticos e afetações.

Bruna.Araujo 26/03/2020

Clássico
Um livro muito divertido. Com personagens muito carismáticos. Verdadeiramente um clássico brasileiro.

Resielly 15/03/2024

Divertido
Uma obra realista com um quê de romance ou um romance com características realistas, o livro é divertido e realista sem a profunda seriedade do realismo, trazendo então a emoção contida em um romance e quebrando momentos com um senso de humor oportuno.

Sabrina 08/05/2020

O livro narra às memórias de Leonardo, desde quando os seus pais se conheceram, dentro de um navio, até o momento em que ele se torna um sargento de milícias. Quando era criança, foi abandonado pelos seus pais, e passou a ser criado pelo seu padrinho, que sempre o via com bons olhos e o amava muito, embora o menino aprontasse bastante. Leonardo foi crescendo e não se interessava em fazer nada e em nenhum tipo de ofício, além disso, continuava a se meter em muitas confusões e se apaixonava facilmente. Com a morte do seu padrinho, Leonardo passou a morar com a sua madrinha, que sempre o ajudava a se livrar dos problemas em que se envolvia. A história de Leonardo até se tornar um sargento de milícias é muita divertida e interessante, recomendo a leitura.

Ivy 14/05/2020

Granadeiro
Um livro gostoso de ler, personagens que parecem reais.

Victor.Hugo 05/06/2020

Um afável chiste
Eu já deveria ter escrito isto: terminei Memórias de Sargento de Milícias no dia 25 de maio (de 2020, ao leitor futuro) e, desde então, venho postergando o ato a que agora me dedico; talvez por não saber exatamente o que falar, talvez por não me sentir disposto a tornar consciente o inconsciente. 

Trata-se de um folhetim romântico de ares realistas a obra mais famosa de Manuel Antônio de Almeida; fazendo uso de uma "narrativa-episódica" ? quase como a formar uma teia de crônicas com os mesmos personagens ?, o autor nos conta a vida (ou, melhor, uma parte dela) do sujeito que dá título ao romance. Aqui, devo me explicar: uso o termo episódico pois a progressão do texto amiúde se dá a partir da narração de episódios (não isolados mas, ainda assim, compreendendo um todo em si mesmos), como quando o autor retrata anos ou épocas por eventos exemplares tal qual os feitos de Leonardo quando do seu trabalho na igreja ou o encontro de seus pais em um navio ao Brasil; outra explicação devida é aquela relacionada aos supostos ares realistas das Memórias: o autor ironiza sentimentos e índoles, joga luz em atitudes e comportamentos que é de se pensar que seriam escondidos ou simulados pelos românticos a fim de idealizar algo. Ainda deve-se dizer que, mesmo portando uma aparência anedótica, os personagens não são planos, pelo contrário: são vítimas extremas de seu livre arbítrio, algo que fornece ao romance um frescor da inconstância que me foi todo agradável ? corroborado por um narrador espirituoso como no trecho "O Leonardo correu precipitadamente pelo caminho mais curto que encontrou; sem dúvida em busca de outro caldo, uma vez que o primeiro se tinha entornado.", em que, na verdade, Leonardo corre de um homem que o crê amante de sua esposa, momentos em que a leitura me levou aos risos. A linguagem, esta foi um prazer a parte; os trejeitos linguísticos do narrador, a metalinguagem, o vocabulário (este que, muitas vezes, me lembrou de minha bisavó), enfim, uma prosa acolhedora (sim, tal é o termo!). 

Um livro desses que se me são especiais; que me lembrou no tom um pouco de Brás Cubas e no estilo suas Memórias Póstumas; um livro que, a meu ver, é atemporal. Uma sátira de costumes sem a sutileza machadiana. Maravilhoso.

Leonardo_css 14/06/2020

Um clássico para relaxar e rir
Quando peguei o livro, me veio todas aquelas memórias de quando tentava ler um clássico e cansava rápido da leitura. Bom, isso não aconteceu.

A história é basicamente uma novelinha ou série de tv, com diversos personagens e situações cômicas que nos fazem soltar uns sorrisos vez ou outra.

O livro acompanha a história de...bom, começamos por Leonardo (que depois virou Leonardo-pataca) um oficial de justiça que só se lasca por conta do seu desejo desenfreado.

Nisso, acrescentamos o major vidigal (policial bravo, temido e que impõe respeito na comunidade). Temos o Compadre, a comadre e outros que vão sendo inseridos na história (nada de spoilers). Portanto, o livro reúne muuuitas situações e personagens que se eu contasse, estragaria a surpresa.

Recomendo de verdade leituras assim, leves e que te fazem esquecer desse período ruim que estamos vivendo. Um clássico que guardarei no coração.

igsuehtam 02/07/2020

Se não leu, deve ler agora
Muito bem humorado e uma leitura leve. Não esperava isso. Eu achava que era uma imitação de Memórias Póstumas de Brás Cubas, mas nada disso, são memórias de Leornado, um malandro que nasceu de um pisão um beliscão. Nisso já se ver como é a vida dele.

No meio do livro eu já queria voltar a relê-lo e quero sempre fazer isso. Bom mesmo, vale a pena. Fazia tempo que um livro não me prendia!

Sidney.Muniz 04/07/2020

É uma obra extremamente divertida, vale a pena ler e se deliciar com essa leitura.