A Rainha do Ignoto (eBook)

A Rainha do Ignoto (eBook) Emilia Freitas




Resenhas - A Rainha do Ignoto


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Lala 18/05/2023

Como faz pra virar Paladina e ir morar numa ilha mágica?
Gostei bastante do livro. A ideia geral é muito interessante e inovadora, ainda mais pra um livro do século XIX. As Paladinas são personagens muito diferentes umas das outras, mas todas são fortes a sua maneira, seja nas artes ou no combate, e todas elas são muito carismáticas. A mitologia da Ilha do Nevoeiro é muito legal, ainda mais pra quem gosta de fantasia sobre terras ocultas, como eu.
Um destaque são as causas pelas quais as Paladinas lutam, sempre em busca de cuidar daqueles que sofrem e não são ouvidos e lutando contra a escravidão e a favor da república. Cara, como é legal ler livros do século XIX em que o autor é sensato kkkkk, é maravilhoso ver as Paladinas chutando a bunda de véio escravagista.
Uma coisa que me incomodou foi a parte inicial da obra, que é bem enrolada, focando muito na vizinhança e perdendo um pouco o ponto. Em certos aspectos, isso é bom, principalmente no retrato riquíssimo das tradições e costumes cearenses da época, mas em outra, é um pouco maçante quando se trata de certos episódios cotidianos (Carlotinha e suas lamentações, estou falando com vcs!). E é muita lamentação, tanto da Carlotinha como da Rainha do Ignoto, no início vc acha legal, mas depois começa a cansar.
O que mais me incomodou foi o vilão, Probo. Eu passei o livro todo ansiosa pra ver um caso de intriga épico entre ele e as Paladinas e não deu em nada. Do nada ele meio que esquece as motivações e deixa tudo pra lá, o que foi frustrante demais!
As aventuras, porém, são muito boas. Minhas favoritas foram a do soldado morto e a da libertação do engenho que é a melhor, sem dúvida. É muito legal que a hipnose aparece aqui como algo do fantástico, o que faz muito sentido, já que no século 19, ciência, psicologia e magia eram um emaranhado muito louco que se confundiam, o que me lembrou das obras de Poe em que a hipnose também aparece como algo no limiar do fantástico.
A Rainha do Ignoto é uma personagem que chama muito atenção e os mistérios em torno dela vão crescendo cada vez mais. Me decepcionei um pouco com certos rumos em relação a romance que deram a ela, porque acho que ela seria mais interessante sem todo esse apelo de sofrência por amor.
Gostei do desfecho final e de como ele deixa um mistério no ar naquela cena da Ilha do Nevoeiro.
Enfim, é um livro essencial pra você que é brasileiro e fã de fantasia, pois esse livro é um dos pioneiros no gênero e tem uma importância imensa. É muito legal ver o como a autora usa de folclore, tradições regionais e causas sociais da sociedade brasileira da época para compor uma obra de fantasia, trazendo muita personalidade a cada detalhe do universo construído.
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Perdida_nas_Estrelas 03/05/2023

A perfeição resgatada por fadas
Esta obra me conquistou logo no primeiro capítulo, traz aspectos de paisagens de um Brasil longínquo, é de uma escrita poética e não deixa a desejar na fantasia. Tem um mistério pairando durante todo o enredo sobre a Rainha do Ignoto, aos poucos podemos descobrir mais sobre essa mulher e sobre o que ela faz junto de suas paladinas. Algo bem marcante a partir de certo ponto da estória é o pensamento abolicionista da autora, há passagens maravilhosas acerca disso.
Eu me apaixonei inteiramente por essa relíquia da literatura brasileira, e nunca esteve tão marcante em mim o pensamento sobre o quanto de literatura boa já perdemos. A autora me causou interesse, pretendo saber muito mais sobre ela, favoritei esta obra antes mesmo de terminá-la. E sim, temos aqui uma sociedade feminina, há homens também, mas o que vemos são as mulheres fazendo o trabalho todo da restituição de vidas brasileiras. O que me causou muito impacto foi esse enredo ser um pouco semelhante (nada de cópias, apenas um tema parecido) com "Terra das Mulheres" de Charlotte Perkins Gilman, obra a qual foi publicada 16 anos após esta de Emília Freitas, ou seja, a brasileira caiu no quase total esquecimento, enquanto a norte-americana é um clássico aclamado há muito tempo. Amei ambas, mas o que de fato me causou incômodo foi esta excelentíssima obra não ter seu devido reconhecimento.
Finalizo recomendando aos fãs de fantasia esta obra magnífica e esperemos que ela seja cada vez mais lida, e que nunca mais caia no esquecimento
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Taci.Souza 23/04/2023

A Rainha do Ignoto é um verdadeiro tesouro! Não apenas pelo fato de ser um livro escrito a mais de 100 anos, mas por todo o contexto no qual a trama foi desenvolvida. Foi surpreendente e gratificante identificar, ao longo da experiência de leitura, ideais e pensamentos tão importantes e defendidos atualmente, sendo expressados de forma tão clara em um livro centenário. E mais revolucionário ainda, escrito por uma mulher.

Emília Freitas tece, através de uma escrita poética, lírica e elegante, uma trama visionária e revolucionária, idealizando uma comunidade governada por mulheres que acolhem e protegem aqueles que a sociedade condena e abandona. Por muitas vezes, desejei também fazer parte do paraíso bucólico e místico que ela descreve de forma tão envolvente, e compartilhar dos sonhos de suas personagens.

São tantas as nuances e camadas desse livro, que a surpresa não cansa de dar lugar ao encantamento. Lamento ver escritoras tão talentosas passarem despercebidas à sombra de grandes nomes da nossa literatura pelo simples fato de serem mulheres. Autoras como Emília Freitas, são tão importantes quanto nossos Machados e Alencares, e como eles merecem ser conhecidas, reconhecidas, lidas e disseminadas!
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dudínea. 01/02/2023

Lindo, perfeito e maravilhoso!
Não vou mentir, é um livro lento, denso e por vezes meio difícil de ler (principalmente, no começo). Mas, conforme eu fui lendo, a história foi me cativando de uma maneira que não sei explicar.
Só de pensar no contexto que esse livro foi escrito, já é o suficiente para me fazer gostar muito.
Emília Freitas foi, simplesmente, sensacional. Essa é uma daquelas autoras que a gente gostaria de ter a oportunidade de sentar, tomar um chá e pedir que falasse mais sobre as obras e suas ideias. O que, infelizmente, não é possível, mas eu gostaria muito, porque esse foi um dos melhores livros que já li. E me deixa ainda mais contente o fato de ser um livro brasileiro.
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K.Castanheda 05/01/2023

Este livro me chamou atenção por ser uma fantasia escrita por uma mulher em um momento em que as narrativas estavam atreladas ao romantismo.

É um livro que traz aspectos abolicionistas e feministas. Mas quem se aventura nesta obra não pode esquecer que estamos diante de uma obra escrita no século XIX.
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BaYoshiko 28/12/2022

A leitura não é das mais fáceis
A leitura bastante densa e complexa em alguns momentos, mas é incrível notar como uma mulher, em um período tão machista, escravista e complicado da história brasileira, podia ser tão à frente de seu tempo, politizada e com ideias tão revolucionárias.
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Cristiane174 20/11/2022

Surpreendente
Essa obra maravilhosa foi a primeira fantasia nacional feminina. Publicada em 1899, a autora está bem a frente de seu tempo. Uma fantasia incrível, cheia de críticas sociais e diferente de tudo que eu já li. Uma obra pioneira que deve ter chocado a sociedade de seu tempo.
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Carolina 18/11/2022

Foi um livro um pouco difícil pra mim, foi meio massante demorei um pouco pra terminar, o que me fez ficar um pouco bodeada da história. Mas acredito que a história é muito legal, eu só li ele talvez em um momento errado. Mas a história tem potencial, além de ser uma alta fantasia brasileira.
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Nalva 30/08/2022

Funesta
Que perfeição de escrita.
Uma lástima não ter disponível outras obras da autora que com mestria relaciona momentos históricos vividos por ela com as fantasias que escreve.
A representação da mulher, como um ser ignoto que é, como uma paladina que nos lembra 'amazonas' já vistas em outras fantasias, comandada pela Rainha do Ignoto, uma mulher excepcional, a frente de seu tempo, que com inteligência, astúcia e força, decide sobre seu próprio corpo e destino e age de modo à tornar melhor a qualidade de vida dos marginalizados...
nos trás traços de mulheres guerreiras da vida real que muitas vezes sofrem injustamente com a visão equivocada das pessoas como sociedade que tem o patriarcado instalado de berço.
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Nica 18/08/2022

Clássico
É a primeira obra de ficção/fantasia do Brasil, escrito por uma mulher do século XIX, cearense! Acho que 'só' por isso devia ser leitura obrigatória.
Ele tem vários pontos interessantes como o fato de existir uma ilha comandada e mantida por mulheres, que fazem trabalhos de homens, que viajam o país fazendo o bem em cima de preceitos espíritas.
Tem uma vibe meio Herland, tem a abstração do hipnotismo como elemento impactante na história, tem aspectos da vida regional...
O livro é um marco na Literatura, infelizmente pouco conhecido.
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Davenir - Diário de Anarres 07/06/2022

Uma pérola redescoberta do fantástico brasileiro
"A Rainha do Ignoto" de Emília Freitas é uma das primeiras obras de ficção fantástica no Brasil. Publicada pela primeira vez em 1899, porem caiu no ostracismo justamente pelo caráter fantástico e arrojado demais para o naturalismo dominante na literatura brasileira. Emília mistura os elementos fantásticos aos da cultura regional do norte e nordeste para falar sobre a situação das mulheres em uma sociedade que as coloca de lado, as inferioriza e subjuga.

A história começa pelo olhar do Dr. Edmundo, um bom vivant que veio assumir as posses dos pais ricos no Passo das Pedras, no Ceará, quando conhece Carlotinha, uma bela, recatada e do lar, que logo se apaixona por ele. Porém em uma andança pela noite, Edmundo se encanta pela misteriosa Funesta, também chamada de Fada do Areré. Obcecado pelo mistério, Edmundo consegue disfarçar-se até a Ilha do Nevoeiro, local escondido da sociedade onde a Rainha do Ignoto governa uma sociedade utópica de mulheres, que atuam pelo bem em missões disfarçadas na sociedade.

Dominado por uma curiosidade quase obsessiva, Edmundo consegue a ajuda de Probo, para entrar infiltrado na Ilha do Nevoeiro, de forma que pela sua visão acompanhamos primeiro como é a Ilha e como se organizam as Paladinas, e depois, episódios em que as Paladinas ajudam infiltradas na sociedade, mulheres que são maltratadas e enganadas por homens. A literatura que costuma dar o lugar de traiçoeiras e manipuladoras as mulheres, tem um tratamento diferente, as mostrando o lado leal e o lado manipulador de homens, que muitas vezes brincam com seus sentimentos.

O livro tem um final bastante melancólico, mas que faz um excelente contraponto entre a utopia com a realidade. Nos anos 1980 a obra ganhou uma segunda edição, que foi um verdadeiro resgate. Por financiamento coletivo, vieram mais duas edições relativamente recentes. Uma pela Editora Wish e outra pela Editora Fora do Ar, e amsi duas outras exclusivamente digitais. Além de uma antologia baseada na obra. As Artes Mágicas de Ignoto.

site: http://wilburdcontos.blogspot.com/2022/05/resenha-236-rainha-do-ignoto-emilia.html
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Michele 22/05/2022

Desencantei
Ahhh uma delicia em forma de folhetins, cada capítulo é um pedacinho que tr deixa querendo mais.

Muito gostoso ??
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Van_woods 10/05/2022

Fantasia Rara
O livro é interessante pela história e a mensagem contida na essência do livro de questionamentos e críticas à pressupostos como machismo, etc tão presentes na época em que foi escrito e que infelizmente até hoje presenciamos casos como os descritos neste livro de 1899.
Edição da Wish é maravilhosa!
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Maria14598 06/05/2022

A Rainha do Ignoto, publicado pela primeira vez em 1899, é um dos primeiros volumes de literatura fantástica brasileiro, e escrito pela cearense Emília Freitas (dalhe “Siará”... O Nordeste sustenta a literatura nacional toda nas costas), fala sobre uma misteriosa sociedade utópica, formada quase que inteiramente por mulheres. A história é narrada, em parte, por Edmundo, um jovem bacharel em direito que, depois de gastar sua herança curtindo e viajando pela Europa,volta para casa e decide se alojar na única propriedade que ele ainda possui, uma fazenda no interior do Ceará. Chamando muita atenção na pequena comunidade Passagem das Pedras, Edmundo é apresentado às intrigas e aos mitos da comunidade, entre eles, a da Fada do Areré, uma moça encantada, muitas vezes tachada de bruxa, que habita os arredores da cidade. Depois de vislumbrar essa tal moça em sua primeira noite, Edmundo fica fascinado, e decide descobrir mais sobre ela.
Entre salvar escravos e ajudar mulheres com o coração partido por todo o Brasil, a rainha do Ignoto crítica a intolerância religiosa, o governo e especialmente o papel que a mulher possui na sociedade patriarcal, revelando dores e sofrimentos femininos ao mesmo tempo que exalta a força, a determinação e principalmente o coração feminino.

Um livro muito bom, que eu recomendo a todos.
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Marcos 28/04/2022

"Sou filha da natureza, noiva do infinito!"
A Rainha do Ignoto discorre fundamentalmente sobre a força feminina e a sua resistência na sociedade patriarcal.

A história retrata a trajetória de uma figura feminina forte, imponente e misteriosa, a Rainha do Ignoto. Uma mulher fantástica (nos dois sentidos da palavra) líder de uma sociedade secreta de mulheres, hierarquicamente organizada em uma ilha, a Ilha do Nevoeiro, que é protegida por uma força mágica contra os olhos atrevidos de invasores. A Rainha do Ignoto é uma mulher mística, uma camaleoa. Consegue ser diversas personalidades e assume vários nomes em prol do seu propósito maior: o recrutamento de mulheres que sofreram absurdos na vida, auxiliando-as a um recomeço e tornando-as fortes e confiantes para fazer o bem.

A Rainha do Ignoto causa essa sensação de estar lendo uma lenda, um mito com traços nordestinos e com a sutileza dos contos de fadas da Europa.
O romance pinta uma utopia, uma comunidade de mulheres empoderadas, chamadas de paladinas que buscam ajudar aos perseguidos pelo sistema opressor da época.
A parte inicial da história (que traz a Funesta) é muito envolvente. No entanto, ao decorrer da trama, o fantástico fica de lado, e o real pesa mais, deixando a narrativa mais lenta e arrastada (ruptura no equilíbrio do real com o mágico). A escrita da autora é agradável e ágil (lembrando que esse é meu primeiro contato com essa autora), porém, como dito anteriormente, o enredo se perde um pouco, podendo vir a decepcionar alguns leitores, que esperam por um realismo fantástico (pleno e único no conceito). A grande verdade é que o elemento que sustenta a aventura mágica é a própria Rainha, que na maior parte das vezes resolve suas adversidades com truques e atos envoltos por um poder místico. É contado sobre a origem da personagem, mas nada tão evidente a ponto de sair do campo do mistério.

Enfim, A Rainha do Ignoto foi uma aventura satisfatória, todavia, acompanhar a história em si não é tão incrível quanto saber mais sobre essa figura feminina de poder e de alma humana.
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