Luiz Pereira Júnior 27/09/2020
Nem mais, nem menos: só uma boa diversão (e olhe lá!)
Mais uma história de terror repleta de clichês foi o que me veio à cabeça durante boa parte da leitura do livro. Um clube de idosos que se reúne para contar histórias assustadoras, uma força do mal (vampiro, lobisomem ou algo que o valha) que atravessa décadas se transformando em outros seres (humanos ou animais) e se alimentando de humanos, personagens malignos cooptados por essa força do mal por já carregarem a maldade dentro de si, uma cidadezinha isolada em meio à nevasca, um jovem que vem de longe atendendo a um pedido meio que telepata dos protagonistas, esse mesmo jovem que, de ingênuo e fraco, vence as expectativas e se torna um herói salvando os idosos de um destino cruel, pesadelos horripilantes que se repetem em praticamente todas as partes do livro e por aí vai. Enfim, não achei muita originalidade na obra, mas fui até o final.
(E concordo com boa parte das resenhas que li. Realmente, o autor acaba se perdendo em meio aos flashbacks ou outras técnicas que, a meu ver, pareceram mal utilizadas no livro, tornando a obra meio confusa. A impressão que eu tive foi de que o autor escreveu o livro já pensando em como seria transposto para o cinema, com cortes abruptos, flashbacks a todo tempo, personagens que surgem e desaparecem do nada – e olhe que nem são os tais fantasmas...).
Demorei alguns dias para ler (mas não por causa da chatice ou qualquer outra dificuldade que a leitura me impusesse, simplesmente por causa de questões de meu trabalho), mas, se tivesse abandonado a leitura, acho que não teria sentido nenhum remorso.
(Mais uma vez ponto para a Darkside. Obras caras, mas qualidade de impressão excelente. Vale um puxãozinho de orelha para alguns erros de revisão – tolos, sim, mas que acabam por chamar a atenção em relação à qualidade gráfica. É como aquele papelzinho no chão de uma sala brilhando de tão limpa).
Resumindo: para mim, livro bom de terror é aquele que não me deixa dormir (e nem precisa ser de terror. “Cidade de Deus” perturbou meu sono todas e todas as noites em que o estive lendo). E em nenhuma noite eu perdi o sono por causa de um livro que se chama justamente “História de Fantasma”...