Eu, Tituba

Eu, Tituba Maryse Condé




Resenhas - Eu, Tituba


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alissonferreira.c1 28/03/2021

Tituba, bruxa negra de Salem e símbolo de resistência
Maryse Condé conseguiu revisitar a história de Tituba e misturando fatos históricos e ficção, recontou todos os caminhos que uma das primeiras bruxas de Salem percorreu.

Tituba era uma mulher negra que foi escravizada ainda criança e sofreu as dores e agonias que eram direcionadas aos negros. Após ficar orfã de uma forma horrível, foi adotada por Man Yayá, que era conhecida por todos por ser capaz de manipular os elementos da natureza para produzir curas e encantamentos. Assim a garota foi iniciada nas artes que muitos anos depois conheceria como bruxaria e que seria o motivo de suas maiores dores, mas também o alívio de todas elas.

A protagonista decide abrir mão de sua liberdade pra viver com um homem por quem se apaixonou e a partir daí sua vida começa a mudar de forma drástica, pois ela acaba abrindo mão de sua liberdade pra viver sob o domínio de uma mulher branca, de quem o seu amado é escravo. Os caminhos de Tituba a levam até Salem, onde por puro preconceito ela é acusada de bruxaria e vai a julgamento.

Eu, que gosto de histórias de magia e bruxas em sua forma mais natural possível, tenho agora minha bruxa preferida. Conhecedora das plantas e encantamentos para trazer alívio, cura e alento para quem precisa, Tituba se tornou uma heroína pra mim.
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Mary Manzolli 21/09/2021

Aquela bruxa que vou guardar no coração
Tituba foi uma das primeiras mulheres julgadas por bruxaria na aldeia de Salem de 1690, mas sua história se manteve apagada por longos 300 anos pq a história, em geral, tem sido cruel com o povo negro.
Maryse Condé nos traz Tituba contando em primeira pessoa todas a sua vida (entre real e ficção) e mazelas como mulher, negra, escravizada e feiticeira e o quanto o dualismo entre bem e mal pode apresentar variadas formas de interpretação e reação.
Após terminar, a reflexão que ficou é: o tratamento dado aos negros, mulheres e outras minorias, na atualidade estão mais próximos da idade média do que os esperados para o século XXI. Seria um retrocesso ou nunca evoluímos.
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Gabriela3420 30/07/2023

Eu Tituba, bruxa negra de Salem
Nesse livro Maryse Condé faz um resgate histórico de Tituba, uma das primeiras mulheres condenadas por bruxaria em Salem, no século 17.
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Tituba era uma mulher negra escravizada, nascida em Barbados que teve uma vida atravessada por sofrimentos, consequência principalmente do patriarcado e da intolerância religiosa.
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Sem dúvida é um livro importante por dar protagonismo aos pensamentos, vivências e escolhas de escravizados. Entretanto, em alguns momentos achei a escrita anacrônica além de reforçar estereótipos impostos à mulher negra.
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Recomendo a leitura para que figuras históricas como Tituba ganhem cada vez mais reconhecimento e deixem de ser apenas uma nota de rodapé da história.
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Essa edição tem prefácio de Conceição Evaristo e tradução de Natália Borges Polesso.
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"O que é uma vida quando olhamos a imensidão do tempo?"
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Rose.Agra 30/07/2023minha estante
Estou lendo um livro de Eduardo Galeano e ela foi citada. Achei o máximo!




Matheus Gonçalves 12/10/2020

Lindo, lindo, lindo
Os fantasmas andam conosco e, para a bruxaria, cada um dá o seu significado. Lindo demais
Greenleigh 12/10/2020minha estante
Aaaah eu amo muito esse livro!!!




Talita | @gosteilogoindico 17/08/2021

Livro incrível!
Amei a escrita dessa autora e o prefácio escrito pela Conceição Evaristo.
Não foi fácil acompanhar todo o sofrimento que a Tituba sofreu (parte real e parte fictícia), mas em saber que ela seguiu sua verdade e seus institutos foi "lindo" de ver.
Luzia103 17/08/2021minha estante
Só li o prefácio, estou asiosa pra continuar.?


Talita | @gosteilogoindico 17/08/2021minha estante
Espero que tu goste muito ?




Laís 09/05/2021

Como é ser escravizada, sob duas óticas, tanto de raça quanto de gênero. Tituba te faz sentir na pele raiva, medo e desesperança, enquanto vc se apaixona por ela ao longo do caminho...já com saudades Tituba.
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Literatura e Expressão 14/01/2023

Eu, Tituba: Bruxa negra de Salem
Esse livro se tornou um dos meus favoritos. A história de Tituba é dolorosa, mas a heroína consegue converter as situações e não baixa a cabeça para injustiças, violências e discriminação, o que torna os eventos dolorosos menos cruéis, porque justamente conseguimos identificar o quão forte é Tituba.

Maryse Condé (1937), lança mão da ficção histórica para compor o seu romance e retratar o julgamento das bruxas de Salem, uma vez que Tituba existiu no período colonial e teve participação efetiva nos julgamentos. Ela opta por utilizar a história de Tituba para narrar os fatos históricos que ocorreram durante este período. Condé utiliza a ficção como forma de preencher as lacunas deixadas pela história, de acordo com a própria autora, o racismo, consciente ou não, fez com que os historiadores dessem pouca importância para os passos que Tituba deu, principalmente após os julgamentos.

Particularmente, em alguns momentos da leitura, não concordei com as atitudes de Tituba e sempre falava comigo mesmo ?Mulher, escuta a Man Yaya?. Mas ao final da obra eu consegui compreender as suas ações, não era apenas o impulso e sim a vontade de se sentir livre e se sentir amada e poder amar também. Logo no início da obra presenciamos todo o mal que acontece na vida de Tituba, quando ela ainda era apenas uma criança. Quando ela se isola e passa a viver com Man Yaya, que era temida por todos por ser considerada uma bruxa poderosa, Tituba também recebe dos outros a mesma rejeição que Man Yaya tinha.

Os amores e desamores de Tituba são momentos de muita reflexão, sobretudo quando falamos de uma mulher preta. Ela sempre se questionava sobre a proximidade e o afastamento das pessoas, no entanto, Tituba, com sua personalidade única, sempre procurava fazer o bem, mesmo em momentos de extrema injustiça, ela representava o bem. John Indien, o primeiro homem que ela se apaixonou, ensinou a ela que o importante era estar viva, mas Tituba ensina ao leitor que, mesmo sendo bom, podemos nos impor e requerer o nosso espaço em uma sociedade que nos julga e tenta a todo momento no colocar para ?balançar no vazio?.

10/10

Site: https://instagram.com/literaturaexpressao?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Cachecol da Ophélie 14/01/2023minha estante
Caramba! A melhor resenha que li até hoje.




Roseane 31/05/2020

Eu, Tituba
A história das Bruxas de Salem é narrada por Tituba. Mulher negra fruto do estupro sofrido por sua mãe aos 16 anos de idade no navio negreiro.

A historia é ficção recheado de fatos reais como tráfico negreiro, genocídio indígena, situação do escravizado, privilegio branco, violência sexual a mulher negra, intolerância religiosa, diáspora negra se reconstruindo enquanto comunidade, saberes tradicionais ancestrais, sacralização animal, capitalismo, fake News, machismo, racismo, amor, a vivacidade do sexo, respeito a natureza e aos mãos velhos.

Sua mãe comprada por Daniell Davis foi mantida na casa grande para cuidar de sua esposa, também adolescente. Ao descobrir que Abena estava grávida a manda para senzala e lá ela conhece o Yao que a acolhe e passam a se relacionavam como casal.

Tituba ao nascer lembrava a sua mãe da humilhação e a violência do estupro.

Yao era um suicida. Suicídio e infanticídio eram formas de resistência e para muitos o único meio de liberdade.

Mulheres brancas mesmo sofrendo machismo tinham proteção. Controlar o corpo da mulher branca era controlar os herdeiros, gestão de negócios. No império Romano por exemplo familiares consanguíneos se casavam e tinham filhos entre eles para manutenção do poder econômico.

Aos 7 anos idade a mãe de Tituba resistiu a um novo estupro e cometeu o mais grave dos crimes, golpeou um branco. Foi enforcada e Tituba expulsa.

A criança contou a solidariedade dos seus iguais e foi acolhida pela velha Man Yaya com quem aprendeu os segredos da natureza, a sacralização dos animais.

Um dos ensinamentos mais importante da velha foi: não use seus talentos para vingança e sim para servir e consolar.

Com seu núcleo familiar morto, viveu em um barraco de madeira e era visitada pelos espíritos da Man Yaya, de sua mãe Abena e de pai Yao. Nunca estava só, seus ancestrais lhe acompanhavam.

Um dia andou além do limite que considerava seguro e avistou uma carroça com escravizados que a reconheceram e fizeram reverencia pois sabiam do poder da velha.

Foi ainda além dos limites até que conheceu John Indien que foi seu primeiro amor.

A velha Man Yaya avisou a Tituba: homens não amam. Eles possuem. Eles subjugam. Mas Tituba apaixonada se entregou a esse amor e fez o inacreditável, trocou sua liberdade para viver enquanto escrava para estar ao lado de John.

Caiu nas garras de Suzana Endicott, uma mulher branca e rica que era contra a escravidão, mas a favor do racismo.

Teve os primeiros contatos com o cristianismo, foi forçada a aprender orações, ouvira pela primeira vez as palavras satanás e bruxa.

Não se deram bem. Tituba para se vingar dos maus tratos e provocou em Suzane uma doença que lhe traria constrangimento. Então Suzane doou Tituba e o marido para Samuel Parris. Era ele um fanático religioso, branco pobre e com pouco estudo, que se apresentava com reverendo e era dotado de uma crueldade sem tamanho que estava de mudança para Boston para tentar emprego de capelão em alguma igreja.

De Boston o pastor mudou-se para Salem para assumir uma igreja. O dinheiro era pouco então alugou John para ter algum sustento.

Tituba confiou nos brancos e foi traído por todos. Cuidou, protegeu, alimentou, curou mas não adiantou.

Era abordada por pessoas "de bem" que lhe pediam ajuda para vinganças. Maridos sonhavam com a morte de esposas, esposas venderiam a alma dos filhos para se livrar do pai, vizinho queria exterminar vizinha, irmão querendo matar irmão, filhos desejando acabar com os pais.


A filha e a sobrinha de Parris foram instruídas a representar uma possessão demoníaca na presenta de Tituba. Ao vê-la as duas se jogavam no chão e tremulavam.

As acusações de bruxariam então tomaram forma até que foi enviada para cadeia para aguardar seu julgamento. Antes de ser levada para a cadeia Samuel Parris com companheiros a estupraram com um pedaço de madeira.

Foi uma época fervorosa em Salem, qualquer comportamento considerado anormal aos olhos cristãos ia a julgamento. Mas somente mulheres e meninas eram parceiras de Satanás. Enforcar, puxar pela carroça, queimar em fogueira essas mulheres era um espetáculo esperado e disputado.

O tempo que ficou na prisão conheceu Hester, uma mulher branca grávida e presa por adultério. A nova amiga sempre falava: “Brancos ou negros, a vida é boa demais para os homens”. Hester cometeu suicídio, mas voltava em espírito para conversarem e Tituba que descobre a possibilbilidade da bissexualidade.

Houve um perdão geral e soltaram as que não haviam sido assassinadas, mas alguém teria que ir lá pagar a conta da cadeia. Seu marido, que havia aderido as mentiras e estava convulsionando pelo chão e acusando mulheres de bruxaria não foi lhe buscar. Ela não quis saber mais dele, já que compactuava com o sistema.

O policial a vendeu com escrava para não ficar no prejuízo. Foi então comprada por um judeu Benjamim Cohen d’Azevedo, viúvo que precisava de alguém para cuidar de seus nove filhos, mas acabam tendo um relacionamento amoroso.

Na nova casa ela descobre que existe intolerância religiosa perseguição a brancos também. O novo senhor fazia seus cultos escondido e mesmo assim sua casa foi apedrejado, incendiada e todos os filhos mortos. Por fim ele fala que não era por causa da fé e sim dos negócios, a desculpa era de que estariam eliminando um judeu, mas estavam eliminando um concorrente comercial.

Ela recebe alforria desse homem e volta a Barbados. Encontra um grupo que estavam indo para uma espécie de Quilombo, se une a eles e lá conhece Christopher o líder que era casado com duas mulheres mas passa visitar a cabana da Tituba porque ele queria um feitiço para se tornar imortal e deixou a entender que daria sexo em troca.

seria possível. Tornaram-se amantes. Cristopher passa a lhe tratar com indiferença e grosseria e ela resolve ir embora pra seu antigo barraco da época da adolescência.

Ela e a comunidade ficam felizes com o reencontro. Ganhou muitas sementes e animas para o seu quintal e em troca cuidava da saúde de todos da comunidade.

Se descobriu grávida. A maternidade era uma triste felicidade, o futuro da criança negra estava nas mãos do sistema escravista. Como já tinha feito um aborto de um filho do John, essa gravidez do Christopher resolveu levaria até o fim.

Em uma tarde levaram a ela um jovem chamado Iphigene que estava em frangalhos pois havia recebido 250 chibatadas em todo o corpo. A deformação era tão grave que era pelos discretos suspiros sabiam que ele ainda estava vivo.

Cuidou dele com afeto maternal. Ao ver as cicatrizes de Iphigene e olhar pra sua barriga, desejou um mundo melhor pra receber seu bebê.

Uma revolução foi organizada, a meta seria incendiar as plantações e casas grande para atingirem a independência.

Iphigene era um dos líderes que com seus comparsas roubava armas dos arsenais pois, Barbado era a ilha onde os colonizadores estocavam as armas para suas guerras com a Franca pelo mundo em disputa de território colonial.

O jovem revelou um amor de homem pela Tituba que de início resistiu por considerar incestuoso mas, que logo cedeu aos encantos do jovem.

Um traidor entregou os planos e Tituba recebeu o que não aconteceu em Salem, foi queimada em uma fogueira e se tornou ancestral protegendo a todos que lhe queriam bem.


Tituba amou demais o amor!
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Leticia 16/04/2021

lindo
É estranho dizer que a trajetória de uma mulher negra escravizada é linda, porem todo pano de fundo da ao livro uma certa leveza sem deixar de ser cruel, e por isso sim, é lindo
A vida do negro é cruel. O final do livro é obvio mas me surpreendeu como é bonito e como eu gostei.
Pra você que, como eu, não curte ler sofrimento, saiba, que a autora de titubá fez um ótimo trabalho não se atendo detalhes cruéis. E isso maltrata menos a alma de nós negros, que queremos saber como foi a vida dos nossos ancestrais mas nos vemos feridos ao ler sobre eles.
Eu recomendo bastante.
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Leticia 07/09/2020

Eu, Tituba, ficção histórica que retrata os horrores infligidos ao povo negro durante a colonização americana, e o terror do caça às bruxas em Salem.

O livro narra a história de Tituba, mulher negra submetida a diversas atrocidades ao longo de sua história, e uma das primeiras mulheres julgadas por praticar bruxaria em Salem.
Tituba foi criada dentro das tradições de Barbados, sua terra natal, ao chegar às Américas, as tradições e religiões de matrizes africanas eram encaradas de maneira pejorativa e preconceituosa. Aquilo que para ela era praticar o bem, para os brancos eram um pacto com o demônio.

"A vida só seria um presente se cada um de nós pudesse escolher o ventre que nos carregaria. Mas, ser jogado na carne de uma miserável, de uma egoísta, de uma cadela que se vingará de nós pelos reveses de sua própria vida, de ser parte da horda de explorados, dos humilhados, daqueles que são obrigados a um nome, a uma língua, a crenças, ah, que calvário!"

É um livro extremamente atual, traz temas que infelizmente se perpetuam na história da humanidade como o machismo, a violência contra a mulher, a intolerância religiosa e o racismo.
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Vini 18/12/2020

Gostei muito. Apesar de ser uma história antiga, há uma persistência atual. Os fanáticos religiosos e racistas persistem na sociedade moderna.
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Cris.Aguiar 20/06/2021

Muito bom
Vou confessar que pelas primeiras 50 páginas, quase desisti do livro, mas fico feliz por ter insistido mais um pouco.
O livro é excelente, Maryse usa da documentação dos assassinatos de Salem (bruxaria) para resgatar a escrava morta TITUBA, que praticamente nada se sabe da história.
Assim, como uma homenagem, cria uma história de começo, meio e fim para ela, aproveitando para nos dar uma aula sobre a história da escravidão da época e nessa localidade (Barbados e Salem).

Muito boa escrita, embora uma história muito triste do nosso passado.
Recomendo o livro.
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Isabela 17/07/2020

O que é ser bruxa?
"O que é essa bruxa que não sabe odiar, que toda vez é confundida pela malícia do coração do homem?"

Na América puritana do século XVII várias mulheres foram denunciadas por bruxaria, uma delas foi Tituba, a Bruxa negra de Salem, como ficou conhecida depois.
Tituba ficou presa durante 15 meses na prisão de Boston e em maio de 1963, foi absolvida e novamente vendida a um desconhecido, sumindo de todos os registros históricos. E aí entra o brilhante trabalho de Marisé Condé, escritora negra francesa, ao preencher as lacunas da história de nossa heroína com a segurança da ficção histórica que é sua marca e uma narrativa maravilhosa.
Durante todo o livro, Tituba demonstra uma imensa bondade e capacidade de sentir compaixão inclusive por seus algozes e, acima de tudo, luta para amar e ser livre, apesar de toda dor e rejeição que marcou sua vida.
É um livro muito interessante sobre mais uma mulher negra que ficou muito tempo esquecida na história e que vale a pena conhecer.
Inaiara.LAbo 17/07/2020minha estante
deu vontade de ler!


Isabela 17/07/2020minha estante
leia mesmo, é uma história incrível




Rhai 04/07/2020

?Que sentido tem a sua liberdade diante da escravidão do seu povo??
Que livro maravilhoso
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