Larissawsf 16/01/2021
uma estória sobre perdão e se descobrir.
Pra mim, As 4 Rainhas Mortas é isso: um livro sobre perdão e descoberta de si mesma.
Nessa incrível estória, temos Keralie como protagonista, uma jovem toriana curiosa e esperta. Keralie é uma ladra que trabalha para seu melhor amigo de infância, Mackiel, e, secretamente ? ok, talvez nem tanto ? nutre uma paixão nada recíproca. Entretanto, a garota não mete esforços para agrada-lo.
Foi por esse motivo, para impressionar seu chefe e melhor amigo, que ela roubou os chips de comunicação de um mensageiro de eonia, ela nem ao menos pensou nas graves consequências que essa ação resultaria.
E é assim que nossa estória começa, com duas pessoas de Quadraras totalmente diferentes tentando a todo custo salvar a vida de 4 Rainhas.
Como eu disse no começo, pra mim essa é uma estória sobre perdão. Ao longo dos capítulos, na visão de Keralie, podemos ver que ela se culpa ao extremo pelo o ocorrido com seu pai, por não ser o suficiente, por ter escolhido o pior caminho. E, no momento em que ela se perdoa, ela finalmente descobre quem ela quer ser.
Ela não quer ser uma ladra, ela não quer uma das maiores criminosas de Jesee, não, Keralie quer ser ela, quer ser uma versão boa do que um dia poderia ter sido.
Vou deixar aqui um trecho, onde me mostra que Keralie se perdoo e se encontrou. Tocou profundamente em meu coração.
" não sou sua vítima. Não sou sua amiga. Não sou sua família. Não sou nada sua. E obrigada, porque zem seu esquema mortal talvez jamais tivesse deixado de ser sua larápia. Talvez nunca me encontrasse.?. nunca encontrar essa pessoa que quero ser."
"agora estou deixando você, e nunca vou olhar para trás. Mas você vai se lembrar de mim. Tenho certeza e isso é tudo."
Não posso deixar de lado, tenho que falar sobre Varin também!
Varin é um mensageiro Eonita que nunca conheceu nada fora do seu Quadrara e da sua vida. Se colocarmos em ordem numérica, a vida dele seria assim:
1. Florescer
2. Ir pra escola para não ter sentimentos
3. Ser designado ao trabalho de mensageiro
4. Morrer
Em eonia, cada morador tem a sua data de morte, muitos mal vivem até os 30 anos de idade, de acordo com Varin, isso é uma forma de controlar a população. Para Keralie, isso é um grande absurdo, até porque, quem deveria dizer a data de sua morte? Mas, para Varin, isso é tudo que ele conhece.
Seu sonho, a princípio, nunca foi ser um mero mensageiro, ele sonhava em ser um pintor quando criança, entretanto, isso é proibido em eonia.
Para mim, esse livro também serviu como auto-descoberta pessoal para Varin, para que ele finalmente descobrisse que seu lugar é bem longe de eonia, e sim onde possa ser quem quer ser.
O romance dos dois não foi muito explorado, acredito que a autora tivesse planejado manter a questão de empoderamento feminino, perdão e descoberta pessoal. Pela primeira vez, gostei muito disso.
Vou deixar uma frase de Varin que me fez respirar fundo.
" Eu sabia que havia mais no mundo. Mais do que a vida que eu levava em Eonia. Mas jamais imaginei que pudesse fazer parte disso. Você me mostrou que era capaz. Como poderia deixar você ir embora? Você ressuscitou meu coração. Me trouxe de volta à vida, Keralie. "
Esse livro se tornou um dos meus favoritos, pretendo reler inúmeras vezes. Tenho que agradecer a autora por esse universo incrível, e por essa lição que, talvez não tivesse sido sua intenção, mas que aceitei de coração.