O Professor

O Professor Charlotte Brontë




Resenhas - O professor


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Nado 10/09/2021

Esse romance nos dá uma ideia dos primeiros passos de uma das maiores escritoras de romance de todos os tempos.
A trama de O Professor conta a vida de William Crimsworth, que como o título do livro já diz, é um professor. Antes de iniciar sua carreira na docência ele tenta trabalhar como escriturário de seu irmão, Edward, mas essa não foi uma boa escolha. O temperamento duro e agressivo de seu irmão fez com que ele abandonasse o cargo pouco tempo depois e fosse tentar a vida em Bruxelas.
Ao chegar na capital da Bélgica, ele começou a trabalhar como docente na escola para meninos de M. Pelet. Lá ele conhece Zoraide Reuter, uma encantadora diretora que o deixou encantado. William descobre que ela e seu patrão são noivos e tenta a todo custo se afastar desse sentimento que toma conta dos seus dias.
Mesmo com esse compromisso com M. Pelet, Zoraide não aceita esse afastamento de William e vai persegui-lo a todo custo, inclusive o impedirá de encontrar o amor em outros braços. As novas possibilidades na vida desse professor não vão deixar esse trabalho fácil para a persuasiva diretora.
O interessante dessa obra é que a autora narra o livro a partir de uma visão masculina bem convincente. Outro ponto de destaque no livro é que ela se baseou em suas próprias experiências pessoais como estudante e como professora para contar essa história.  A diferença em outras obras dela, como Jane Eyre, é que o protagonista tem liberdade de ação e é o ?dono? de sua própria vida, diferente da realidade das mulheres no século XIX.
Particularmente eu gostei da história e fiquei encantado pelo professor William. A forma de ele agir diante de algumas situações são dignas de admiração. Ele tem a característica daquelas pessoas que deixam o outro encantado apenas com sua forma de ser e agir, sem a necessidade de forçar nenhuma ação.
Renato 10/09/2021minha estante
Parece bom!!!




Luiz Souza 17/02/2024

William o inteligente
A história conta a vida do jovem William de vinte e poucos anos , ele vai trabalhar com o irmão que é a ruindade em pessoa desgostoso dessa situação desagradável sai desse emprego, com a ajuda de Husden ele arranja outro trabalho como professor lá se apaixona por Mademoiselle Reuter que não lhe dá bola mas acaba se acertando com Frances uma jovem esperta e bem inteligente.

O livro no inicio começa agil mas depois fica meio lento já perto do término ele ganha agilidade novamente.

Gostei da escrita da autora ,das descrições , só o personagem principal que era meio presunçoso.

Ótima leitura.
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Wilza.Mary 05/05/2020

No começo do livro achei que essa história não iria me agradar. Ver a trajetória de William, um órfão inglês criado por seus tios aristocráticos que rejeitava a vida de clérigo que eles queriam lhe impõe para trabalhar com seu irmão me pareceu ser agora uma história encantadora. Todo um linguajar diferenciado, todo o sentimento contido nas linhas me fizeram continuar. William não desistiu do seu objetivo apesar de todas as dificuldades.
Livro emocionante e super recomendo.
Nik 07/11/2020minha estante
Oi, como você comprou esse livro? Eu procurei na internet toda e nada, só no site da editora mas tem que assinar um pacote deles, mas eu só queria o livro :(


duda medeiros 23/03/2021minha estante
Oiii como vc encontrou esse livros ?


Wilza.Mary 23/03/2021minha estante
Esse livro veio-me uma caixinha que eu assinava.


Wilza.Mary 23/03/2021minha estante
A assinatura é da editora Pedra Azul




Gabi 29/10/2021

Primeiro livro escrito por Charlotte, O Professor era o único das irmãs Brontë que eu ainda não tinha lido e agora estou lamentando não ter mais nada delas pra ler, porque cada livro foi uma experiência muito boa. Essa é uma história simples, sem grandes acontecimentos, nela acompanhamos a trajetória de William Crimsworth e como ele vai superando os obstáculos durante sua vida. A leitura é fácil e a escrita é bem agradável, gostei bastante.
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Pedrazul 24/02/2021

Contexto e introdução da história. Amei!
O Professor, o livro que Charlotte Brontë escreveu para homenagear o homem a quem ela amava!
Antes de falar sobre a história deste livro, eu gostaria de contextualizar sua escrita e o motivo pelo qual ele foi escrito. Charlotte e Emily, no intuito de aperfeiçoar o francês, pois elas queriam abrir uma escola para meninas na casa do presbitério onde moravam, foram estudar em Bruxelas, no pensionato Heger, de propriedade de Claire Zoê Parent Heger e Constantin Heger. Emily não se adaptou e voltou para a Inglaterra na ocasião da morte de sua tia, mas Charlotte permaneceu. Na verdade, as duas tinham voltado a Yorkshire na ocasião do falecimento da tia, mas apenas Charlotte retornou à Bélgica. O motivo é que ela tinha se apaixonado por seu professor. Constantin Heger, um homem casado, professor de literatura, tinha enxergado o talento de Charlotte e, talvez, por esse motivo, tenha dado muita atenção a aluna mais que talentosa. Charlotte, mesmo em seu francês deficiente, criava contos espetaculares, mostrando grande talento como futura escritora. Acreditamos que ela tenha confundido essa atenção de Heger como algo a mais. Vocês já podem imaginar a confusão que essa paixão de Charlotte causou, não somente para ela, mas principalmente para Clare Zoê, que certamente percebia que a inglesinha, como Charlotte era chamada, estava apaixonada por seu marido. Bem, se vc quiser saber mais sobre a biografia de Charlotte Brontë, temos a biografia dela escrita porque Elizabeth Gaskell, que embora a biógrafa tenha tentado colocar panos quentes sobre essa parte da vida de Charlotte, nós contamos tudo nas notas de rodapé e na conclusão. Voltando ao O Professor. Charlotte, ao se despedir de Constantin Heger e voltar em definitivo para a Inglaterra, promete a ele que escreveria um romance em sua homenagem. Acontece que se ela contasse a história de uma órfã que saiu da Inglaterra para viver um grande amor com o seu Professor, ficaria evidente aquilo que ela tencionava esconder. Ela, intencionalmente ou não escancarou esse amor quando rescreveu O Professor e o lançou como Villette. Mas isso é assunto para outro vídeo. Em O Professor, lançado apenas após a sua morte, ela dá o protagonismo a um homem. William natural da Inglaterra, deixa seu primeiro emprego na fábrica de seu irmão, onde era um sofredor, e vai para Bruxelas e lá sua história se desenrola. Charlotte Brontë colocou no livro os pensionatos para mulheres e o pensionato para rapazes, um ao lado do outro, da mesma forma de quando ela e Emily foram para lá. William vai morar no pensionato para rapazes, mas torna-se um professor no pensionato para moças, também. Lá conhece uma aluna, que assim como Charlotte, era um prodígio. Charlotte Brontë traz Zoraide, na pessoa da diretora do pensionato feminino a vilã que tentará separar William de seu grande amor. Aqui Charlotte inicia sua vingança a Claire Zoë Parent, a sua rival. Tanto em O Professor, no personagem Zoraide; quanto em Villette, em Madame Beck, Charlotte dá à rival, esposa de Constantin, personagens malévolas. Se de fato Claire era a vilã, nunca saberemos, mas na ficção ela traz o sabor amargo da trama. O Professor, assim como Villette, são as obras mais autobiográficas de uma autora que transformou suas próprias tragédias em obras-primas.
skuser02844 24/02/2021minha estante
Charlotte pelo visto teve uma vida nada fácil...talento...decepções e sofrimento...tudo ao mesmo tempo...mulher forte!


duda medeiros 23/03/2021minha estante
vcs vendem em e-book ? ?




Shirley.Peixe 21/12/2021

Agradável..
O contexto é bastante conhecido, pois são elementos presentes em todos os livros da Charlotte - até porque contêm situações vivenciadas pela mesma.
A perspectiva masculina também é interessante.
Só não curti muito a montagem da história, e essa versão da Pedra Azul merecia uma revisão melhor também.
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Mandark 05/02/2023

Uma obra peculiar.
Diferente do que eu esperava, a primeira obra de Charlotte Brontë vem carregada de qualidades inesperadas e assume um papel de quase prenúncio de sua "Jane" que viria depois. Carrega também uma série de posicionamentos controversos, mas facilmente compreensíveis. O narrador masculino é crível, apesar das qualidades bem marcadas. Convergências convenientes parecem surgir com o objetivo de trazer um final adequado e simples, mas isso não me incomoda na verdade. Gosto de finais simples e felizes. O narrador tem posicionamentos admiráveis quanto a profissão na qual se estabeleceu e mesmo algumas de suas falas bastante machistas não chegam a tirar o brilho da obra. Hunsden é um personagem que vem tirar os demais de uma zona de conforto e sempre induz discussões e reflexões bastante divertidas. Os capítulos finais que trazem as interações entre ele e Francis são divertidos. Francis é uma espécie de Jane Eyre, mas ainda sem toda a força de caráter demonstrada por esta última.
Por fim, sou só gratidão por esta última leitura das férias. Foi emocionante.
Por último e não menos importante, não poderia deixar de falar sobre o fragmento do romance inacabado de Charlotte. Apesar das similaridades com suas outras obras (o ambiente escolar, o caráter de alguns personagens), vemos que ela tinha ainda muito pra compartilhar. É triste pensar que uma artista que ainda tinha tanta vida e tantas histórias pra contar teve sua vida ceifada tão precocemente. Assim como suas irmãs, Charlotte deixou um legado que mudou a Literatura mundial e que segue nos encantando e nos marcando até hoje.
Ana 05/02/2023minha estante
Que resenha magnífica! Sua escrita transmite sabedoria e uma leitura tão sensível quanto crítica. Já quero ler o livro sobre o qual vc escreveu com tanto afeto ?




Gisela.Bortoloso 08/09/2020

O PROFESSOR [CHARLOTTE BRONTË]
Sou uma amante de romances históricos clássicos, pois este tipo de romance é uma inesgotável fonte de conhecimento, me permitindo aprender outros costumes, afinal não são livros baseados em pesquisas, eles foram escritos por autores que viveram aquele momento, logo escreviam conforme seus próprios comportamentos e condutas. Os conflitos internos dos personagens, gestos, linguajar, são conduzidos para as suas páginas, contextualizando e ampliando a sensação de se estar vivenciando outra realidade, como que transportada por uma máquina do tempo.

Já conhecia Charlotte Brontë pela sua mais famosa obra, Jane Eyre, ao qual sou apaixonada, já tendo lido o livro duas vezes e visto várias adaptações de séries e filmes. Confesso minha ignorância de não conhecer esta obra, nem sabia de sua existência. Talvez por isso a leitura me impressionou bastante, foge completamente do estilo de Jane Eyre, pois os personagens são todos a frente do seu tempo, a sua maneira simples, tentavam alcançar a tão almejada felicidade, diferentemente de Jane Eyre onde eles viviam reprimidos pelos ditames da sociedade.

Com isso, a trama, apesar de mais simples, tornou-se mais saborosa, pois muito era dito nas entrelinhas (sabemos, por exemplo, que não se podia declarar abertamente a sexualidade de um personagem, e nesta obra de Brontë, uns dos seus personagens é homossexual). Fiquei tão impressionada com a leitura que fui pesquisar mais sobre a autora no Google, li sua biografia e descobri que este livro foi escrito antes de Jane Eyre, mas infelizmente rejeitado por muitas editoras, só sendo publicado postumamente em 1857.

A fantasia envolvendo professor faz parte do imaginário de muitas alunas, inclusive na biografia da autora, dizem que ela se apaixonou por Constantin Heger, que dirigia juntamente com sua esposa, o internato para meninas onde Brontë ensinava inglês em Bruxelas, e que foi a fonte de sua inspiração para o livro, o que torna a leitura ainda mais interessante.

Para a autora, um herói deveria passar pela vida trabalhando, da mesma forma que homens reais o fazem, sem aceitar nem uma moeda que ele não tenha merecido. Assim nasceu William Crismsworth, um órfão inglês criado por tios aristocráticos, foi educado em Eton, e durante os dez anos que lá ficou, não teve mais nenhum contato com seu irmão mais velho, que soube, ter enriquecido no comércio.

Por não se entender bem com os tios, depois de formado pediu um emprego ao irmão mais velho. Chegou cheio de entusiasmo e alegre, mas encontrou um irmão frio e distante, que, entretanto, lhe arrumou o emprego, mas não o convidou a morar na sua mansão. Sem desanimar William alugou um pequeno quarto e estava determinado a provar ao irmão que era um bom trabalhador, mas embora se esforçasse, sempre era depreciado pelo irmão, até que a situação se tornou insuportável e ele, assim, aceitou a colocação de professor numa escola para meninos em Bruxelas, Bélgica.

Lá a situação mostrou-se mais favorável ao jovem. Adaptou-se bem ao novo trabalho e seu quarto tinha uma janela vendada porque dava de frente para o jardim de um internato feminino, inclusive a diretora deste estabelecimento estava precisando de um professor de inglês e contratou William, que se animou com a novidade de dar aulas para moças.

“Até que enfim eu veria aquele misterioso jardim, contemplaria tanto os anjos quanto seu Éden.”

A trama é narrada pelo próprio William, que vai descrevendo os personagens como ele os vê, inclusive fazendo-lhes a análise de caráter. Ao frequentar o internato das meninas, mesmo não se achando um homem bonito, era jovem e precisou se impor para obter o respeito de suas alunas. Percebeu um certo interesse da diretora, Zoraide Reuter, em sua pessoa. Lá conheceu uma jovem professora de costura, Frances Evans, que ele já tinha reparado em sua dificuldade de se impor perante as ricas alunas, devido a sua posição social inferior. Animou-se em ajudá-la a superar esta barreira.

“- Monsieur Creemsvort, aquela jovem que acaba de entrar deseja ter aulas de inglês com o senhor. Ela não é aluna daqui. Na verdade, é uma professora que dá aulas sobre como remendar tecidos de renda e alguns bordados de tricô. Ela fez uma solicitação por um cargo mais elevado, e pediu permissão para assistir as suas aulas, a fim de aperfeiçoar seu inglês.”

O texto, diferente dos atuais, desnuda a alma dos personagens, trabalha sobre seus conflitos existenciais, desejos e restrições. Vi no livro a ânsia dos protagonistas de vencerem barreiras impostas pelas diferenças sociais e culturais, e todo este rico contexto me levou a apreciar cada parte da leitura. Charlotte Brontë não se absteve de alfinetar seus conterrâneos ingleses.

“Duas pessoas que possuem gostos simples podem viver bem em Bruxelas com uma renda que sequer poderia arcar com as despesas de uma acomodação descente em Londres: não porque as necessidades vitais são muito maiores naquela grande capital ou porque os impostos são muito mais caros, mas sim porque os ingleses são mais tolos do que todas as outras nações criadas por Deus. Eles são mais sujeitos a serem escravos dos costumes e das opiniões alheias, possuem um desejo em manter as aparências; tal sentimento suplanta o dos italianos com relação ao sacerdócio, ou dos franceses com relação à vaidade, ou dos russos ao czarismo, ou até dos alemães quanto à cerveja preta.”

Não são todas as pessoas que conseguem se adapta a leitura de clássicos, a maioria estranha o linguajar mais rebuscado, particularmente, isso é que os torna mais atraente para mim, pois como já disse anteriormente, me sinto vivenciando outra época.

Recomendo muitíssimo a leitura deste livro.

site: http://www.lerparadivertir.com/2020/06/o-professor-charlotte-bronte.html
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CAcera3 23/10/2021

Primeiro romance escrito pela Charlotte Bronte e publicado postumamente, O professor nos mostra os primeiros passos dessa grande escritora na literatura.
Essa história me enlaçou logo no começo, pois seu protagonista é daqueles que você sente um apreço, uma vontade de ajudar, de ver ele saindo das situações ruins e que sente uma admiração por seu caráter e vibra com suas vitórias.
Seu nome é William Crimsworth, um jovem órfão que está em uma etapa da vida onde deve decidir qual caminho tomar em sua vida profissional. Ele é dotado de estudos, porém não tem ainda para si uma profissão. Ele poderia receber ajuda de seus familiares para poder alcançar status e ter estabilidade financeira, porém decide recusar e buscar alcançar suas conquistas por seus próprios meios. Após algumas frustrações ele encontra na profissão de professor o seu dom.
Nessa nova jornada de sua vida ele encontra significado e também o amor.

Eu gosto bastante de romance de época e esse me cativou bastante. Essa não é uma história grandiosa com acontecimentos gigantescos. Temos basicamente a história de William, sua descoberta na arte de lecionar e suas relações. Porém foi isso mesmo que me cativou. Uma história curta, simples, mas com ensinamentos lindos e verdadeiros.

?À luz do sol e com bons ventos, as flores desabrocham; mas, nos dias chuvosos da vida, nos novembros gelados e úmidos, a chaminé e a casa de um homem seriam realmente geladas sem o claro e animado calor do intelecto.?
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pagina_liter 09/04/2020

(...)Toquei a liberdade pela primeira vez, e a influência de seu sorriso e envolvimento me reanimaram como sol e os ventos do oeste. Sim, naquela época, senti-me como aquele que viaja pela manhã e acredita que tudo que há além da colina será um glorioso nascer do sol.
Página 58

O primeiro romance escrito por Charlotte Brontë, mas publicado apenas em 1856, dois anos após a sua morte.
O professor baseia-se nas próprias experiências profissionais e pessoais de Charlotte como professora de inglês num pensionato para meninas, em Bruxelas.

Uma obra fascinante, simples, bela e muito romântica, mas com apontamentos e críticas à sociedade vitoriana, que já presenciei em outros livros da autora. O professor me cativou da mesmo maneira, que creio, cativava os leitores do século XIX.
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Sheila 26/04/2022

Clássico
A minha primeira experiência com Charlotte Bronte e amei!
A história é simples e ao mesmo tempo rica. Foi uma delícia conhecer a realidade dos que nao eram abastados e viviam fora do círculo de Londres.
Os personagens são reais, possuem falhas também e isso os tornam apaixonantes!
Monsieur e Frances são tudo na minha vida!
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Tuca 29/12/2019

O primeiro romance escrito por Charlotte Brontë, O Professor, só foi publicado após a sua morte e assim como suas outras obras abriga traços autobiográficos (nos anos em que Charlotte Brontë esteve em um internato em Bruxelas ela desenvolveu uma paixão por um professor casado, Constantin Héger). William Crimsworth era um jovem órfão que querendo fugir de um destino do qual ele não seria dono decide escapar das garras de seus tutores e se aventurar em outros ofícios. Após sua tentativa no comércio do irmão ser infrutífera, visto que o outro Crimsworth era insuportável e aproveitador, William parte para Bruxelas, onde se torna professor de inglês em um internato. Lá ele é induzido a ser sentir atraído pela diretora da escola feminina, Mademoiselle Reuter, mas é pela sua jovem pupila, Frances Evans Henri que seu coração vai acelerar. Sem perceber que fora atingido pela flecha do cupido, como se levado pelas correntes suaves de um rio, William vai se apaixonando. Primeiro atraído pelo intelecto da jovem, por sua habilidade na escrita, por sua persistência até que Frances se tornasse sua aspiração.

Não temos um mocinho rico e aristocrata, mas um trabalhador cujo meio de sobrevivência era resultado exclusivamente da sua capacidade produtiva, o que já é uma diferença dos outros romances - que eu li- das Brontë e do arquétipo do herói romântico no geral. O debate nacionalista se faz fortemente presente e por vezes caracteriza-se como uma xenofobia mal-disfarçada a meu ver, assim como o embate entre catolicismo e protestantismo, este, porém, de forma mais discreta, e que deixa claro a origem religiosa da autora.

Charlotte conseguiu criar um romance acolhedor e real entre duas pessoas simples presas num mundo em comum. William se afasta completamente de Rochester, par romântico da protagonista de Jane Eyre, romance mais famoso da autora, sendo um homem que mesmo com seus defeitos é respeitoso, íntegro, honesto e apaixonado. Ele torna-se muito mais empático e obstinado após seu amor por Frances, além de receber dela um brilho que faz dele um personagem mais interessante, ela o torna especial. Assim como Jane, Frances é uma mulher inteligente, independente e progressista, mostrando a destreza da autora com suas personagens femininas, suas obras-primas. Charlotte sabe escrever mulheres atemporais e que poderiam facilmente terem sido educadas no século XXI . Amam, mas não se perdem. Patrícia Rocha em sua tese de doutorado em literatura comparada pela UFMG intitulada “A estética da dissonância nas obras de Charlotte Brontë” comenta sobre como Charlotte mexe com os papéis de gênero da era vitoriana, para mim, um dos pontos altos de seus livros.

A mente de William Crimsworth não é tão prazerosa de se fazer parte quanto a de Jane Eyre, principalmente pelo seu jeito inicial descritivo e julgador, assim como um certo pedantismo, que lhe davam uma vestimenta antipática ao leitor. Mas sua evolução é curiosa, típica de um romance de formação (assim como Jane Eyre, apesar de que Jane tem um amadurecimento bastante estável ao longo da narrativa) literatura usual à época, mostrando o crescimento pessoal do protagonista, principalmente no modo como ele passa a enxergar as mulheres, de seres estranhos e mistificados para uma realidade mais próxima e igualitária. Mesmo William sendo o narrador e personagem principal, é Frances a alma da história e a representação de uma subjetivação feminina autêntica e excepcional na era vitoriana, espelho da personalidade da autora.

site: IG: https://www.instagram.com/tracinhadelivros/
Pedrazul 20/01/2021minha estante
Excelente, Tuísa! ?


Tuca 20/01/2021minha estante
Obrigada ??




belle 17/04/2020

Primeiro livro da Charlotte Brontë que leio e em alguns aspectos O Professor me lembrou Norte e Sul, por isso a leitura ficou mais fácil, senti que tinha certa familiaridade com esse tipo de escrita bastante detalhada. Mas a leitura engatou mesmo quase na metade do livro e daí pra frente não consegui largar mais, torcendo pro casal conseguir ficar junto e prosperar. Meu maior sentimento foi esse de torcer para que tudo desse certo pra eles. Também gostei muito de como a classe social dos dois não era tão distante, os dois não possuíam riquezas, os dois precisavam trabalhar para se sustentar e tudo que conquistaram foi fruto do trabalho... algo que acontece nos dias de hoje. Livro bem simples e realista.
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Grazi 04/04/2021

Bom
Demorou para fluir a história, mas gostei... talvez eu não estivesse no clima... enfim, gostei, mas deixou a desejar...
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Manu 09/09/2021

William Crismsworth é um órfão inglês que foi criado por seus tios , quando adulto, recusa ser ajudado por seus familiares nobres e resolve ir trabalhar com seu irmão, para aprender os ofícios do comércio e se tornar um industrial.

A relação entre os irmãos não é boa. Seu irmão, além de não ter afeição por William, o trata com frieza e desprezo. A relação entre os irmãos, que já não era boa, piora, o que faz com que William parta para Bruxelas e lá se torna professor em uma escola para meninos.

Após iniciar seu novo ofício, o jovem professor consegue outro emprego em um internato para meninas.

Narrado sob o ponto de vista de William, ele revela suas impressões sobre as alunas e como teve que se impor para obter respeito.

Inicialmente, o professor revela um interesse na diretora do internato para meninas, Zoraide Reuter, o que foi incentivado pelo diretor da escola de meninos. Entretanto descobriu que os dois diretores da escola zombavam de seu interesse por Zoraide Reuter. Essa revelação fez com que William passasse a ser rude e frio com a diretora e despertasse um interesse por sua aluna Frances Evans Henri.

Jane Eyre é um dos meus livros preferidos e o li mais de uma vez, mas esse outro livro da autora não provocou em mim o mesmo entusiasmo. É um livro legal, que retrata a sociedade da época de forma menos romântica do que fez em Jane Eyre.
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