Alpaccino 23/02/2013A sociedade aos cuidados do medoÉ a primeira vez que leio algo sobre Zygmunt Bauman e gostei bastante sobre o assunto abordado e a maneira como ele explora o medo numa sociedade globalizada.
Tempos líquidos é divido em 5 partes:
1 - A vida líquido-moderna e seus medos
Neste capítulo, Bauman discute as consequências de um mundo mais "aberto" devido a globalização. Essa abertura é tanto material quanto intelectual e isso, de acordo com ele, traz "toda injúria, privação relativa ou indolência planejada em qualquer lugar é coroada pelo insulto da injustiça: o sentimento de que o mal foi feito, um mal que exige ser reparado, mas que, em primeiro lugar, obriga as vítimas a vingarem seus infortúnios...".
2 - A humanidade em movimento
Bauman faz uma analogia entre o lixo que produzimos diariamente (que é sempre indesejável, por vezes sem destino e rejeitado pela sociedade) como os refugiado, pessoas que não têm uma nação ou vivem como andarilhos pelo mundo tentando encontrar um espaço no mundo moderno. Além do medo que as pessoas têm em receber os "migrantes internacionais".
3 - Estado, democracia e a administração dos medos
Sinceramente, achei um pouco difícil de resumir em poucas palavras, então procurei pela internet e achei um trabalho feito pela Juliana Fachin e Valter Moura sobre o livro que sintetiza este capítulo: "Conforme Bauman (2007) O medo moderno, surgiu da desregulamentação com a individualização, em que os vínculos humanos (parentesco e vizinhança) solidificados por laços comunitários se quebraram, soltaram-se, romperam, substituindo os vínculos naturais (danificados pelo mercado comercial) por vínculos artificiais em forma de organismos (movimentos, sindicatos, associações.. etc. em tempo parcial)."
4 - Fora de alcance juntos
Do medieval para a atualidade: Sob a premissa da insegurança nas cidades e do medo implantado, as pessoas se refugiam para os condomínios fechados(atuais castelos fortificados que trazem a sensação de segurança) segregando a sociedade entre camada "superior" e "inferior". Esse fenômeno já acontece no Brasil. Tem uma foto muito interesse que mostra bem essa realidade: uma imagem onde há um condomínio fechado bem ao lado uma favela, demonstrando claramente essa divisão. Digitando "favela condomino fechada" no google imagens, com certeza vai aparecer essa foto. Neste mesmo capítulo, Bauman fala sobre a "mixofobia", que é bem interessante também!
5 - A utopia na era da incerteza
Por fim, ["Utopia é o nome que, graças a sir Thomas More, se tem comumente atribuído a esses sonhos desde o século XVI]
Bauman utiliza o caçador e o jardineiro para representar o ser humano em duas épocas: a pré-moderna e a moderna.
Ótima a obra, densa e que nos faz refletir sobre a nossa sociedade atual.