Tempos Líquidos

Tempos Líquidos Zygmunt Bauman




Resenhas - Tempos Líquidos


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Andreia Santana 15/10/2011

Cultura de aparências nesses nossos “tempos líquidos”
O sociólogo polonês Zigmunt Bauman define a época em que vivemos como a fase líquida da modernidade. A fase sólida seria aquela em que estruturas como família, comunidade, governo e religião limitariam nossas escolhas individuais, “assegurando a repetição de rotinas e padrões de comportamento aceitáveis”.

Na fase líquida, há uma reconfiguração de todas essas instituições, uma mudança de valores e parâmetros e, consequentemente, de comportamentos, muito mais rápido do que os séculos necessários para o desenvolvimento da sociedade. Parece papo cabeça ou conversa de acadêmico, mas se formos destrinchar direitinho o que Bauman propõe, veremos que estamos de fato vivendo uma época bem mais veloz do que alguns de nós, sobretudo os mais velhos, são capazes de assimilar.

Quem nasce nos tempos líquidos, já nasce nadando com desenvoltura, respirando como se ao invés de pulmões, tivesse guelras, plenamente adaptado, totalmente veloz. Quem nasceu no meio-termo, eu e uma boa parte das pessoas que conheço e provavelmente das que estão lendo esta resenha, dão suas braçadas nesse mar de novidades, engolem um pouco de água, afundam e voltam à superfície para aprender e adaptar-se, um pouco mais a cada dia. Já quem nasceu no tempo das nossas mães e antes delas, das nossas avós – com exceções, claro -, surpreendem-se com a perda de diversas referências que marcaram gerações.

Se tudo isso é bom ou ruim, a intenção de Bauman, acredito, não é julgar, mas refletir sobre a atualidade e sobre seus efeitos na nossa vida, nos laços afetivos, comunitários. É a velha questão que atormenta a humanidade desde Sócrates, a reflexão sobre o que somos, de onde viemos, para onde vamos, o que esperam de nós, o que espero dos outros, tudo isso traduzido na simples pergunta “Quem sou eu?”.

Pois nos “tempos líquidos” somos membros de comunidades reais cada vez mais destituídas de substância (novos arranjos familiares, novas formas de viver a relação a dois, novas formas das pessoas e dos países se relacionarem, novas maneiras de experimentar a maternidade e a paternidade); e somos também membros de comunidades insubstanciais e etéreas, mas que independente de não serem palpáveis, fazem cada vez mais sentido para nós (um blog, os sítios da web, a realidade virtual, os universos paralelos do orkut, myspace, twitter, skoob, e etc, que nos unem nos quatro cantos do planeta, sem que o contato físico, o diálogo cara-a-cara sejam antes pré-requisitos para o conhecimento).

“Vivemos em rede e não mais em sociedade”. Nossas regras agora são flexíveis e não mais tão rígidas quanto há 50 anos. Estamos conectados, ultra-informados, abertos e expostos ao mundo. Mas ainda precisamos de laços sólidos, de portos-seguros. Ainda precisamos de amor, de compreensão, que nos notem, que nos deem ouvidos, que nos abracem e incluam.

Na nossa sociedade de aparências, de big brothers, de câmeras de vigilância no shopping center, de comodidades da vida contemporânea e ao alcance das mãos ao clique do mouse, ainda precisamos de proteção contra a única coisa da qual a modernidade, seja líquida, sólida ou gasosa, não consegue nos proteger: o destino.
Márcia Regina 18/10/2011minha estante
Resenha muito boa, Violet.


Marta Skoober 23/06/2012minha estante
Concordo com a Márcia, muito boa a resenha!


Kaká 25/02/2015minha estante
Muito boa a resenha!
Uau!


Cleuzita 10/01/2022minha estante
?????? Gostei muito de ler suas impressões de leitura. Parabéns!


Andreia Santana 10/01/2022minha estante
Obrigada ?




Lucas_Callisto 06/06/2023

Não dá para ser sólido em tempos líquidos.
É um livro bem pequeno mas com um conteúdo muito puxado e a linguagem apurada. Além do vocabulário bem rebuscado o autor ainda faz uso de contextualizações relativamente grandes, que atrapalha em alguns momentos a constância e facilidade da interpretação. Levando em conta as temáticas e os nomes técnicos presentes nessa obra, pode tornar difícil a leitura.

Acredito que por se tratar muito de problemas atuais é uma leitura que também incomoda e desestimula o pensamento em dias melhores. São assuntos vigentes em que o Bauman aponta principalmente os motivos para a raiz do capitalismo ser tão estável, sua relação com a desigualdade, a desigualdade com a globalização, os medos da humanidade na vida moderna, entre outros.

O início achei bem chatinho de ler, por todas as questões que citei anteriormente, mas a partir do meio do livro foi possível relacionar mais com a prática da política global. O ponto que mais me chamou a atenção foi a comparação da nuance de incerteza do mundo sólido com o mundo líquido, visto que é uma das maiores tendências da liquidez e volatilidade atual.

Optei por ler outra obra do Bauman para flutuar na sua análise inteligente da humanidade, pois aparentemente seus livros sempre serão atuais, não importa a época.
mpettrus 06/06/2023minha estante
Esse livro do Bauman marcou profundamente a minha existência. Já tem uns dez anos que o li pela 1ª vez e lendo sua resenha agora constato que o argumento principal defendido pelo autor nesse livro está envelhecendo como um vinho.

???????????


Lucas_Callisto 06/06/2023minha estante
sim!! é incrível como o bauman teve uma projeção que vem durando até os dias atuais.
de início achei que ele não era uma leitura pra mim, mas agora vejo que ele tem que ser uma leitura para todos.


Ananias3 06/06/2023minha estante
Gosto muito e principalmente Mal-estar na pós-modernidade


Lucas_Callisto 06/06/2023minha estante
estou curioso para esse também! na verdade por todos do bauman kk


Ananias3 06/06/2023minha estante
Vc não vai se arrepender, Globalização tb é excelente




Michele Boroh 13/12/2023

Você tem medo de... Bauman?
Numa obra que trata centralmente do medo, o que acaba ficando claro no final, corroborado pela média alta de avaliação (4,2) em contraste com o teor das resenhas, é que a "autoridade" do autor (nome, títulos, vendas) amedronta a reprovação.

Não a todos.

O meu primeiro Bauman foi também uma das piores leituras de 2023.

Os problemas são muitos, todos com uma base comum: o abuso com que, veja bem, um filósofo usa de afirmações taxativas. 

Permanente, nunca, totalmente, inexorável, somente, sempre, universalmente, irrevogável, irreversível, interminável, puramente, incurável...

E nessa toada sensacionalista: cita com muita frequência agentes indefinidos; romantiza sistemas e épocas, sem nunca dar exemplos de qual, como, onde e quando; vitimiza grupos inteiros; vilaniza grupos inteiros; troca efeitos por causas; troca natureza humana por questão de geração; toma opiniões por fatos, literalmente; usa dados sem comprovação; louva Estados imensos, logo ele, um polonês; desfaz até mesmo de conquistas históricas que tornaram possível que ele mesmo produzisse com longevidade.

Por isso não é "apenas" um livro ruim, mas também perigoso. Uma "autoridade" influencia, conduz, incentiva.

A "autoridade" de Bauman, aqui, estimula medos e hostilidades.

Exatamente o que ele acusa outros de fazerem.
Wesley - @quemleganhamais 20/12/2023minha estante
Gostei da resenha. Aguçou mais a curiosidade para ler essa obra. Já ouvi falar super bem e tem uma aprovação alta mesmo. Lendo sua resenha o meu eu interior perguntou: "E você, o que acharia dessa obra?" Não para vir concordar ou discordar de você, mas para eu mesmo ter a minha opinião crítica de uma obra. Novamente agradeço pela resenha e desejo um novo ano de leituras


Wesley - @quemleganhamais 20/12/2023minha estante
Gostei da resenha. Aguçou mais a curiosidade para ler essa obra. Já ouvi falar super bem e tem uma aprovação alta mesmo. Lendo sua resenha o meu eu interior perguntou: "E você, o que acharia dessa obra?" Não para vir concordar ou discordar de você, mas para eu mesmo ter a minha opinião crítica de uma obra. Novamente agradeço pela resenha e desejo um novo ano de muitas leituras pra você.


Michele Boroh 21/12/2023minha estante
Que comentário bom de receber, Wesley! Principalmente quando meu ponto central da crítica é exatamente esse: a reatividade sem ponderação. Sua mensagem é um afago, um lembrete de que também há lucidez por aí. Obrigada por isso e pelo voto, que seu ano novo também tenha boas leituras e reflexões. Abraço!




Alpaccino 23/02/2013

A sociedade aos cuidados do medo
É a primeira vez que leio algo sobre Zygmunt Bauman e gostei bastante sobre o assunto abordado e a maneira como ele explora o medo numa sociedade globalizada.

Tempos líquidos é divido em 5 partes:
1 - A vida líquido-moderna e seus medos
Neste capítulo, Bauman discute as consequências de um mundo mais "aberto" devido a globalização. Essa abertura é tanto material quanto intelectual e isso, de acordo com ele, traz "toda injúria, privação relativa ou indolência planejada em qualquer lugar é coroada pelo insulto da injustiça: o sentimento de que o mal foi feito, um mal que exige ser reparado, mas que, em primeiro lugar, obriga as vítimas a vingarem seus infortúnios...".

2 - A humanidade em movimento
Bauman faz uma analogia entre o lixo que produzimos diariamente (que é sempre indesejável, por vezes sem destino e rejeitado pela sociedade) como os refugiado, pessoas que não têm uma nação ou vivem como andarilhos pelo mundo tentando encontrar um espaço no mundo moderno. Além do medo que as pessoas têm em receber os "migrantes internacionais".

3 - Estado, democracia e a administração dos medos
Sinceramente, achei um pouco difícil de resumir em poucas palavras, então procurei pela internet e achei um trabalho feito pela Juliana Fachin e Valter Moura sobre o livro que sintetiza este capítulo: "Conforme Bauman (2007) O medo moderno, surgiu da desregulamentação com a individualização, em que os vínculos humanos (parentesco e vizinhança) solidificados por laços comunitários se quebraram, soltaram-se, romperam, substituindo os vínculos naturais (danificados pelo mercado comercial) por vínculos artificiais em forma de organismos (movimentos, sindicatos, associações.. etc. em tempo parcial)."

4 - Fora de alcance juntos
Do medieval para a atualidade: Sob a premissa da insegurança nas cidades e do medo implantado, as pessoas se refugiam para os condomínios fechados(atuais castelos fortificados que trazem a sensação de segurança) segregando a sociedade entre camada "superior" e "inferior". Esse fenômeno já acontece no Brasil. Tem uma foto muito interesse que mostra bem essa realidade: uma imagem onde há um condomínio fechado bem ao lado uma favela, demonstrando claramente essa divisão. Digitando "favela condomino fechada" no google imagens, com certeza vai aparecer essa foto. Neste mesmo capítulo, Bauman fala sobre a "mixofobia", que é bem interessante também!

5 - A utopia na era da incerteza
Por fim, ["Utopia é o nome que, graças a sir Thomas More, se tem comumente atribuído a esses sonhos desde o século XVI]
Bauman utiliza o caçador e o jardineiro para representar o ser humano em duas épocas: a pré-moderna e a moderna.

Ótima a obra, densa e que nos faz refletir sobre a nossa sociedade atual.
Susan 26/11/2016minha estante
Parece bem interessante, me recomendaram esse livro. Ótima resenha, me motivou a ler esse livro.


Gabriela 11/01/2017minha estante
Me ajudou a compreender melhor a ideia antes de seguir na leitura. Muito obrigada pela sua resenha. ?




Márcia Regina 18/10/2011

Terminei "Tempos líquidos" hoje. E recomendo, quem puder ler, leia.
A linguagem é acessível para leigos como eu; ao mesmo tempo, a apresentação do tema não tem nada de leiga, é complexa, tem base e argumentação consistentes.
A resenha da Violet, anterior a esta, é perfeita e aprofundada. Assim, deixo aqui mais impressões pessoais e destaco dois pontos que chamaram a minha atenção.

Em primeiro lugar, a análise que o autor faz da mudança do Estado de funções sociais para o Estado defesa, 'administrador do medo'. A descrição da forma como a questão do medo acabou inserida no nosso quotidiano e se autoalimenta, num crescer contínuo, me fez pensar sobre nossas sensações/emoções/defesas/muros no contato com o ‘diferente’.
E se me fez pensar, já valeu a leitura.

Outro ponto que me ajudou a reavaliar e compreender melhor alguns aspectos atinentes ao convívio real/virtual na sociedade aparece mais na última parte do livro.
Ali, Bauman atenta para o aspecto pessoal (que nunca é meramente pessoal, claro), para a relação humana num sentido de caçada, para o agir como caçador em caça constante de pessoas e coisas que a vida joga na nossa frente (não gratuitamente colocados de forma conjunta), aquele pavor inconsciente do término da caçada sem que já tenhamos outra na agenda, o que nos deixaria de fora, como espectadores e não partícipes de um mundo que corre além de nós. E parar pode ser apavorante.
É uma ideia difícil de resumir, porque pensamento que resulta de uma argumentação contida por todo o livro, mas tem uma frase, quando o autor cita - em parte - Blaise Pascal, que consegue dar uma noção: "as pessoas querem fugir à necessidade de pensar em 'nossa condição infeliz', e assim 'preferimos a caça à captura'. 'A lebre não vai nos livrar de pensar' nas formidáveis mas incuráveis imperfeições de nossa condição comum, 'mas caçá-la vai'".
Destaque-se aqui que "condição infeliz" tem uma análise anterior, é a condição humana, o que sou, qual o sentido da vida, sou mortal, tenho defeitos, meus limites são tão pequenos/imensos, enfim, essas dúvidas que nos atormentam e nos constroem desde tempos imemoráveis.

Recomendo o livro. Foi meu primeiro contato com o autor e um contato que aprovei.
Raquel 15/04/2018minha estante
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Igor 13/01/2018

Admirável tempo líquido
O livro é muito bom, atual e coerente. No início eu achei meio chato, mas com o desenrolar da leitura o começo maçante veio a fazer sentido. Ele parte de uma explanação mais política para uma mais humana, no sentido geral, psicológica e filosófica acho que dá para se dizer. Um livro que vale muito a pena para quem deseja entender melhor o admirável mundo novo em que vivemos.
Nathalia.Ramos 24/03/2018minha estante
Entendemos a referência




Romeu Felix 19/02/2023

Fiz o fichamento sobre esta obra, a quem interessar:
Por: Romeu Felix Menin Junior
O livro "Tempos Líquidos" de Zygmunt Bauman é uma obra que apresenta reflexões sobre o atual momento da sociedade, caracterizado por um mundo fluido, instável e incerto. A obra é composta por seis capítulos, cada um abordando uma temática diferente.

No primeiro capítulo, "A sociedade em mudança", Bauman discorre sobre a transformação da sociedade moderna em uma sociedade líquida, marcada pela fluidez e instabilidade, que resultou na erosão dos valores e das instituições sociais.

No segundo capítulo, "Identidade", o autor aborda as mudanças que ocorreram na construção da identidade no mundo atual. A partir de uma análise da evolução histórica da identidade, Bauman argumenta que a identidade só pode ser compreendida como um processo de construção, e não como uma essência fixa.

No terceiro capítulo, "Trabalho", Bauman discute a transformação do trabalho na sociedade líquida. Ele argumenta que o trabalho passou de uma atividade central na vida das pessoas para um recurso cada vez mais escasso e precário, em função da lógica neoliberal.

No quarto capítulo, "Comunidade", o autor fala sobre a transformação do conceito de comunidade na sociedade líquida. Ele aponta que a comunidade, antes entendida como um espaço de pertencimento e de proteção, agora se transformou em uma arena de competição e de exclusão.

No quinto capítulo, "Poder", Bauman discute a nova configuração do poder na sociedade líquida. Ele argumenta que, nesse contexto, o poder se tornou cada vez mais fluido e fragmentado, o que torna a sua identificação e o seu controle mais difíceis.

Por fim, no sexto capítulo, "Política", o autor apresenta reflexões sobre o estado atual da política na sociedade líquida. Ele argumenta que, na ausência de um projeto político claro e de uma narrativa que possa unir as pessoas, a política se torna cada vez mais polarizada e fragmentada.

"Tempos Líquidos" é uma obra que aborda de forma clara e acessível as principais transformações da sociedade contemporânea, oferecendo uma leitura indispensável para quem deseja compreender as mudanças em curso na sociedade e suas implicações para o presente e o futuro.

Sobre a segunda leitura.

Introdução do autor sobre a sociedade contemporânea e a necessidade de compreendê-la
Conceito de "modernidade líquida" e suas características, tais como a fragilidade dos laços sociais, a falta de continuidade e a incerteza do futuro
Abordagem sobre o papel da globalização na construção da modernidade líquida, bem como as consequências da flexibilidade e mobilidade do mercado de trabalho para as relações sociais
Discussão sobre a natureza da política e sua relação com a modernidade líquida, destacando a falta de identificação e engajamento dos indivíduos com os sistemas políticos atuais
Análise do papel das mídias sociais na construção das relações sociais e sua influência na formação da identidade individual e coletiva
Reflexão sobre a necessidade de se buscar alternativas para lidar com a modernidade líquida e reconstruir as relações sociais, destacando a importância da cooperação e solidariedade em um mundo cada vez mais individualista e fragmentado
Rick 14/03/2023minha estante
Nem todo herói usa uma capa, você, por exemplo, não usa uma.




Lista de Livros 26/04/2024

Lista de Livros: Tempos Líquidos, de Zygmunt Bauman
Parte I:

“Se a ideia de “sociedade aberta” era originalmente compatível com a autodeterminação de uma sociedade livre que cultivava essa abertura, ela agora traz à mente da maioria de nós a experiência aterrorizante de uma população heterônoma, infeliz e vulnerável, confrontada e possivelmente sobrepujada por forças que não controla nem entende totalmente; uma população horrorizada por sua própria vulnerabilidade, obcecada com a firmeza de suas fronteiras e com a segurança dos indivíduos que vivem dentro delas — enquanto é justamente essa firmeza de fronteiras e essa segurança da vida dentro delas que geram um domínio ilusório e parecem ter a tendência de permanecer como ilusões enquanto o planeta for submetido unicamente à globalização negativa. Num planeta negativamente globalizado, a segurança não pode ser obtida, muito menos assegurada, dentro de um único país ou de um grupo selecionado de países — não apenas por seus próprios meios nem independentemente do que acontece no resto do mundo.”
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https://listadelivros-doney.blogspot.com/2024/04/tempos-liquidos-parte-i-de-zygmunt.html


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Parte II:

“Resumindo uma longa história: as cidades se tornaram depósitos sanitários de problemas concebidos e gerados globalmente. Os moradores das cidades e seus representantes eleitos tendem a se confrontar com uma tarefa que nem pela força da imaginação poderiam realizar: a de encontrar soluções locais para problemas e dilemas concebidos globalmente.

Assim, permitam-me repetir, surge o paradoxo de uma política cada vez mais local num mundo progressivamente modelado e remodelado por processos globais. Como observou Castells, a marca cada vez mais conspícua de nossa época é a intensa (poderíamos dizer: compulsiva e crescentemente obsessiva) “produção de significado e identidade: meu vizinho, minha comunidade, minha cidade, minha escola, minha árvore, meu rio, minha praia, minha capela, minha paz, meu meio ambiente”.14 “Indefesas diante do turbilhão global, as pessoas se aferram a si mesmas.” E deixem-me observar que, quanto mais “se aferram a si mesmas”, mais “indefesas diante do turbilhão global” elas tendem a ficar, e portanto menos capazes de decidir, que dirá afirmar, os significados e as identidades locais, que aparentemente são seus — para grande satisfação dos operadores globais, que não têm motivo para temer os indefesos.”
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site: https://listadelivros-doney.blogspot.com/2024/04/tempos-liquidos-parte-ii-de-zygmunt.html
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Wagner 31/01/2016

CONFORTAVELMENTE FROUXOS

(...) Os vínculos humanos são confortavelmente frouxos, mas, por isso mesmo, terrivelmente precários, e é tão difícil praticar a solidariedade quanto compreender seus benefícios, e mais ainda suas virtudes morais (...)

In: Bauman, Zygmunt. Tempos Líquidos. Rio de Janeiro: Zahar,2007. página 30
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zeleandromasi 22/03/2017

Relato
Enquanto alguns se preocupavam (excessivamente) com política, carnes estragadas, colocar defeito em uma transposição e fazer meme com tudo e qualquer coisa, eu estava preocupado com um fato que a muito me corroía: eu abandonava livros.
Confesso que era algo que eu faria de livre e espontânea vontade. A magia que toda livraria tem em toda sua arrumação e catalogação as vezes nos deixa muito maravilhado. Mas eu não me dava conta do quanto isso tava me prejudicando. Me via dando mais valor as efemeridades visuais e perdendo a oportunidade de conhecer pensamentos novos e precisos.
Aliás, eu buscava nas pessoas essa novidade. Mas, como suspeitava porém quis arriscar, sempre obtive silêncio, duvidas engavetadas, mesmices e até o de sempre: o inócuo. Algumas vezes até acontecia um diálogo produtivo. Mas depois de alguns minutos ele sofria seu (moderno) processo de fusão.
Esse livro é muito importante pra mim primeiramente pelo fato de ter terminado ele e não querer abandoná-lo logo após terminar o primeiro capítulo. Segundo por que ele me trouxe situações (e não respostas) a respeito de coisas que acontecem hoje em dia e que na verdade sempre aconteceram, só que de um jeito diferente. Terceiro por que senti uma necessidade muito grande de ler o Bauman e essa necessidade ainda existe em mim. É uma leitura tão precisa que eu recomendo pra todo mundo.

Enfim, talvez alguns já passaram por isso e se identifiquem com o que estou falando. De todo modo quero dizer que persistir em certas coisas vale a pena. (Não só em relação a livros!). E todo bem querer abandonar certas coisas. Desde que elas sejam coisas só prejudiquem.

site: http://leandrododia.tumblr.com/
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Fred 17/07/2017

Recomendo o livro!
Neste bom livro, Zygmunt Bauman trata da insegurança e do medo vivenciados nas grandes metrópoles do mundo pós-moderno. Tenta explicar como estamos falhando em tentar enfrentar de maneira localizada a gama de problemas gerados globalmente.
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Leandro.Augusto 06/12/2017

Livro difícil
Tive pouco proveito na leitura. Mais conheço o autor por citações e vídeo
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Juliana Costa 01/09/2018

Tempos de Insegurança.
Gostei muito dessa leitura e pretendo ler outros livros de Bauman. Tempos líquidos é um relato dos medos e da insegurança da humanidade que caracterizam os tempos atuais decorrentes de problemas políticos globais e que se pressupõem serem apenas locais. Daí o grande equívoco e insucesso das tentativas de assegurar segurança e bem estar para a sociedade: tratar a insegurança ou a sensação dela como um problema local quando suas causas decorrem da globalização e das barreiras criadas para darem proteção, ao passo, que só aumentam a ansiedade e o medo das pessoas.
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jisolavilar 07/09/2019

Tempos líquidos e nosso angustiante cotidiano
Bauman retrata de forma crua as dores do planeta, das sociedades e dos seres humanos. Consegue refletir e buscar na raiz a origem de toda essa angústia que diariamente, aos poucos, nos consome e leva a entrar em um ciclo vicioso: quero, tenho, descarto. É interessante perceber a analogia das utopias existentes em nosso dia a dia, nas pequenas coisas que fazemos, e que muitas vezes não percebemos. Uma leitura necessária e esclarecedora.
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Gabriel Dummer 14/02/2020

Sociedade
Baumann observa a sociedade em seu âmago trazendo questões sobre a insegura que nos fazem parar a leitura e refletir a cada página. O tempo líquido nos envolve em suas profundezas e nos tira o fôlego em sua atualidade.
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