mau agouro 11/12/2022
A mediocridade e boemia de um decadente homem rico.
De forma simples porém interessante e nenhum pouco enjoativa, Chico Buarque trás um personagem visto nele mesmo, um homem boemio, não sou a fundo um conhecedor de Chico, mas é evidente as semelhanças com seu lustroso Duarte.
Neste romance, com um personagem principal de moral bastante corrompida, um homem com um desejo por mulheres infantis e que o lembrem de quando muito já tenha sido um homem viril e sonhador, Buarque nós trás um anseio por lembrar do passado, de querer resolver más entendidos, de mandar mensagem para ex, de uma última transa com uma pessoa que não há se cultiva carinho romântico, mas sim um desprezo, de trazer a tona certo tipo de virilidade, não fujo da visão de que esse livro é para homens brancos se verem, mas ao mesmo tempo se repensar enquanto homem, não somos diferentes de Duarte, tendo mesquitude e mediocridade enraizadas em si, não me parece um livro do qual esquecerei fácil como muitos outros, foi meu primeiro livro de Chico, sou grande conhecedor de sua obra musical.