Henggo 06/05/2023
Memento mori, amigo e amiga
Ler este livro um dia depois que a Organização Mundial da Saúde decretou o fim da emergência global da COVID-19 tem um significado diferente. Durante a pandemia, foi exatamente essa noção de vazio, esse conceito libertador de que, no fundo, somos esquecíveis (e seremos esquecidos, não se engane!), foi esse despertar que me deixou tranquilo.
Perceba: não é que não houvesse preocupação ou que eu seja um Buda acima do mundano. Não. Pelo contrário, houve estresse, houve angústia, houve tristeza. Porém, hoje eu percebo como minhas convicções foram o norteador para que eu desse segurança para a minha mãe de que tudo ficaria bem. E ficou. Para nós. Tenho consciência, porém, que a imersão nesse conceito de vazio não é algo simples, por vezes é dilacerante e, acima de tudo, exige tempo e consciência de reflexão que a maioria das pessoas não têm. E o motivo é simples: eu sou um privilegiado que posso me dar esse luxo de longas horas reflexivas. Infelizmente, fora da minha bolha, a realidade não é assim.
"Filosofia do Vazio" é um livro introdutório a um grande ensinamento que as pessoas ignoram: do pó viemos, ao pó voltaremos. Por mais que nossas religiões, egos e redes sociais digam o contrário, nós somos nada. E saber disso, conviver com isso, por mais paradoxo que pareça, te fará amar com muito mais plenitude.
Amigo e amiga, memento mori, "lembre-se de que você é mortal".